Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 20 de abril de 2010

Vila Arajara , um reduto de longevidade - por Heládio Teles Duarte




Nesta pequena vila, encravada no sopé da chapada do Araripe, temos umas das médias de vida mais altas, da região centro nordestina; 92 anos. Qual a receita? Aí está a resposta: águas cristalinas das fontes, verduras em abundância, torresmo, paneladas, etc... e uma pinga, sem corantes, para suportar as longas noites de baralho. Algo mais, sim : AMBIÇÃO ZERO!


Heladio

Projeto água pra que te quero ! - Nívia Uchôa





maçã

Não te apiedes
do que acabaste
de escrever.

Nunca está acabado.

Não termines nunca o poema.
Deixa constante a eternidade.

Não sofras pelo esquecimento.
Verso que some é um pródigo.

Mas se regressar à tua mente
o filho manco

não sejas mesquinho:
aceita-o.

Dança, vibra:
sê do tambor a pele.

As estrelas estão com sono?
Dá-lhes um pouco do telhado.

O perfume das telhas
(por tanto orvalho)
De noite encanta
quem ainda costuma
dormir de olho aberto.

Por Norma Hauer

A LAMENTAR...E MUITO!!!
A 20 de abril de 1889 nasceu, em Braunau am inn (Áustria) aquele que viria a ser o maior ditador de todos os tempos: Adolf Hitler.

Seu maior crime, porém, não foi levar a Europa à guerra, mas provocar o HOLOCAUSTO, na tentativa de exterminar todos os judeus da face da terra.

Não conseguiu, mas seus campos de concentração ficarão para sempre na memória dcs que por lá passaram e sobreviveram, assim como a histórta os mostrará a todas as gerações de judeus presentes e futuras.

E também a não judeus para que esse verdadeiro genocídio não se repita.

Quanto às guerras, essas não terminarão nunca.

Haja vista o Iraque, o Afganistão, antes a Coréia, o Vietnã... E todos os lugares onde os americanos dominam e matam.

Mais do que guerra, o que eles fazem com as potentes armas de hoje são MASSACRES.
A guerra na Europa durou 6 anos, o massacre no Iraque já completou 7 e parece não ter fim.

Hitler os invejaria.

Norma

Ai, que saudade de Amélia - por Norma Hauer

Socorro,
foi bom você lembrar Ataúlfo Alves na data em que se lamenta seu falecimento (20 de abril de 1969).
Ouvir uma de suas músicas é sempre um prazer.

Como ele nasceu em 2 de maio de 1909 deixo para a data do próximo dia 2 o comentário sobre esse grande comnpositor.

Aqui deixo a letra de um samba que tem uma das mais belas frases que ouvi em alguma música;
"Eu era feliz e não sabia"

TEMPOS DE CRIANÇA
Autor: Ataúlfo Alves.

Eu daria tudo que tivesse
P'ra voltar aos tempos de criança...
Eu não sei p'ra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança.

Aos domingos missa na Matriz.
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí.

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o " Be a bá",,,
Onde andará Mariazinha,
Meu primeiro amor, onde andará?
Eu, igual a toda meninada,
Quanta travessura eu fazia...
Jogo de botões pela calçada...

Eu era feliz e não sabia".

Norma

Cidade maravilhosa - por Norma Hauer

Porque esse título nesta matéria?
Porque foi ela que, em 1934, gravou, juntamente com o autor, pela primeira vez 'CIDADE MARAVILHOSA".

A cidade do Rio de Janeiro já era denominada MARAVILHOSA ainda no começo do século 20, porque esse título lhe foi dado pelo escritor Coelho Neto.

Mas ela, a cantora que deu "vida" à marchinha, nasceu no dia 20 de abril de 1915, aqui no Rio de Janeiro. Seu nome, Aurora Miranda da Cunha, ou simplesmente AURORA MIRANDA.

Ela foi grande, tão grande quanto sua irmã famosa (Carmen Miranda), mas esta, mais exuberante, mais ousada, quase a ofuscou.

André Filho, que já lhe dera para gravar um bonito "Bibelô", ao compor sua
“Cidade Maravilhosa", deu-a para que ela tivesse a primazia de gravar aquele que, anos mais tarde, se tornaria o Hino de nossa Cidade, ainda maravilhosa.

Foram, ela e sua irmã Carmem, as primeiras "Cantoras do rádio"..

“Nós somos as cantoras do rádio
Levamos
a vida a cantar..."

Antes de o rádio abrir-lhes as portas para a fama, os cantores populares apresentavam-se em teatros, circos, feiras e qualquer lugar onde houvesse público para aplaudí-los.

O rádio levou-os para as casas desse público e ali, Aurora Miranda desabrochou com sua voz afinada, bonita, parecida com a de sua irmã, mas com personalidade própria.

Ela também esteve em Hollywood.
Com as figuras de Walter Disney (Zé Carioca à
frente) foi a atriz principal de "Você Já Foi à Bahia?", "dançando" com Pato Donald e companhia.

Ela viveu 90 anos, nascida que foi em 1915 no mês de abril (dia 20), sob o signo de Áries, que abre o ano zodiacal.
Faleceu no mês de dezembro de 2005 (dia 23) mês que fecha o calendário oficial.

Norma

Mentes, mente- por Everardo Norões



Justificar
O primeiro autômato a desafiar a mente humana foi intitulado “O Turco”. A geringonça foi construída em 1769 por um certo Johan Wofgang von Kempelen, escritor, inventor. Edgar Alan Poe, escritor de gênio, estudou detidamente os pequenos detalhes visíveis do funcionamento do intrigante aparelho que jogava xadrez e teria induzido à derrota até mesmo Napoleão. Após assistir a inúmeras apresentações do autômato, Poe logo perceberia que “O Turco” não era “pura máquina”. E antes de o embuste ter sido desfeito na prática, o escritor já havia colocado em ‘xeque’ o estranho engenho. Segundo sua opinião, uma verdadeira máquina não poderia perder uma única partida. Os argumentos utilizados por Poe para desvendar a farsa estão contidos no conto/ensaio O jogador de xadrez de Maelzel, do livro Histórias extraordinárias. A nosso ver, esses argumentos avançam alguns daqueles que seriam utilizados, mais de cem anos depois, no famoso Teste de Turing. Alan Turing foi o matemático britânico que concebeu um teste, numa publicação de 1950 (Computing Machinery and Intelligence), para verificar se um programa de computador é ou não ‘inteligente’. Turing foi também quem primeiro concebeu, em 1952, sem auxílio de computador, um programa para o jogo de xadrez.
A questão da inteligência artificial versus inteligência humana foi objeto de um livro muito interessante, intitulado A mente nova do rei, de Roger Penrose (cuja edição original, The Emperor’s New Mind – Concerning Computers, Minds and the Laws of Physics, é de 1989). Curiosamente, em nenhum trecho do livro há referência ao ensaio de Poe, embora a literatura tenha sido, em mais esse exemplo, mais rápida do que a ciência...
Somente em 1997, o argumento de Poe foi comprovado, quando o famoso computador Deep Blue, da IBM, conseguiu derrotar o super campeão de xadrez, Kasparov. O próprio Kasparov, em artigo recente (na revista New York Review of Books, de 11 deste mês) reconhece a capacidade inusitada do computador para ganhar partidas de xadrez, embora lamente o fato de as pessoas jogarem cada vez mais como máquinas, em vez de utilizarem o xadrez para iluminarem o conhecimento da mente humana. Ou, assim pensamos, para apreciarem a arte de jogadas clássicas de gênios como Capablanca ou Philidor. Aliás, voltando ao autômato “O Turco”, acabou sendo descoberto que dentro dele havia sempre um enxadrista escondido. Um deles, segundo consta, era o francês Jacques-François Mouret, por sinal parente do próprio Philidor...
Essa história de “O Turco”, bem conhecida do mundo enxadrístico, foi retomada recentemente no romance A máquina de xadrez, do alemão Robert Löhr, publicado em 2007, pela Record. Ainda não o li, mas penso que deve ser boa leitura para um fim-de-semana...


por Everardo Norões

Signo de Touro - Graziella Marraccini




Este segundo signo do Zodíaco, inicia-se em 20 de Abril e termina em 20 de Maio. É negativo, feminino, noturno e tortuoso. Signo de Terra, é governado pelo planeta Vênus. Assim como a Deusa da Mitologia que o governa, o signo de Touro simboliza a Mãe Terra, a Deusa Géa, a natureza, os campos, as construções materiais e estáveis, a elaboração e gestação da criação.

A agricultura e o mundo financeiro são também governados por este signo, cujos nativos desejando a estabilidade, acumulam riquezas, casas e terrenos, jóias e dinheiro sólido, e tudo o que pode lhes proporcionar uma sensação de estabilidade e segurança.

Se de um lado este desejo de segurança é positivo, o Taurino não deve esquecer que pode se exceder num acumulo imoderado de posses! A calma e a paciência característicos do signo podem se tornar excessivos, tornando-se obstinação e teimosia, e mostrando que os nativos podem ser verdadeiros touros furiosos!
Justificar
Sendo um signo de Beleza, os nativos e nativas deste signo têm um enorme poder de atração, verdadeiro magnetismo para atrair o que desejam, e possuem um temperamento às vezes simplista e um pouco naif, especialmente aqueles que se dedicam ao campo, à agricultura, à criação de animais.

Devem tomar muito cuidado com a teimosia, e também com a gula que dificilmente conseguem controlar! O Taurino é dono de uma bela voz, mas deve ter cuidado com sua garganta, pescoço e também com a boca, que se inflamam com facilidade.

O Touro e o Amor:
O Taurino é um amigo leal e fiel e, desta forma, será um parceiro sempre confiável. Porém, no Amor, pode ser um pouco exclusivista e precisará desenvolver o desprendimento e a doação, para equilibrar o seu sentimento de posse que o torna excessivamente ciumento e inflexível. O eixo Touro/Escorpião é seguramente o mais possessivo do Zodíaco!

É possível que pela sua necessidade de estar sempre com o companheiro, ele se empenhe para estar sempre presente na vida do parceiro, o que pode ter uma resposta contrária às suas pretensões. Deve, portanto, aprender a deixar espaço, e a dar tempo ao tempo, para não sufocar o ser amado. O taurino é um amante maravilhoso, mas deve tomar cuidado para não monopolizar a vida do parceiro pois acabará por amedronta-lo.

O Touro e a Casa
Os Taurinos dão muita importância às posses e, por conseqüência, a sensação de segurança que uma casa pode oferecer será uma prioridade máxima em sua vida. São bastante rústicos em seus gostos, ou às vezes um pouco excessivos, tendo sempre objetos sobrando, pequenas lembranças de viagem, entulhando o caminho. Eles não se desfazem de nada!
Onde o Taurino dorme é como um jardim secreto que ele não divide facilmente. Para este nativo do signo de Terra, tão possessivo e sensual, o prazer dos olhos não é suficiente, é preciso tocar as coisas para que elas possam satisfazê-lo. Roupas espalhadas e muitos objetos de artesanato, como tapetes de fibras naturais são presenças garantidas neste espaço que, na realidade, seria como uma grande alcova, com uma varanda, cercada por plantas e flores, de preferência, onde podem sentir todo o prazer sensual do qual eles tanto necessitam. As cores favoráveis são os tons da natureza, como brique, verde, Terra-di-Siena e pêssego.

Por Hilda Hilst


Prelúdios-intensos para os desmemoriados do amor

I

Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.

Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.

Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

II

Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.

Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.

Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
(...)

[Júbilo memória noviciado da paixão (1974)]
[in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]

Trecho de
Cartas de um sedutor
de Hilda Hilst



Estou doente. Taco, meu médico e amigo prescreveu champanhe gelado. Brut. E gelo nas têmporas. E sabes por que estou doente? Porque pressinto surpresas, notícias inquietantes, vindas não sei de onde, talvez de ti. (E por outra coisa que já te digo.) Sinto também que não devemos continuar com as cartas. Te vejo dissimulada, escondendo algo muito sério. Por que não permites que eu vá até sua casa? O que guardas aí? De alguma maneira me transformaste num escriba ou melhor num escrevinhador, e só de saber que tu me pensas escritor agiganta-me a náusea. Que tipos petulantes! Que nojosos! Esgruvinham as virilhas, o pregueado, escarafuncham os sórdidos corações, as alminhas magras, e daí enchem-se de arrotos quando terminam os textos. Verdade que adoro os livros, mas se pudesse arrancar de mim a visão dos estufados que os escreveram vomitaria menos o mundo e a própria vida. Tínhamos um amigo, o Stamatius (!) (eu só o chamava de Tiu, porque, convenhamos, Stamatius não dá) que perdeu tudo, casa e outros bens, porque tinha mania de ser escritor. Dizem que agora vive catando tudo quanto há, é catador de lixo, percebes? Vive num cubículo sórdido com uma tal de Eulália que deve ter nascido no esgoto. Muitos o procuram para ajudá-lo. Não quer nem saber. O Tiu quer escrever, só pensa nisso, pirou, sai correndo de pânico quando vê alguém que o conheceu. Carrega no peito uma medalha de Santa Apolônia, protetora dos dentes. Ah, não tem mais dentes. Bonito o Stamatius. Elegante, esguio. A última coisa que fez antes de sumir por aí foi torcer as bolotas de um editor, fazê-lo ajoelhar-se até o cara gritar: edito sim! edito o seu livro! com capa dura e papel bíblia! Só então largou as bolotas e balbuciou feroz: vai editar sim, mas a biografia da tua mãe, aquela findinga, aquela léia, aquela moruxaba, aquela rabaceira escrachada que fodeu com o jumento do teu pai - e quebrou-lhe os dentes com a muqueta mais acertada que já vi. Quebrou a mão também. Bem, mas isso não vem ao caso. Ao caso pior: o Kraus morreu. A Cuzinho num acesso de indignação não só a cause do apelido mas desesperada com todas as indignidades vindas do Tom, invadiu a casa do Kraus com o linguão de fora, e alguns dizem que o perseguiu pela casa inteira uma boa meia hora, escobilhando a comprida. Consta que o Kraus tapava o aro morrendo de rir literalmente. E acreditas? Morreu. O Tom quer provar homicídio, quer o testemunho de todos os amigos e dos terapeutas também, mas quem é que vai acreditar que um cara morreu de rir só com a ameaça de lhe lamberem o botão? A turma do pólo está estudando um plano, alguma nefanda crueldade para Amanda. Dizem que vão lhe enfiar algumas bolas de pólo polpas e pombinha adentro. Se assim for resolvido manda-me os tocos dos tais ficheiros. Haja bola! Tom foi medicado na hora do enterro de Kraus porque não suportou ver o amigo morto e ainda sorrindo. Estou doente por tudo isso e porque não posso pensar na morte, nem na minha nem na do Kraus nem da barata, tenho medo da pestilenta senhora e imagino-me puxando-lhe o grelo, esticando-lhe os pentelhos até ouvir sons tensos arrepiantes. Hoje gritei demente: vem, Madama, vem, e irado, numa arrancada, soltei da pestilenta grelo e pentelhos e eles esbateram-se frenéticos nos seus baixos meios. Se pudesse seduzir a morte, lamber-lhe as axilas, os pêlos pretos, babar no seu umbigo, enturpir-lhe as narinas de hálitos melosos, e dizer-lhe: sou eu, gança, sou eu, mariposa, sou Karl, esse que há de te chupar eternamente a borboleta se tu lhe permitires longa vida na olorosa quirica do planeta.

Ciao, irmanita.



(Cartas de um sedutor - SP: Paulicéia, 1991.)

Anselmo Duarte




“Anselmo Duarte Bento começou no cinema aos 10 anos de idade como molhador de tela, que era a pessoa que, no tempo do cinema mudo, jogava água nos rolos de filmes atrás das telas para evitar incêndio em conseqüência da localização e do alto aquecimento dos projetores. Na infância, ele queria ser projecionista, como o irmão Alfredo. Essa experiência foi usada em um dos filmes de Duarte, "O Crime do Zé Bigorna", ambientado em 1928. Nele, enquanto Charles Chaplin aparecia nas telas, Lima Duarte e Stênio Garcia a molhavam.

Seu primeiro trabalho como ator foi no filme inacabado de Orson Welles "It's all true" (1942). Duarte foi um galã do cinema brasileiro nos anos 1940 e 50, estrelando obras na Cinédia, na Atlântida e na Vera Cruz. Seu primeiro trabalho como diretor, "Absolutamente Certo" (1957), era uma comédia, como aquelas que lhe deram fama como ator.

Em 1962, lançou "O Pagador de Promessas", o único filme brasileiro a receber o maior prêmio mundial do cinema, a Palma de Ouro no Festival de Cannes. No Festival Anselmo venceu consagrados cineastas como Luis Buñuel ("O anjo exterminador"), Michelangelo Antonioni ("O eclipse") e Robert Bresson ("O julgamento de Joana d'Arc").

Como ator, um de seus filmes preferidos é "Sinhá Moça" (1953), de Tom Payne. No filme Anselmo contracena com Eliane Lopes numa história que se passa no século 19. Uma jovem se apaixona por um advogado e vive um grande drama de amor numa época em que as idéias abolicionistas ganhavam força e eram violentamente combatidas. O filme, uma produção da Vera Cruz, ganhou o Prêmio Especial do Júri, em Veneza.”




Diva do jazz Nina Simone ganha biografia


Nina Simone, que nasceu em 1933 e morreu em 2003.
Momentos e ídolos do jazz têm sólidos registros na literatura. A diva Billie Holiday imortalizou sua trajetória de talento e dramas em "Lady Sings the Blues", com o auxílio de William Dufty. A criação de um dos principais álbuns de jazz de todos os tempos é revelada em "Kind of Blue - A História da Obra-Prima de Miles Davis", escrita por Ashley Kahn. Ainda é possível encontrar textos críticos e reflexivos, em obras como "História Social do Jazz", do historiador Eric Hobsbawm.

É esse time de obras literárias que a biografia "Princess Noire", de Nadine Cohodas, integra. A biografia sobre a cantora Nina Simone foi lançada nos Estados Unidos neste mês e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. Pela crítica internacional, percebe-se, no entanto, que se trata de mais uma personalidade controversa -- como o subtítulo "The Tumultuous Reign of Nina Simone" (algo como "o reino tumultuado de Nina Simone") anuncia.

Autora de 39 álbuns musicais, Nina Simone acreditava que o talento era um fardo, não uma diversão. A artista era uma garota prodígio que, já aos 2 anos e meio, tocava o órgão em uma igreja. Seu desejo de se tornar uma pianista clássica -- ela chegou, inclusive, a estudar na famosa escola de música Juilliard, em Nova York -- é frustrado: ela não é aceita no Curtis Institute of Music, na Filadélfia.

A decepção, contudo, impulsiona a diva para a fama. Para pagar suas contas, ela começa a cantar e a tocar em bares, tornando-se conhecida e iniciando sua carreira artística. Com forte presença de palco, Nina Simone se tornou famosa tanto por seu talento como por seu explosivo comportamento público. Sua trajetória fica mais sombria, porém, quando é diagnosticada com esquizofrenia.

Segundo crítica do jornal "The New York Times", a biografia visa cobrir os buracos factuais da autobiografia de Simone, "I Put a Spell on You", de 1991. No entanto, acaba por se focar em demasiado nos shows, relatando os acontecimentos de forma confusa. Resta-nos esperar que o livro chegue por aqui para tirarmos nossas próprias conclusões.

Por Martha Lopes

POLÍTICOS SEM HORIZONTES


Pedro Esmeraldo

Eis ai um título sombrio. Mas por que sombrio? Perguntava um jovem ingénuo que não compreendia esse significado. Bem, ao nosso ver, assim respondíamos: é por que não notamos interesses desses políticos em trabalhar pelo beneficio do povo. Atualmente, vemos um Crato esquecido, desprezado pela massa governamental. Agora mesmo, uma horda de beócio impede o desenvolvimento desta cidade.

Não suportamos mais esse descaso político. Observamos que alguns dele usam a prática de idiotices cometidos constantemente pelos subalternos, obedecendo fielmente ao seu grupo. Permanecem inconsequentes e são comandados por um bando de malfeitores que andam ao seu rumo dentro de uma esfera bajulatória .

Não queremos comentar fatos desagradáveis, mas desejamos retirar do nosso meio essas figuras dilacerantes, já que não reagem aos insultos provocativos e consideramos como sendo amigos de nossa terra. Isso nós não aceitamos de bom gosto porque notamos falsidade no seu procedimento.

Nesse momento, observamos alguns que permanecem na estaca zero, sem lutar e andam sem coragem não procuram solucionar os problemas agudos com expressão automática.Ocorre porém que a maioria desses homens exercem cargo político somente para usufruir das suas benesses e ocupam cargos relevantes que só satisfazem aos seus interesses.

Necessitamos de homens sérios, competentes, equilibrados e que tragam resultados com trabalhos eficientes que permeiam com forças de homens dignos, empurrando o barco no caminho do desenvolvimento. Olhem senhores, o Crato, desde há muito tempo, antes de aparecerem essas figuras incontroláveis e inconseqüentes no caminho da política, vem sofrendo amarguras, comendo o pão que o diabo amassou. Almejamos que essas pessoas assumam o comando, orientem a juventude para seguir o caminho que traga o limite da interseção desenvolvimentista da região.

Infelizmente, hoje não vivemos de bom grado com essa massa governamental que anda perambulando à toa, sem energia, dentro de um princípio democrático o que vive mergulhado numa lama putrificada, provocado pelos descases de certos políticos que não visam o povo e só visam a si mesmo, enriquecimento ilícito e impedem a permanência de pessoas dignas e convenientes de exercerem a profissão política.

Vivem pensando errado, sem nada produzirem. Quiséramos que dessem apoio a outras pessoas mais dignas e mais capacitadas para o trabalho.

Talvez não temos tanta inteligência como desejamos para exercer o comando de ordem administrativa e, por sua vez, pudéssemos substituir essa velharia arcaica por uma camada de jovem inteligentes e ao mesmo tempo, segurar o barco com força, a fim de evitar a decreptude com intuito de obtermos forças para transformar o ambiente num grau de vivacidade e de equilíbrio moral.

Cratenses, fujam dessa tortura imensa, procurem equilibrar-se permanecendo num ponto coesivo para que possam viver com equilíbrio estável e com coragem, igualar aos tempos modernos.

Somos revoltados porque somos desequilibrados moralmente. Temos que reagir, temos que lutar, pois avisamos que, até pouco tempo, o cariri seria uma maneira pensante, pois tudo que viesse para a região, o Crato seria bem favorecido porque era o equilíbrio percussor do desenvolvimento. Hoje, meu Deus, não somos mais bem aprimorados, já que, para se ter uma ideia, o regionalismo de hoje só é concentrado na cidade de Juazeiro do Norte. Por isso, temos de reagir, já que nos alegam que têm representação, isso é um descalabro, um desvio de força depressiva, um abalo moral, um desprezo ás outras cidades.

Ah! Assim dizem eles: É porque temos representação e por isso temos mais merecimento; Consideramos esta representação somente digna para ele, pois esses ditos representantes, que se dizem merecidos, vão buscar votos em outras cidades, prometendo loas mas não cumprem com suas palavras durante a sua campanha eleitoral.

Cratenses, tomem cuidado, temos forças para reagirmos, deixem de lado o comodismo e evitem que o Crato caia na mão desses carcarás que consideramos como sendo persona non grata para nós pois seu objetivo é dilacerar o Crato e nada mais.

Senhores políticos orientem a juventude façam-na entrar na política por que ela virá com mais coragem e disposição para o trabalho.

Crato, 19 de abril de 2010

A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA 1881-1960















Hino ao Cariri

No Cariri tudo é belo
Tudo é galas e primores
É belo no sítio ameno
Ver-se flores multicores.

É belo o cantar das águas
Que vem de encontro à pedreira
A brisa a gemer nas folhas
Da majestosa mangueira.

Soluça a patativa
Na folha da bananeira
A juriti tão saudosa
Chamando a companheira.

Vê-se a beleza que tem
Os grandes canaviais
O canto dos passarinhos
Na fronde dos laranjais.

Ouve-se o rumor nas folhas
Do coqueiro pelo vento
Fitar os círios eternos
Que habitam no firmamento.

Que primavera meu Deus
Desponta no mês de abril
Maio, um altar a Maria
Coberto de flores mil.

Eu como sou filho desta
Terra cheia de delícias,
Quero viver no seu seio
Gozando suas carícias.

Para José do Vale

Ataulfo Alves




Ataulfo Alves de Souza (Miraí, 2 de maio de 1909 — Rio de Janeiro, 20 de abril de 1969 foi um compositor e cantor de samba brasileiro, um dos sete filhos de um violeiro, acordeonista e repentista da Zona da Mata chamado "Capitão" Severino.

Aos oito anos de idade, já escrevia versos. Foi leiteiro, condutor de bois, carregador de malas, menino de recados, engraxate, marceneiro e lavrador, ao mesmo tempo em que frequentava a escola. Aos dez anos, perdeu o pai e sua mãe foi, com os filhos, morar no centro de Miraí.

Aos dezoito anos, fixou residência no Rio de Janeiro acompanhando um médico para o qual trabalhava dia e noite como ajudante de farmácia. Aos dezenove anos tocava violão, cavaquinho e bandolim. Casou-se com Judite, vindo o casal a ter cinco filhos.

Aos vinte anos começou a compor e tornou-se diretor de harmonia de Fale Quem Quiser, bloco organizado pelo pessoal do bairro.

Em 1933, Almirante gravou o samba Sexta-feira, sua primeira composição a ser lançada em disco. Dias depois, Carmen Miranda, gravou Tempo Perdido, garantindo sua entrada no mundo artístico.

Sua musicografia ultrapassa 320 canções, sendo uma das maiores da música popular brasileira, tendo como intérpretes importantes que fizeram versões de suas músicas Clara Nunes e os grupos Quarteto em Cy e MPB-4.

Faleceu em decorrência do agravamento de uma úlcera, após uma intervenção cirúrgica, no Rio de Janeiro, poucos dias antes de completar 60 anos de idade.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ataulfo_Alves"

Pensamento para o Dia 20/04/2010



“Quem destina sua riqueza, força, inteligência e dedicação para a promoção da humanidade é digno de reverência. São aqueles que nascem com um propósito nobre. Eles observam o voto sagrado do serviço, que não é manchado pelo pensamento em si mesmo. Esse ideal de serviço e a necessidade de praticá-lo constituem o cerne da educação. Isso é puro amor em sua manifestação principal. Deus ama as pessoas que empreendem atividades em benefício de outras pessoas como sendo seus filhos queridos. Esses são os irmãos e irmãs ideais como compatriotas.”
Sathya Sai Baba

Por Cristina Diôgo

Veja como Hehaka Sapa, ou Alce Negro, chefe e místico Sioux Oglala explica-nos a importância e o simbolismo do círculo para o índio.


“Vocês já perceberam que tudo o que um índio faz está dentro de um círculo, isto porque o Poder do Mundo trabalha sempre em círculos e as coisas todas tentam ser redondas."

A poesia de Artur Gomes



a lavra da palavra quero
quando for pluma mesmo sendo espora
felicidade uma palavra
onde a lavra explora
se é saudade dói mas não demora
e sendo fauna linda como a flora
lua Luanda vem não vá embora
se for poema fogo do desejo
quando for beijo
que seja como agora

arturgomes
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Ainda haverei de ver! (?) - Por Jorge Carvalho

Concluído e revitalizado o estádio Virgílio Távora (O Mirandão). As ruas da minha cidade limpas, calçadas arborizadas, depósitos para a coleta seletiva do lixo. Praças revitalizadas e propícias ao lazer de crianças, jovens e idosos (os que as abandonaram criminosamente punidos pelo Ministério Público). As serestas retornaram a da Sé. Ainda haverei de ver! Os bairros do meu sofrido Crato sendo respeitados, seus moradores com direito fundamental de andar por ruas limpas, saneamento básico presente. Ainda haverei de ver O Sport Club do Crato, o querido rubro-negro da cidade, sendo o nosso representante no Campeonato Cearense (1ª ou 2ª Divisão). Ainda haverei de ver (ouvir) em uma emissora de rádio educativa ou universitária, instalada em minha cidade, a música de Abidoral, Pachelly, Salatiel, Leninha, João do Crato, Correinha, Eduardo Júnior, Aécio Ramos; Reisado do Mestre Aldenir, Côco das mulheres da Batateira, Reisado Dedé de Luna, Maneiro Pau do Mestre Cirilo, a poesia de Luciano Carneiro. Olival Honor, Bastinha, Josenir Lacerda, as crônica de Emerson Monteiro, Dr. José Flávio, Roberto Jamacaru, os artigos educativos de Alexandre Lucas. Ainda haverei de ver minha cidade possuir um sistema de transporte coletivo que atenda dignamente as crianças, adolescentes e trabalhadores que, confortavelmente se desloquem ao seu ambiente de trabalho ou seu local de estudo. Retornando da mesma maneira aos seus lares. Ainda haverei de ver as nossas escolas de samba retornarem à avenida iluminada (Dr. João Pessoa, Praça da Sé) num trabalho sério de resgate desta manifestação popular (o carnaval). Ainda haverei de ver as nossas festas tradicionais, cívicas, comemorativas (dia de reis, carnaval, dia do município, festas juninas, festa da padroeira, semana do folclore, malhação do Judas, natal... ) calendarizadas, discutidas com a população e não realizadas “em cima da hora” com intuito político eleitoreiro. Ainda haverei de ver o secretário(a) de cultura sendo eleito pelo voto popular. Ainda haverei de ver os nomes do saudoso Eloi Teles, do inesquecível e injustiçado Correinha sendo lembrados para “darem” denominação a alguns futuros logradouros que por casualidade a atual administração venha a construir (ainda haverei de ver?). Ainda haverei de ver na entrada da minha cidade, via bairro São Miguel, uma bela placa, bem iluminada com a frase: “BEM VINDO, AQUI NASCEU CEGO ADERALDO”. Outra, no bairro Batateira, com a frase: “VEM VINDO, AQUI NASCEU SÁ RORIZ – HERÓI DA SEGUNDA GRANDE GUERRA”. Ainda haverei de ver?

Jorge Carvalho
Abril/2010

Desenredo por José do Vale PInheiro Feitosa

E foi por volta da meia noite. Ali quando o 1 deixa de ser e não se torna 2. É outro. Com as mesmas horas do canto do galo. As mesmas matinas e já não é o mesmo. Quando as alterosas deitam sombras nos vales a lembrar-lhes que apenas os são pelos píncaros que ali se ergueram. E neste deixar de ser para dar vazão àquele dos primeiros segundos, um riacho serpenteia, entre morros, das Gerais, no Desenredo de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro.

Por toda terra que passo,
Me espanta tudo que vejo,
A morte tece seu fio,
De vida feita ao avesso,
O Olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso,
Mas quando chego eu me enredo,
Nas tramas do teu desejo.

Pois nas trilhas de um continente que começa nas franjas do semi-árido e termina nas torrentes tropicais, meu coração desejava tal amplitude. E apenas em Minas iria entendê-lo. O segredo de tudo que acontece ou acontecerá em Outubro se encontra nas Gerais.

O mundo todo marcado,
A ferro, fogo e desprezo,
A vida é o fio do tempo.
A morte é o fim do novelo.
O olhar que assusta anda morto,
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando chego eu me perco,
Nas tramas do teu segredo.

Rompendo a selvageria destrutiva das máquinas. A volúpia criativa das finanças em busca de saldos que assim os perpetue. Que chora o atropelamento que a vida não promete. Que se embriaga de vinhos numa enoteca como se executasse uma obra de arte.

Eh! Minas,
Eh! Minas
É hora de partir,
Eu vou,
Vou me embora prá bem longe. (BIS)

O segredo de tudo está em Minas Gerais. Os demais campos já estão conquistados. Apenas Minas tem meandros que a hegemonia viciada não penetra. Não procurar as retas, as curvas dominam. Encontrar ladeiras que se desdobram, becos que levam a uma minúcia que tanto pode ser a essência como um arranjo barroco.

A cera da vela queimando,
O homem fazendo seu preço,
A morte que a vida anda armando,
A vida que a morte anda tendo,
O olhar mais fraco anda afoito,
O olhar mais forte indefeso,
Mas quando eu chego eu me enrosco,
Nas cordas do teu cabelo.