Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

CADÊ VOCÊ MINHA AMADA - Cesar Augusto


Cadê você, minha amada
que sussurra aos quatro ventos
dizendo que acabou o silêncio
deixando-me só em pensamentos.
.
Cadê você que ama
Que ao me provocar
Acende a minha chama
e me faz reviver.
.
Cadê você tentação
que me leva em devaneios
Que me faz sentir
Meus mais leves anseios.
.
Cadê você saudade
Que me deixa em chamas
Que ainda queimam
Neste meu querer.
.
Cadê você silêncio
Que acende
Inunda com sua luz
Finge me querer
.
Ah, Luzes! Luzes ficam à sombra
machucam esse meu querer
Então quebre o encanto do silêncio
Traga-me sussurros e deixa acontecer.
.
Não me deixes
Traga mais uma noite
e me leve além do silêncio
Sòmente seu assim
Sòmente seu.


author desconhecido.


Um amor que se tornou antigo - Por Socorro Moreira


Deixou de ser criança
Foi prematuro
Viveu batalhas

Venceu e perdeu guerras
Sobreviveu
desacordado e cego. .
De repente saiu do túnel,
e encarou os olhos do coração
Olhos amorosos na compreensão.
.
Falta um brilho de encanto em teu olhar
Falta a pureza da entrega , sem questionar
Falta a vontade de correr só pra chegar
Mas a vontade de esperar, ainda resta !



Amor antigo ,
querendo ganhar cores
Querendo uma chance de viver
a matura tranquilidade
de um amor legítimo !
Amor antigo, recauchutado,
mudo, desesperado ...
Disperso no desejo novo.

Lacrimoso na tristeza doce
de saber que o amor não foi.
Esteve no estio romântico das horas
Nas madrugadas vazias ,
quando buscou o esquecimento
No clarão das estrelas que se acendiam
No dia ensolarado da consciência tardia...
Amor bandido, antigo, e ainda vivo !
.
socorro moreira

Projeto água pra que te quero ! - Poesia da Luz





Fotos : Nívia Uchôa

a sola do sol

A sola do sol
sobre meu couro cabeludo.

Dorzinha de cabeça
que há de me acompanhar

pelo resto da noite
quiçá pelo resto da vida.

Meu anjo da guarda sabe
até onde suporto
meu deserto florido.

Não direi nada ao travesseiro.
O porquê de lhe bater tão forte.
Espremer sua fronha na parede.
Torcê-lo.

Meu anjo da guarda só admira
minha nuca pulsando inquieta.

Sonhando com uma cibalena.
Sonhando com uma ampola de morfina.

A sola do sol no final de fevereiro
é furada.
Faz um estrago danado
lá dentro da minha alma.

Queima  meu juízo.
Me faz pensar sandices.
Bem mais que o comum dos dias.

UMA RARIDADE NO MUSEU DE ARTE DO CRATO

Esta imagem do Cristo de costas é a única de que tenho conhecimento. Tela premiada do pintor e restaurador Claudio Valério Teixeira, carioca, Secretário de Cultura de Niteroi e filho do Mestre Osvaldo Teixeira ( fundador do Museu Nacional do Rio de Janeiro ).
Tela doada para o Museu de Arte do Crato Vicente Leite na década de 70, através do idealizador e fundador, Bruno Pedrosa.
Trabalho expressivo pintado em óleo sôbre eucatex , e está em perfeito estado de conservação. Vamos em breve apreciar valores como este na cidade da cultura.
Aguardem !

Edilma Rocha

Correio Musical - De alguém pra alguém com amor e carinho...!

O paraíso de Virgínia Moura -( casinha na serra )- por Socorro Moreira





Ontem peguei a estrada (Crato x Nova Olinda). 22 km de verde e brisa fresca. Não atinei que era quarta-feira de cinzas. Parecia um dia novo de uma nova vida. Aspirava outros ares com boas intenções no coração.
A banca dos pequis e frutos silvestres marcava a estradinha de chão. Bem mais ali , chegamos !
Assustou-me a natureza tão linda e tão limpa. Bons cuidados na casa, em todos os sentidos. Comida em panela de barro, feita no fogão à lenha; tudo caipira, tudo muito natural. Rede na varanda , sons quase inaudíveis de pequenos bichos. E meu sangue sendo doce , pensei, vou atraí-los ! Mas não... ! Com exceção da morte de um escorpião foi tudo tranquilo e santo.
Dormi como um anjo, sem as dores dos últimos dias. Alegria, Vivenda da Alegria !
Bem abençoados Virgínia e Seu Nena, que cuidam da natureza, e Ela lhes dá o troco , em fortuna de uma vida simples , saudável, feliz !
fotos : Mônica Cabral

A poesia de Geraldo Urano

malandro do amor
roubando dentro da noite
informação vale ouro em nosso mundo
quem sabe onde ela está?
ela passou por aqui
gata acuada
pelos rifles dos policiais
faltasse água no mar
mamãe nem me fale nisso
quem sabe ela se escondeu lá
com sua calça amarela
com sua blusa de lã
sereia noturna no mar da vida

Letra de Capinam

Interblogs: sobre as mudanças na maneira de falar

Maurício Tavares, um cratense radicado em Salvador, Bahia, publicou, no blogue Cariricult, uma interessante matéria comentando uma recente publicação do Cariricaturas sobre a substituição de vocábulos que eram usados até recentemente por novas palavras (neologismos e termos estrangeiros, notadamente derivados do inglês). Ele propõe que esse assunto possa contemplar o linguajar típico do Cariri cearense e traz interessantes e oportunos esclarecimentos. Vale a pena dar uma lida. (Carlos Rafael Dias).

Quede, quedê, cadê

Por Maurício Tavares

Li no Cariricaturas um post sobre mudanças na linguagem que utilizamos no nosso dia-a-dia. Alguns exemplos são bem interessantes e acabam dando indício da idade dos que os usam. Por exemplo, chamar condicionador de creme rinse acaba sempre provocando boas risadas nos mais jovens como se o falante tivesse cometido um erro de grande dimensão. Por a lista ter sido feita em outro lugar (talvez copiada da Internet) alguns exemplos fogem ao que presumo se use no Cariri e no Nordeste de maneira geral. Apesar de Carlos Rafael ter contribuido com alguns exemplos senti falta do nosso caririense ri-ri (a pronúncia é rrirrí) que é como chamávamos o zíper que, por algum tempo, já foi chamado de fecho-éclair. Só descobri a origem dessa expressão recentemente quando participei de um banca de mestrado sobre moda.Quando fiz referência ao antigo uso de ri-ri na minha cidade uma professora da área de moda me disse que esse era o nome da marca dos primeiros zípers que chegaram no Brasil. Tenho uma preocupação obsessiva em atualizar meu vocabulário( dou aula para jornalistas) mas por um certo atavismo, talvez, gosto de manter a forma arcaica "quede" que antecedeu o uso de "quedê" e que por sua vez precedeu o atual "cadê". O uso de tal expressão é um forte indicador da origem interiorana do falante. Embora, como alguém já comentou pejorativamente, tenha pretensões cosmopolitas lá no fundo mantenho um laço com a minha infância pequizeira. Como diz o refrão de uma antiga música do Genesis "you got to get in to get out". É importante conhecer as raízes para escolhermos que tradições devemos manter e quais transformaçãoes são benvindas.

P.S. No post do Cariricaturas Carlos Rafael informa erroneamente que a palavra coquetel foi substituída pela expressão "coffee break". Na verdade a expressão coquetel ainda é usual e coffee break é o intervalo para o lanche (ou café) que se faz em congressos, reuniões etc.

Postado por Maurício Tavares no blog Cariricult
CONCURSO PARA PROFESSOR (a) SUBSITUTO (a) UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA - CARIRI - CEARÁ


Solicito o apoio de todos na divulgação do edital em anexo concurso professor substituto. Também divulguem o site www.urca.br

Atenciosamente,

Fábio Rodrigues
Diretor da Escola de Artes Reitora Violeta Arraes Gervasieau
Universidade Regional do Cariri - URCA
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino da Arte - NEPEA
Grupo de Pesquisa Ensino da Arte em Contextos Contemporâneos - GPEACC/CNPq
fone: (88) 3102-1194 - 3102-3054
curriculo lattes
http://lattes.cnpq.br/8911805265683899



Por Ana Cecília S.Bastos

Se a eternidade é um dia
palavra e densidade


um minuto.

Ensaio - por Ana Cecília S.Bastos

Escrever,
ainda,
sob a sensação do clandestino.
Certa mistura de lugar,
vestes e gestos.
O telefone ainda quebra a precária
composição.

Por Heládio Teles Duarte







Pedrinho, o mais novo candidato a vereador do nosso Cratinho.


Não perde mesmo tempo, em angariar votos, até mesmo a secretária municipal foi seduzida, pelos encantos e propósitos do nosso dissidente.




Heládio

É tempo de delicadeza

Na verdade espero que uma hora dessas anoiteça
Para que eu consagre a ti meu olhar de têmpera
No momento certo em que serei um espelho
Refletindo desejos em tua luz efêmera

Nas mãos trouxe um punhado de terra
Onde pisaram meus antepassados
No peito o sopro e cheiro dos meus pés de serra
Pra falar na língua dos encantados

Fundirei minha voz de tempestade
Na sagrada canção das seis horas
Da borra que sobrar da união de nossas realidades
Untarei teu peito, para reforjar os símbolos de outrora

Fique tranqüila, menina, é certeza
Teu carinho me invade
Não tema essa saudade
O amor é nossa fortaleza
Feche os olhos e adormeça
Não mais existe no mundo, a maldade
Vivamos a sutileza da felicidade
É tempo de delicadeza

Para refletir



O Universo é o campo onde Deus joga. Perceba sempre este fato com plena consciência e não haverá nada mais que necessites para uma existência feliz, pois então estarás em contato com Deus em cada coisa, através de cada pensamento, em todo lugar e a cada momento. (Sai Baba_

COMPOSITORES DO BRASIL


Noel Rosa - parte três
OS AMORES DE NOEL

Por Zé Nilton

Noel Rosa foi intenso em tudo o que fosse criatividade, inventividade e descoberta. De igual tamanho o foi no amor. Suas paixões foram arrebatadoras. Paixões fugazes, eternas, amores vividos e platônicos. Viveu seus 26 anos e alguns meses experimentando tudo o que tempo lhe permitiu.

Em se tratando de sua vida amorosa, muito dos vultos femininos ficaram registrados em sua obra.

Logo de início, diz o seu mais perfeito biógrafo, o escritor, compositor, ator e músico Henrique Foreis Domingues - o iniciador da vida artística de Noel – já aos 16 anos este iniciara suas experiências sexuais. “E mais tarde, já famoso, criador de canções populares, Noel teve várias aventuras amorosas, que narrava com detalhes a seus amigos”.

É lugar-comum não se encontrar beleza física em Noel. Mas naquela época – anos 20 e 30 – quem chegasse ao rádio com igual potência ao do “filósofo do samba” conquistava o coração e, muitas vezes, o corpo da mulher, amada.

Estamos falando de um tempo em que a música se revestia de certa delicadeza, de certa leveza... O tempo em que se musicavam poemas, poemas líricos, poemas de amor, de ternura... Do tempo em que havia o respeito pela palavra MÚSICA. Porque nem tudo seria gravado. Gravava-se a música que falasse ao coração, à pessoa, à sociedade, à brasilidade.

Diferente de hoje em que qualquer um que faça uma porcaria de ruído com dois tons, e se rebole em frente às câmaras ganha não só o privilégio de “ficar” com algumas, como vira uma celebridade nacional. Ó tempos, ó mores!

Neste último programa de uma série de três iremos enfocar e nomear os amores e os dissabores amorosos de Noel. Com isto estamos contribuindo para oferecer aos ouvintes através da memória histórica da MPB o (re)conhecimento de valores que ajudaram a construir a nossa identidade musical.

Não se está pura e simplesmente reafirmando o passado pelo passado. Falar de memória histórica é trazer para o presente o sentido da construção de um traço cultural – a música brasileira– que, por suas qualidades, representa muito de nossa nacionalidade.

Neste sentido, o eminente escritor e biógrafo Sergio Cabral escreveu: “ não há qualquer exagero na afirmação de que [ no campo da música Noel] é um dos pais de nossa nacionalidade”

Ouviremos:

Até amanhã, de Noel Rosa, com Noel Rosa;
Três apitos, de Noel Rosa, com Aracy de Almeida;
Estátua da paciência, de Noel Rosa, com o conjunto Coisas Nossas;
Feitio de Oração, de Noel Rosa e Vadico, com João Nogueira;
Cor de Cinza, de Noel Rosa, com Jardes Macalé;
Pra Esquecer, de Noel Rosa, com Nelson Gonçalves e Rafael Rabello;
Meu barracão, de Noel Rosa, com Caetano Veloso;
Pra que mentir, de Noel Rosa, com Paulinho da Viola;
Prazer em Conhecê-lo, de Noel Rosa, com Noel Rosa;
O maior castigo que te dou,de Noel Rosa, com Aracy de Almeida;
Só Pode Ser Você, de Noel Rosa, com Aracy de Almeida;
Quem Ri Melhor, de Noel Rosa, com Noel e Marília Baptista;
Último desejo, de Noel Rosa, com Quarteto em Cy;
Você vai se quiser de Noel Rosa, com Noel Rosa e Marília Baptista,
Eu Sei Sofrer, de Noel Rosa, com Aracy de Almeida.

Quem ouvir, verá !

Programa: Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri
Apoio. CCBN