Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 11 de abril de 2010

Por João Nicodemos


a pérola
é um defeito
da ostra

papel de seda - por Socorro Moreira


Com pretensões coloridas
Aguardo um presente do tempo
que prepara um papel
pra enrolar minha vida !

Salpicando flores... - por Socorro Moreira


Quando aberto está um caminho
é bom soltar flores
Nele ser vento
Ser passarinho.

Liza Minelli




A atriz e cantora Liza Minelli premiada com o Oscar, Grammy e Globo de Ouro
Liza Minnelli, filha da lendária Judy Garland e do seu segundo marido, o diretor Vincent Minnelli, consagrou-se como cantora e atriz no filme "Cabaré", que lhe deu o Oscar em 1972.

Liza apareceu nas telas pela primeira vez na cena final do filme "In the Good Old Summertime" estrelado pela sua mãe e Van Johnson. Aos 16 anos, começou na Broadway com um revival do musical "Best Foot Forward". No ano seguinte apresentou-se em Londres com sua mãe. O público adorou e sua carreira musical decolou. Retornou a Broadway aos 19 anos e ganhou o prêmio Tony por "Flora, the Red Menace". Recebeu outro Tony por "The Act" em 1978 e um Tony especial em 1974. Em 1984, foi indicada por "The Rink", mas perdeu.

O filme "The Sterile Cuckoo",de 1969, garantiu sua primeira indicação ao Oscar. Em 1972 ganhou como melhor atriz por "Cabaré". Liza Minelli foi a única vencedora da Academia cujos pais são ambos vencedores também. Ganhou ainda um Emmy, em 1972, pelo especial para a TV, "Liza com Z".

Em 1990 recebeu um Grammy. Ganhou também um Globo de Ouro por "Cabaré" e outro pelo filme para a TV "A time to live".

Ficou conhecida pelo seu estilo vocal poderoso, como em suas canções "Cabaré" e pelo tema de "New York, New York". Como sua mãe, teve diversas uniões desfeitas. Seu primeiro marido foi Peter Allen, com quem ficou de 1967 a 1972. Depois se casou com o produtor e diretor Jack Haley Jr . O casamento durou de 1974 a 1979. O terceiro marido foi o escultor Mark Gero, de 1979 a 1992. O quarto foi o "promoter" David Gest, de 2002 a 2003. Além disso esteve ligada romanticamente a Martin Scorsese, a Petter Sellers, ao pianista Billy Stritch, a Mikhail Baryshnikov e ao ator Desi Arnaz Jr.

Evaldo Rui e Francisco Mattoso - por Norma Hauer

EM UM “JARDIM DE FLORES RARAS” NASCEU UMA “ROSA DE MAIO”.

O primeiro “plantou” o jardim e deu-o a Roberto Paiva.
O segundo “colheu” a rosa e ofereceu-a a Carlos Galhardo.
São eles Francisco Matoso e Evaldo Rui.

Nas datas de 8 e 9 de abril,do mesmo ano (1913) onasceram dois vultos importantes de nossa música: Francisco Matoso e Evaldo Rui. Ambos tiveram vida efêmera ,sendo que Francisco Matoso faleceu em 18/12/1941, aos 28 anos e Evaldo Rui em 4/8/1954,com apenas 41 anos.

Apesar de seu pouco tempo de vida, Francisco Matoso foi autor de várias músicas que marcaram nosso cancioneiro
Foi o “lançador” de Roberto Paiva, com “Jardim de Flores Raras”, assim como foi um dos autores de "Boa Noite,Amor" a música com que Francisco Alves abria e fechava seu programa na Rádio Nacional.

Compôs, ainda, com Lamartine Babo,"Eu Sonhei que tu Estavas tão Linda",(gravada após sua morte, também por Francisco Alves) e "Mais Uma Valsa,Mais Uma Saudade", gravação de Carlos Galhardo.

Com outros co-autores, foi responsável por inúmeras outras composições, sendo a primeira "Esquina da Vida",com Noel Rosa (em 1933) gravada por Mário Reis .
Francisco Alves ainda gravou de Francisco Matoso,"Onde o Céu Azul é Mais Azul",já naquela fase de sambas-exaltações e Carlos Galhardo deu vida a "Mari"e"Sombras ao Luar"

.Isso é um pequeno resumo do que foi a vida de Francisco Matoso, como compositor.

EVALDO RUI

Evaldo Rui Barbosa, irmão do radialista (e também compositor) Haroldo Barbosa,embora já tendo gravado com Carmen Miranda em 1934, na realidade começou sua carreira com Custódio Mesquita, tendo com ele composto, em 1943,"Prá Que Viver?"e"O Samba de Beatriz, mas só foi projetado no ano seguinte com:"Como os Rios Correm pro Mar","Feitiçaria","Rosa de Maio" e "Gira...Gira...Gira",os dois
primeiros gravados por Sílvio Caldas e os outros por Carlos Galhardo

.São,ainda,de sua autoria, com Custódio Mesquita,"Algodão","A vida em 4 Tempos","Valsa do Meu Subúrbio"e"Promessa",também gravadas por Sílvio Caldas.

.Após a morte de Custodio, em 1945, Araci de Almeida gravou da dupla,"Saia do Meu Caminho".

Compondo com seu irmão Haroldo Barbosa (em 1950) foi responsável por um dos
maiores sucessos do carnaval de todos os tempos: "Nega Maluca",gravação de Linda Batista.
Seu fim de vida foi trágico: morreu por amor.

Apaixonado pela cantora Elizeth Cardoso, não sendo correspondido, suicidou-se em 4/8/1954, aos 41 anos.

Norma

é, meu velho

é, meu velho
o tempo passa bonito
bacana mesmo água debaixo da ponte
nuvens apressadas acima da tua cabeça.

é, meu velho
teus olhos como sempre
doces acres cactos coqueiros

e as faces nunca mudam
pois a tez não conheço

se pardo ou negro
índio ou português

apenas vejo o mocotó no fogo
a fumaça subindo

as brasas rubras
os olhos do caboclo.

é, meu velho
ouvir o gargarejo do filho

(lições para desprender a língua
do céu da boca e fazê-la ágil
entre os dentes)

como pular no abismo
da tua própria infância.

é, meu velho
o tempo não se limita
à tua memória logo adiante
têm mais flores nascendo
e novas formiguinhas
em fila indiana
no caminho do banheiro.

O vaso é uma montanha
lisa louça inusitada
mas as formiguinhas
em busca de açúcar
teimam escorregam
sobem.

é, meu velho
foi um final de semana
vazio por isso amplo

de tal forma
que não há modelos
texturas, tangências.

Apenas o vazio
sincero e definitivo.

Por Fátima Figueirêdo





O Prêmio que Dr. Marcos Cunha foi agraciado.


O PRÊMIO BRASIL, realizado anualmente, tem por objetivo consagrar publicamente médicos que se destacam com a mais elevada COMPETÊNCIA, EXCELÊNCIA e QUALIDADE na prestação de serviços, com ações pautadas pelos princípios Éticos que a categoria define como fundamental parâmetro de atuação.

A pesquisa, de critérios SUBJETIVOS, reconhece o mérito profissional dos responsáveis pelo resgate da cura e da auto-estima de milhares de brasileiros, buscando sempre pelos avanços científicos e tecnológicos da profissão, sem abrir mão do aspecto humanitário da arte médica.

O prêmio máximo da MEDICINA destaca os MAIS ADMIRADOS e LEMBRADOS médicos das principais cidades brasileiras, que constroem no dia-a-dia uma carreira exemplar. Os homenageados pertencem a um seleto grupo de médicos que fazem a diferença com o comprometimento e a certeza de estarem fazendo o MELHOR.

Maior homenagem no território nacional, o PRÊMIO BRASIL deixa registrado para sempre os principais nomes da medicina do país, mostrando-os como exemplos a serem seguidos pela sociedade e pelas futuras gerações.
Fátima Figueirêdo


Conspirar-se

Após fatídico acidente
os óculos se encaixam
com mais propriedade.

Meu filho praticante
de le parkour
quase quebra.

De um pulo.
Cambalhota.

Não sei que doideira.
Mas agora vejo nítido
meu perfil outrora embaçado.

Meu nariz leptorrino.
Minha barbicha rala.
As espinhas ressequidas.
As cicatrizes e rugas.

As lentes, creio,
precisavam de choque.

Térmico.
Físico.
Metafísico.

Meu filho tenente
da esquadrilha da fumaça
quase quebra.

De um voo.
Looping.

Não sei que epifania.
Mas agora contemplo o cursor piscando
vivo e insistente quanto meus dedos
imbatíveis sobre as teclas.
A pedofilia (também chamada de paedophilia erotica ou pedosexualidade)
é a perversão sexual, na qual a atração sexual de um indivíduo adulto
ou adolescente está dirigida primariamente para crianças pré-púberes
(ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade) ou para
crianças em puberdade precoce. A palavra pedofilia vem do grego
(paidophilia) onde (pais, "criança") e (philia, "amizade", "afinidade",
"amor", "afeição", "atração", "atração ou afinidade patológica" ou
"tendência patológica", segundo o Dicionário Aurélio).
(extraído da Wikipédia)

Pedofilia – Salvem as Crianças.

Este assunto tem ocupado a mídia televisiva, rádios e jornais e inúmeras
publicações em blogs e afins, pela rede internacional de computadores,
a INTERNET. É um tema de triste repercussão, onde nem sempre são
abordados os malefícios a que são expostas as vítimas dos abusos e
violências praticados. SOBREVIVENTES, este é o termo utilizado para
designar crianças e jovens, que foram atacadas e tiveram sua história de
vida profundamente alterada por tal violência.
Uma criança que teve a infelicidade de ser vítima de violência sexual
terá em sua formação um trauma psicológico que a influenciará por
toda sua vida causando grande sofrimento. Terá prejudicado seu
desenvolvimento afetivo, acarretará crises de auto-estima, sentimentos
de culpa e, em casos extremos, é possível levar ao suicídio. O fato de que
vítimas de abuso sexual se transformam em agressores e agentes de crimes
semelhantes não é incomum.
Do ponto de vista da saúde, mental e social, a pedofilia pode ser considerada
um “desvio comportamental”, uma doença e seus praticantes, devem
receber tratamento.
Do ponto de vista legal, é considerado crime, no Brasil e na maioria dos
países do mundo, e aquelas pessoas que a praticam são julgadas e, dentro
dos parâmetros da lei, condenadas.
Há outras formas de envolvimento com a pedofilia, como a produção de
material fotográfico, vídeos e outras formas de divulgação desse tipo de
imagem. Acessar páginas da Internet que veiculam imagens desta categoria
representa uma forma de “consumo” e conivência. O costume de vestir
crianças com modelos de roupas dos adultos, muitas vezes provocativas,
e inadequadas à infância, embora comuns entre grande parte da população,
sujeita pessoas desequilibradas a ter pensamentos libidinosos.
Não temos conhecimento de estatísticas que revelem os números do
comércio desse material, mas certamente seriam dados assustadores.
Vivemos atualmente uma onda de permissividade onde imagens “eróticas”
invadem, via TV, lares, escolas e ambientes públicos sem o menor pudor.
Cenas em novelas, e os ditos “reality show” apresentam exemplos de
comportamento que seriam inimagináveis algumas décadas atrás. Parece
natural que letras de música induzam ao consumo de drogas, à prática de
sexo explicito, adultério e até pedofilia. Talvez por isso, temos visto
algumas pessoas com dificuldades em compreender a gravidade e
abrangência das conseqüências da prática da pedofilia. Há quem sinta
pena dos agressores, considerando-os doentes e dignos de compaixão,
mas é preciso pensar nas crianças, traumatizadas para toda uma existência,
e nas famílias que igualmente sofrem as conseqüências. Basta colocar-se no
lugar da criança ou seus pais, para perceber melhor a gravidade da situação.
Algumas denúncias contra o Clero têm sido apuradas e noticiadas, às vezes
com sensacionalismo, mas malgrado a disputa pelos fiéis que norteia alguns
canais de televisão, tudo deve ser esclarecido para que a sociedade possa se
corrigir e se desenvolver na direção do progresso moral e do
aperfeiçoamento das relações entre os cidadãos, o Estado e as instituições
civis e religiosas.

Respiração

No canto dos versos
trazidos pelo vento

tem uma haste
tem um inseto

objetos da memória
também do invisível.

O encanto não passa
arrebatado pela poesia

faz-se eterno
(e flui bem lento)

é uma pele de maçã
gelada

ou imagino
aquela nódoa branquinha

na unha do dedo
de uma criança.

As guerras cotidianas
os embustes e rancores
do dia e da noite

tornam-se tão simplórios
quando observo

em torno da mente
(mas não é corpo)

dentro da alma
(mas não é outra vida)

algo tangível
embora não se toque

talvez o princípio
do soluço
o fim do suspiro

ou algo assim
delicado

que traz à tona
além de peixes
um olhar distraído.

Rainer Maria Rilke


O mundo estava no rosto da amada -


O mundo estava no rosto da amada -
e logo converteu-se em nada, em
mundo fora do alcance, mundo-além.

Por que não o bebi quando o encontrei
no rosto amado, um mundo à mão, ali,
aroma em minha boca, eu só seu rei?

Ah, eu bebi. Com que sede eu bebi.
Mas eu também estava pleno de
mundo e, bebendo, eu mesmo transbordei.

(Tradução: Augusto de Campos)

A paz das coisas esquecidas ...


Domingo molhado, fresquinho, pedindo comida fumejante, como um baião de dois com pequi.A preguiça dos dias de domingo ainda vive comigo... Ligo o som, e em cada música viajo no tempo, e reencontro muitos rostos dos meus afetos , passantes, ficantes, que mesmo distante, ainda estão incluídos. Abri uma caixa de fotos , e captei da memória muitas histórias de amor.
Bom mesmo é espreguiçar o corpo, relaxar, e não contar as horas, nem cumprir nenhum compromisso. Hoje é domingo, e eu só quero a paz das coisas esquecidas !

Poema empírico.

Eu decanto os versos
De cada poema,
Como quem corta os pulsos
Que a vida condena.
Olhos com dentes
Que mordem as lágrimas
Que riem, murmuram pensamentos
Nasce a poesia erguida ao sol
Com a mistura da cal, concreto e cimento.
Do beijo, palavra... Do hálito
Da boca sedenta brotam os versos
Dos músculos falidos
Que a realidade sustenta.

Foto: Vitor Raposo

Jamais

VENTO CAMARADA - Por Marcos Barreto de Melo


Quando pego a esquecer
Do meu saudoso torrão
A saudade vai embora
No peito vem a leveza

Mas, um vento camarada
Logo me chega em rajada
Só para me avisar
Que não posso te esquecer

Vem descendo pela serra
Assobiando nas curvas
Trazendo o cheiro das flores
Do piqui, do marmeleiro

Sem medo desce a ladeira
Faz curva na gameleira
E ao passar na capoeira
Levanta pó, faz poeira

Também faz medo a menino
Levanta a saia da moça
Passa no meio da feira
Dá nó em ponta de corda

E a mocinha agoniada
Reclama, fica afobada
Sem saber que esse vento
É meu velho camarada
Que veio aqui apressado
Somente me convidar
A rever o meu Cariri

Marcos Barreto de Melo

De memória - por Ana Cecília S.Bastos



Do que se desfigura e reconfigura,
entre tanto.
Dos espaços onde perambulamos,
por vezes secretos, por vezes desertos.
Por vezes a pergunta: quem é você que ressoa em meu silêncio?
O rumor de passos fazendo eco,
ocupando terrenos que nem mais existem...

Por vezes não há palavras,
imagens incógnitas reverberam, resquícios do vivido,
imponderável eco.

Do que é inútil medir, se nem mais possa existir,
como se fosse a luz de uma pequenina estrela, há muito desaparecida,
mas que ainda agora nos chega -
nessas vias as lembranças fazem a curva.

A saudade nem sabe disso, e surge encarnada,
como se o passado existisse.
Por vezes, tudo em mim fantasmeia.



Walking by. Foto de MVítor.
Disponível em http://www.flickr.com/photos/mvitor
por Ana Cecília

Luz - por Raquel Martins



Na casa há maçanetas e treliças,
mas
a porta do meu quarto não tem chaves.
Todo mundo vê
a magreza do meu lombo cansado de trabalhar.
Todo mundo vê o flagelo do meu sexo cansado de amar.
Todo mundo vê meu rosto esmaecido,
meus cabelos brancos desmaiados e meus olhos...
Ah, meus olhos!
apesar de tudo, iluminados.
.
Sarça. Foto de MVítor

Estação - por Ana Cecília S.Bastos




Transbordo.
Poros abertos ao tanto que posso ver.
Ver através da pele, sem formato ou palavra.
A pura imagem, nela repouso.
Conter-me ali,
quando tudo se dissolve
e se esvai a certeza do ser.

Imensidão. Foto de MVìtor. por Ana Cecília

Pampas - por Everardo Norões


para Hildebrando Pérez Grande

São sempre linhas
as paisagens,
a cortarem geometricamente
nossas rotinas.
As curvas senoidais
das serras,
as retas dormentes
das planícies.
E nós:
pequenos pontos
num papel rasgado.



Waldir Calmon Gomes (Rio Novo, 30 de janeiro de 1919 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1982) foi um pianista e compositor brasileiro de grande sucesso nos anos 50.
Gravou dezenas de discos - entre eles, a famosa série Feito Para Dançar e a música tema do extinto Canal 100, Na Cadência do Samba (Que Bonito É). Também gravou com Ângela Maria o disco "Quando os Astros se Encontram", em 1958.
Neste LP, encontramos o maior sucesso da sapoti: Babalu.
Criou um estilo imitado por muitos pianistas que o sucederam.
No ano de 1941 já como Waldir Calmon fez sua primeira gravação acompanhando Ataulfo Alves em “Leva Meu Samba”.
Depois de formar o grupo Gentleman da Melodia e circulou por teatros e cassinos do Rio e São Paulo
Foi nessa época que começou a tocar o primeiro solovox (pequeno teclado incorporado ao piano, precursor dos sintetizadores) trazido para o Brasil, popularizando o instrumento.
Na década de 50 gravou varios discos "Ritmos Melódicos" (no selo Discos Rádio), "Para Ouvir Amando", "Chá Dançante" e "Feito para Dançar" (Copacabana).
Foi o pioneiro a gravar sucessos dançantes em faixas únicas, ininterruptas, adequados a animar festas, eternizando nos acetatos o som que produzia nas boates de então.
Em 1955 abriu sua própria casa noturna, a popular Arpège, no Leme (RJ), que funcionaria até 1967 - onde atuaram João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, além de Chico Buarque, que fez um de seus primeiros shows, em 1966, ao lado de Odete Lara e MPB-4.
Seu conjunto era formado nessa época por Paulo Nunes (guitarra), Milton Banana (bateria), Eddie Mandarino e Rubens Bassini (percussão), Gagliardi (contrabaixo) e o próprio Calmon, ao piano e solovox.
Entre 70 e o começo de 77, atuou com sua orquestra de baile no Canecão (RJ), antes e depois do show principal.
Nos últimos anos de carreira, passou a tocar também sintetizadores. Morreu em abril de 1982 de infarto do miocárdio.

ESTRADA DE CANINDÉ - (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)

Ai, ai que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e uma cabôca
Com a gente andando a pé

Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé

Artomóve lá nem se sabe
Se é home ou se é muié
Quem é rico anda em burrico
Quem é pobre anda a pé

Mas o pobre vê nas estrada
O orvaio beijando as flô
Vê de perto o galo campina
Que quando canta muda de cor

Vai moiando os pés nos riacho
Que água fresca nosso Sinhô
Vai oiando coisa a grané
Coisas que prá mode vê
O cristão tem que andar a pé

Waldir Calmon - Essa música traz saudades...

Zeca Baleiro


Zeca Baleiro, nome artístico de José Ribamar Coelho Santos, (Arari, Maranhão, 11 de abril de 1966) é um cantor, compositor e músico brasileiro de MPB. Transferiu-se para São Paulo onde lançou sua carreira.

Zeca Baleiro canta, toca violão e já teve suas composições interpretadas por Simone, Gal Costa, Vange Milliet, Adriana Maciel, Luíza Possi, Rita Ribeiro, Renato Braz, Charlie Brown Jr, O Rappa e Babado Novo.

Zeca começou sua carreira compondo melodias e músicas para peças infantis de teatro, onde se destacou pela qualidade de suas letras. Foi morar em São Paulo, onde dividia um apartamento com seu parceiro musical Chico César. Apesar de sua carreira musical já existir 12 anos antes de gravar seu primeiro disco em 1997, seu salto para a fama foi em sua participação no Acústico MTV de Gal Costa com a canção "A Flor da Pele", no qual alcançou projeção nacional. Nos anos seguintes gravou mais cinco discos com participação de outros cantores do Brasil, muitos dos quais são seus parceiro em composições como: Chico César, Rita Ribeiro, Lobão, O Teatro Mágico, Arnaldo Antunes, Zé Geraldo, Paulinho Moska, Lenine, Fagner, Zeca Pagodinho e Zé Ramalho. Sua música deriva de muitos ritmos tradicionais brasileiros: samba, pagode, baião com elementos do rock, pop e música eletrônica com um modo muito particular de tocar violão. Suas letras contém, de forma inteligente, humor e poesia.

SACANAGEM por Rosa Guerrera

Ontem recebí um video onde a cantora Ana Carolina declama um texto de Elisa Lucinda que acredito não apenas eu , mas a maioria dos brasileiros que ama realmente o pendão Verde amarelo fez questão de arquiva-lo. Para aqueles que não o conhecem , transcrevo na íntegra :

"Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.'
Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'
E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!