Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Faleceu o advogado e bancário aposentado Hélio Teles Pinheiro


Faleceu o bancário aposentado do Banco do Brasil e advogado cratense Hélio Teles Pinheiro, filho Dona Ester e de Gilberto Dummar, saudoso radialista, que se notabilizou como um dos apresentadores do programa Juca e Jeremias, pela Rádio Araripe do Crato.

Hélio cresceu sob as sombras dos oitizeiros do antigo Parque Municipal, hoje Praça Alexandre Arraes, no bairro do Pimenta, em Crato, quando, na adolescência, integrou os movimentos artísticos cratenses e participou dos lendários festivais da canção que ocorreram em Crato na década de 1970.  

Funcionário aposentado do Banco do Brasil e advogado militante, também conhecido, entre os amigos mais próximos, pelo carinhoso apelido de “Manga Rosa”, devido à cor de sua face, - era uma pessoa que amava a vida em toda sua plenitude. Violonista, era um boêmio que alegrava os ambientes que frequentava, como o Restaurante Guanabara (O Neném) e, ultimamente, o Cantinho do Pimenta.

Pessoa amiga e amável, caridosa e prestativa, sempre tinha uma palavra de apoio e de carinho para com os seus interlocutores. Nos últimos anos, passou a frequentar assiduamente o Terço dos Homens, que acontece todas as quintas-feiras na Igreja de Nossa Senhora de Fátima.

O seu exemplo de pessoa íntegra, honrada e ética foi motivador da construção de um enorme leque  de amizades sinceras e perenes. Portanto, sua partida desta dimensão física, deixa uma profunda tristeza e uma imensa saudade em todos aqueles que tiveram o privilégio do seu convívio.

Nonato Luiz - Emerson Monteiro

Nestes próximos dias 20 e 21 de abril, sexta-feira e sábado, no Auditório da Rádio Educadora, em Crato, e no Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, respectivamente, às 20h, dar-se-ão shows comemorativos aos 35 anos de carreira do artista cearense Nonato Luiz, consagrado no mundo inteiro, e que agora vem ao Cariri para reencontrar seu público em noitadas musicais do mais alto nível, como avaliaram noutros lugares os melhores críticos.

Um dos onze filhos de Pedro Luiz, agricultor, violeiro e repentista, Raimundo Nonato de Oliveira nasceu em 1953, no vilarejo de Aroeiras, município de Lavras da Mangabeira, sul do Ceará. Ainda na infância, ganharia um cavaquinho e descobriria a música através do rádio e das apresentações dos tocadores do sertão, músicos que marcariam sua vida, sanfoneiros que animavam as festas do lugar onde vivia. Aos 11 anos mudou-se com a fimília para Fortaleza. Dois anos depois, começaria estudos de violino junto ao Conservatório Alberto Nepomuceno, da Universidade Federal do Ceará, quando se desenvolveu na técnica, sendo, então, convidado pelo maestro Orlando Leite para a Orquestra Sinfônica Henrique Jorge, na qual permaneceria por dois anos. Observou, nesta fase, sua indentificação instrumental com o violão. Aprofundou conhecimentos musicais por meio dos autores clássicos, dentre eles, com destaque, Mozart e Beethoven, distinguindo sua intuição voltada também para as origens populares da nossa música, escutando Valdir Azevedo, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Luiz Gonzaga e outros intérpretes.

- Numa fase mais madura, interessei-me pelo trabalho de Baden Powell, no campo do violão popular, e Andrés Segóvia, na área erudita.

Também foi importante meu convívio com o violonista clássico Darcy Villaverde, amigo e parceiro carioca, com quem percorri grande parte do Brasil, em inesquecível turnê – afirma Nonato Luiz.

No ano de 1977, iniciou o Curso de Licenciatura em Música, também na Universidade Federal cearense, que interrompeu dois anos depois, ao se transferir para o Rio de Janeiro e iniciar carreira profissional como violonista. Das aulas, no entanto, obteve muitas informações sobre teoria musical, harmonia, arranjos e sobre outros instrumentos. Como autodidata, estudou intensamente a obra dos compositores brasileiros.

- Assim os adaptei para o violão e executei, como o faço até hoje, as maravilhosas composições desses mestres. Ao mesmo tempo, recebi deles a influência que dá alicerce às minhas composições – assegura o artista.

Nonato Luiz é ocupante da cadeira n.º 18 da Academia Lavrense de Letras, possui mais de 500 composições musicais e de 30 discos gravados e viaja noutros países a propagar o tesouro musical brasileiro, a demonstrar a qualidade do talento por todos respeitado.

O Cartão-de-Natal do Príncipe Dom Luiz -- 1

 
Todo início de ano é a mesma rotina. Passada a temporada natalina junto os Cartões-de-Natal recebidos e seleciono alguns para guarda-los, por trazerem mensagens construtivas, dotadas do Pulchrum (*) e calcadas em perenes princípios e valores. Este ano mais uma vez  guardei o Cartão-de-Natal recebido do Chefe da Casa Imperial Brasileira, Dom Luiz de Orleans e Bragança.

Interessante como muitos brasileiros ficam espantados com o simples fato de saber que no Brasil ainda existe uma Família Imperial. A imensa maioria do nosso povo é  informado apenas pelos noticiários da televisão, estes, infelizmente, direcionados para mostrar a decadência dos costumes. No Brasil, o mal foi disseminado de tal maneira que – nos dias atuais – os problemas nos agridem até no recinto do nosso lar. Basta assistir a um noticiário da televisão para sentir o estágio da crise: a família está sendo destruída pela imoralidade e corrupção dos  costumes; as drogas campeiam desviando os jovens; assaltos, sequestros... A sensação que temos é que tudo está a ponto de naufragar e que todos seremos vítimas da tormenta.

Mas, como ia dizendo, o Brasil possui uma Família Imperial. Melhor ainda, esta família é tida e reconhecida  como uma das reservas morais da nação. Isto posto, permita-me transcrever a mensagem recebida do Príncipe Dom Luiz, na qual homenageou a memória de sua mãe, Dona Elizabeth da Baviera de Orleans e Bragança, alemã de nascimento falecida em 13 de maio de 2011. A conferir abaixo:
(*)Pulchrum: belo




Armando Lopes Rafael

O Cartão-de-Natal do Príncipe Dom Luiz -- 2

“Na mensagem natalina deste ano de 2011, meu olhar volta-se já saudoso para a figura de minha querida Mãe, a quem Deus Nosso Senhor aprouve chamar a Si, no dia 13 de maio último. Os limites naturais destas breves linhas não comportam quanto afeto filial teria para externar.

Mamãe integrou o limitado número daquelas Princesas a quem o casamento conduziu a terras distantes. Não imaginava ela, por certo, em sua juventude na Baviera, passar a maior parte da vida, que muito longa seria, do outro lado do Atlântico.

Assim ocorreu pelo feliz consórcio com meu Pai, o Príncipe D.Pedro Henrique, numa união que atendeu judiciosamente aos interesses das duas Casas – Orleans e Bragança e Wittelsbach – e aos ditames de coração dos dois jovens Dinastas. Casando-se com o Chefe da Casa Imperial do Brasil, Mamãe passava a ter seu destino indissociavelmente ligado ao deste grande País, tornando-se Mãe dedicada e extremosa de doze príncipes brasileiros.

Chegada do exílio a Família, ao fim da II Guerra Mundial, o primeiro contato de Mamãe com seu “Novo Mundo” foi em Petrópolis, por breve tempo, seguindo de alguns anos no Rio de Janeiro, na placidez de uma casa na Urca. Em 1950 meu Pai estabeleceu-se como fazenderio no Norte do Paraná, então verdadeira terra da promissão que atraía brasileiros de todas as partes. Foi esse certamente o período mais marcante de nossa vida como família, aquele em que a identificação com o Brasil, definida pelo berço, mais se imprimiu em todos nós. Na metade dos anos sessenta, quando a maior parte dos filhos buscava o ensino superior, veio a mudança para Vassouras. Com a morte de meu Pai, em 1981, Mamãe passou a ser a alma do convívio familiar, que se ia dilatando pela chegada de muitos netos.

Na fotografia que escolhi para ilustrar este cartão, reluzem os predicados que tanto a caracterizavam: dignidade, grande distinção, brilho natural, sensibilidade, firmeza de caráter; atributos estes que se manifestavam nas mais variadas situações, desde a simplicidade da vida doméstica ao luzimento de salões do Rio ou de São Paulo. Sempre igual a si mesma, Mamãe deixou por todo o Brasil, em quantos a conheceram, funda impressão de afabilidade e autenticidade como Princesa.

Mas foi a fé, recebida de seus maiores, o dom mais precioso que transmitiu e inculcou em nós, seus filhos. Naturalmente bondosa, era igualmente firme quando estavam em jogo os princípios cristãos que constituem o fundamento da existência e do lar, bem como o cumprimento do dever.

Nas numerosíssimas mensagens recebidas por ocasião de seu falecimento, o pensamento mais presente – e que muito nos consolou – foi o de ter ele coincidido com o aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, como a indicar o beneplácito de Deus Nosso Senhor em sua acolhida.

Recordando a figura afável, dedicada e piedosa de minha querida Mãe, neste Natal deposito confiante aos pés da Sagrada Família, uma prece filial por ela, bem como uma prece particular por toda a Família Imperial, por este Brasil que tão carinhosamente acolheu minha Mãe e por todos os brasileiros, especialmente os que aspiram à restauração das fibras mais autênticas da nacionalidade, nas vias da civilização cristã.

Luiz de Orleans e Bragança