Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 5 de dezembro de 2010

Quando crescer quero ser como o Zé Nilton.

Ainda não cresci. Nunca tive um óculos Ray-Ban, um chaveiro repleto de chaves, daqueles que se levavam preso ao cós da calça e entrava naquele bolsinho que existiam nas calças masculinas. Isso sem contar o relógio de algibeira, para ter o porte adulto de responder ao questionamento das horas. Mas, como disse, quando crescer quero ser como o Zé Nilto, indo além das curvas dos rios a montante por onde as águas se foram e resgatar as músicas de então. Farei isso como ele: só para mostrar às águas à jusante como o rio é um contínuo virtuoso.

Esta é de tertúlia com vitrola. Especialmente as portáteis que poderiam ser movidas a pilha. Bert Kaemperft das fabulosas orquestras que ultrapassaram o umbrais dos anos 30 a 50 e ainda fizeram a cabeça da geração do pós-guerra.



Agora um momento especial lá pelos idos dos anos 60. Um neorenascimento italiano em sentido da sociedade de consumo americana. Quando de repente o cinema americano vivia suas aventuras amorosas nas encantadoras paisagens da linda Itália. Como o Candelabro Italiano, ou Rome Adventure. Esta cena não está boa de imagem, mas mostra muito o espírito da época: vejam(cóf cóf cóf) quanta fumaça de cigarros no ambiente, o casalsinho da aventura (Suzanne Pleshette e Troy Donahue) fazendo gracinhas e o fabuloso Al Hirt com seu pistão inventando o que sempre gostamos: uma outra versão sobre uma música em que ela volta a mesma com outro sentido. Vejam que aparece uma mulher gatona, dos olhos repuxados de pintura, com um rapaz ao lado: é a namorada do pistonista no filme e isso vai dar uma confusão cênica logo a seguir.


Ao som de alguns filmes

Vejam que banda musical mais lindas estes filmes tiveram:




Um dos filmes mais doces dos últimos anos. Aliás com uma semelhança cinematrográfica, não me pergunte quanto, com o cinema Paradiso. O Carteiro e o Poeta não fala apenas do lugar da poesia no mundo. Fala sobretudo do lugar histórico das pessoas, especialmente Pablo Neruda e a sistemática perseguição que sofreu por suas posições políticas. Aliás o ator que fez o papel do carteiro, e que foi também o roteirista, adiou uma cirurgia cardíaca para fazer as filmagens., No roteiro morre numa luta operário e de fato faleceu logo após as filmagens em consequência de uma parada cardíaca. A música é de Luiz Enriquez Bacalov que pouca gente lembra mas é o autor, junto com Sérgio Bardotti, do musical espetacular os Saltimbancos traduzido por Chico Buarque do qual os Trapalhões filmaram uma versão.




Este tema musical marca uma época. Os anos 70, um filme retratando um casal liberal em luta contra o autoristarismo macartista sobre hollywood e a guerra do vietnam. Em inglês chamou-se "The Way We Were" e em português "Nosso Amor de Ontem". O filme é de Sidney Pollack, com Barbara Streisend e Robert Redford. Continua um belo libelo contra preguiçosos que abandonam a luta por mais liberdade e igualdade entre as pessoas.




Esta música fiz uma referência mas a Socorro não conseguiu recuperar do Youtube na época. Ela foi trilha sonora do filme McCabe & Mrs Miller (1971), não muito conhecido, mas está aqui pela própria referência ao Leonard Cohen que é de uma geração sofisticada da América do Norte (EUA e Canadá) muito urbanizada, cheia de dramas existenciais e muita psicoanálise por explicação (Woddy Allen). Leonard foi ativista pró Israel, participou de alguns movimentos mais politizados, andou em diversas religiosas. Esta interpretação da cantora inglesa Beth Orton considero de uma energia sem igual. Ouçam.

Hilda Hilst - Colaboração de Jackson Gouveia


CANÇÃO V

Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio
Se me amas, podes dizer que não.
Pouco me importa ser nada à tua volta, sombra, coisa esgarçada
No entendimento de tua mãe e irmã.

A mim me importa,
Dionísio, o que dizes deitado, ao meu ouvido
E o que tu dizes nem pode ser cantado
Porque é palavra de luta e despudor.

E no meu verso se faria injúria
E no meu quarto se faz verbo de amor


Hilda Hilst



É tempo de Lapinhas - Por Cacá Araújo



"É a Lapinha
Viva (...) a reconstituição dramática popular da visita dos três Reis Magos ao recém-nascido Jesus, com o fim de lhe ofertarem presentes. Sua significação transita da representação quase que ainda medieval, com pessoas interpretando santos, bichos e coisas da natureza como simples e profunda louvação ao Deus-Menino, até a complexa peça de antropologia cultural que traz em si grande parte da história da humanidade. Lá estão não somente símbolos de culto
cristão, católico, mas fortes traços que nos remetem aos primitivos tempos em que o homem vivia em diálogo e harmonia com a natureza, assim como elementos que podem “contar” os processos de formação cultural e social da nação brasileira, sem descuidar de nos remeter aos povos ancestrais de antes do encontro em nossas terras." 

(Cacá Araújo)

Visitem o Blog da Cia. Cearense de Teatro Brincante e leia artigo completo sobre Lapinhas: http://artebrincante.blogspot.com/

Parabéns, Jair Rolim !

Um brinde a você, amigo do Cariricaturas , desde sempre !

Eu sei que o dia é amanhã, mas tenho mania de antecipar as alegrias.
Que este ano novo seja o melhor da sua vida !

Abraços nossos .

26 anos depois ...

O ser vivo que tem arsênico em sua composição - José do Vale Pinheiro Feitosa

Serafim dos Últimos Dias assim se denominou em face de sua especialidade. Ele gostava das referências à DL50. Explico: DL50 é um termo da toxicologia que se refere à radiação ou dose de uma determinada substância capaz de matar 50% ou seja, a metade dos seres vivos testados para uma determinada substância. O diamante de gosto de Serafim era o Arsênico ou Arsênio.
- Diga amigos Serafim por que o Arsênico?

- Todos os livros de mistérios e crimes do século XVIII e XIX tinham o Arsênico como fundo de extermínio. E você há de convir que o século XVIII foi o máximo em morte de um contra o outro. A estética do Terror na Revolução Francesa, as velhas aristocratas de província com suas xícaras de chá, pouco dinheiro e a turba querendo seus pagos. Logo que desponta o século XIX qual lindo é o campo das guerras napoleônicas deitando cadáveres como neve colorindo.

Serafim é demais mesmo e, então pergunto sobre a composição do Arsênico:

- É lindo: é um elemento químico, está na tabela periódica, seu número atômico é o 33, o símbolo é As, é um metalóide do grupo 15 (VA) da tabela. E é velho, vem dos Gregos e em 1250 conheciam sua química. Mas antes do dom da morte, é importante que saibas que seu principal uso é como conservante de madeira e couro e que como um arseniato de gálio é um semicondutor espetacular, melhor do que os de silício. É um bom pigmento e um descolorante na fabricação de vidros. Agora é um possante veneno como inseticida como arseniato de chumbo e herbicida como arsenito de sódio. Mas tem lá seu lado de cura também: o trióxido de arsênio é usado no tratamento de certas leucemias e desde a antiguidade é usado em tratamentos humanos.

- Então, oh meu caro Serafim! O Arsênico não deveria ser o teu brilhante. Ele tem muitos usos benéficos.

- Claro não se rebaixe aos desvãos da ignorância. O belo dele é que uma simples parte por um bilhão na água ou 7 partes por um milhão no solo já afetam a saúde de plantes e animais, inclusive do ser humano. Ele é capaz de numa só tacada desativar centenas de enzimas envolvidas em diversos processos biológicos das células. Mas tem seres vivos unicelulares que o usam para no metabolismo para obter energia. Ele é tão máximo que é muito pouco provável que seja considerado um oligoelemento para vida, ou seja, um elemento, que é mínima composição poderia ajudar a vida. Não deve por que quase tudo que é vida tem resistência imunológica à ele.

- Mas Serafim! – tentei segurar o entusiasmo do homem, mas ele estava com a corda toda:

- Milhões de pessoas morrem no mundo sem saber que suas doenças foram causadas por envenenamento crônico por arsênico. Muitas das doenças que mais matam podem ser provocadas por ele: cerebrovasculares, diabetes e câncer. Em Bangladesh ocorreu uma intoxicação em massa por causa de poços de água contaminados com ele. Em Minas Gerais nas cidades de Paracatu e Nova Lima houve igual contaminação pelo solo por causa de minas de ouro a céu aberto.

- Serafim, pelo amor de Deus. Pare aí, meu texto está acabando. Eu quero saber mesmo é da bactéria que justifica os ET.

- Ah! Bom! Tu quer saber é pouca coisa. Muito simples: a vida até dois de dezembro era imaginada como necessariamente sendo composta por carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo. Isso por que a vida é definida pelos ácidos nucléicos: DNA e RNA que se compõem destes seis elementos. Poderia ter outros? Teoricamente poderia, mas ninguém nunca tinha visto. É o teste de São Tomé: ver para crer.

- Serafim pelo amor de Deus olhe o meu tempo.

- Tá bom. Tá bom. Então o que acontece: os pesquisadores acharam uma bactéria e a cultivaram em laboratório e ela tem arsênico no seu DNA. Ora tem vida que pode crescer em lugares diferentes dos elementos químicos da terra. Está provado que a vida é muito mais variada do que se imaginava até então.

- E agora?

- Não me pergunte! O meu assunto é veneno. Restringir o tempo da vida. A variedade só me interessa por aí. Para saber como não deixar ela se esticar no tempo.

- E pode ter vida sobre outra forma?

- Não só pode como já tem: esta bactéria, por exemplo, é de outra linhagem.

- É mesmo?

- Os americanos como estão insatisfeitos com eles mesmos e vivem temendo uma vingança dos outros, não deixam de sonhar em formas de vida esquisitas, prontas para canibalizá-los. Agora imagina uma composta por arsênico, vai dar roteiro de filme que não acaba mais.

O Bandolim do Seu Abidoral - por Socorro Moreira






Minha mãe era linda e ainda por cima, tocava bandolim.
Era de praxe, nas moças daquela época, dedilhar um instrumento, e ser uma boa prenda.
Seus pais se enterraram, numa fazenda do Piauí, batendo palhas de carnaúba, pra vender a cera, e sustentar os filhos no Colégio.
Todos vinham parar na casa da avó, que morava no Crato.
Vovô Chiquinho mandou buscar o bandolim da minha mãe, na distante São Paulo.Sabia que a filha estudava música, mas faltava-lhe o instrumento.E naqueles dias de férias, cochichou no ouvido da Valda: detrás daquela moita de malva, deixaram uma surpresa pra você… Era uma caixa com o bandolim, o método e as partituras.A alegria não foi desse mundo!
Valda passou a tocar choros e valsas, alegre e serelepe!
Um dia seu avô cratense, morreu de repente.Sua avó, morta de tristeza, sentenciou a penitência:
Nesta casa, durante doze meses, a música está proibida, em sinal de luto!
A Valda ficou tão desgostosa, que foi procurar Seu Abidoral pra vender o bandolim.
Seu Abidoral era um dos comerciantes antigos da cidade… Comprou, imediatamente. Não sei se pra revenda ou esperar tocando , a chegada dos filhos!
Bendita prole! De todos, conheço todos!
Ana Lúcia, Abidoral, Pachelly, Louro, Roberto, e Luciana (a caçula dos cachos de ouro!)...
Essa meninada, que cedo perdeu a mãe, está toda viva, e fazendo a história do Crato, em canto e versos… Com tudo registrado, em letras e fotografias!

Foto do acervo de Pachelly Jamacaru

Inesquecível !

Por José do Vale Pinheiro Feitosa


LIBERDADE É CONSCIÊNCIA DA REALIDADE - ENGANAR É DESUMANIZAR OS FATOS

Robert Fisk, jornalista inglês do The Independent, é a expressão exata que ainda há esperança nesta selva de "versões", de "servilismo", de "ativismo" que tenta manipular os fatos para sustentar determinadas políticas de Estado ou de classes sociais e econômicas. Fisk é o correspondente do jornal no Oriente Médio, faz jornalismo como referência humana, como sistematização de regras e instrumento da reflexão dos seus leitores sobre os fatos. Em recente artigo ‘Jornalismo’ de dizer o que é... como se não fosse*, traduzido no blog do Bourdoukan é lição de como as velhas práticas do nazifascismo e do stalinismo ainda são prevalentes no jornalismo mundial, especialmente o americano. Isso ele não disse, mas é muito evidente nas revistas semanais brasileiras e nos jornais diários. Vejam como ele vai fundo nesta questão:

"A cobertura manipulada torna mais fácil aceitar a guerra, e, há muito tempo, os jornalistas tornaram-se cúmplices dos políticos e governantes, no trabalho de tornar aceitáveis, para os públicos audientes e leitores, o conflito e a morte. O jornalismo de televisão, assim, se tornou armamento letal, adjunto no ofício de matar.


Antigamente, ainda podíamos crer – e cremos, não foi? – que os jornalistas devíamos “dizer o que é como é”. Leiam o grande jornalismo de guerra da 2ª Guerra Mundial, e entenderão o que digo. Os Ed Murrows e Richard Dimblebys, os Howard K. Smiths e Alan Moorheads não algemavam as próprias palavras nem mudavam os fatos que narravam, nem se engasgavam com a verdade ‘porque’ algum leitor ou ouvinte ‘preferia’ não saber ou ‘preferia’ saber coisa diferente do que de fato acontecera.


Portanto, é preciso dizer “colônia”, para o que é colônia; “ocupação” é ocupação; “muro” é MURO. Um dos últimos modos humanamente decentes de reportar a realidade da guerra é fazer-ver que guerra não é questão de vitória ou derrota. A guerra sempre é manifestação horrenda do total fracasso do espírito humano. Sempre é."

Com estas palavras Fisk encerra o seu artigo que se referia ao diálogo que tivera com um colega americano por ocasião da mudança deste do Oriente Médio. Achando que o colega iria com a sensação de ter perdido um grande assunto, Fisk ficou surpresa com a sua resposta: "guardasse meus lamentos para o jornalista que viria substituí-lo. Que partia com sensação de enorme alívio. Que, longe do Oriente Médio, estaria livre da tarefa de alterar a verdade, porque a verdade irritava muito alguns leitores muito falantes, do seu jornal."

E o colega de Fisk enumerou uma série de "censuras" nas palavras que eram promovidas com a finalidade de modificar a realidade em benefício do agente agressor. "Sempre escrevi que o Partido Likud, de Israel, é “da direita” – ele continuou. “Mas há algum tempo meus editores insistem para que eu não escreva... o que eu escrevia. Muitos leitores têm protestado.” E daí?, perguntei. “Daí... O jornal aboliu a expressão “da direita”, se se fala do Likud.” E assim a semântica para enganar foi ocorrendo por exemplo quando se fala na expropriação de terras dos palestinos: "colônias" virou "assentamento" que virou "bairros judeus". Do mesmo modo "terra palestina ocupada" virou sob a égide do ex-secretário Colin Powell "território disputado". O "MURO" que se constrói para separar os palestinos, invadindo o território deste povo, devido ao mal estar do Muro de Berlim, se tornou "barreira de segurança". Falando a respeito Fisk: "Assim, os palestinos que protestem violentamente contra cerquinhas e portões ficam automaticamente estigmatizados como pervertidos ou loucos. O modo de usar a língua escrita e falada contribui para a condenação dos palestinos."

Fisk lembra muito bem da semântica que diariamente inunda nossos jornais televisivos, em diversos assuntos, especialmente na guerra do Iraque: "Jornalistas dos EUA, praticamente todos, falaram em “soldados dos EUA”, nos primeiros dias do levante no Iraque — referindo-se às tropas norte-americanas invasoras; e falaram sempre em “rebeldes”, “terroristas” ou “remanescentes”, ao se referir ao regime deposto."

Quando recordo este tipo de matéria aqui no nosso blog regional, não pretendo levar ninguém à exacerbação. Não tenho a intenção de dizer que estas técnicas são males de uma determinada ideologia ou política. Apenas quero dizer que isso faz parte da massa de informações que recebemos diariamente. Que nenhum povo do mundo tem o passe livre apriorístico de uma vez tendo sido vítima de tais falácias, não as venha, também, cometê-las. Espero apenas que nosso espírito crítico seja qualificado sobre tais coisas, para que possamos nos humanizar ainda mais no sentido da nossa liberdade de expressão e de construir um futuro mais real e mais igualitário.

Saudosismo não mata , acata !

Lembrando Carlos Galhardo, e as tardes domingueiras, na vitrola do meu pai

Lembrando Paulo Barbosa e Pedrinho Mattar

Pavê de Natal



Pavê de Natal


Receita Clube Mais Você



Ingredientes

- um pacote de biscoito de amido de milho(200g) .
- raspas de chocolate ao leite e frutas cristalizadas para decorar :

PARA O CREME:
2 col.(sopa)de maisena,
2 latas de leite(use a lata de leite condensado vazia para medir),
1 lata de leite condensado
1/2xicara(chá)de frutas cristalizadas,
1 lata de creme de leite gelado sem soro


Modo de Preparo

Dissolva o biscoito no leite em uma panela,adicione o leite condensado e leve ao fogo baixo,mexendo até engrossar.Retire do fogo,misture as frutas,o creme de leite.Em um refratário médio,intercale camadas de biscoitos e creme,terminando em creme.decore com frutas cristalizadas,raspas de chocolate e sirva gelado

Por Cacá Araújo



El mundo es feo
es poluído demás, el mundo capitalista

Yo quiero una camarada que ame la lucha
y que en la lucha ame como los colibris
sin sair de la missión
sin que perca la ternura
mismo com el fuzil en las manos

Que el baton nunca manche la profundidad de su sensualidad
de mujer
de deusa

Que el baton de poeira e polvora
nunca negue la violência revolucionária de las balas
contra la burguesia

Sus lábios serán perseverantemente dulces
y dulces serán sus gestos en las noches de placer

Nuestras manos serán firmes
serán el propio fuego
y nuestro fuego, explosión
y la revolución tendrá más una brasa llamuscante

Caminaremos com plumas bermejas en el sombrero
tres mil balas en el cinturión
y un millón de amor en el corazón

Corazón guerrillero, corazón proletário
sedento de liberdad

Te espero caminando
te quiero, camarada

Dulce, serena, nua y armada...

Te quiero, musa revolta
Te amo, mujer proletária!

Cacá Araújo

Cariricaturas - Edição especial





Título e capa, em estudo ( aceitamos sugestões)

Já sugeridos :

"Coquetel Poético"
"Caçadores De Versos"
"Pão de prosa e café de versos"
"Floresias - Prosas e poesias "
"Cariricaturas em prosa e verso - Edição Especial"


Prefácio de José Flávio Vieira
Contracapa de José do Vale Feitosa


-Sem ônus para os escritores.
-Número de textos por autor : 2 + release + fotografia
-Reciprocidade : 5 livros para cada autor.


Autores convidados: todos os nossos colaboradores !


-Os textos deverão ser enviados para o e-mail de Stella ,até no máximo, 15 de Dezembro de 2010.
-Fase de revisão : o tempo necessário .

- stelasiebra@yahoo.com.br

Corujinha baiana responde à minha saudade ...



Quem sou eu

Ainda ontem pensava que não era mais do que um fragmento trêmulo, sem ritmo na esfera da vida. Hoje sei que sou eu a esfera, e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim. Eles dizem-me no seu despertar: " Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia sobre a margem infinita de um mar infinito." E no meu sonho eu respondo-lhes: "Eu sou o mar infinito, e todos os mundos não passam de grãos de areia sobre a minha margem." Só uma vez fiquei mudo. Foi quando um homem me perguntou: "Quem és tu?" ( Kahlil Gibran )
Corujinha Baiana

O Pavão Misterioso - Livro de Ronaldo Correia Lima e Assis Lima

Foto e poema - Nívia Uchôa


Entre galhos e folhas vejo as cores do dossel
que sai da floresta e adormece meus pensamentos
cálidos por ti
Afetos pelo chão em palavras mistérios
 sérios por ti
Como a nudez traduzida em sonhos alheios
Me vejo nessa tiresia sem fim
Assim como diz meu convexo da tarde treze
Em meu dossel me vi na penumbra oca
A esperar a noite a passar
Enquanto a lua não vem
Faço poemas para meu dossel da noite



Nívia Uchôa

Helena de Tróia




A mitologia grega a descrevia como a mais bela das mulheres.

Apesar de casada com Menelau, Rei de Esparta, Helena apaixona-se perdidamente por Páris , o charmoso príncipe de Tróia. Os dois amantes fogem para Tróia, onde o Rei Priam , pai de Páris, lhes dá guarida. Tal situação desencadeia a guerra, com o impiedoso Agememnon , irmão do Rei, a liderar o portentoso exército espartano até às portas da cidade fortificada. Ao cabo de um penoso cerco de dez anos, os Gregos conseguem finalmente entrar na cidade usando o famos Cavalo de Tróia, encetando a batalha que decidirá o destino dos dois império.

Conta ainda a história que Helena e Menelau foram enterrados juntos, mas há uma outra versão; nela se afirma que, após a morte de Menelau, Helena foi expulsa da cidade. Fugiu para Rodes onde foi enforcada pela rainha Polixo, vingando-se dessa forma da perda do marido na guerra de
Tróia. Existe ainda uma terceira versão que encontra Helena casada com Aquiles, vivendo tranqüilamente por muitos anos. Provavelmente tudo isso é a junção de muitas histórias contadas por Homero como uma só e tudo o que sabemos sobre a Guerra de Tróia e o rapto de Helena, é que provavelmente tudo seja muito mais fantasia do que realidade.

Antes de hoje - por Socorro Moreira




Ontem  passei momentos abençoados, na VIVENDA DA ALEGRIA, casa da Professora Virgínia.
A viagem até lá já é um mantra com algumas tensões.
Pela primeira vez tive que mostrar a carta de motorista e os documentos do carro.
E como Zé Flávio sabe, precisei de orientações. Mas não foi o caso de multas: entrei na contramão!
Sem bebidas (exceto suco de mangaba), e andando devagar nossos anjos de guarda não arredam as suas asas. Eles também ficam do lado de quem precisa, e pede o seu socorro.
Mas eu quero falar dos pássaros da chapada. Virgínia os reconhece pelo canto. E o tempo que lá passei, sem sons urbanos , pude sentir a música ao natural.


Todos chegaram, incluindo uma nuvem  de borboletas amarelas, alimentadas pelo laranja dos flamboyands.
O terreiro de Virgínia é varrido como se lambe um prato No centro, a escultura de São Jorge, soberano, naquele reino.
Achei que conseguiria tirar fotos, anotar pensamentos num caderninho... Que nada!
Não dá pra captar e exteriorizar ao mesmo tempo.
Ou falamos ou amamos!
Foi um sábado deveras singular, embora tenha sentido saudades de Fátima, João Marni. & Cia
– Sorrisos insubstituíveis na minha vida.

Reflexão - por Socorro Moreira



O artista diz:
Enchi a tua casa de poesia e canções
Cantei o mar, suas praias...
E ajudei com encantamentos
O saber amar

O homem precisa entender o caos
(Reflexo de si mesmo)
E nele achar as soluções
Que harmonizam e equilibram
Não existem culpados, nem algozes.
O mundo todo é irresponsável.
Parte do mundo assume com responsabilidade
As conseqüências dos venenos
Nos manjares
Eu quero um mundo fraterno
Faço a minha parte?

Recebido por e-mail


EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO!

Fonte: Jornal de Brasília

Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o “cinismo” …dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas. Guedes desafia a todos que “tanto se drogaram nas últimas décadas que venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro”.
Leia o artigo na íntegra:
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.
Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente
intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca – e brasileira, por extensão. Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes
rastacuera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado. São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas décadas venham a público assumir:
“Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro.”
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.
Fim do artigo.
Falta dizer mais alguma coisa? Acho que não!


Dicas Para Pensar. Liduina Belchior.

Amanheci pensando nas postagens da semana no Cariricaturas: Pássaros (foi a tônica) , Eterna Adolescência, Prendas,Felicidad por Cacá, Invicta Judite, paisagens lindas, poemas diversos, inclusive os de pleno torrão regional por Assis Lima, somando aos artigos maravilhosos dos nossos mestres.

Ai, sem saber porque lá vem o tema AMOR mais uma vez. O amor é engraçado e grande. Ele aumenta e se solidifica a medida que sua frequência em estar junto ao outro, habitar mesmo dentro do outro acelera. É tão simples amar. Não é nada complicado. Rita Lee traduz bem meu pensamento em uma de suas músicas, quando diz: "Chega mais, chega, chega maaaaaiiiiiss"... Quanto mais vai " amiudando" a presença junto ao ser amado mais cativante se torna esse sentimento. É essencial dizer um "alô", um "oi", "to indo dormir", vou viajar, cheguei, passei só para um beijo, elogiar a beleza um do outro mesmo que apenas eles vejam essa "boniteza", uma pitadinha saudável de ciúmes e uma pequena preocupação com a vida do ser querido.

Se não existir este aconchego o amor vai se "dismilinguindo", ficando sem tempero, e puff... Morre. Esse estigma de amor sem cobrança, amor sazonal, é para quem quem não quer e NÃO SABE AMAR.
Faustão em de seus programas de domingo, perguntou a atriz Maitê Proença por que tanto tempo com a mesma pessoa? Ela respondeu: " Porque ele sabe amar bem". Simples não, "galera'? Outra dica é não ter medo de dizer: Eu te amo, você é importante prá mim...Acaso o ente querido fique convencido, arrogante, por isso, sintomaticamente é uma pessoa insensível; Não serve para ninguém amar.Eis o meu recado de hoje. Bom domingo a todos.

Dedico este texto a Luiz Carlos.