Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EXPOSIÇÃO HISTÓRICA DE LEONARDO DA VINCI - Por Edilma Rocha


A National Gallery de Londres acolhe uma exposição histórica de quadros de Leonardo da Vinci do final do século XV.

Está tudo pronto para a abertura de uma exposição sobre obras de Leonardo da Vinci que, de acordo com os organizadores, é a coleção mais compreensiva  de sempre do pintor italiano.

Intitulada " Leonardo da Vinci: pintor na Corte de Milão ". a exposição foca-se no período de 18 anos, entre as décadas de 1480 e 1490, que o pintor passou ao serviço de Ludovico Maria Sforza, Duque de Milão, e onde criou algumas das suas obras mais famosas.

Das 20 pinturas de Leonardo da Vinci, que se sabe terem sobrevivido até os dias de hoje, a National Gallery reuniu nove para a exposição. Em declarações reproduzidas pelo "Financial Times", Luke Syson, curador da exposição, destaca a relevância da coleção.

A coleção foi resultado de negociações entre os responsáveis de museus da Itália, EUA, Rússia, França e Polónia. Além dos quadros, foram cedidos 30 desenhos pela Rainha Isabel II, nunca vistos em público.

Serão vendidos 500 ingressos por dia e a amostra vai até 5 de Fevereiro de 2012.

Fonte - Arte na Atualidade

INSEGURANÇA - Por Edilma Rocha


Fortaleza, a bela Capital do Estado do Ceará, com seus belos prédios, condomínios de luxo e enormes mansões particulares sofre a insegurança nos dias atuais.
A procura dos moradores por proteção acontece de forma diferenciada. Muros altos, imensos portões, cercas elétricas, monitoramentos, câmara de vigilância e a procura por firmas particulares com carros e motos 24 horas, que tentam proteger aqueles que possam pagar. Os assaltos são constantes.
A cidade apresenta uma orla marítima bem cuidada para receber os turistas que chegam de outros Estados Brasileiros e Países estrangeiros. A Fortaleza Bela investe na preparação da cidade para o Natal que vem aí. A Catedral recebeu iluminação especial, as crianças do coral infantil ensaiam a todo vapor para a apresentação natalina no antigo prédio do hotel "Exelsor" na Praça do Ferreira e este ano a decoração das imensas árvores recebem os "fuxicos" coloridos fazendo uma sequência do artesanato popular, depois das velas das jangadas, redes e rendas do Ceará.
O transito virou uma loucura nos horários de pique entre as obras intermináveis do Metro que se arrastam à anos. Vem aí a Copa das Confederações e o Castelão está a todo vapor, sem falar nos túneis e viadutos que preparam a modernidade no caminho entre o Centro de Convenções e o esperado futebol para os cearenses.
Entre a tudo isso estão instaladas as inúmeras favelas onde se abrigam os assaltantes, marginais e viciados junto aos moradores pobres com seus problemas sociais.
Nos bairros elegantes as recomendações da segurança são variadas. Circular em carros fechados, de preferência com vidros escuros; nunca receber panfletos ou  ajuda dos flanelinhas; se chegar em casa e ver algum carro ou moto por perto, dar a volta no quarteirão e jamais acionar o controle eletrônico sem total segurança.
No meio ao transito os arrastões são frequentes nos fechamento dos sinais. Reagir, jamais! Tudo em volta é suspeito. O flanelinha é viciado e está sempre doido e as balas são trocadas entre os traficantes num possível ajuste de contas, que de vez em quando atingem pessoas inocentes. Os acidentes e mortes causadas pela imprudência de motoristas embriagados está cada vez maior. Quando se escuta um estrondo, com certeza é mais um caixa rápido explodido. A quantidade de crianças pedintes assusta, principalmente neste período do ano.
São muitas viaturas do "Ronda", da Polícia Civil e Rodoviária e Ambulâncias que pedem passagem, apressados. Mas os criminosos são maioria. Se assistimos os jornais policiais ficamos impressionados com a quantidade de pessoas assassinadas durante a noite e o dia.  A droga corre com rapidez e os policiais não conseguem dominar as áreas do tráfico que mudam constantemente. Mata-se por qualquer motivo banal, as vidas nada valem. Notícias como a morte a pauladas e pedradas de um menino de 11 anos por dever 30 reais pela compra de um celular usado, causou revolta e dó dos policiais e população. Outro que devia 10 reais a um traficante, pagou a vida em 10 facadas. E o malandro dizia na maior gíria que cada facada era 1 real devido. A que ponto chegou a insegurança. Vidas sem preço...
O que mais revolta é que na maioria dos crimes, o praticante é menor de idade que a polícia prende e o juizado solta. De volta as ruas, matam e assaltam outras vezes. Sem punidade. Não podem ficar presos porque são menores viciados e não respondem por seus atos. São assassinos soltos por aí...
Mas no nosso País, menores com 16 anos podem escolher os nossos governantes através do voto popular.
Quem já sentiu na pele pelos seus filhos que sofreram a assaltos a atentado à vida, como eu, não pode deixar de sentir indignidade pela insegurança nos dias atuais.

Edilma Rocha

A Porta do Desconhecido - Dihelson Mendonça


MONSTROS NÃO EXISTEM !


Era uma vez um grande reino, cujo soberano se tornou famoso pela forma peculiar e impiedosa de tratar seus inimigos; A estes, após prender durante meses nas masmorras do seu suntuoso castelo, mandava buscá-los para uma sessão de tortura física e psicológica, quando mostrava então ao prisioneiro duas possibilidades:

"Se queres, podes escolher. Do meu lado esquerdo está essa fila de arqueiros, que te flecharão, e morrerás instantaneamente. Do meu lado direito está essa imensa porta e ninguém sabe que tipo de coisa tu poderás enfrentar lá. Apenas eu sei."

Todos escolhiam ser mortos pelos arqueiros, com mêdo do que poderia existir por detrás daquela imensa e tenebrosa porta. Afinal, que tipo de monstros tão pavorosos encontrariam ? Quão enormes seriam as dores e sofrimentos ?

Passados alguns anos, o reino entrou num período de paz, quando o vizir perguntou ao Rei:

"Afinal, meu senhor, o que há por detrás daquela porta que todos temiam ?"
O rei lhe respondeu: "Abre, e vê com teus próprios olhos!"

O vizir, tomado de medo, começou a abrir aos poucos a imensa porta, quando raios de luz começaram a entrar, percebendo que esta dava para um lindo e imenso jardim.

O rei então lhe disse:

"Por todos esses anos, eu os ofereci duas chances: A de serem mortos e a de enfrentar o desconhecido. Todo o tempo, lhes ofereci a possibilidade da liberdade, mas eles, com mêdo, preferiram ser mortos pelos arqueiros..."

- Quantas vezes nos defrontamos com imensas portas do desconhecido, e por medo de monstros imaginários, preferimos ir por caminhos já percorridos ? Afinal, monstros e bestas-feras só existem na imaginação dos fracos de espírito. Os dois maiores monstros que podemos encontrar em nosso caminho, são apenas o mêdo e a ignorância.

Dihelson Mendonça
04/07/2008

QUEM FOI O ALMIRANTE ALEXANDRINO..

A família Alencar, deu ao Brasil grandes nomes. Homens que, por seu heroísmo e sentimento patriótico ainda hoje são exemplos de brasilidade. Entre os grandes nomes da historia politica brasileira, destacamos a figura impar do Almirante Alexandrino. Nome de Rua na cidade de Crato, seu nome figura entre os nomes históricos da região sul do Brasil, notadamente São Paulo e Paraná.

Nome completo Alexandrino Faria de Alencar, foi um grande Almirante da Marinha Brasileira, e é um legítimo representante da família Alencar, cuja nascedouro se deu a partir da cidade de Exu, no Pernambuco.

O Almirante Alexandrino era filho do Capitão do Exercito Alexandrino de Melo Alencar e de Ana Ubaldina de Faria, e neto do General Pedro Rodrigues de Melo Labatut e Archangela de Carvalho Alencar, e bisneto de João Pereira de Carvalho e Inácia Pereira de Alencar que era filha de Joaquim Pereira de Alencar e portanto tetraneto de Leonel Pereira de Alencar, pioneiro da família Alencar no Brasil.

Alexandrino de Faria Alencar, nasceu no dia 12 de outubro de 1848, na cidade de Rio Pardo – RS, e faleceu em 18 de abril de 1926. Foi militar, Formado em Engenharia Naval pela Escola Naval do Brasil, e o grande herói da batalha Aquidabán: histórico do combate de 16 de abril de 1894 em aguas de Santa Catarina durante a Gerra do Paraguai. Exerceu os seguintes cargos Públicos: Ministro da Marinha e Ministro do Supremo Tribunal Militar.

Exerceu mandato de Senador da república nos anos de 1906 e 1921 a 1922, tendo recebido as homenagens de Cavaleiro da Ordem de Aviz, a Medalha de Mérito Militar, Medalha da Campanha do Paraguai concedida pelo Brasil, Medalha da Campanha do Paraguai concedida pela Argentina.
Seu filho, Armando de Alencar foi Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o neto Fernando Ramos de Alencar foi embaixador do Brasil

VITROLA VIRTUAL- Benny Goodman - Sing Sing Sing


RÁDIO CHAPADA DO ARARIPE

www.radiochapadadoararipe.com


Acima: Um dos clássicos do Jazz, na interpretação da grande orquestra de Benny Goodman, "Sing Sing Sing" - Participação do baterista Gene Krupa.

Hoje no VITROLA VIRTUAL, trazemos um dos clássicos do Jazz, a música "Sing Sing Sing" de um dos maiores clarinetistas da História, Benny Goodman. Goodman, juntamente com Artie Shaw são considerados os maiores nomes do clarinete no Jazz. Pegue seu par e dance ao som da grande orquestra do Benny Goodman, como se fazia nos anos 40 e 50, ao som de Sing Sing Sing... Ouça essa e outras melodias imortais no programa Noite Cultural da Rádio Chapada do Araripe internet - Sempre a partir da meia-noite. www.radiochapadadoararipe.com

Benjamin David Goodman era filho de um alfaiate e sua família tinha poucos recursos. Começou seus estudos musicais na sinagoga que freqüentava e na Hull House. Menino prodígio, fez sua primeira apresentação aos 12 anos, no Teatro Central Park de Chicago, e logo passou a tocar com músicos adultos. Goodman estudou clarineta desde cedo, tendo formação musical clássica na época em que Chicago entrava na era do jazz, vindo de New Orleans. Em 1926, aos 16 anos, juntou-se à banda do baterista Ben Pollack, fundada dois anos antes, e com ela fez seu primeiro disco.

No início dos anos 1930, passou a participar de gravações com diversos grupos de jazz, entre os quais os de Red Nichols, Joe Venuti-Eddie Lang e Jack Teagarden, até poder formar a sua própria orquestra, em 1934. Um programa de rádio divulgou a orquestra, que se tornou muito popular, sobretudo depois do sucesso obtido na apresentação no Palomar Ballroom de Los Angeles, em 1935, e no Congress Hotel de Chicago, entre 1935e 1936. Goodman, com estilo, precisão e inventividade, foi reconhecido como O Rei do Swing e o mais genial clarinetista de todos os tempos. Sua fama não demorou a correr o mundo, iniciando a Era do Swing, que se estenderia por dez anos. Sua orquestra foi o primeiro grupo de jazz a se apresentar em público integrando músicos brancos e negros (Teddy Wilson, Lionel Hampton, Cootie Williams e Charlie Christian). No dia 16 de janeiro de 1938, Benny Goodman e sua orquestra foram consagrados no histórico concerto realizado e gravado no Carnegie Hall de Nova York. Nos anos 1930 e 1940, Goodman ajudou a projetar, além dos já citados, solistas como Harry James (trompete), Georgie Auld (sax tenor) e Jess Stacy (piano).

Sua orquestra tornou-se, em 1962, a primeira jazz band norte-americana a visitar a União Soviética. Como não podia deixar de acontecer, sua clarineta e sua orquestra seriam requisitadas pelo cinema, em vários filmes, como "Folia a Bordo" (1937), "Hotel de Hollywood" (1938), "Cavalgada de Melodias" (1941), "Noivas de Tio Sam" (1943), "Música, Maestro" (1946), entre outros, como "Entre a Loura e a Morena" (1943), com Carmem Miranda.

A história de sua vida foi contada no filme "The Benny Goodman Story", com Steve Allen como Goodman, e o clarinetista atuando na trilha sonora. Após 1945, Goodman limitou-se a tocar em grupos pequenos, além de ter atuado em orquestras clássicas como solista. Por motivo de doença, de 1970 a 1985 faz um intervalo em sua atividade artística. Sua volta se deu no Kool Jazz Festival de Nova York, vindo a falecer pouco depois.

UM TOMBO NO ESCURO - por Pedro Esmeraldo

Hoje pela manhã, ficamos perplexos quando observamos uma fila enorme de jovens tentando conseguir uma vaga através de concurso público para ser funcionário da Prefeitura local. Isso é uma aberração e um atentado ao poder aquisitivo do povo, pois acarretou enorme desperdício do bolso dos seus pais que há tanto vem sendo vilipendiado pelo excesso de cobrança de impostos das autoridades, quer Federal, Estadual ou Municipal, que nada vem contribuir com melhoramentos para reconquistar com obras favoráveis às atividades econômicas do nosso país.

Não é à toa que falamos em prol de defender a juventude a fim de sobressair-se com dignidade enfrentando lutas que a encaminhem para o bem-estar e para uma velhice digna que venha lhe propor reconhecimentos de todas as atividades do passado.

Não queremos desmerecer esses jovens por que todos desejam ter uma segurança no decorrer da vida, visto que apesar dos parcos salários municipais, esses dignos jovens, pertencentes a toda região do Cariri, desejam também um lugar ao sol. Agora, perguntamos a essas próprias autoridades: por que não pensam em trazer melhoramentos satisfatórios para dar ao jovem melhores empregos, quer industriais quer agrícolas, empregando tecnologia que satisfaça aos anseios dessa juventude e que venham adequar toda a população do município dentro de um padrão moderno de vida, com uma educação acentuada para os dias de hoje?

O que mais nos revolta é que alguns políticos de todo o país não se preocupam com o desenvolvimento coletivo, mas comente o próprio bem-estar e, portanto, esquecem que foram eleitos para trabalhar em prol do povo e não para satisfazer a uma minoria que nada traz de bom para o cidadão comum.

Sabemos que a culpa é do próprio povo porque coloca esses homens no estaleiro e na sua vontade de subir ao pícaro da montanha para lá permanecer por vários anos, cuspindo na cara dos contribuintes e rindo à toa das desgraças alheias.

Para isso, é preciso que o povo acorde e venha a cobrar com precisão, avisando que eles estão lá para trabalhar em prol do povo e não para permanecerem alheios ao sofrimento deste povo.

Voltando ao assunto dos jovens, avisamos e ao mesmo tempo pedimos que sejam coerentes e dignos, colocando pessoas de gabarito para elaborarem e corrigirem as provas sem interferência de terceiros, cujo pensamento é só proteger os seus apaniguados, mesmo que sejam cultos ou analfabetos.

Desta sorte, se ouvirem o nosso pedido, estaremos gratos, pois todos torcem por uma melhoria de caráter e seriedade no comportamento do homem.

Para terminar pedimos a esses políticos que não deixem a juventude sozinha, tombando no escuro, mas que acorde para que faça uma carreira digna de respeito.

Autor: Pedro Esmeraldo

Crato-CE, 07/11/2011

Foto: Dihelson Mendonça

Apoio: Firenze Cosméticos

ESPELHO - Mahatma Gandhi



Perguntaram a Mahatma Gandhi quais são os fatores que destroem os seres humanos. Ele respondeu:

A Política, sem princípios;
O Prazer, sem compromisso;
A Riqueza, sem trabalho;
A Sabedoria, sem caráter;
Os negócios, sem moral;
A Ciência, sem humanidade;
A Oração, sem caridade.

A vida me ensinou que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável,

Que as pessoas são tristes, se estou triste,
Que todos me querem, se eu os quero,
Que todos são ruins, se eu os odeio,
Que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio,
Que há faces amargas, se eu sou amargo,
Que o mundo está feliz, se eu estou feliz,
Que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva,
Que as pessoas são gratas, se eu sou grato.

A vida é como um espelho: se você sorri para o espelho, ele sorri de volta. A atitude que eu tome perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim.

"Quem quer ser amado, ame"

Enviado pelo amigo Raimundo Nonato Rodrigues.

Cantos de sereia após a morte de “Cano”. Por: Eduardo Mackenzie ( Antonio Sávio )


O ocorrido neste 4 de novembro nas selvas do Cauca, entre Suárez e Mondomo, mostra uma vez mais o caráter errado da hipótese acerca do “conflito armado” colombiano. Onde estão os blocos sociais, políticos e militares que reivindicam a legitimidade do campo de Alfonso Cano? Salvo o minúsculo grupo de extremistas de sempre, que saiu a dizer que a morte de Alfonso Cano é algo “insensato” e “incrível”, ninguém mais lamenta a morte em combate desse implacável verdugo comunista.

Pelo contrário, desta vez são muito mais numerosas as vozes dos que pedem que, após a morte de Alfonso Cano o país avance para uma desmobilização real das FARC, do que as que exigem ir à uma “negociação”, leia-se capitulação ante elas. Em outras ocasiões, quando a Força Pública deu morte a altos chefes das FARC, os clamores em favor de uma “saída negociada” com os terroristas chegaram a eclipsar os dos que viam a derrota militar do narco-terrorismo como a única opção razoável. A tendência errada, 24 horas depois da morte do número um das FARC, parece haver perdido terreno.

Digo isto depois de analisar umas vinte declarações de personalidades políticas, intelectuais e religiosas do país. Pela primeira vez, o conceito de “desmobilização das FARC”, ocupa um espaço maior, enquanto que a noção de “saída negociada com as FARC” é deixada para trás. Essa tendência mudará de sentido nos próximos dias? Isso me parece impossível.

Em todo caso, a morte de Alfonso Cano é vista não somente com enorme alívio pelos colombianos e suas autoridades, senão como o começo de um desenlace lógico de uma situação de guerra criada por outros e que sempre careceu de sentido.

A morte do chefe das FARC gera - e isso é apreciável nos meios de informação consultáveis - um forte e vasto sentimento de agradecimento popular que atravessa todas as classes, grupo e camadas sociais, para com as Forças Militares, seus soldados e seus oficiais, para com o Governo de Juan Manuel Santos e, sobretudo, para com o ex-presidente Álvaro Uribe que continua sendo visto, com justa razão, como o forjador de uma linha política de inflexibilidade e combate sem trégua contra o terrorismo, que mostrou ontem de novo sua eficácia.

Entretanto, uns poucos pretendem romper a unanimidade anti-FARC. Carlos Lozano, diretor do semanário comunista Voz, trata de vender a idéia de que a morte de Alfonso Cano não tem nenhuma importância. “Eles [as FARC] têm sua capacidade de adaptar-se a qualquer circunstância trágica”, assegura. Para ele, a morte de Cano “não soluciona o problema da violência na Colômbia” (Radio Caracol, 4 de novembro de 2011). Ao contrário, essa morte, segundo esse chefe do Partido Comunista Colombiano (PCC), “prolongará o conflito de maneira definitiva”. O que deve-se concluir de semelhante cadeia de sofismas? Que as Forças Militares cometeram um crime ao dar baixa ao perigoso chefe terrorista, que melhor era haver-lhe deixado livre.

Cego e impiedoso, Carlos Lozano pretende interromper a onda de deserções que poderia desatar agora e aspira a que os homens e mulheres das FARC continuem matando e se deixando matar por uma causa que não tem futuro. Por isso, desde sua cômoda posição em Bogotá, e embora diga estar trabalhando “pela paz”, Lozano decreta a continuação da guerra. Lozano vai mais longe: pede ao Governo de Juan Manuel Santos que se lance a procurar uma “solução política negociada” com as FARC, como se a sociedade colombiana estivesse à beira do colapso e como se o Exército estivesse a ponto de perder a guerra.
Como esse não é o caso, a proposta do PCC da “solução política negociada” é absurda e seria tremendamente injusta, pois essa “solução” implica chegar a extremos muito ingratos: a deixar sem castigo a chefatura terrorista, a abrir as portas da sociedade, do Governo e do Parlamento aos que destruíram a vida, a paz e a prosperidade durante meio século, deixar na impunidade seus crimes horríveis e, finalmente, planejar com eles uma nova Constituição. O leitor imagina a “Constituição” que poderia sair desse abjeto conchavo? Mas tem algo mais. Essa “saída negociada” inclui dois outros pactos secretos: re-escrever a história desde o ponto de vista fariano e levar à emboscada judicial e ao cárcere os heróis que libertaram o país de gentes como Tirofijo, Martín Caballero, Jojoy e Alfonso Cano, entre outros. Pois o que os do M-19 conseguiram fazer até hoje contra os heróis militares que recuperaram o Palácio da Justiça e frustraram o golpe de Estado narco-terrorista, teria que ter, segundo esse bando, uma continuidade.

Carlos Lozano está só em seu clamor, mas encontrou em Gustavo Petro um aliado de última hora nisso da “saída negociada”, pois não é outra coisa a que está propondo o prefeito eleito de Bogotá. Gustavo Petro disse, com efeito, que “as vias do diálogo são as únicas possíveis na Colômbia” (El Espectador, 4 de dezembro de 2011). Em vez de exigir às FARC, como quase todo o mundo, a desmobilização, ele propõe àquelas e ao Governo insistir no “diálogo”. Sua frase acerca de que “o caminho da guerra só deixou quilômetros de tumbas” é hipócrita: com ela procura culpabilizar o Governo e, secundariamente, as FARC. Petro estima, além disso, que esse “diálogo” poderia culminar em uma nova Constituição: “A paz nos deu a Constituição de 91 e a opção da democracia”. A complementaridade entre a tese de Carlos Lozano e a de Gustavo Petro não pode ser mais evidente.

O governo, os partidos e a sociedade não deveriam permitir que o triunfo contra Alfonso Cano se converta em alavanca para fortalecer o discurso da capitulação ante o terrorismo. Alguns tratam de fazer isso. A agência ANNCOL, porta-voz das FARC, acaba de lançar uma nova impostura: que Alfonso Cano “morreu reivindicando a solução política”. Um refrão idêntico essa gente lançou quando Raúl Reyes foi abatido no Equador. Ele estava, disseram, “a ponto” de negociar a paz e de libertar Ingrid Betancur. O de agora é a mesma receita. Fazem isso pois pretendem que Cano, como os outros chefes das FARC, seja lembrado como um homem “de paz”, não como o imenso criminoso que foi.

Cano nunca fez gestos de paz. Onde estão os sequestrados que libertou? Quando ordenou que não atacassem nem seqüestrassem indígenas nem outros civis? Ninguém lembra de um só ato de boa vontade. Ninguém poderá esquecer sua ameaça de dividir a Colômbia em duas, após o fracasso do diálogos do Caguán, nem seu tenebroso “Plano Renascer”, nem suas ordens para infiltrar a justiça, nem seu costume de plantar minas em caminhos e veredas e até em escolas públicas, nem o traiçoeiro assassinato do major Félix Jaimes Villamil, comandante da Polícia rodoviária de Antioquia. Ninguém esquecerá dos ataques ao poliduto de Petronorte em Teorama, Norte de Santander, nem os dez militares assassinados recentemente em Fortul, Arauca, nem a emboscada em Tumaco onde mataram outros 10 militares em 21 de outubro passado, nem o seqüestro da menina Nhora Valentina Muñoz, de 10 anos, filha do prefeito de Fortul, nem o sinistro plano pistola contra as eleições regionais. Tudo isso é o que ANNCOL chama, na linguagem tarimbada do comunismo, de “reclamar uma saída política ao conflito”.

Tradução: Graça Salgueiro
Fonte: http://www.heitordepaola.com/
Postado por Antonio Sávio