Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Busto de Siqueira Campos voltará à Praça -- por Armando Rafael



   Prevaleceu o bom senso. A construtora responsável pela reforma da  Praça da Siqueira Campos reinstalará –  naquele logradouro – o busto de bronze do comerciante Manoel de Siqueira Campos. A decisão foi tomada depois que várias pessoas, de diversos segmentos sociais da cidade de Crato, externaram seu descontentamento com a retirada desse busto existente há muitos anos naquela área pública.
  
Essas manifestações populares chegaram até os veículos de comunicação social e, a partir daí, o movimento ganhou corpo. Enfim, após apelo feito aos responsáveis pela reforma da praça, foi decidido que o busto retornará ao logradouro que leva o nome do legendário empresário Siqueira Campos.
   
A vitória foi, portanto, de toda a comunidade cratense, que terá, assim,   preservado um pequeno monumento público ameaçado de sumir, a exemplo de outros desaparecidos em reformas anteriores feitas na Praça da Sé.
   
Mais do que um exercício de cidadania, os habitantes de Crato estão conscientes de que todos os objetos que estiverem colocados ou se colocarem para perpetuar memória nas ruas, praças e outros  lugares públicos, desta cidade, passam a se constituir em Monumentos Públicos. E a partir daí, por ser um bem coletivo, gozam de proteção especial.
                                                                                                                                              

Napoleão Tavares Neves: um Baobá brasileiro -- por Marcos Aires de Brito (*)



O Baobá se destaca pela sua longevidade e pela sua capacidade de armazenamento de água, que pode ser utilizada pata matar a sede de quem precisa e pelos seus frutos que matam a fome dos sertanejos africanos.

O médico e historiador Napoleão Tavares Neves, de 81 anos de idade, é um gigante da Medicina da família, se distingue pela sua capacidade de armazenamento de conhecimentos em sua memória privilegiada e pela sua bondade e caridade ao seu próximo, o que não são mais características normalmente encontradas atualmente entre os profissionais Médicos.

As seguintes palavras foram proferidas pelo médico e historiador Napoleão Tavares Neves na preleção da sua palestra no III Tríduo de Estudos sobre Padre Cícero, no dia 18 de julho de 2005, em Juazeiro do Norte-Ceará.

“Sou um eterno menino de bagaceira de engenho e de porteira de curral de gado, que se tornou Médico e ama o seu ofício, hoje a 75 anos de vida e 47 de Medicina sertaneja ainda em ação, agradecendo a Deus a grande dádiva de consultar uma clientela pobre que não deixa dinheiro no fundo da minha gaveta, mas me deixa prazer de atender a gente que precisa e carece de um atendimento humano, porque sou ainda daquela quase extinta geração que acha a MEDICINA SE REALIZA NA CARIDADE, PLENIFICANDO-SE NA CARIDADE.

Efetivamente não há terapia melhor do que o fazer o BEM a quem precisa! Medicina, para mim, não é profissão, mas MISSÃO.

A nobreza da Medicina não deveria comportar remuneração! O vil metal compromete a missão, de tal modo que a Medicina deveria ser remunerada apenas pelo Estado! Isto sim, Medicina socializada, inteiramente estatal, mas de boa qualidade. É uma ousada concepção que trago comigo aonde quer que vá, graças a Deus!”

Para confirmar a relação entre o dizer e o fazer deste humanista, historiador e médico, quero compartilhar com vocês a carta que recebi do Napoleão, datada em 27.11.2.11, conforme transcrita a
seguir, pois não quero ser egoísta de tê-la apenas para mim.

“Hoje, como que, estou em “Estado de Graças”: fui ao Saco, mandei abrir o Posto de Saúde e sem avisar, compareceram 59 pacientes que foram todos por mim atendidos. Por volta de 14 horas terminei os atendimentos e fui almoçar com as manas. Foi uma beleza! Cheguei leve como uma pluma pela sensação do dever cumprido com a minha gente que eu vi nascer, que ajudei a nascer, que me viu nascer, com os quais brinquei criança na bagaceira do engenho! Houve até lágrimas quando eu lhes disse: estou aqui como se fora uma festa de aniversário, sem cansaço e feliz por vê-los todos.
Quando me perguntaram se eu voltaria a atender no Posto, respondi que o último domingo de cada mês seria para o Saco, sem nenhum vínculo empregatício, até mesmo se a Prefeitura não quisesse, mas eu iria, inclusive mandei imprimir receituários meus mesmos, mas por acanhamento coloquei: Posto de Saúde do sítio Saco, omitindo o meu nome. Gastei dois blocos de receitas. De cada casa da Vila veio sucos, água de coco e até lanches. As manas mandaram um suculento almoço, mas preferi levá-lo para almoçar em casa com elas. Conversamos muito, botamos a conversa em dia e regressei por volta das 15:30 horas sem o menor cansaço, muito ao contrário: até as dores nas pernas por varizes, cessaram! Aqui chegando fui a Santa Missa a pés e sem sentir dores. Foi um santo remédio! Deus seja louvado por tudo!

Teve uma velhinha que saiu dizendo: “já tô melhor só com a conversa dele”. Que coisa gostosa, Marcos: realmente É DANDO QUE SE RECEBE!”
(*) Marcos Aires de Brito, professor da Universidade Federal de Santa Catarina

POEMA DE NATAL - Por Edilma Rocha


Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade !
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça,
Do lar que nunca terei !

FERNANDO  PESSOA