Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 14 de novembro de 2010

Mostra Sesc Cariri de Cultura



A ciência também invade o cariri durante a Mostra! No Sesc Juazeiro do Norte, vizinha à galeria de artes, está instalada uma sala diferente, repleta de cheiros diferentes. É ali que está montado o Projeto Cordel e Perfumes, do Programa Educação do SESC, no qual os visitantes recebem uma breve e descontraída aula sobre a história e a fabricação dos perfumes.

O objetivo do projeto é despertar a nossa capacidade olfativa e surgiu com o nome “Perfumes, Aromas e Sabores”, do projeto SESC Ciência (Departamento Nacional do SESC). No Ceará, foi adaptado para o nome Perfumes e Cordel e utiliza a popular literatura de cordel como meio de aproximação das pessoas e informação sobre o projeto.

Na sala estão instalados alguns destiladores, que são utilizados na fabricação dos perfumes. Também há um cheirômetro, um equipamento que permite ao usuário a identificação de alguns aromas expelidos por ele e algumas matrizes de xilogravura.

Aos visitantes são oferecidos livretos de cordéis perfumados com os aromas produzidos neste laboratório culturalmente improvisado e decorado. A obra intitulada Os Mistérios do Perfumes ajuda a fixar os ensinamentos dos simpáticos instrutores que monitoram o projeto.

As visitações estão abertas para o público de todas as idades até o dia 15/11das 9h às 17h no Sesc Juazeiro.

Desde o início do evento no Cariri, João Lima e os integrantes do grupo têm sido vistos circulando pelo eixo Crato-Juazeiro-Nova Olinda, cidades-pólo da Mostra. Para ele, a expectativa é de casa cheia logo mais à noite e no repeteco de amanhã. “Já ouvi muita gente comentando e isso nos deixa muito feliz. O público acha curioso também por ser todo em linguagem gestual”. Boa notícia: a atração deve ser reapresentada no Overdoze. Vamos aguardar… e nos emocionar.

A 10ª Mostra SESC Cariri de Cultura apresenta este ano o programa InterneTV, seguindo a tradição de experimentar um pouco mais a cada edição. A iniciativa é uma tentativa de construir uma reflexão sobre a própria Mostra, dentro do formato de entrevista, com a mediação do ator Ricardo Guilherme.

Os programas estarão na íntegra na internet, como uma forma de democratizar o pensamento sobre a cultura semeada no Cariri, ano a ano. Aqui, a primeira parte do primeiro programa (composto por quatro partes no total). Os links para as demais partes estarão na seção Multimídia.

O InterneTV também servirá de metáfora para a criação de novas mídias e novas formas de diálogo entre artistas e o público. É só uma questão de tempo… e de experimentação.

Para quem ainda está por fora, aqui vai uma boa notícia: diariamente, a organização da 10ª Mostra Sesc Cariri de Cultura disponibiliza transporte para a locomoção de quem participa dos espetáculos e de convidados. São vários os horários. Por exemplo: para quem está hospedado em Juazeiro do Norte e deseja ir almoçar ou acompanhar as atrações no Sesc-Juazeiro, as vans saem às 11h, 14h e 17h. Os veículos passam pelos seguintes hotéis e pousadas: San Philipp, Horto Hotel, Panorama, Verdes Vales, Lagoa Seca e Kubanacan.


SESC Juazeiro do Norte
Rua da Matriz, 227
Juazeiro do Norte - CE
Fone: (88) 3512 2532

De Ramos a Rumos (ou Brincando com as Vogais) - Aloísio

De Ramos a Rumos
(ou Brincando com as Vogais)

Porque ficar preso a versos, estrofes, rimas
Se a vida está sempre mudando seus rumos
Se encontre numa embarcação e seus remos
Descubra a localização de Romos
Ou procure uma árvore e seus ramos.

Ramos, remos, rimas, Romos e rumos
É tudo o que traçamos
Façamos as escolhas ao acaso
Somos nós que as buscamos.

Se escolhermos rimas bem feitas
A vida é uma larga estrada
Por onde passam os sonhos
A caminhar para Pasárgada.

Passeando em outros ramos
De uma árvore bem cuidada
Protegido em suas sombras
A sorte já estava lançada.

Por entre ramos e remos
Olhemos daqui de cima
Mirando daqui do alto
Como saiu esta rima.

Romos, na geografia busquei
Na Romênia ela se encontra
Quem quiser que vá pra lá
Não sou a favor nem contra.

Depois de uma rima bem feita
Selamos nossos destinos
Passeando pela mente
E com alegria sorrimos.

O remo dá segurança
A quem navega com prumo
Buscando em outras águas
Seguir alegre o seu rumo.

Aloísio

Por Martha Medeiros

Chegando ao Rio…



Olá!

Estou lendo Solar, livro divertidíssimo (e um desaforo de tão bem escrito) do norteamericano Ian McEwan, que já nos deu outras joias como “Reparação”, “Sábado” e “Na praia”. Não cheguei nem na metade e já incluo esse título como um dos melhores livros de 2010. Andei lendo também Os Íntimos da portuguesa Inês Pedrosa, bela narrativa acerca do universo masculino, mas Ian Mc Ewan está me fazendo ir pra cama mais cedo, e esse é o melhor elogio que um escritor pode receber.

E hoje fui ao cinema assistir Um parto de viagem (mais uma tradução horrorosa para “Due Date”), do diretor Todd Philips, o mesmo do hilário “Se beber não case”, que foi uma das comédias mais originais e divertidas dos últimos tempos. Dessa vez, o diretor convocou de novo Zach Galifanakis (o irmão sequelado da noiva em “Se beber não case”) contracenando com o dispensa-apresentações Robert Downey Jr, sem dúvida meu ator preferido hoje em dia. O filme não se equipara ao anterior, mas não faz feio. Roteiro construído de absurdo em absurdo, diversão garantida. E, moçoilas, vocês hão de concordar comigo: Robert Downey Jr. é uma provocação. No bom sentido. No melhor dos sentidos.

Esse Todd Philips entende de casting. Como esquecer de Bradley Cooper em Se beber não case…

Eu sei, eu sei, ninguém aguenta mais ouvir falar em Paul McCartney, eu inclusive. Mídia é, ao mesmo tempo, glória e massacre.

Alguém ainda suporta escutar sobre goleiro Bruno, Eliza Samudio, Tiririca? Bom, mas hoje estava passando por uma loja de discos e vi em promoção um DVD de um show que McCartney fez no Canadá dois anos atrás, com praticamente o mesmo setlist dos shows que está fazendo por aqui, e não resisti. 20 pila. Nesse instante, enquanto escrevo pra vocês, ele está na tevê atrás de mim, atacando de Long and Widing Road pelas costas. Covardia.

Rio, estou chegando! Na terça estarei ao vivo no programa da Leda Nagle na TV Brasil, no programa Sem Censura, das 16h às 18h.

E na quarta, dia 17, também ao vivo, estarei na livraria Travessa, autografando e sendo feliz ao lado de quem puder comparecer.

Espero todos lá!

Beijos e bom feriado.

Postado no blog de Martha Medeiros,  do qual sou seguidora, em 13.11.
Recebo por e-mail.

Perfil de uma amiga - Por Socorro Moreira



Ela é movida pela alegria
parece que já provou toda tristeza do mundo
e o saldo é felicidade !
Mas não...
Ela é uma menina que sabe brincar
e sabe doar coração !

Quando a encontro
Já vem de braços abertos
Abraço sem muita conversa...
Palavras  são insignificantes
Diante do afeto sincero

Ela nos adora
Adoramos-la
Nós
Amigos em todos os elos.

Perfil de um amigo - por Socorro Moreira


Ele intimida 
pela inteligência, humor e bondade ...
(Coisas que não se aprende.
Estão coladas na alma.)

Ele encanta
com textos inusitados ...
(Partilha intelectual
que não se dispensa.)

Ele sabe tudo
E ainda escuta...
(Como se algo novo 
fosse pular em sua vida).

médico que cura
Artista que alegra
Amigo indispensável !

(Fabiana cuida bem 
desse patrimônio humano.
Ele  é seu e é nosso também !)

Exterior - Por Wally Salomão





Por que a poesia tem que se confinar?
às paredes de dentro da vulva do poema?
Por que proibir à poesia
estourar os limites do grelo
da greta
da gruta
e se espraiar além da grade
do sol nascido quadrado?

Por que a poesia tem que se sustentar
de pé, cartesiana milícia enfileirada,
obediente filha da pauta?
Por que a poesia não pode ficar de quatro
e se agachar e se esgueirar
para gozar
– carpe diem! –
fora da zona da página?

Por que a poesia de rabo preso
sem poder se operar
e, operada,
polimórfica e perversa,
não pode travestir-se
com os clitóris e balangandãs da lira?

O mínimo de Caetano é demais !



Porquê?
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso


estou me a vir
e tu como é que te tens por dentro?
porquê não te vens também?

Vocês assistiram ?

Os Centenários de 2010- Por Norma Hauer


Muito falei sobre NÁSSARA, mas esqueci-me de ressaltar que este também é o ano de seu CENTENÁRIO

Ele nasceu exatamente um mês antes de NOEL ROSA; enquanto este viveu apenas 26 anos, mas compôs um "mundo" de músicas,
NÁSSARA viveu 60 anos mais (morreu com 86, na data que seria aniversário de NOEL) e compôs menos, mas quase tudo foi sucesso. E também foi um grande caricaturista.

Os CENTENÁRIOS deste ano:

CUSTÓDIO MESQUITA (nascido em 25 de abril de 1910)
LUIZ BARBOSA (nascido em 3 de julho de 1910)
HAROLDO LOBO (nascido em 22 de julho de 1910)
ADONIRAN BARBOSA (nascido em 6 de agosto de 1910)
ANTONIO NÁSSARA (nascido em 11 de novembro de 1910)
NOEL ROSA (nascido em 11 de dezembro de 1910)

Os únicos lembrados e bastante comemorados foram ADONIRAN BARBOSA ( não só em São Paulo, mas também aqui no Rio)

E NOEL ROSA, lembrado o ano todo e que receberá uma grande homenagem nos dias 10 e 11 de dezembro, oferecida por "orkuteiros" de vários estados do Brasil, que aqui se reunirão , com camisetas e o que mais Noel merecer. 

norma

A República - José do Vale Pinheiro Feitosa

A monarquia sofre abalos desde o sistema de produção industrial e o fim da terra agropastoril como valor essencial. E emergência dos trabalhadores fora do campo, implicando rapidamente no fim da família, praticamente destruiu um dos esteios fundamentais do poder monárquico. Sem o poder patriarcal ou matriarcal a monarquia perde sentido e se transforma numa poliarquia. Em outras palavras o governo de muitos, que “reside numa coletividade ampla”.

A institucionalidade da República moderna foi essencialmente revolucionária. Nasceu com o sistema de produção capitalista, com a mobilidade transcontinental de trabalhadores, com o colonialismo e com a Reforma Protestante. Esta última lancetou o centro simbólico da monarquia na Civilização Ocidental: o poder Papal. A própria emergência do Renascimento e das guerras das cidades-estado italianas, já antecipavam o que aconteceria em Reforma logo alguns anos após.

Uma das coisas mais contraditórias na modernidade é um monarquista que reza pela cartilha liberal de Adam Smith. A radicalidade deste pensador inglês é tamanha que nem mesmo a idéia de Deus sobrevive nos moldes bíblicos, embora a bíblia protestante seja muito útil para controlar os trabalhadores, mas não os capitalistas. As revoluções (Inglesa, Americana e Francesa) foram a matriz da moderna poliarquia, tenha ou não nome de República.

Enquanto os Ingleses conquistaram a acumulação capitalista, deixando a terra apenas como símbolo de riqueza e prestígio da “nobreza” e mantendo a integridade das grandes famílias tradicionais que fizeram o império, os Franceses foram mais longe. A revolução Francesa foi profundamente anticlerical ao destruir os enormes feudos sobre domínio do clero, mexeu na estrutura das famílias tradicionais e fizeram a emergência de uma nova gente urbana, os burgueses. Esta última revolução instituiu o poder da burguesia (Napoleão foi fundamental nisso) e se tornou o modelo para toda a história a partir daí.

A Revolução Americana foi, de fato, a fundadora da República Moderna. Os pioneiros foram mais longe que os ingleses e franceses, foram buscar os princípios na Grécia e em Roma. Naquele país foi criado o maior ensaio político, social e econômico, jamais visto para fundar um sistema que estava morto e para os quais não havia referência no novo sistema de produção. Mesmo com as contribuições que podem se aparentar entre o positivismo e outras estruturas de pensamento da burguesia que começava a dominar, sem dúvida nenhuma, foram os EUA que fizeram o experimento da República Moderna.

O Brasil, amanhã, comemorará 121 anos da Proclamação da República. Ao contrário do que se imagina foi um curso não revolucionário de uma revolução que já acontecera praticamente no início do século XIX. As guerras napoleônicas, invadindo a península ibérica estão na matriz do moderno Estado brasileiro: a fundação dele com a transposição da corte portuguesa para as Américas; a Independência, a Constituição de 1824 e depois a própria Monarquia Constitucional.

Numa sociedade de massa, sem o domínio das corporações ou de elites, quando a democracia será mais direta e menos representativa, a República Moderna será superada. Há quem imagine um equilíbrio vivo de todos, com maior igualdade e com a arquitetura do tempo presente e futuro sendo construído pela coletividade ampla. E o indivíduo, onde este estará? Na diversidade atômica da coletividade.

Plástica vida perfeita

Esse mês caiu por terra aquele que parecia ser o último degrau a distanciar o sexo masculino do apelidado, injustificadamente , de frágil. Claro , muitas mulheres saltarão dos seus saltos ,gritando que a luta apenas se inicia, pois as disparidades ainda são incomensuráveis e até algumas serão capazes de concluir que a minha assertiva inicial se configura numa espécie de cortina de fumaça, com o intuito único de colocar os movimentos feministas em banho maria.Longe de mim polemizar e ser imputado imediatamente de machista. Creio, no entanto, que poderemos partir do consenso : as mulheres já não são mais arrastadas pelos cabelos das suas cavernas e também já não se discute se têm alma dentro de cada belo corpo. Pois bem, partamos ao menos deste princípio menos polêmico , antes que minha tese inicial se perca num matagal de discussões , num debate que poderá varar a madrugada e engolir o precioso fim de semana dos meus caríssimos e raros ouvintes.
As mulheres lutaram bravamente por seu espaço num sociedade milenarmente machista. Pagaram e ainda continuam pagando (muitas vezes com o próprio sangue) pelo direito sagrado da igualdade no trabalho, nas vidas doméstica e pública e na busca da felicidade. Hoje já não há setor da economia onde o sexo feminino já não tenha carimbado seu delicado rastro . O problema maior talvez tenha sido de planejamento estratégico. Elas brigaram pelas mesmas oportunidades numa estrada construída pelo sexo masculino, como se o homem já não tivesse demonstrado, exaustivamente, que não tem a mínima idéia em que destino pretende chegar com seu tortuoso caminho. Hoje as dondocas já disputam com os homens nas doenças do stress, no enfarte e na hipertensão . Um número considerável de famílias já tem a mulher como arrimo único. Homens e mulheres já não se veêm como companheiros de estrada mas como concorrentes e participantes da mesma corrida em procura do abismo. Olham-se com desconfiança , descobrem rapidamente os inúmeros e incontáveis defeitos uns dos outros e qualquer possibilidade de relacionamento é examinado de forma friamente contábil. Muitos preferem a estabilidade funérea da solidão, num eterno : "antes só do que mal acompanhado".
Volto à minha tese inicial. Talvez não seja tão visível, mas pressinto sinais de que a mulher, finalmente, alçou ao último degrau da igualdade. Neste mes , uma notícia de jornal me fez sentir isto. Finalmente se punha à venda, nos Estados Unidos, por U$ 7.000,00 , o homem de plástico. Os homens já tinham , de há muito , a possibilidade de comprar a sua companheira sintética. O sexo feminino , agora, alcançou seu último direito: pode ter um marido criado em laboratório, com as opções de escolher a cor da pele, dimensões dos órgãos sexuais e textura. O fabricante não se cansa de apresentar as incontáveis qualidades em comparação ao tipo velho e convencional :não bebe, é estéril, não tem ciúmes, não foge de casa( a não ser que uma amiga o seduza e carregue), não joga bola com os amigos, jamais reclama de cansaço na cama e nunca apresenta defeitos tipo disfunção erétil: o homem perfeito.
Homens e mulheres agora têm sua equânime solidão perfeitamente plastificada. À tarde podem tomar as frias mãos dos companheiros e felizes passear , silentemente, por entre as nuvens de isopor, o sol de néon e as foscas flores que pendem dos jardins de teflon...

J. Flávio Vieira

Monet


Oscar-Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926 foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.

Hegel



Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Estugarda, 27 de agosto de 1770 — Berlim, 14 de novembro de 1831) foi um filósofo alemão. Recebeu sua formação no Tübinger Stift (seminário da Igreja Protestante em Württemberg).

Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e Rousseau, assim como pela Revolução Francesa. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx.

wikipédia

Atenção Cariricaturenses !

"Cariricaturas em prosa e verso"- Edição Especial


O livro não implicará em qualquer ônus  para os seus escritores.

Com o intuito de uniformizar as postagens , disponibilizaremos espaço para 2 textos de cada autor , mais release e fotografia.
Autores convidados: todos os nossos colaboradores !

Faremos uma tiragem correspondente a 5 livros para cada escritor.

Agradecemos a atenção, e contamos com o apoio geral.


Os textos deverão ser enviados para o e-mail de Stella ,até no máximo, 10 de Dezembro de 2010. A fase de revisão terá tempo indefinido.

- stelasiebra@yahoo.com.br



Participação :

Roberto Jamacaru
Abidoral Jamacaru
Pachelly Jamacaru
Liduína Vilar
Lupeu Lacerda
Zé Flávio
Zé do Vale
Assis Lima
Geraldo Urano
Stella Siebra
Rosa Guerrera
Wilton Dedê
João Marni
Aloísio
João Nicodemos
Sônia lessa
Rejane Gonçalves
Everardo Norões
José Nilton Mariano
Izabella Pinheiro
Joaquim Pinheiro
Marcos Leonel
Jorge de Carvalho
Edilma Saraiva
Nilo Sérgio Monteiro
Vera Barbosa
Domingos Barroso
Carlos Esmeraldo
Magali Esmeraldo
Socorro Moreira
Emerson Monteiro



Aguardamos pronunciamento  dos demais amigos do Cariricaturas..

Vamos participar  desse  banquete poético !

Convite !


A Sertão Pop e Mônica Vitoriano estão fazendo algumas shows alternativos
durante a Mostra SESC Cariri de Cultura. Veja a programação:
- dia 16 (terça-feira) - BANDA RENEGADOS de Fortaleza
- dia 18 (quarta-feira) BANDA JOSEPH TOURON (Recife)
BANDA FALSOS CONEJOS (Argentina)

Todos os show serão no ARMAZÉM CULTURAL BAR e começarão as 22h.
O ingresso será apenas R$ 5,00 (cinco reais)

Esses eventos fazem parte do projeto de circulação nacional de Bandas Independentes chamado "CIRCUITO FORA DO EIXO", que visa estimular a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de produtos do setor da música.

"Contrato de separação"- Um primor da MPB!




Contrato de Separação
Nana Caymmi
Composição: Dominguinhos - Anastácia

Olha, essa saudade
Que maltrata o meu peito
É ilusão
E por ser ilusão é mais difícil de apagar

Ela vai me consumindo lentamente
Ela brinca com meu peito
E leva sempre a melhor

Eu quis fazer com ela um contrato de separação
Negou-se, então, a aceitar
Sorrindo da minha ilusão

Só tem um jeito agora
É tentar de vez me libertar
Brigar com a lembrança
Pra não mais lembrar

Pérola nos bastidores - Para Geraldo Urano

Jose Ramon Santana Vazquez deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A POESIA DE GERALDO URANO":

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


TE SIGO TU BLOG
GERALDO



CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...


AFECTUOSAMENTE
CARICATURAS

ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.

José
Ramón...

A POESIA DE GERALDO URANO


lambo as minhas dores
sou um boi
grande e lindo
uma vaca religiosa
que carrega
os pecados do mundo
sou um continente
gelado
com inúmeras
ilhas verdes
nova york adolescente
paris iluminada
pelo sol poente
sou uma pintura
na parede
com muito vermelho
e azul

vou parar de
escrever
pois o que estou
escrevendo
não está com nada
igualzinho
a certas mulheres
que só são vistosas
e nada mais
gosto dos loucos
e de quem sofre
me sinto bem
olhando
você de longe
vai a tarde embora
e a noite vai chegando
como uma espécie
de petróleo
saído das mãos de deus
voa besourinho
teu último voo
depois vai alimentar
os sapos

a manhã
é uma enchente de
luz
a tarde
um mar de água
quente
e a noite
um grande perfume
minha primeira
dose de rum
meu primeiro
cigarro
meu primeiro beijo

sou feliz
porque sou infeliz
e vice-versa
o mundo
é uma borboleta
bondosa e frágil
que precisa de nós
o mar lambe a
cidade
lambe os meus
pés
entro com o
meu rosto numa
nuvem
e escrevo
no seu coração
a palavra paz

Perfil de uma amiga - por Socorro Moreira



Amorosa
Afeto gravado
No canto da prosa

Lembrança de uma rua
Recinto templário
Varanda dos Caprichos
Ilusões condensadas.

Olhar feiticeiro
A mesma risada
No tempo guardada.

Agora é presente
Futuro passou
Vivemos ausentes
Amizade ficou.

Rosa 
Veterana jornalista
Da prosa e do verso
linguagem bordada de estrelas
perfume fraterno

Sempre bem vinda
Com ou sem mistério

O valor de um presente - Por José de Arimatéa dos Santos

Estava procurando um presente para meu filho Alexandre e a dúvida pairou em minha mente. Pela idade dele(11 anos) brinquedo já não combina mais. Mas ele gosta ainda daqueles carrinhos esportivos e de corrida. Não queria repetir o presente com carrinhos de corrida e procurei alternativas. Cheguei a conclusão que o melhor presente para ele seria um livro e com isso procurarei dar sempre pra ele obras literárias. Entrei numa livraria e fui direto a seção para crianças e jovens. Vi vários livros e só encontrava obras relacionadas a crianças de pouco mais de seis ou sete anos. Tem aquele ditado que quem procura acha. E achei um livro que combina bem com a fase dele atual. Encontrei um livro que fala de futebol e o tema é a Copa do Mundo, paixão dele e inclusive comprei durante o certame mundial uma coleção de vídeos. Rapaz, ele sempre está ligando no DVD esses vídeos que têm os filmes oficiais da FIFA de todas as edições das Copas do Mundo. Da primeira Copa, no Uruguai, até a Alemanha em 2006. Posso afirmar sem pestanejar que Alexandre já é um expert em Copa do Mundo. Hoje mesmo ele estava lembrando comigo da Copa da Espanha, em 1982. Falei que o "carrasco" do Brasil naquela Copa foi o centroavante Paolo Rossi. Como resposta de nosso diálogo futebolístico, ele disse qualquer coisa diminuindo o atacante italiano. Ele também falou sobre o primeiro jogador que recebeu um cartão amarelo em Copa do Mundo. Fato ocorrido em 1970 com o jogador inglês Lee. E por aí vai.
Assim que ele recebeu o presente, vi seus olhos se encherem de alegria e as informações sobre as Copas do Mundo baterem com as dos vídeos que ele sempre assiste. O livro próprio para a idade dele com leitura fácil e muita ilustrações. Fatos interessantes ocorridos nas várias Copas. Muito bom. Vê-se que o presente simples que é o livro pode deixar qualquer ser humano feliz. E mesmo com as várias tecnologias o livro sobrevive bravamente entretendo e formando novas gerações. Esse é o valor do presente quando vemos que o presenteado ficou bastante satisfeito e feliz com o agrado. Assim, no agrado mais simples que é um livro pode-se deixar nossos semelhantes mais felizes. Quero ressaltar que o livro é de uma grandiosidade incomensurável, pois nos transporta a um mundo transcendental que é o conhecimento. Ao adquirir conhecimento, ninguém nos toma. O conhecimento é nosso. Podemos transmitir aos outros do nosso jeito. Portanto, vi o valor de um presente e fiquei bastante feliz o quanto o livro tem esse valor.

Conversando com estrelas - Por Rosa Guerrera


Debrucei meus pensamentos numa janela de sonhos quando a noite desceu. Olhei para o céu pontilhado de estrelas e senti que aqueles pontinhos luminosos curiosos piscavam para mim como a partilhar de uma conversa imaginária .Não sei ao certo se voei até aquele espaço brilhante , ou se as espalhei nas paredes do meu quarto . Sei apenas que em cada uma , eu revi passagens da minha vida .
Lembrei que quando criança minha avó dizia que eu não devia apontar para as estrelas porque apareceriam verrugas na ponta de meus dedos , e as escondidas eu insistia em contá-las, numa tabuada que parecia nunca ter fim.

Lembrei depois minha adolescência , os sonhos românticos de menina-moça , namoricos a beira da praia onde apenas as estrelas participavam de ternos beijos trocados .
Quantas poesias fiz inspiradas num firmamento repleto de estrelas !

Era como fossemos íntimas confidentes , cúmplices de segredos registrados apenas numa troca de olhar .
Um dia recordo perfeitamente , escolhi um daqueles pontinhos luminosos apenas para mim, e por incrível que pareça eu conseguia localizá-lo, principalmente nas noites de lua cheia quando ( segundo a minha imaginação ) aquela estrelinha caminhava sempre paralela ao brilho da lua .
Hoje , debruço meus pensamentos nessa janela de sonhos , vejo o mesmo céu luminoso e me decepciono por não encontrar mais lá no alto a minha amiga estrelinha.

Imagino que tenha perdido o brilho , ou quem sabe até tenha pertencido a tantas estrelas cadentes(nome dado a um fenômeno astronômico que acontece freqüentemente ).
E embora hoje eu tenha consciência de que as chamadas estrelas cadentes são apenas pequenas partículas minerais que viajam pelo espaço e quando uma entra na atmosfera da Terra, o choque faz com que ela se torne incandescente, prefiro ainda enxergá-las com os meus olhos de criança .
Afinal Bilac também conversou com elas , e quando escreveu o belo poema OUVIR ESTRELAS , pouco fez caso de ser chamado de louco , e como resposta aqueles que duvidavam da sua sanidade deixou escrito para sempre : “ AMAI PARA ENTENDÊ-LAS / PORQUE SÓ QUEM AMA TEM OUVIDOS PARA OUVIR E ENTENDER ESTRELAS"


rosa guerrera

Ontem, dia de abraços felizes - Socorro Moreira

Represento a ternura por Maria Alice. 
-Meu sempre encontro !
Registro abraços felizes : João Marni, Fátima, Loura, Adriana,Monalisa, Roberto, Fanca, Zé Flávio, Liduína, Fabiana, Ccalazans, Socorro  e Pachelly, e um e-mail carinhoso do Assis. Entre todas as lembranças , a fala e o sorriso sensato de Stella Siebra... 
Além de todos  são todos.
Amigo é parte do real e do sonho.

Amigos do Cariricaturas tenham um Domingo feliz !

Poema da Alegria- Por Liduína Belchior

Vibrando com insetos, sapinhos...
O olhar na janela vendo a rua
e pessoas 
que nunca antes vira !

Nick Bar




por Jorge Mello em 16 de agosto de 2007
Publicado em Cancioneiro de Garoto




Piano Bar - Alberto Sughi
Detalhe de “Piano Bar”, gravura do artista plástico italiano Alberto Sughi.

Num bar da notívaga São Paulo da década de 50, um conjunto formado por bandolim, piano, contrabaixo e bateria toca um animado choro instrumental. Chega então um freguês, que é prontamente atendido pelo garçom:

– Boa noite!
– Boa noite.
– Ué, sozinho hoje?
– Estou… Queria aquela mesa, perto do piano.
– Pois não!

Repentinamente o bandolim pára o choro e o freguês pede firme:

– Maestro!

Surge então a voz aveludada de Dick Farney, entoando a letra de um samba-canção de sofisticada – porém envolvente – harmonia:

Foi neste bar pequenino
Onde encontrei meu amor
Noites e noites sozinho
vivo curtindo uma dor

Todas as juras sentidas
Que um coração já guardou
Hoje são coisas perdidas
Que o eco ouviu e calou

Você partiu e me deixou
Não sei viver sem teu olhar
O que sonhei só me lembrou
Nossos encontros no Nick Bar

Assim é o primeiro registro sonoro de Nick Bar, composição de Garoto e José Vasconcelos – este último, aliás, responsável pelo “diálogo” garçom-freguês acima (para ouvi-lo, vá até o player localizado no rodapé deste artigo).

Nesta gravação, Dick Farney possui a companhia musical de Radamés Gnattali (piano), Garoto (violão e bandolim, tocado no início), Pedro Vidal (contrabaixo) e Trinca (bateria). O disco, um RPM 78 rotações da Continental de número 16479, foi gravado em 23 de agosto de 1951 e lançado dois meses depois – existem duas outras gravações dela feitas pelo próprio Dick em dois outros discos de sua autoria.

O paulistano e noturno “Nick Bar”

Bairro do Bixiga à noite, em São Paulo - fonte da imagem: http://flickr.com/photos/slgiusti/217836390/A boemia paulistana no início da década de 50 tinha como emblemático ponto de encontro um bar localizado no tradicional bairro do Bixiga, no número 315 da rua Major Diogo, ao lado do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), servindo como um refúgio informal e charmoso para músicos, atores, escritores, artistas, socialites e boêmios da época.

Seu dono, o americano Joe Kantor, conhecido boêmio na cidade daqueles tempos, batizou-o de Nick Bar em referência à montagem “Nick Bar… Álcool, Brinquedos e Ambições”, título em português dado à peça de três atos “The Time of Your Life” (1939), do escritor e dramaturgo norte-americano William Saroyan , dirigida pelo italiano Adolfo Celi. Esta, por sinal, fora a primeira encenação profissional do TBC, inaugurado havia pouco tempo, em 1949.

O escritor e cineasta paulistano Marcos Rey em sua crônica intitulada “Bares da saudade” sintetiza de forma sucinta a magia e o glamour que envolvia e atraía seus freqüentadores:

“(…) Era o reduto da sofisticada geração que se dizia existencialista, discutia Sartre e se recusava a apertar a mão dos adeptos da música caipira. Os artistas de sucesso e jovens intelectuais diziam presente todas as noites. Os cronistas sociais passavam por lá. Estar no Nick podia ser notícia. Com um pouco de sorte sentava-se na mesa ao lado de Tônia Carrero, Maria Della Costa e Cacilda Becker. Vizinhos da fama. O tom da geração, o estar na moda, ser up to date, era ali, no Nick, onde muita gente tomou uísque pela primeira vez, curtiu a dor-de-cotovelo inaugural e aprendeu que era feio dormir cedo. Devia ser tombado e seus fregueses transformados em figuras de um alegre museu de cera. (…)”

A lembrança desse clima de boemia e musicalidade que rondava o bar se tornou lenda, perdurando na memória dos que intensamente vivenciaram aqueles momentos.

Inspirado por essa lembrança, o escritor de folhetins televisivos Manoel Carlos, conhecido por fazer habitualmente referências a artistas e cancioneiros da bossa nova e velha guarda em seus roteiros, teve como um dos protagonistas de sua novela Mulheres Apaixonadas, exibida pela TV Globo em 2003, a personagem de músico – saxofonista – interpretado por Tony Ramos, que tocava no bar de um hotel, chamado… Nick Bar!

Letra e música nascendo juntas

Dick Farney



Dick Farney, nome artístico de Farnésio Dutra e Silva (14 de novembro de 1921 — 4 de agosto de 1987) foi um cantor, pianista e compositor brasileiro.





Pra fazer Domingos dormir....

Histórias e historinhas
O CASAMENTO DA VASSOURA
Marlene B. Cerviglieri

Ali guardadinha estava a vassoura num cantinho do armário. Às vezes a tiravam e dançava muito pela casa ou quintal, ficando até tonta de tanto ir pra lá e pra cá. Mas depois ficava no cantinho até tristonha mesmo. Um dia, porém, ouviu uma vozinha que a chamava:- Dona Vassoura, oh dona vassoura está me ouvindo?- Sou eu, a dona Pazinha aqui do outro lado.- Sim, estou ouvindo - disse a Vassoura até meio assustada.- Tenho um recado para a senhora, do senhor Rodo.- De quem?- É do senhor Rodo.- Ele mandou lhe dizer que gostaria de casar com a senhora!- O que devo responder a ele?- Ora - disse a Vassoura, pega de surpresa - Eu casar com o senhor Rodo?- É sim. Pense e depois me dê a resposta, é só me chamar.Dona Vassoura ficou inquieta, pensou, pensou...- Sozinha aqui pelo menos vou ter um companheiro, nada tenho a perder, até que ele é bem simpático pois já o vi algumas vezes brincando na água.Mais tarde a noitinha dona Vassoura chamou dona Pazinha e disse-lhe:- Bem diga a ele que aceito, mas como será o que vamos fazer?- Não se preocupe nós vamos arranjar tudo para o casamento.E assim foi.Fizeram, primeiro, a lista dos padrinhos e convidados.- Ouça dona Vassoura, os padrinhos de seu casamento serão: o senhor Balde e eu. As daminhas serão as Flanelinhas que estão todas felizes pelo evento.- O senhor Papel Higiênico ficou de enfeitá-la e fará uma grinalda bem linda, ele prometeu.- O ambiente será todo perfumado pois, os Senhores Desinfetantes se incumbirão de fazê-lo. - No mais, todos os outros moradores deste armário vão contribuir. Os senhores Panos de Chão, os Tapetes, até o Sr Desentupidor irá colaborar.- Pelo jeito já está tudo combinado, não é mesmo dona Pazinha?- É sim. Vamos marcar para a próxima noite, certo?- Sim, combinado.A noite veio e o casamento foi realizado com muita simplicidade. Dona vassoura toda enfeitada. O noivo, Senhor Rodo, com a ajuda do Senhor Pano de Chão, estava muito bem enrolado, muito elegante.Os convidados estavam felizes e a festa foi até de madrugada.No dia seguinte, quando foi aberto o armário, estava tudo diferente!- O que aconteceu aqui? Pensou a dona da casa...A vassoura toda enfeitada de papel higiênico, o rodo fora do lugar...Fechou a porta do armário e esqueceu o assunto, mas que era estranho era...Lá dentro os convidados começavam acordar da festa de ontem, ou seja, do casamento da Vassoura...
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Pérola nos bastidores- Por José do Vale Feitosa p/ Domingos Barroso


Um sapinho,
Na lagoa não é solitário,
Mas na boca dói como fio desencapado,

Mas logo nesta noite de sábado,
Nem um cãozinho ao pé da rede,
Apenas estes insetos,
Que não me enxugam as lágrimas.

Há uma noite
Mais solitária,
do que este poema?

Momento Musical

Perfil de um amigo - por Socorro Moreira



O sotaque  é carioca.
O coração gosta de TER  
E tem
aSAs  na Batateira.
Amor incrustado no mito da pedra
Viaja pra cá
Mas volta pra lá...
Metade que vai,
Metade que fica ...
Tudo misturado,
na sua poesia !