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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 20 de abril de 2010




Diva do jazz Nina Simone ganha biografia


Nina Simone, que nasceu em 1933 e morreu em 2003.
Momentos e ídolos do jazz têm sólidos registros na literatura. A diva Billie Holiday imortalizou sua trajetória de talento e dramas em "Lady Sings the Blues", com o auxílio de William Dufty. A criação de um dos principais álbuns de jazz de todos os tempos é revelada em "Kind of Blue - A História da Obra-Prima de Miles Davis", escrita por Ashley Kahn. Ainda é possível encontrar textos críticos e reflexivos, em obras como "História Social do Jazz", do historiador Eric Hobsbawm.

É esse time de obras literárias que a biografia "Princess Noire", de Nadine Cohodas, integra. A biografia sobre a cantora Nina Simone foi lançada nos Estados Unidos neste mês e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. Pela crítica internacional, percebe-se, no entanto, que se trata de mais uma personalidade controversa -- como o subtítulo "The Tumultuous Reign of Nina Simone" (algo como "o reino tumultuado de Nina Simone") anuncia.

Autora de 39 álbuns musicais, Nina Simone acreditava que o talento era um fardo, não uma diversão. A artista era uma garota prodígio que, já aos 2 anos e meio, tocava o órgão em uma igreja. Seu desejo de se tornar uma pianista clássica -- ela chegou, inclusive, a estudar na famosa escola de música Juilliard, em Nova York -- é frustrado: ela não é aceita no Curtis Institute of Music, na Filadélfia.

A decepção, contudo, impulsiona a diva para a fama. Para pagar suas contas, ela começa a cantar e a tocar em bares, tornando-se conhecida e iniciando sua carreira artística. Com forte presença de palco, Nina Simone se tornou famosa tanto por seu talento como por seu explosivo comportamento público. Sua trajetória fica mais sombria, porém, quando é diagnosticada com esquizofrenia.

Segundo crítica do jornal "The New York Times", a biografia visa cobrir os buracos factuais da autobiografia de Simone, "I Put a Spell on You", de 1991. No entanto, acaba por se focar em demasiado nos shows, relatando os acontecimentos de forma confusa. Resta-nos esperar que o livro chegue por aqui para tirarmos nossas próprias conclusões.

Por Martha Lopes

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