Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Levanta-te, Lázaro

Feri a gengiva.
Escova assassina.

Culpa da mente
descontrolada

já sonhando
sexta-feira.

Tapa no Ouvido

O sino do Cristo Rei bate oito horas.
Na minha aldeia as batidas mais enlouquecedoras.

Era Sé,
e eu era um espectro.

Hoje sou o mesmo
mas aprendi a andar descalço
sem deixar marcas do suor dos pés.

Flecha

Tu sabes armar uma ratoeira como ninguém.
O bobo poeta acaba com o indicador preso.

Não me fales sobre tua vida -
tua fisioterapia e falta de dinheiro.

Engraçado - sempre aos gritos
como se o bobo poeta sensível
tivesse ainda tantos dedos
para se deixar decepados
na ratoeira

Repito -
que somente tu sabes armar
com tanto engenho e malícia.

Dá-me um refresco,
procura teus corcundas
teus fantasmas
teus amigos

pois tua voz
me faz arder o peito

de tristeza
e de fúria.

SOBRE CONFIANÇA, GENEROSIDADE E AMOR – Por Stela Siebra Brito

Li e gostei muito do texto que Carlos Esmeraldo postou, hoje, aqui no Cariricaturas, sobre a Confiança. Carlos conta um fato que se passou com ele, recentemente, depois conta uma história narrada no livro do historiador Raimundo Girão, e nas duas histórias a personagem principal é a confiança.
Para mim a confiança e a generosidade andam de mãos dadas. E, consequentemente, o amor. Formam um belo trio. As atitudes amorosas são desencadeadoras de bons sentimentos e bons fluidos. Quando desenvolvemos essas atitudes estamos disseminando energia positiva, estamos contribuindo para a harmonia em nossa volta.
A leitura do texto de Carlos levou-me a refletir sobre isso e lembrei-me que ontem mesmo conheci uma senhora, cuja profissão amorosa é fazer partos, há 42 anos. Chamo profissão amorosa porque ela não ganha nenhum salário pelos partos que faz, só a gratidão das parturientes. Dona Neide, é este seu nome, contou-me que fez o primeiro parto quando tinha vinte anos e estava grávida do seu primeiro filho. Ela encontrou, na estrada, outra grávida que voltava do Sindicato Rural. A mulher disse que estava sentindo as dores do parto, e dona Neide acomodou-a debaixo de uma árvore e correu até uma casa para pedir uns paninhos, cordão e tesoura pra cortar o cordão umbilical. A criança nasceu rapidinho e foi acomodada no cesto de uma outra mulher que ia passando pra feira.
Desde então, dona Neide é parteira. Tem um rosto sereno, um olhar profundo de quem conhece os mistérios da vida. Mora numa invasão, com o marido e dois filhos do casal e mais quatro crianças que ela cria, filhos das suas parturientes, que não tendo nada de alimento, nem mesmo leite materno, pois a fome secou seus peitos, pedem que ela fique com os bebês até que tenham condições de criá-los. E ela os acolhe com amor, acudindo ao pedido das mães.
Dona Neide diz que o momento mais bonito, o momento que seu coração mais gosta é quando ela segura a criança que vai nascendo, a vida chegando, palpitando, a criança chorando. Ela disse-me, textualmente, que nessa hora sente muito amor, e que agradece muito a Deus por ter a profissão de parteira.
Fiquei encantada com o desprendimento e a lição amorosa de dona Neide, me contando o dia a dia da sua vida simples e tão rica de generosidade, falando das ervas e das conversas que tem com as mulheres, do seu conhecimento prático e segurança, da sua responsabilidade e sabedoria que, ao perceber que não vai ser um parto normal, leva a grávida imediatamente para um hospital.
Uma mulher linda essa dona Neide: simples, generosa, acolhedora, amorosa, só espalha sementes de confiança na vida. E consequentemente, de amor.

Meu primeiro amor - Por : Rosa Guerrera



Para falar sobre o meu primeiro amor ...
precisaria existir ainda tanta coisa
dentro de mim !!!

Seria necessário
o encanto da aurora,
a pureza dos meus verdes anos,
o chilrear dos pássaros,
e a doce ternura
de um beijo roubado...

A culpa eu sei,
não é do vento ,nem do tempo,
nem da chuva...
É que a gente vai crescendo !
Aquela poesia aos poucos
morrendo,
e outros sonhos
tomando o seu lugar .

O meu primeiro amor
teve um gosto ameno,
sereno,meigo e angelical.
Teve a doçura dos brinquedos
das crianças...
Era eu menina de tranças
e ele um loirinho tímido
sem igual !

Era suave como o cair da noite
num céu estrelado...
Risonho , alegre,
despreocupado .
O meu primeiro amor
teve gosto de fruta,
teve aroma de flor !

Ah ! Meu primeiro amor !
Faz tanto tempo
que ele aconteceu ...
Que as vezes pensativa
me pergunto :
" Terá morrido ele
ou morrido eu ? "

ROS@

A Confiança – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Confiar em estranhos? Quem haveria de assim proceder nos tempos atuais? Seria de pronto classificado como uma pessoa ingênua. Temos a impressão de que esse mundo está completamente perdido. Será mesmo? Eu, pelo menos, acredito nas pessoas. Às vezes, todos acreditam. Quem de nós não aceita como certa a informação de um estranho ao indagarmos um endereço em alguma cidade ou bairro desconhecido?

No último fim de semana que eu passei no Crato, esqueci de colocar gasolina no carro e a caminho do aeroporto, onde fora esperar uma sobrinha da minha nora, como era previsível acontecer, o veículo parou. Isto é: eu fiquei “no prego” de motorista. Como não havia nenhum posto de gasolina nas imediações, não tive dúvidas: ao primeiro moto-taxista que passou, resolvi lhe entregar uma cédula de cinqüenta reais, para que ele me trouxesse gasolina suficiente para me tirar daquela situação desagradável. Na aflição em que eu me achava, esqueci de perguntar pelo nome daquele salvador e de anotar o número da placa da sua motocicleta. Um risco: concordarão todos. Mas menos de dez minutos depois, o motociclista chegou com a gasolina, tendo prestado conta bem direitinho do dinheiro que eu lhe havia confiado. E ainda me ajudou a repor o carro em funcionamento, desobstruindo a alimentação do carburador, que como era natural, ficara entupido.

Já vai longe o tempo em que confiar nas pessoas era uma virtude natural e espontânea. Homens e mulheres carregavam dentro de si uma áurea de honestidade e de confiança mútua.

O historiador cearense Raimundo Girão, em seu livro de memórias “Palestina, uma agulha e as saudades”, nos revela que seu tio Luis Eduardo Girão, mais conhecido por Lulu, era um homem que confiava cegamente na honestidade dos outros. E sempre era correspondido.

Lulu era um misto de delegado, comerciante, fazendeiro e entendido em medicina na Morada Nova do final do século XIX e início do século XX. Espirituoso, excelente papo, possuía um coração que mal cabia dentro dele. Por mais de trinta anos, Lulu foi Delegado de Polícia de Morada Nova e graças ao seu bom humor e confiança no ser humano possuía um elevado grau de persuasão, obtendo assim os acordos mais improváveis possíveis. Sua casa era cheia de amigos e de pessoas necessitadas que enchiam a sua mesa na hora do almoço ou jantar.

Certa vez, no inicio de uma tarde quente de outubro, debaixo de um sol escaldante, Lulu viu passar pela estrada defronte da sua casa um homem solitário, com uma pequena maca às costas. Perguntou: “Amigo, de onde você vem e para onde vai debaixo desse sol de rachar?” “Venho de Canindé e vou para o Rio Grande do Norte.” Respondeu o andarilho. “Venha descansar um pouco e almoçar conosco. Vou lhe emprestar um cavalo para o senhor não seguir essa viagem tão longa, a pé.” Insistiu Lulu. E assim procedeu. Alguns amigos duvidaram se ele algum dia viria novamente aquele cavalo. Porém, dias depois, uma caravana de romeiros do Rio Grande do Norte, devotos de São Francisco, trazia de volta o cavalo de Lulu e os arreios.

Ah, que bons tempos aqueles!... E como o mundo seria bem melhor se a gente pudesse restabelecer esse grau de confiança no ser humano! Se tentarmos, será possível.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

"Anema e core" - por Socorro Moreira



Existimos desde o "Muro de Planck".
Se estivemos dispersos no universo,
obedecíamos a uma ordem inteligente.

Teu sinal,
seja o mais sutil...
é um big bang
do amor contido.

"A nostalgia dos céus me domina”.

Tudo é mistério,
ou quase assim
Não sei o tom
mas escuto o som
nota por nota ...
Tudo o que diz, e
o que não diz!

Piscadelas, pautas falsas
Cumplicidade...
(por acaso e por um caso)
Felicidade é saber, e intuir
Gozar da plenitude
sem ter,
nem possuir!

Somos juntos
na efêmera realidade
Somos unos,
na longínqua eternidade!

Lentes do encanto - por Socorro Moreira


Um falava
A outra escutava de olhos arregalados,
completamente encantados.
Os amores nascentes , entravam
por todos os buracos.
.
Tempos depois, esbarraram-se,
numa das esquinas da vida.
Os dois ainda, pessoas apaixonadas !
Falam do mar, do amor, e
do vento acariciando a alma.
Possuem silenciadores, mas
preferem amplificar sentimentos...
Reencontro pra viver
tudo aquilo que faltou.
Pra um nem faltou nada ;
Para o outro, muito menos ...
.
- Mentem !
Faltou um beijo...
e agora querem os juros e as juras...
Querem muitos beijos juntos !
Socorro Moreira

Sister's - por Vera Barbosa



Seja o tipo de mulher que, quando seus pés tocam o chão a cada manhã, o
diabo fala "Oh droga, ela acordou! "

Irmã

A vida é muito curta para acordar com arrependimentos.
Ame as pessoas que te tratam bem.
Ame, também, àqueles que não só porque você pode.
Acredite que tudo acontece por uma razão.
Se tiver uma segunda chance, agarre com as duas mãos.
Se isso mudar sua vida, deixe acontecer.
Beije devagar.
Perdoe rápido.
Deus nunca disse que a vida seria fácil.
Ele simplesmente prometeu que valeria a pena.


Happy Sister's Day!

Semana das irmãs e amigas!

Eu sou tão forte quanto o chocolate que como,
o shampoo que uso e as amigas que tenho.

Para as maravilhosas mulheres que tocaram minha vida...

Essa é prá vocês!



Vera Barbosa

Como uma onda


É surpreendente o ir e vir da vida, chega a ser engraçado até. Tudo o que você afirma pode ser revisto. Sensações, pensamentos e ações. Nada permanece inalterado.

Quando menos se espera, somos surpreendidos por uma capacidade incrível de mudança. Saber recomeçar é o grande desafio. Desenvolvimento sustentável, eu diria.

E isso não significa que você não tenha opinião formada sobre os fatos e pessoas, mas que é capaz de reciclar num indo-e-vindo infinito.

Atreva-se!

Holístico

Não me queiras mal
por apertar tua mão
os olhos bem abertos
percebendo uma imagem abstrata
da nódoa de chuva no teto
enquanto tu rezas
enquanto tu curas
teus últimos pecados
tuas últimas trapalhadas
de repente tu me olhas
e entendes que estou distante
dos teus salmos, dos teus murmúrios
é que aquela nódoa de chuva no teto
nunca havia visto tão abstrata formando um rosto
talvez um dragão quem sabe um elefante bocejando.
Não me queiras mal
não é desdém
não é pouco caso
das tuas dores
do teu sofrimento vazio
dos teus últimos foras
das tuas últimas ilusões
é que faz tempo que olho aquele teto
nunca vira uma imagem tão intrigante
nódoa de chuva sombras juntas dos pingos
creio que seja mesmo um elefante bocejando.

Termine tua oração sem minha mão entrelaçada na tua
verei de perto essa inebriante imagem no dorso do teto.

Um pulo,
envernizo as asinhas dos meus tornozelos -
outro pulo,
fui.

O rio e o mar- por Rosa Guerrera

Você foi para mim como um rio
que contornando obstáculos desaguou
no mar dos meus braços...
E juntos velejamos por entre
ondas plácidas na mistura de águas tão diferentes...
Sentimos juntos o calor do sol nas auroras de paixão ,
e nos espelhamos na luz do luar em promessas de ternura.
Nos embalamos em espumas brancas de paz
após tempestades de loucuras
no cansaço das nossas mãos entrelaçadas .
E não vimos que o marchar das águas de um rio
é um continuo seguir sem olhar para trás .

Hoje ,daquele encontro de águas apenas ondas de lágrimas
espalhadas nas areias de uma praia deserta...

Rosa Guerrera

Essa foto é pra Edilma Rocha, enviada por e-mail por Rosa Guerrera


Pensamento para o Dia 21/10/2009


“Saiba que Deus (Paramatma) é a meta do homem. Dirija toda a atenção para essa meta. Controle a mente, que vaga para longe da meta. Essa é a essência dos ensinamentos de todas as Escrituras Sagradas (Shastras). Apegue-se ao Atma em você. Tome refúgio nele. Medite nele sem interrupção. Então, as obrigações mundanas irão se desprender, pois o elo com o qual você se ata ao Senhor tem o poder de desatar todos os outros vínculos.”
Sathya Sai Baba

Novo desafio !!! ( Garimpando versos e prosas) - Foto : Dedê Cariri


Respostas ao desafio (Garimpando versos)- Foto de Claude Bloc


Rua Tranquila, casas de portas e janelas,

abrigando muitas histórias insondáveis

de quem moram nelas.


Maria Amélia Castro


Tenho memória fotográfica .
Sinto saudades dos buracos,
e das sombras das árvores
Sinto a solidão das minhas mãos
nas andanças solitárias
Antigas ccompanhias criaram asas
voaram da rua, e de mim
Mas a rua permanece

tem a mesma posição
quando a confiro com o céu.
Não consigo andar distraída...
Meu olhar rebusca , e pressente
as almas das muriçocas,
de vidas tão rejeitadas e breves
Cadê a moça da janela ?
Cadê o assobio do leiteiro?
O grito do verdureiro?
Tudo gravado , nos ares,
que eu ainda respiro.
Rua , ruas,
És as nossas passarelas !


Socorro Moreira


Eu sinto paz ao observar essa rua tranquila,

à noite, sabendo que em cada casa ,

moram pessoas que sonham,amam,

desamam,riem,choram...
Enfim , vivem histórias diferentes.
Percebo também calmaria,sossego.
Dá vontade de puxar uma cadeira, e

sentar numa daquelas calçadas.

Liduina Belchior Vilar.

A noite profunda, nas ruas de pedras,
entrecortadas de ventos uivantes e,

vêzes por outras,por longos e

sonoros apitos, de um vigilante sonolento.
E seus moradores, antes barulhentos,

dormem e sonham ,
seus amores e ansiedades...


Heládio Teles

É madrugada ...
Na rua deserta
e mal iluminada
o silêncio.
“Lady Godiva” caminha.

No interior das casas
na escuridão
a cumplicidade dorme.

Mas por uma fresta da janela
O desejo espia.


Corujinha Baiana


"As almas das muriçocas"
Desfilam nas passarelas
E na calada da noite
Vem o cicio das querelas
O vento do Aracati
Passa todo dia ali
Invadindo as janelas

Ulisses Germano

Waldemar Lopes - poeta pernambucano

Waldemar LopesWaldemar Freire Lopes (Quipapá, 1 de fevereiro de 1911 — Recife, 21 de outubro de 2006) foi um poeta brasileiro.

Waldemar Lopes nasceu em Peri-Peri, então município de Quipapá, hoje pertencente a São Benedito do Sul, Pernambuco. Sua formação intelectual foi firmada em vários campos de atividades em Pernambuco, Rio de Janeiro e Brasília, onde atuou em jornalismo (ótimo cronista e revisor primoroso), literatura (criou e participou de vários grêmios e academias literárias), administração pública, economia, direito público internacional (esses últimos vividos na sua atuação profissional no IBGE e na OEA).
Como jornalista, teve atuação destacada no Jornal do Commercio (Recife), Associação de Imprensa de Pernambuco, A Noite (Rio de Janeiro), Revista Brasileira de Estatística, Revista Brasileira de Municípios e outros órgãos da imprensa brasileira.

No Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi Diretor da Secretaria-Geral, Secretário Geral do Conselho Nacional de Estatística, membro da Comissão Censitária e da Comissão Nacional de Política Agrária.

Na Organização dos Estados Americanos (OEA), onde atuou de 1954 a 1976, foi diretor de seu escritório no Brasil e representande de sua Secretaria-Geral junto ao Governo Brasileiro.
.

wikipédia
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Soneto da insônia


Na emanação da noite o leve peso
das sombras ancestrais. Vozes tardias
em vago marulhar, talvez desprezo
às turvas ambições, seiva dos dias.

E sobre o ser profundo, vivo-aceso,
o lume das vigílias. (Nas sombrias
urnas do tempo há de ficar defeso
o enigma das mortais mitologias

imunes à esperança.) Agora é essa
onipresença onírica, ou apenas
a ácida indiferença à vã promessa:

em seu ambíguo reino indefinido
a consciência noturna sofre as penas
da vida, o rude esforço sem sentido.

A Night in Tunísia

Dizzy Gillespie

John Birks "Dizzy Gillespie foi um dos maiores trompetistas do jazz e dos criadores um bepbop do estilo. Desde pequeno interessou-se por música e teve suas primeiras aulas com o pai, que era bandleader e guardava em casa todos os instrumentos de sua banda.

Aos 14 anos, Dizzy Começou a estudar trompete. Seu primeiro curso foi no Laurinburg Instituto, na Carolina do Norte. Em 1935 mudou-se para uma Filadélfia e começou um tocar trompete na Banda de Frankie Fairfax, onde ganhou o apelido, Devido a seus modos IRREVERENTES.

Tocou em diversas bandas Calendari até na Companhia de Cab Calloway, onde fez amizade com o trompetista cubano Mario Bauza. Através de Bauza, Gillespie entrou em contato com vários ritmos cubanos e africanos, que mais tarde passariam a música sua caracterizar.

Gillespie Participou de várias bandas até conhecer, numa turnê, Charlie Parker, com quem formou uma banda pioneira no novo estilo bebop. Durante os anos 1940, Dizzy Gillespie tocou em diversas formações com músicos e outros Participou de Inúmeras jam sessions, Com instrumentistas como Charlie Parker e Thelonious Monk.

Ao contrário de outros compositores, registrava Gillespie e ensinava suas composições. Nos anos 1950, realizou turnês por todo o mundo, banda com uma grande, patrocinada pelo governo americano.

Dizzy Gillespie Compôs e arranjou algumas das mais famosas composições do jazz, como "Grooving High", "A Night in Tunisia" e "Manteca".

Gillespie casou-se em 1940 com Lorena Willis, uma dançarina do famoso Apollo Theater, em Nova York, que se Tornou sua companheira por toda a vida. Em 1979, Gillespie publicou uma autobiografia, intitulada "Ser ou não Bop". Morreu aos 75 anos, de câncer no pancreas.

UolEducação

Walter Hugo Khouri



Walter Hugo Khouri já realizou 25 filmes de longa-metragem e é um dos nomes de reconhecida autenticidade do cinema brasileiro.

É um cineasta reconhecido por seu estilo marcadamente pessoal e pela atmosfera densa, estranha e poética de suas películas, onde há uma exemplar unidade de clima, linguagem e temática.

Khouri é autor e roteirista de todos os seus filmes e seu cinema tem uma gênese ligada ao universo urbano de São Paulo, onde nasceu e realizou a maior parte de seu trabalho. É um cinema muito diferente da visão regionalista e rural de outros importantes cineastas do Brasil, sem por isso deixar de ter um profundo enfoque social, humano e existencial do mundo e dos problemas que aborda.

Começou sua carreira em 1952, já como diretor, depois de um curso de filosofia e de fazer crítica cinematográfica no jornal O Estado de São Paulo.
Seus principais filmes são: Noite Vazia, O Corpo Ardente, Eu, As Amorosas, O Anjo Da Noite, Paixão e Sombras, Eros, Amor Estranho Amor etc, que o colocaram na posição de um criador de alto nível, sempre fiel à sua ótica e aos seus temas.

Os personagens desses filmes debatem-se quase sempre na confluência entre a espiritualidade e os sentidos, entre a vontade de sublimação e as compulsões materiais. São seres envolvidos num clima místico-erótico e numa "procura" que é a própria razão de suas existências, formando um gráfico sufocante de inquietação e ansiedade. Gráfico este que talvez necessite de uma visão em conjunto de seus filmes para ser completamente decifrado e absorvido em toda sua força poética. Mas surge também de cada um deles para o espectador interessado e atento a uma obra em permanente evolução, intensa, singular e solitária, que é sem dúvida um dos depoimentos mais pessoais do cinema brasileiro.


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Doris Monteiro- Mudando de Conversa

Paulo Tapajós - por Norma Hauer


Foi a 20 de outubro de 1913 que nasceu, aqui no Rio, aquele que seria um dos maiores nomes da radiofonia nacional: PAULO TAPAJÓS.

Com seus irmãos Haroldo e Oswaldo iniciou sua carreira na pioneira Rádio Sociedade, em 1927. Seu irmão Oswaldo logo abandonou o conjunto e Paulo continuou fazendo dupla com Haroldo, quando gravaram a primeira composição de Vinicius de Moraes, então um nome pouco conhecido, embora sobrinho de Melo Moraes, também compositor, apesar de Delegado de Polícia.

Essa primeira gravação foi o samba "Loura e Morena".

Paulo Tapajós e Vinicius de Moraes nasceram apenas com um dia de diferença, ambos em 1913. Paulo gostava de dizer que eles "se encontravam" à meia-noite, para um abraço de parabéns recíproco.

Paulo Tapajós continuou sua carreira com o irmão Haroldo, ingressando na Rádio Mayrink Veiga.

Posteriormente, já sozinho, passou à Rádio Nacional (entre 1942 e 1946) , fez uma pequena temporada na Rádio Tupi, regressando à Nacional onde apresentava, no fim
da noite, o"Musica em Surdina".

Com Albertinho Fortuna e Nuno Roland formou o "Trio Melodia", ainda na Rádio Nacional.

Nessa época gravou várias serestas, a maioria de Catulo, como "Os Olhos Dela";"Tu
Passaste por este Jardim":"Recorda-te de Mim"; "Ao Luar"; Clélia" e várias outras.

Como sua voz era "pequena", mas muito bem colocada, ele foi considerado "modinheiro" ao invés de seresteiro.

Quando a Rádio Nacional praticamente acabou, Paulo Tapajós conseguiu salvar seu acervo que iria ser sucateado.
Hoje, programas da Nacional, como "Rádio Memória",
de Gerdal dos Santos ou "História da MPB", de Osmar Frazão, costumam inserir
partes de programas famosos salvos por Paulo Tapajós.

Paulo Tapajós dirigiu o Museu da Imagem e do Som, depois que Almirante o deixou e
ali ouviu e gravou depoimentos de compositores e cantores que passaram por
nossa música e foi a ele que Pixinguinha revelou o nome de Octavio de Souza como
o autor da letra da belíssima valsa "ROSA".
No disco original de ROSA, gravado por Orlando Silva, só consta o nome de Pixinguinha, grande músico, mas que não fazia letras.

Também foi Paulo Tapajós quem "descobriu" os verdadeiros autores de "A Pequenina Cruz de Teu Rosário", grande sucesso na voz MARAVILHOSA de Carlos Galhardo, que Paraguassu dizia ser de sua autoria.

Em 1990 Paulo Tapajós, como grande pesquisador que ia "fundo" buscar material para seus programas, apresentou, durante cinco terças-feiras, no Teatro do BNDES
a "História do Carnaval no Brasil", desde os primórdios, quando havia muita influência estrangeira, principalmente lembrando o carnaval de Veneza, passando pela primeira música feita para o carnaval , o "Abre Alas" de Chiquinha Gonzaga, até o apogeu das Escolas de Samba.

Vários cantores ali se apresentaram, dando voz e vida aos programas.

Paulo Tapajós estava preparando outra programação para aquele teatro, quando apresentaria a obra de Ataúlfo Alves, mas faleceu em 29 de dezembro daquele mesmo ano (1990) e o projeto não aconteceu.

Paulo Tapajós teve três filhos, todos ligados à música:Maurício, Dorinha e Paulinho. Apenas este está vivo.
Norma Hauer