Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

“CIDADE-DORMITÓRIO” – Por: José Nilton Mariano Saraiva

Qual a novidade na extinção da unidade do Sesi, na cidade do Crato ??? Por que tanto alvoroço, indignação e choradeira ??? Pra que tanto jogo de cena das autoridades constituídas do município, na tentativa de fazer crer (aos incautos) que tal decisão é coisa recente, de agora ??? Desde quando uma decisão de tal porte (que desempregou muitos e deixará de assistir milhares) não é precedida e comunicada com antecedência aos gestores municipais ??? Vão querer enganar o povo até quando ??? (ontem deu-se apenas a “formalização” do que as autoridades cratenses já sabiam e não conseguiram reverter). E preparemo-nos: se o imoral, amoral e inconsistente argumento utilizado é pra valer (a existência do Sesi nas duas cidades), convém lembrar que o Banco do Brasil, o BNB, a Caixa Econômica, dentro outros, se fazem presentes nas duas cidades. Portanto...
A propósito, muitos hão de recordar (se usarem de honestidade), que, lá atrás, sugeríamos que a partir de certa época, um determinado governador do Estado do Ceará decidira privilegiar Sobral (ao norte), e Juazeiro do Norte (ao sul), como receptores preferenciais e prioritários do recebimento das benesses governamentais; com convicção afirmávamos, naquela oportunidade, que tal procedimento se escudava na força e poder do “componente político” (tentaram até nos descredenciar por tão simplória afirmação).
Num segundo momento, quando as trombetas governamentais anunciaram, com pompa e circunstância, a criação da Região Metropolitana do Cariri, mostramos que tudo não passava de um grande engodo, um monumental blefe, verdadeira enganação, já que, em razão do “componente político”, a tendência é que as cidades elencadas (inclusive e principalmente o Crato) não passariam de meros satélites a vagarem na órbita de Juazeiro do Norte (presumivelmente, a “capital” da tal região metropolitana); e novamente os “sérios” e “íntegros” analistas tentaram “tirar sarro”, ao nos rotularem de bairrista, conservador, pessimista e por aí vai.
Mais adiante, a TV Verdes Mares (com toda a influencia que representa) foi instalada na fronteira entre as duas cidades, talvez até mais próxima do Crato do que de Juazeiro (mas só que do lado de lá), e os “românticos” continuaram a desprezar o “componente político” como responsável por tal decisão.
E a coisa foi crescendo: hipocritamente, esgrimindo a (falsa) bandeira do “regionalismo”, na calada da noite tramaram e vergonhosamente nos tomaram o campus da UFC (e, depois, as autoridades cratenses ainda receberam com tapete vermelho o senhor René Barreira, ex-reitor da UFC e responsável por tal decisão, ao invés de o premiarem com o titulo de “persona non grata”); passado pouco tempo (talvez pra compensar), nos “premiaram” com um tímido, desnecessário e inexpressivo Centro de Convenções (que não tem data para ser concluído e empregará uma meia dúzia de pessoas); só que, enquanto isso, o portentoso Hospital Regional está sendo finalizado na “metrópole” (e irá empregar milhares de juazeirenses).
Diversas outras instituições federais e estaduais, bem como empreendimentos particulares de porte, dia a dia se instalam em Juazeiro, e os “experts” insistem e persistem em não reconhecer o “componente político” de tais decisões.
Enquanto isso, a prefeitura do Crato faz um verdadeiro carnaval e gasta um absurdo para divulgar o recebimento de uma “premiação” (fajuta), sem a menor credibilidade (melhor prefeito do Ceará ???), concedida por um colunista social inexpressivo, aqui de Fortaleza (capaz de divulgar autoridades federais como integrantes do seu júri, que provamos ser inverdade).
E a verdade pode ser resumida em dois itens:
1) falta “prestígio e conhecimento político” (lá em Brasília) ao atual prefeito da cidade do Crato, capaz de alavancar verbas para o município (já que suas poucas escolhas foram equivocadas; por exemplo: em oito anos de Senado Federal, o que foi mesmo que o presente aliado do prefeito, senhor Tasso Jereissati, conseguiu para o Crato ??? );
2) falta dignidade, “vergonha na cara” ao povo do Crato, já que capaz de votar em alienígenas (verdadeiros ETs) que lá só aparecem em época de eleição (como justificar, por exemplo, que um Ciro Gomes consiga mais de 11.000 votos no município); sem esquecer da votação significativa em candidatos de Juazeiro do Norte.
E a persistir tal tendência, sabem qual será o resultado ??? Dentro de pouco tempo a cidade do Crato transformar-se-á numa vergonhosa cidade-dormitório.
Dividam (ou vão continuar nos rotulando de pessimista)???

Oscarito - por Norma Hauer

Foi lá, bem distante, na cidade de Málaga , na Espanha que ele nasceu no dia 13 de agosto de 1906 recebendo o pomposo nome de Oscar Lourenço Jacinto de la Imaculada Concepcion Teresa Diaz. Mas foi com o reduzido apelido de OSCARITO que se tornou conhecido em todo o Brasil, onde chegou com apenas 2 anos de idade.

Ele sempre dizia que poderia ter nascido na China ou no Polo Norte, por ser filho de uma família circense. Que nessa qualidade vivia feito nômade. Mas o mais lógico é ter nascido na Espanha, visto que sua família podia ser nômade mas era de origem espanhola.

Lembrar de Oscarito, é o mesmo que lembrar sua presença no cinema nacional. É pena que muita coisa foi perdida, mas sua atuação ao lado de Grande Otelo é algo que não se "perdeu" na memória de quem viveu aquela época.

Os críticos ("intelectuais") sempre davam as menores cotações para aqueles filmes puros, sem violência, mas com algumas malícias sutis.
O POVÃO O AMAVA !!! e isso era bom.

As paródias de filmes americanos, como "Sansão e Dalila", "Gilda" ou "Matar ou Morrer", eram de "matar" de rir. As "caretas" que Oscarito fazia...
Penso que Oscacrito podia ser comparado a Cantinflas, com nota 1000 para o nosso comediante maior.
Que bom seria se fizessem agora, tantos anos após sua morte, uma retrospectiva de seus filmes. As gerações que o conheceram iriam adorar e as novas ( de bom gosto), provavelmente também adorariam.

Do muito que ele deixou no cinema , no teatro e em nossa música, colocarei aqui a letra da

MARCHA DO GAGO

Tá tá tá tá na hora
Va va vale tudo agora
Sou mo mole pra fa falar
Mas sou um Pintacuda pra beijar...

Eu fico ga ga ga ga gago dentro do salão
E até pa pa pa pa pago pra não ver "canhão"
Mas se se se se a dona é "boa"
A minha língua se destrava atoa...

Lembro-me de Pintacuda, um corredor italiano que venceu o então importante "Circuito da Gávea". É bom saber que naquela época ( metade dos anos 30) quando estrangeiros vinham participar do famoso "Circuito da Gávea", viajava-se da Europa para aqui de navio. E em navios vinham as "baratinhas" como eram conhecidas. Eram vários dias de viagem.

Os mais famosos foram Pintacuda, que venceu duas vezes; Von Stuck (alemão) que venceu uma vez e Helen Nice, a única mulher (não venceu nenhuma) mas foi quem apelidou aquele Circuito de "Trampolim do Diabo", por causa de suas curvas perigosas na Estrada da Gávea, local hoje completamente ocupado pela Rocinha.

Tomou parte de vários filmes, mas aqueles em que atuou com Grande Otelo foram os que mais marcaram sua carreira, como “Céu Azul”, ;”Tristezas não Pagam Dívidas”; “Não Adianta Chorar”;”Fantasma por Acaso” e, principalmente as paródias de filmes americanos, como “Nem Sansão, Nem Dalila” e “Matar ou Correr” .

Do total de 48 filmes, não se pode esquecer de “Este Milhão é Meu”; “O Homem do Sputinik, “Barnabé, Tu és Meu”; “Papai Fanfarrão”ou “Aviso Aos Navegantes”, para citar só alguns.
Para falar de OSCARITO seriam necessárias muitas paginas, mas este pequeno resumo dá para fazer uma idéia do que foi sua presença em nosso meio artístico.

Oscarito faleceu no dia 4 de agosto de 1970 ( em seu “inferno zodiacal”) sem completar 64 anos quando ainda tinha muito talento para nos oferecer.
Norma

Clara Nunes - por Norma Hauer


Ela nasceu no dia 12 de agosto de 1942 em Caetanópolis- MG, recebendo o nome de Clara Francisca Gonçalves, mas ficou conhecida como CLARA NUNES.cantora e compositora
Era a caçula de uma família der sete filhos. Seu pai era conhecido como Mané Serrador, violeiro e participante das festas de Folia de Reis.
Em 1944, ficou órfã de pai e, pouco depois, de mãe, sendo criada por dois de seus irmãos.
Freqüentava aulas de catecismo e cantava “ladainhas” em latim no coro da igreja.
Aos 14 anos ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira. Dois anos depois, mudou-se para Belo Horizonte, indo morar com dois outros irmãos e nos finais de semana , participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava.

Cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, segundo as suas próprias palavras, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.
Em 1966, já residindo no Rio de Janeiro, participou do filme "Na onda do iê-iê-iê", com cantores da Jovem Guarda. No ano seguinte voltou às telas do cinema, interpretando a marcha "Carnaval na onda", de José Messias, no filme "Carnaval Barra Limpa", de J.B Tanko
. Nesse filme participaram João Roberto Kelly, Emilinha Borba, Ângela Maria, Altemar Dutra, Marlene e Dircinha Batista.

No ano de 1968 fez a sua última atuação em cinema, no filme "Jovens Pra Frente", de Alcino Diniz., ao lado de Oscarito.

Por influência de Ataulfo Alves e Adelzon Alves passou a dedicar-se ao samba .Pesquisou a música popular brasileira, seus ritmos e seu folclore. Viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, converteu-se ao candomblé..
Foi uma das cantoras que mais gravou os compositores da Portela, escola para a qual torcia.
Fundou com o marido, o poeta e letrista Paulo César Pinheiro, o Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro.

Gravou várias composições, alcançando sucessos com os LPs:
• Clara Nunes •
• Clara esperança •
• Guerreira •
• As forças da natureza
• Canto das três raças e muitos outros.

Faleceu vítima de complicações operatórias decorrentes de uma operação de varizes, no dia 2 de abril de 1983, sem completar 41 anos.

Norma

Vida das árvores - Livro de Mariana Arraes( Colaboração de Joaquim Pinheiro)



Mariana Arraes, filha caçula do ex-governador Miguel Arraes, lançará seu primeiro livro, Vida das Árvores - Poemas. O lançamento será na Livraria Jaqueira, às 17h do dia 14.08.2010. Mariana, formada em Jornalismo, nasceu durante o primeiro mandato de governador de seu pai. Além do Recife, morou na Argélia, na França e no Paquistão, terra do seu marido. O livro reune poesias como esta:

A Vida das Árvores

Seus olhos castanhos escuros, Elisa
Lembram-me os de Julien, verde castanhos água.
Naquela tarde, no parque do Liceu,
Eles eram verde das árvores da infância,
Inocência.
Envolveram-me de Luz e água,
Como a vida mágica e inteira das árvores
E em busca de minhas raízes perdidas
Mergulhei em sua claridade,
Voei no seu vento, em sua paisagem de amor genealógico,
Onde criançcas e avós se conhecem.

Ao reencontrar esse brilho no olhar de minha filha,
Entendi que as raízes renascem,
E que pode haver doçura no futuro.

Recife 22.11.1998


Colaboração de Joaquim Pinheiro

Cinco anos sem Arraes
Publicado em 12.08.2010

Ítalo Rocha

Foi num mês de agosto que o ex-governador Miguel Arraes se despediu da vida, depois de 57 dias de luta contra a morte, num leito de hospital, no Recife. Tinha 88 anos e deixou para trás um legado de obras que até hoje estão presentes na mente e no coração dos pernambucanos. Sua atuação política em prol de um estado democrático de direito também jamais será esquecida pelo povo brasileiro. Pagou um preço alto por isso, mas nunca transigiu na defesa dos seus ideais. Foi secretário de estado, deputado estadual, federal, prefeito do Recife e três vezes governador de Pernambuco.

Depois de duas eleições difíceis para deputado estadual (perdeu a primeira mas assumiu o mandato como suplente), foi surpreendido com um convite para ser candidato a prefeito. "Como, se tenho tão poucos votos?". Teria respondido aos representantes das forças progressistas que fora convidá-lo. As urnas provaram o contrário. Como prefeito, logo ganhou a simpatia da população. Investiu na alfabetização de jovens e adultos pobres, levou água para a periferia e implementou um novo traçado urbano que preparou o Recife para as décadas seguintes: concluiu a Av. Norte, abriu a Abdias de Carvalho e a Av. Sul, organizou a Imbiribeira, construiu a Ponte do Limoeiro e pavimentou a Av. Boa Viagem. Naquela época, a prefeitura ficava na rua da Aurora, separada do Palácio do Campo das Princesas pelo Capibaribe. Para atravessar o rio, Arraes contou mais uma vez com a ajuda das urnas. Sentado na cadeira que ocuparia por mais duas vezes, Arraes fez uma administração revolucionária, ganhou projeção nacional e passou a ter influência nos destinos da política brasileira.

No dia 31 de março de 1964, os militares golpearam o Brasil e tiraram do poder João Goulart. Depois redirecionaram a mira dos canhões para Pernambuco. Mais precisamente para o imponente prédio da Praça da República, no Centro, de onde Arraes comandava. Os militares propuseram ao governador a renúncia em troca da sua liberdade. Arraes não aceitou. Seria uma violação aos seus princípios éticos e morais. Saiu do palácio direto para o quartel do Exército, em Socorro, Jaboatão. Transferido para o quartel da Av. Visconde de Suassuna, na Boa Vista, foi levado para Fernando de Noronha. No ano seguinte foi liberado por força de um habeas corpus e viajou para o Rio. Para preservar sua integridade física, já que estava recebendo ameaças de morte, pediu exílio na Embaixada da Argélia e partiu para um longo exílio na África. Longe da sua pátria, foi um dos comandantes das articulações políticas da resistência à ditadura militar. Em 1979, foi um dos últimos exilados incluídos na lista de anistiados e retornou ao País.

Eleito deputado federal pelo PMDB em 1982, quatro anos depois recebeu de volta do povo de Pernambuco o mandato de governador que os militares haviam tirado com a força das baionetas. Voltou mais uma vez à Câmara Federal, agora como o deputado mais votados do Brasil. Na eleição seguinte ocupou pela terceira vez o cargo de governador do Estado. Como integrante da equipe de comunicação do seu segundo governo (1997/1990), comandada pelo jornalista Ricardo Leitão, tive o privilégio de acompanhar Dr. Arraes em suas andanças por esse mundo afora. Captei mensagens e tirei lições que carrego comigo pro resto da vida.

Homem simples, austero no trato com a coisa pública, tinha uma visão social abrangente. Tratava com fineza seus auxiliares, mas, quando se zangava, era aquela "tromba". De hábitos alimentares normais, ria muito quando mostrávamos a ele notas de jornais dizendo que ele no café da manhã costumava comer carne de sol, macaxeira e inhame e no almoço se refestelava com buchada e chambaril. Pela manhã, sua comida era simples. Pedaço de pão, bolacha, geleia e café. Nas outras refeições gostava de carne magra. Não exagerava à mesa. É tanto que nunca engordou. Nos discursos de campanha não gostava de citar obras que havia feito. "Peço votos pelo que haverei de fazer e nunca pelo que fiz". Detestava essa história da mídia de rotulá-lo de mito. "Tudo que faço e fiz pelo povo é concreto e não abstrato. Então, como posso ser um mito?".

Mas não perdia o humor com a confusão que percebia na imaginação dos mais humildes. Numa ocasião, nos grotões do Sertão pernambucano, Dr. Arraes estava reunido com um grupo de agricultores fazendo uma avaliação das obras do seu governo na região. Um dos trabalhadores, de uns 65 anos, barba por fazer, cabelos brancos e ralos, rosto sofrido e um semblante que irradiava pureza e ingenuidade por todos os poros, pediu para falar. "Dr. Arraes, o senhor já trouxe muito pra nós: luz, água encanada, equipamentos para irrigação e créditos. Faça chover também, Dr. Arraes, que aqui tá uma seca de lascar". Todo mundo morreu de rir com aquele pedido insólito. Mas a gargalhada mais sonora naquele momento foi a do "mito", que logo em seguida disse bem baixinho:"Ai se eu tivesse esse dom".

Dr. Arraes morreu no dia 13 de agosto de 2005 e levou consigo a imagem de um poema (Joaquim Cardozo) que ele tanto gostava: "Sou um homem marcado pelo tempo, mas essa marca temerária, entre as cinzas das estrelas, há de um dia se apagar".

» Ítalo Rocha é jornalista



Exposição “Varal das Águas”

Fotografias de Nívia Uchôa


O projeto “Água pra que te quero!” tem como área de pesquisa as bacias hidrográficas no Estado do Ceará e visa documentar através da fotografia a relação do ser humano com a água a partir de uma estética artística, documental e do cotidiano.
Desta forma, sensibilizar a sociedade civil no sentido de contribuir para o uso racional da água e estimular uma reflexão sobre o tema. Alerta também, sobre práticas cotidianas de desperdício que podem ser evitadas para uma melhor compreensão da vida do planeta.


Exposição Varal das Águas

Fotografias de Nívia Uchôa

De 19/08 a 30/09 de 2010

De 08h às 21h – Entrada Franca

Local – Galeria do SESC Crato

DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA

De tardezinha, na Pça da Sé- por Socorro Moreira

As tardes de Agosto são fresquinhas, e as noites muito lindas.
Quisera que Setembro nem chegasse, mas " o tempo não pára !"
Hoje recebi uma ligação de Stela , com sua voz amiga , e de entusiasmo. Falava que estava vendo o mar de Olinda, e que o céu estava belo.Animei-me a assistir ao por-do-sol, e encontrar-me com o Victor, que certamente estaria na Praça da Sé. Moramos tão perto daquelas árvores centenárias, que me parece um  descuido  não  visitá-las, e gozar das suas sombras e luzes.
A festa da padroeira do Crato, Nossa Senhora da Penha, já está sendo anunciada.Quem puder comparecer , que  venha !
A praça ainda tem alegria pra sentar nos seus bancos, e crença para rezar,  nas noites de novena.
Esse cronograma festivo  acompanha a nossa história !

Vida itinerante de uma bancária (VII) - por Socorro Moreira

Abril de 1981

A cidade de Acopiara me acolhe. Consegui uma casinha pequena, mas logo em seguida, mudei-me para uma casa ótima , propriedade dos Rufinos. A crise do algodão é fato. As usinas estão sendo desativadas, e a economia sofre pela busca de novas alternativas.. O clima é seco, a agricultura depende das chuvas , e a renda do povo é baixa. 
Assumi como Aux. de Supervisão, e substituo o Supervisor , nas suas ausências. 
Meu gerente é Carlos Alberto. Um cara legal, que reconhece os nossos predicados.
Frequentamos todos, a sede da AABB, para a descontração diária. 
Casei-me pela segunda vez com um mineiro, que venceu-me pelo cansaço. Tentei acertar , mas foi complicado !
Afeiçoei-me aos seus pais, e tento ser o anjo da sua vida, como a sua mãe  me intitula.. Arrendamos a churrascaria da cidade, e eu tento ajudá-lo , nos meus intervalos de trabalho. Não gosto de trabalhar com bebidas... Não suporto !
Estudamos desde  o princípio , uma possível transferência para uma cidade mineira, mas tenho que esperar o tempo mínimo ( um ano) para não devolver as vantagens da comissão.
Estou coordenando  a bateria de caixas, sem nunca ter sido caixa. Mas a turma é bem legal , e aprendo com a competência geral.Trabalho com Gideone, um moço amigo, que depois reencontrei no Crato, como um dos primeiros proprietários da Choupana. 
Acopiara deixou boas recordações. Carnaval animado, férias com meus filhos, passeios em Orós com meus pais e amigos. Mas o tempo de  andar, chegou ! Eis-me a caminho de Uberlândia-MG, no Posto Efetivo.
Serei lotado no Cesec, um trabalho interno, sem contato direto com o cliente. Mas isso é papo para o próximo capítulo !

Fernando Garcia informa...

Fernando Garcia informa:

O DVD do lançamento do Livro no Crato Tenis Clube está a venda,

Valor: R$ 35,00

Contato:(88)99665870
.............. (88)88524170

Mama África - por Daniel Hubert Bloc Boris(Jacques)

Clique na imagem para ler melhor o texto

O aprendizado constante - Emerson Monteiro

Um modo especial de encarar as diversas situações dentro dos dias é olhar o mundo livre de julgamentos e revoltas desesperadas. Na razão direta do pouco domínio das pessoas com relação aos acontecimentos, virou norma inteligente não teimar diante dos obstáculos, por mais comuns que eles sejam. Sabedoria acima de tudo representa, portanto, paciência, conformação, humildade em face daquilo que ninguém consegue resolver por si próprio, deixando ao tempo abençoado soluções inesperadas e impossíveis. Como gostam de repetir os afoitos: - Devagar se vai ao longe.
No entanto, só dizer isso pouco significa em termos de compreender que mistério monumental sempre invadirá o chão onde pisa cada um, ainda que detenha faixas de conhecimento e organize com cuidado, mesmo em horas cinzas, os conceitos da natureza. Porquanto ninguém abrange tudo em suas investigações e aprofundamentos.
Nisso algumas respostas somadas apenas falam insignificâncias do tanto que o futuro reserva, no estudo constante dos segredos universais.
Algo, porém, já se sabe e atende suficiente do que até agora foi realizado pelos povos, e dá para o gasto de sobreviver. Há uma espécie de mínimo necessário que conduz o processo a resultados desejados. Para onde se virem, os humanos crescem na tecnologia dos séculos da experiência. As respostas permitem que um sistema continue alimentando a espécie, no que pesem críticas de ecologistas aos excessos pecaminosos.
Em resumo, existir e adquirir maturidade em tudo por tudo, desde sonhar, comer, viajar, simboliza esse itinerário valioso dos momentos históricos depositados nas folhas secas do tempo.
Conquanto tantos reclamem, não existe outro jeito senão aceitar as contingências, arrumar os pensamentos e cumprir as leis, período este de adquirir mais conteúdo arrecadado no decorrer das existências.
Dúvidas e obstáculos significam, pois, oportunidades para novas e emocionantes jornadas de consciência e contribuições, fatores essenciais ao aprimoramento de pessoas e civilizações.
Ah! Quanta perfeição habita nessas estradas solitárias do percurso vida!

Azul sobre amarelo, maravilha e roxo- por Adélia Prado



Desejo, como quem sente fome ou sede,
um caminho de areia margeado de boninas,
onde só cabem a bicicleta e seu dono.
Desejo, como uma funda saudade
de homem ficado órfão pequenino,
um regaço e o acalanto, a amorosa tenaz de uns dedos
para um forte carinho em minha nuca.
Brotam os matinhos depois da chuva,
brotam os desejos do corpo.
Na alma, o querer de um mundo tão pequeno,
como o que tem nas mãos o Menino Jesus de Praga.

Psicórdica - Por Adélia Prado



vamos dormir juntos, meu bem,
sem sérias patologias.
meu amor este ar tristonho
que eu faço pra te afligir,
um par de fronhas antigas
onde eu bordei nossos nomes
com ponto cheio de suspiros.

Hitchcock- por Norma Hauer



Seu nome era Alfred Joseph, nascido em 13 de agosto de 1899. Que importa esse nome, se era conhecido como HITCHCOCK ?
Ele foi um GÊNIO!
Depois que "descobri" HITCHCOCK no filme "Spelbound", que aqui recebeu o nome de "Quando Fala o Coração", com dois maravilhosos artistas (Gregory Peck e Ingrid Bergman) não deixei de acompanhar sua carreira e querer conhecer o que fizera antes. Sua música, de tão emocionante, nos deixa "arrepiados".
Nascido na Inglaterra, é natural que tivesse começado sua carreira lá. De seus filmes ingleses, não me canso de rever "A Dama Oculta"(primeiro filme com Michael Redgrave exibido aqui). Possuo, ainda, em vídeo"Os 39 Degraus" e "Estalagem Maldita", de sua fase inglesa.
Nos Estados Unidos, seu primeiro grande filme foi "Rebecca", que fez enorme sucesso lá e cá, tendo recebido indicação para o "Oscar" de melhor filme de 1940.

"Quando Fala o Coração"conta a história de uma psiquiatra que se apaixona por seu cliente (o que é considerado anti-ético) mas foi sua luta que o salvou, ajudado pela interpretação de uns traçados de Salvador Dali.

Depois...depois acompanhei sua carreira vendo seus filmes "Festim Diabólico";"Pacto Sinistro";Janela Indiscreta";"O Homem Errado";"Disque M para Matar";"Cortina Rasgada";"Topázio";"Um Corpo Que Cai";"O Homem que Sabia Demais"(este teve uma primeira versão inglesa, sendo que a americana, com James Stewart e Doris Day foi superior). Com toda a intriga e pesadelo, que sua personagem passa, Doris Day interpreta MARAVILHOSAMENTE "Que Será, Sera´?".

Não dá para pensar em Hitchcock sem ter vontade de rever um de seus filmes e é o que vou fazer agora, revendo "Interlúdio", com Ingrid Bergman e Cary Grant, em que há uma parte filmada aqui no Rio, com os bondes circulando na Cinelândia, quando de fato ali era uma "Cinelândia", com seus cinemas famosos onde assisti a vários filmes de Hitchcock e dos grandes diretores de sua época.
Sou obrigada a confessar que não gostei de dois de seus filmes, por sinal bastante famosos:"Os Pássaros" e "Psicose".

O filme "Psicose" foi realizado em preto e branco porque Hithcocok não quis que a cor do sangue (obviamente vermelha) que escorrega pelo chão do banheiro onde sua personagem é assassinada "chocasse" o espectador.
Tão famoso foi esse filme que anos depois surgiram Psicose 2 e 3, mas que já não tinham a "mão" do gênio.
"Os Pássaros", colorido, mostra cenas muito cruéis. Entendo o suspense de Hitchcock , como emocionante, mas não como violento. E são cenas muito violentas que aparecem em "Os Pássaros", envolvendo crianças. Hoje a violência está banalizada, mas em 1963 (ano de "Os Pássaros") não era assim.

Inúmeros outros filmes ele produziu, mas quis deixar aqui assinalados os mais importantes e que tive ocasião de assistir e admirar (alguns várias vezes) primeiro no cinema e agora em vídeo.
Seu último filme foi realizado em 1976 e recebeu o nome ,em português, de "Trama Diabólica".

HITCHCOCK faleceu em 29 de abril de 1980, ano em que completaria 81 anos
Norma

Alceu de Amoroso Lima


Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Roquette-Pinto e Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, 1936


Alceu Amoroso Lima (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1893 — Petrópolis, 14 de agosto de 1983) foi um crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico brasileiro. Foi Conde Romano, pela Santa Sé  Adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde.

wikipédia

Bertolt Brecht

Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898 — Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.

Ao final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. Sua praxis é uma síntese dos experimentos teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos 1917-1926. Seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.


wikipédia

Para descontrair...


"Advogado é
diferente de advogada!!!
Leiam ...

Quando Eduardo, um belo e promissor jovem advogado, descobriu que herdaria uma fortuna quando seu pai morresse devido a uma doença terminal, decidiu que era uma boa hora para encontrar uma mulher que fosse a sua companheira para a vida fácil que se avizinhava.

Assim, numa determinada noite, ele foi até o bar da Ordem dos Advogados, onde conheceu uma advogada, a mais bonita que já tinha visto em toda a sua vida.

Sua extraordinária beleza, o porte elegante, o corpo curvilíneo, a inteligência, a maneira de falar... deixaram-no sem respiração.

- Eu posso parecer um advogado comum - disse-lhe, enquanto iniciava o diálogo para a conquista da musa - mas, dentro de dois ou três meses, o meu pai vai morrer e eu herdarei 20 milhões de euros.

Impressionada, a bela advogada foi para casa com ele naquela noite...

Três dias depois, tornou-se
sua madrasta."

Momentos.


"Quero agarrar o instante já
Que de tão fugitivo não é mais,
pois tornou-se um novo instante.
Toda coisa tem um momento em que
ela é. E eu quero apossar-me do
É dessa coisa"(M Bethânia)

O instante já escorrega
pelas minhas mãos...
Quero segurá-lo, mas é
em vão.Os momentos importantes,
são simplórios e curtos, mas valem
preciosidades:escuto o sabiá cantar,
as folhas do coqueiro balançarem,
os risos das pessoas, os sussurros.
Caso me prepare, vejo até o infinito.
Mas me assusta o pensar no inexorável,
no inevitável,no imutável, no inabalável,
no inflexível.
As mãos tremem, o corpo responde e a
mente divaga.
O caminho entre o inflexível e o
flexível é muito curto. Por isso tenho que
estar atenta ao Amor" tirando sempre sua poeira".

O Bem Amado


* Sinopse
Baseado na obra de Dias Gomes, “O Bem Amado” conta a história do prefeito Odorico Paraguaçu, que tem como meta prioritária em sua administração na cidade de Sucupira a inauguração de um cemitério. É apoiado pelas irmãs Cajazeiras - com as quais o político viúvo mantém relações muito próximas. E tem em Vladimir (Tonico Pereira), dono do único jornal da cidade, seu principal opositor. A história passada no início dos anos 60 é narrada por Neco Pedreira (Caio Blat), um jovem que se apaixona por Violeta (Maria Flor), a filha do prefeito, moça moderna que estuda na capital. Os dois vivem um romance proibido enquanto Odorico sonha em abrir o cemitério municipal. Por falta de defunto, o prefeito nunca consegue realizar sua meta. Odorico arma situações para que alguém morra - inclusive importando um moribundo (Ernesto) que não morre e contratando Zeca Diabo, o matador responsável pela morte de seu antecessor.


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* Informações Técnicas
Título no Brasil: O Bem Amado
Título Original: O Bem Amado
País de Origem: Brasil
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 107 minutos
Ano de Lançamento: 2010
Estréia no Brasil: 23/07/2010
Site Oficial: http://www.obemamado.com.br
Estúdio/Distrib.: Disney Buena Vista
Direção: Guel Arraes



Com "O Bem Amado", Guel Arraes reforça cinema popular brasileiro




LUIZ FERNANDO VIANNA
da Sucursal do Rio

Enquanto "Se Eu Fosse Você 2" se aproxima dos 5 milhões de espectadores, mais um candidato a sucesso nacional de 2009 está em gestação. O filme "O Bem Amado", que deve estrear entre outubro e dezembro, tem ingredientes comuns a outros projetos do atual cinema popular brasileiro.
11.fev.2009/Rafael Andrade/Folha Imagem
Marco Nanini conversa com Drica Moraes e o diretor Guel Arraes em "O Bem Amado"
Marco Nanini conversa com Drica Moraes e o diretor Guel Arraes em "O Bem Amado"

O orçamento é alto para os nossos padrões (R$ 9,8 milhões); a Globo Filmes e Paula Lavigne participam da produção; a direção é de Guel Arraes ("Auto da Compadecida", "Lisbela e o Prisioneiro") e a história já é conhecida do público por meio da TV Globo, canal em que a peça de Dias Gomes virou novela e seriado nos anos 70 e 80, respectivamente.

A receita costuma torcer narizes diversos. Guel defende a vereda popular com ênfase.

"Ela é fundamental para o cinema brasileiro continuar. Não se pode achar que esse é o único tipo de cinema que se deve ter, mas ter implicância com ele é um suicídio. Deveriam ter mais diretores e autores preocupados em fazer esse tipo de coisa, senão vai acabar. Não vai ficar fazendo 60 filmes por ano para dar menos do que uma peça de teatro cada um", diz.

Ele aponta como positivo o fato de não haver mais só filmes infantis entre as maiores bilheterias nacionais. "Hoje, a gente tem um leque de cinema popular mais interessante. Houve um desenvolvimento pouco percebido pela crítica. A crítica trata os filmes populares como se eles fossem a mesma merda desde sempre. Enquanto, talvez, o desenvolvimento do cinema experimental brasileiro não tenha sido tão interessante como foi nos anos 60, 70."

Paula Lavigne almeja cerca de 2,5 milhões de espectadores para "O Bem Amado" e vê melhores condições para a existência de boas bilheterias nacionais. "Só espero que não venha nos reprimindo a neurose contra as pessoas que querem fazer filmes comerciais", diz.

Outra Sucupira

O roteiro de Guel e Cláudio Paiva tem diferenças em relação às versões da TV, feitas pelo Dias Gomes. A história se passa entre 1961 e 64, numa Sucupira não necessariamente nordestina, há personagens novos, e as beatas irmãs Cajazeiras (Andréa Beltrão, Drica Moraes e Zezé Polessa) viram peruas pioneiras. Matheus Nachtergaele vive Dirceu Borboleta.

Odorico Paraguaçu (Marco Nanini, que fez o papel no teatro) continua um político corrupto e reacionário, mas não mais um coronel de sotaque.

"O ridículo dele é menos ser um coronel atrasado do que ser um bacharel empolado. Ele usa casaca, é um cara urbano que assimilou mal a cultura", diz Guel, que preservou o sotaque de Zeca Diabo (José Wilker). "Na mitologia do Dias, o Zeca é a justiça bruta do povo, o justiceiro sem consciência social. Ele é meio arcaico mesmo", afirma o diretor.


folha on line

A poesia de Geraldo Urano

minha branca de neve
foi uma chinesa
paixão e abacaxi
alucinada sinfonia
que me roubou o havaí
e eu não sei onde anda
aquela canção
da minha prima
que ficou grávida
de um poeta do haiti
em apareceu no céu
de uma cidade do litoral
antes do carnaval

bárbara rara baby
barbalha
afro sol
na piscina uma página de kafka
brasileiro-xavante
sua princesa navaja
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os beatles no exu
num trio elétrico
na luz da tarde
de lábios molhados
na água fresca de abacaxi
castanha e caju
a solidariedade existe
no brasil
castanha e caju
e a praça já é um verso
musicada pelo som
dos automóveis na piçarra

áfrica na minha cabeça
áfrica na tua cabeça
áfrica nos cabelos do brasil
na nossa cabeça de brasil
áfrica nos lábios teus
no meu nariz
áfrica para me coraçãnizar
me coraçãnizar
áfrica
meu coração
meu coração
áfrica

A casa de Dona Benigna ( mãe de Miguel Arraes) , no Crato

Se tocar a campainha será recebido por Antonio César ou Dona Almina. Ainda  pode olhar o azul sereno de Dona Anilda, e as fotos de família. Miguel Arraes foi um homem muito lindo, na juventude.
Gosto da paz desse jardim. De conversar com a sabedoria e simplicidade de Dona Almina !

Miguel Arraes- O Grande Político Brasileiro !

Miguel Arraes de Alencar (Araripe, 15 de dezembro de 1916 — Recife, 13 de agosto de 2005) foi um advogado, economista e político brasileiro.

Popularmente conhecido como Pai Arraia ou Dr. Arraes, Miguel Arraes foi uma personalidade de destaque no cenário nacional, membro e importante líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nasceu no interior do Ceará, primogênito e único filho homem de Maria Benigna Arraes de Alencar e José Almino de Alencar e Silva, pequenos agricultores do sertão nordestino.

Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco.

Durante a juventude Arraes mudou-se para Crato, com o objetivo de concluir o ginásio (ensino fundamental). Nesses anos, um fato marcou muito a sua personalidade: flagrou um curral com três flagelados presos simplesmente por tentarem fugir da seca para Fortaleza. A respeito, afirmou: "É uma lembrança que guardo para sempre. Era um horror difícil de compreender e marcou meu jeito de ver as coisas".

Em 1932, aos dezessete anos, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Simultaneamente, também foi aprovado no concurso público de Escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sendo lotado no Recife. Após a posse no cargo, conseguiu a transferência para a Faculdade de Direito do Recife (incorporada posteriormente à UFPE). Formou-se em 1937. No ano seguinte, foi promovido a assistente do diretor de Fiscalização, cargo no qual permaneceu até 1941, quando passou a ser chefe de Secretaria. Em 1943 ascendeu a Delegado Regional, ocupação que deixou em 1947[1], ao assumir a Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, por indicação de Barbosa Lima Sobrinho, que havia sido eleito governador do estado naquele ano e com quem havia trabalhado no IAA.
[editar] Carreira política antes do golpe de 1964
Miguel Arraes (direita) cumprimenta o Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, em maio de 2005.

Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) - representante das oligarquias canavieiras de Pernambuco. Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas.

Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em consequência, foi preso na tarde do dia 1º de abril.

Deposto, foi encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo posteriormente levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Seu pedido de habeas corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal foi protocolado em 19 de abril, sob o número 42.108. Foi concedido, por unanimidade, fundamentado em questões processuais (foro privativo de governadores e necessidade de autorização da Assembléia Legislativa). A exceção foi o voto do ministro Luís Galloti, que concedeu o HC em função do flagrante excesso de prazo da prisão. O então procurador-geral da República, Oswaldo Trigueiro, opinou pela manutenção de sua prisão. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.

Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França em recebê-lo, Arraes cogitou pedir asilo ao Chile - onde, alguns anos depois, houve em 1973 o golpe militar de Pinochet. Assim, Arraes tomou a Argélia como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia tinha problemas sociais parecidos com os do Brasil.

Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2 de março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de Justiça da 7ª Região Militar. A pena, de 23 anos de prisão, foi pelo crime de "subversão".
[editar] Carreira política após a anistia

Em 1979, com a anistia, volta ao Brasil e à política. Cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes no bairro de Santo Amaro para o comício de boas vindas[carece de fontes?], é recepcionado por várias lideranças de esquerda que permaneceram no Brasil, inclusive Jarbas Vasconcelos, aliado que se tornará a partir da década de 1990 seu principal adversário político.

Elegeu-se deputado federal em 1982, pelo PMDB. Em 1986 vence as eleições para governador de Pernambuco, ainda pelo PMDB, derrotando o candidato do PFL e do governo, José Múcio Monteiro. Seu governo foi caracterizado por programas voltados ao pequeno agricultor, como o Vaca na corda, que financiava a compra de uma vaca e o Chapéu de palha, que empregava canavieiros, no período de entre-safra, na construção de pequenas obras públicas. Outro ponto central foi a eletrificação rural.

Em 1990, filia-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). É eleito mais uma vez governador em 1994, aos 78 anos, sendo um dos principais opositores ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso - posição esta que lhe custou caro, politicamente. Seu último governo é marcado pela grave crise financeira do estado e pela greve das polícias civil e militar.Perde a reeleição em 1998 para seu ex-aliado e ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, que obteve mais de 64% dos votos válidos.

Em 2002, com 86 anos, vence sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do estado de Pernambuco, mas desta vez apóia como candidato à presidência o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que fica na terceira colocação na eleição presidencial do primeiro turno. Uma candidatura própria à Presidência da República foi de grande importância para o crescimento do partido do qual era cacique (PSB). No segundo turno apoia o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado seu nas outras eleições presidenciais.

Neste seu último mandato como deputado federal fez parte, junto com os integrantes de seu partido, o PSB, da base aliada do governo do presidente Lula, sendo responsável pela indicação de ministros que iriam ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia no primeira gestão de Lula, destacando-se na função seu neto e herdeiro político Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, também pelo PSB.
[editar] Internação e morte

Arraes foi internado no dia 16 de junho de 2005, com uma suspeita de dengue. Sua saúde piorou no dia 19, quando, vitimado por uma arritmia e a consequente queda de pressão, foi entubado e passou a respirar por aparelhos. Também foi detectada uma infecção pulmonar.

Teve uma ligeira melhora nos dias seguintes. Foi submetido a hemodiálises e no dia 2 de julho todos os aparelhos foram retirados. Arraes conversava com parentes e amigos e assistia à TV, opinando sobre a situação caótica em que se encontrava a política, com os escândalos do mensalão. Nos dias seguintes, foi diagnosticada uma pneumonia. No dia 20, recebeu a visita do presidente Lula.

Em 29 de julho, uma artéria do pulmão esquerdeu rompeu-se, provocando uma hemorragia e ocasionando uma cirurgia de emergência. Apesar da sobrevida, os rins e o fígado apresentaram falhas e novamente precisou ser submetido a sessões de hemodiálise, diariamente.

Ainda assim, deu sinais de recuperação, mantendo a consciência. No dia 12 de agosto, foi anunciado que deixaria a unidade de tratamento intensivo. Porém, durante a madrugada, piorou e o quadro era o de uma infecção generalizada, pela terceira vez. No fim da manhã, faleceu depois de 59 dias de internação na UTI do Hospital Esperança, no Recife. A causa mortis foi um choque séptico causado por infecção respiratória, agravada por insuficiência renal.

Seu corpo foi velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no dia 13 de agosto. O cortejo fúnebre saiu no final da tarde do dia 14 de agosto em direção ao Cemitério de Santo Amaro no Recife, onde foi sepultado, seguindo por milhares de pessoas que cantavam antigos jingles das suas campanhas políticas.

Na ocasião o presidente Lula divulgou a seguinte nota, após decretar luto oficial por três dias: "A morte do deputado federal e ex-governador Miguel Arraes é uma enorme perda para o povo brasileiro. Arraes foi, sem dúvida, uma das maiores lideranças das lutas populares que marcaram a segunda metade do século 20 no Brasil. Por isso, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quer manifestar não só seu pesar pessoal pela perda de um amigo, mas também grande tristeza pela ausência de um companheiro que com sua experiência, sabedoria e capacidade de resistência fará muita falta no trabalho em favor da justiça social em nosso país".

Um ano após sua morte, no dia 15 de dezembro de 2006, data que se comemorava os 90 anos de seu nascimento, a jornalista pernambucana Teresa Rozowykwiat lança na Livraria Cultura do Recife o livro Arraes, a primeira bibliografia autorizada sobre a vida do ex-governador. A autora contou com informações exclusivas repassadas pela viúva, Magdalena Arraes, principalmente sobre o período em que viveu no exílio após o golpe militar de 1964. O livro aborda fatos que apenas a família tinha conhecimento e detalhes sobre sua personalidade, que só os mais íntimos conheciam.

No final de 2008, a viúva, Magdalena Arraes, criou o Instituto Miguel Arraes com o objetivo de preservar a memória do ex-governador. Nessa ocasião o jornalista e chagista do jornal Diário de Pernambuco, Lailson de Holanda, seleciou mais de 500 charges feitas por ele durante mais de 30 anos sobre o governador Miguel Arraes, representando-o em diferentes momentos da história política recente de Pernambuco, desde da sua chegado do exílio político. O mesmo jornalista também lançou um livro com a coleção de suas melhores chages sobre o ex-governador, chamado de Arraestaqui.

Futuramente a viúva do ex-governador também pretende disponibilizar para o público, através do novo instituto, cartas, fotografias e anotações feitas pelo mesmo.

Arraes teve oito filhos (duas mulheres e seis homens) com sua primeira esposa, Célia de Sousa Leão. Viúvo em 1961, casou-se novamente, desta vez com Maria Magdalena Fiúza, com quem teve mais uma filha e um filho. Ao falecer, sua família estava composta, além dos dez filhos e filhas, por seis netas, onze netos, uma bisneta e cinco bisnetos. Tornaram-se notórios o seu filho, Guel Arraes (diretor de TV e cinema), sua filha Ana Arraes (deputada federal), a sua neta Marília Arraes(Vereadora do Recife) e o seu neto Eduardo Campos (atual governador de Pernambuco).

wikipédia

Receita de Bolo Espera Marido

Ingredientes
* • 250 g de manteiga
* • 1 xícara (chá) de leite de coco
* • 2½ xícaras (chá) de açúcar
* • 3 xícaras (chá) de farinha de trigo
* • 3 colheres (sopa) de amido de milho (maisena)
* • 1 colher (sopa) de fermento em pó
* • 1 pitada de sal
* • 4 ovos

Preparo da Receita

Bater em creme a manteiga com a açúcar e as gemas e, sempre batendo, adicionar as claras em neve, o sal, o fermento com a maisena e a farinha peneirados juntos e, por último, o leite de coco. Despejar em forma untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo. Assar em forno regular.

Dica :
Se quiser incrementar, asse em forma retangular. Corte em pequenos pedaços. Disponha num pirex redondo. 
Rechear com sorvete de baunilha, pèssegos e creme de leite. Cobrir com os pedaços restantes, e desenformar, no dia seguinte, depois de bem gelado.Cobertura  e decoração do seu agrado.
Não esquecer de forrar o pirex com papel manteiga.

Vida itinerante de uma bancária (VI)- por Socorro Moreira

 Dezembro de 1980



Cesec Juazeiro do Norte- (Centro de processamento de dados do Banco do Brasil)

Estava de volta ao Cariri. Com a informatização das Agências e abertura dos Cesecs  as vagas não eram disputadas, muito pelo contrário,  havia necessidade de funcionários  naqueles novos centros. 
Morando no Crato com a família, e trabalhando na cidade vizinha de Juazeiro, a vida ficou equilibrada.
Voltamos para os tempos de digitação, do trabalho interno, do estreitamento das amizades.
Emanoel era  o nosso chefe , e eu trabalhava sobre a guarda  Felipe e Ronald Albuquerque . Tempos sem pressões !
Vivi agradavelmente   essa época. 
Toda quarta-feira  havia seresta dançante na "Casa de Noca", que eu frequentava com o meu pai.
Finais de semana  viajava para Fortaleza, onde o mar, o amor  e um  violão me esperavam.
Mas vida boa quer pressa. Senti que estava na hora de aspirar a um cargo comissionado, e entrei na concorrência. Fui nomeada Assistente de Supervisão em Acopiara -Ce. Novamente desmanchei a casa, 
e parti para uma vida nova. Desta feita, não tão distante dos meus.Pela primeira vez, o Banco custearia a minha mudança, e o salário seria diferenciado. Topei !
Fica Acopiara para um próximo capítulo !

 

Por Lupeu Lacerda


O barco é um rio feito
de madeira
De madeira também o homem que joga
a rede
Rede de água feita de nylon
É tudo água
O barco é uma ave pousada
numa arvore corrente
As correntes que prendem o
barqueiro a terra
São feitas de terra
É tudo terra


por lupeu lacerda

Vila Grimaldi - por Everardo Norões

Aqui 
as pedras
pedem desculpas
por não poderem
prestar
seu testemunho




Do Livro "Poeiras na Réstia".

Acenos - por Ana Cecília S.Bastos

Hoje o dia tem acenos e é volátil.
Versos me espiam pelos cantos da casa
e se dissolvem em preguiça no corredor.
Percorro três canções
e a vida dos insetos me assombra,
tamanha maravilha.
Há um trânsito de vozes
e segredos rumo à varanda.
No silêncio da rua sombras experimentam roupa-
gens,
atravessam vãos,
como se fosse domingo.
De manhã cedo era o dia do Senhor,
havia abraço, choro, aflições e o Magnificat.
Volto para casa repleta.