Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ZE LIMEIRA NO PEDAÇO

Aí Claude...Cadê o povo???


Eu vou provocar um trote
Pra Claude mulé faceira
peguei na palavra o mote
fui buscar nas cabeceira
Faço da rima o meu bote
pulando que nem caçote
versando com Zé Limeira


Virei sapo em pé de pote
Lagatixa de palmeira
Pé de pato e cocorote
Poeira de cabroeira
Quebradeira de barrote
Assadura de cangote
Versando com Zé Limeira

Dedê

A FORÇA DO ABRAÇO - por Ulisses Germano

O abraço é o termômetro
Que mede o calor humano
Tem na sua intensidade
O valor da sinceridade
Que tece seu próprio plano

Quem abraça oferece
Afago ou desalinho
Dependendo do abraço
A gente sente o carinho
Se for falso perde a graça
Logo, logo se deslaça
Perdendo o seu cadinho

Quando é forte e duradouro
Se assemelha ao infinito
Que dura uma eternidade
Nada assim pode ser dito
O abraço que dei nela
Foi tão forte que a costela
Quebrou-se e eu ouvi o grito!


Fernando Pessoa - Poesias



Palavras do Pórtico


“Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ‘Navegar é preciso, viver não é preciso’.
Quero pra mim espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não Conto gozar a minha vida; nem gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça.”
Fernando Pessoa

No livro lançado pela LP&M pocket, estão reunidas algumas das mais célebres criações de Pessoa em suas diversas fases e de seus heterônimos.

“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”


Tabacaria

“Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...”


Liberdade


“Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...”
Poema em linha reta


Postado por: uma pessoa
Hora: pessoal
Data real: passou

Do BLOG:

SANGUE E MEMÓRIA



Sou um jorro de sonhos na paisagem
onde canta um pássaro louco. Ó grifo
sepulto e vivo em mim, por onde me levas?
Sou um lobo de fogo num poço de febre.

Um cavalo cego no lodo agoniza. Ó verbo
de Deus e do Demônio e meu. O caos
é nosso domicílio. E nós queríamos
o belo e o horror. A luz selvagem

dos espelhos. E a nossa água devassa
o pânico das conchas. Purifica o nojo
a nossa lava, mas não salva a flor.

Noite terrível, ó grandioso amor.
Acolhe-me em teu seio! Lua sangrenta
sobre o abismo... Eia, sus! Eu sou o abismo.

                                                 J. C. Brandão