Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sexta-feira, 5 de março de 2010

" Música é Vida Interior "


Hoje, cinco de março, é o dia dedicado à Música Clássica.O natural seria que eu aqui exaltasse o nosso grande Maestro Heitor Villa Lobos, já que essa data foi criada em sua homenagem. Mas, não ! Também não falarei sobre a música erudita nem dos grandes mestres.

Hoje, “Dia da Música Clássica”, resolvi falar sobre um escritor, poeta, cronista e jornalista, que fez Radio, Revista e TV. Além de tudo, um "Político" na verdadeira acepção da palavra. Um ser humano em sua mais alta expressão.Um ser humano que entendia a cultura como um exercício do espírito – Arthur da Távola.

Arthur da Távola apresentou, de 1995 a 2003, na TV Senado, o Programa “Quem Tem Medo da Música Clássica ?”. Nele, em tom coloquial e com uma voz extremamente agradável, nos era ensinado a ouvir, e a entender esse tipo de música não tão conhecida no nosso país, muitas vezes rejeitada, e outras tantas, erroneamente denominada .

Arthur da Távola costumava dizer que “Música é vida interior” .Também preconizava a cultura como um exercício do espírito, um cultivo à condição humana. Através do seu programa e com apurada competência, ele habilitava a nossa mente e os nossos ouvidos para perceber as mais profundas e sonoras harmonias.

Em “ Quem Tem Medo da Música Clássica ?”, através do seu conhecimento enciclopédico, aliado a uma sensibilidade extraordinária, ele descrevia os acordes, o papel de cada instrumento na orquestra, o significado de cada peça musical apresentada.

Descrevia cenários, tecia comentários humanistas, e não perdia a oportunidade de difundir a idéia de que o Conhecimento e a Cultura devem ser utilizados como fontes inspiradoras de liberdade e autonomia.

"Grande" Arthur da Távola ! Você deixou uma lacuna,
quase impossível de ser preenchida, numa televisão repleta de Big Brothers, Datenas, Faustões e tantas outras aberrações.

"Grande" Arthur da Távola ! Como você nos faz falta ! Mas como você sempre dizia nos finais de seus programas ...

“Música é vida interior, e quem tem vida interior, jamais padecerá de solidão”.
*
PS. Arthur da Távola faleceu em 09 / 05 /2008.

( Corujinha Baiana , 05 de março de 2010 - Dia da Música Clássica )
*
You Tube - "Meditação" - da Ópera "Thaïs" de Jules Massenet, na interpretação do violinista Itzhak Perlman


Comoção

Recolha-se, poeta.
Volte a minutos atrás.

Lembre-se da cria
órfão de mãe
cego

caiu do telhado
feito manga madura.

Uma queda triste.
Calaram-se os gemidos.

Perguntei qual o destino
da gata tão fecunda.

Disseram-me sorrindo:
"deram um sumiço na bicha."

Cruéis, impiedosos.
Não pensaram nos gatinhos.
Presos ao cordão umbilical todos.

Uma alma caridosa,
o mais cínico,
agachado fazia carinho

e a conta-gotas dava leite
aos tenros sobreviventes.

Tanta candura é felicidade
ao homem outrora monstro.

Somente ele,
o Corcunda,
o Diabo de Fausto,
amamentava os filhotes:

agradecidos,
não largavam
dos seus dedos.

Minha Professora Sarah Cabral - por Claude Bloc


Dona Sarah Cabral foi minha professora de música. Eu, naquela época, estudava violão com o grande músico Nélio, numa sala da Educadora. As aulas teóricas nos eram passadas por ela, com a suavidade caractarística dessa mestra sensível e terna.
.
Dona Sarah me ensinou a solfejar, a entender aquele novo mundo musical que se descortinava aos olhos de uma adolescente deslumbrada pela oportunidade de poder voar através das notas, das pautas, das claves, das delicadezas.

Nélio (que Deus também já levou) tornava toda essa aprendizagem um sonho tangível que enlevava a alma, até seu mais alto grau, através do dedilhar das cordas do nosso pinho.

Foi também através de Dona Sarah, no Ginásio Pio X, que todos os meus desejos musicais tomaram cor. Fui escolhida para participar do coral e achava um delírio poder fazer parte do coro e interpratar, por exemplo, o "Luar do Sertão" em duas vozes.

Pois é, de Dona Sarah tenho a lembrança carinhosa dessa passoa doce e ao mesmo tempo enérgica que nos fazia parecer anjos. Anjos cantando às portas do céu.

Agora, tenho certeza, de que ela está juntinho de Deus para executar a música celestial...

Que os anjos embalem teu sono eterno, Sarah Cabral!
.
Claude Bloc
.

Mostramos o pau antes de matar a cobra

Pedro Esmeraldo

O que vamos falar causa tristeza e perplexidade porque não suportamos mais as fraquezas dos políticos.

Não reagem aos insultos provocados pelos adversários, permanecem no sonambulismo desenfreado e não tomam cuidados com as mordidas das serpentes que constantemente ameaçam querendo arrebatar do Crato a maior parcela do nosso melhoramento.

Agora mesmo, estamos ameaçados num ninho de cobras jararacas que permanecem escondidas no seu território sombrio, esperando que o Crato caia, procurando com a força do seu prestígio, levar para si um comando judiciário, tirando do Crato o seu quinhão conquistado há anos com trabalho e clarividência em que pautou com orgulho as decisões jurídicas da região.

Não é do nosso agrado aceitar isso com passividade porque fomos no passado um povo lutador e obtivemos a conquista da liberdade democrática às custas do suor e sacrifício e igualamos em regime político aos grandes heróis nacionais e buscamos o desenvolvimento através do trabalho democrático e atuamos como grande centro cultural do nordeste.

Tomamos conhecimento que essas cobras venenosas vivem chacoalhando por trás dos bastidores políticos que, “só pensam em si mesmos”, desprezam as igualdades e impedem o crescimento igualitário, com manobras políticas indecorosas querendo-nos transformar em cidade dormitório.

Estamos completamente abismados diante das configurações políticas conduzidas por um corpo débil e que não reage aos estímulos sombrios e que nos leva a cair no esquecimento político e econômico. Não reagimos aos insultos provocados por pessoas estranhas e cobiçosas que nos metem medo, caminhando para a amargura quando observamos estragos feitos por pessoas desqualificadas e maledicentes.

Em tempos passados, os cratenses conduziam o município com sabedoria e coragem, reunindo todas as forças vivas em torno de si e partiam para a luta.

Todos os órgãos institucionais se organizavam e ajudavam as autoridades a saírem das dificuldades com muito esforço, formando uma só corrente, fortificavam-se com tenacidade e paciência, quebrava as arestas espinhosas que apareciam em volta do município.

Hoje os cratenses, principalmente aqueles que pertencem às instituições, fraquejam no menor obstáculo, deixam levar todo o patrimônio do Crato e constantemente somos intimidados por esses sanguessugas, que vivem sugando o sangue da nossa cidade, dizendo que é o maior em termos habitacionais.

Sempre temos batido na mesma tecla, pedindo “aos políticos sem vocação”, deixem de lado as atitudes tenebrosas e reajam, solicitando o progresso igualitário, movido por uma política austera e que dê condições de maior vida ao cidadão caririense. No final de constas aprenderemos a conduzir e favoreceremos andar num caminho reto com tecnologia avançada, procurando dar melhores condições de vida aos cidadãos da terra.

Também pedimos aos “cobrinhas” (alguns vereadores) que só se lembram do Crato em época eleitoral procurem dar união a fim de buscarmos paz, trazendo eficiência na educação e no trabalho.

Crato, 05 de março de 2010.

Bruno Tolentino - Poeta desconhecido?


Sagração do Poeta Maldito

(Esta entrevista concedida por Bruno Tolentino a Cláudia Cordeiro Reis, foi publicada em parte na revista Continente Multicultural, em setembro de 2003, n. 33, p.34 a37. Aqui, ela está transcrita sem cortes. Atualizamos apenas a apresentação)

O Lançamento de O Mundo como Idéia, concebido em 1959, coroa de louros e prêmios um poeta completo.

Os Deus de Hoje
Segundo soneto
É preciso que a música aparenteno vaso harmonizado pelo oleiroseja perfeitamente consistentecom o gesto interior, seu companheiroe fazedor. O vaso encerra o cheiroe os ritmos da terra e da sementeporque antes de ser forma foi primeirohumildade de barro paciente.Deus, que concebe o cântaro e o separada argila lentamente, foi fazendodo meu aprendizado o Seu compêndiode opacidades cada vez mais claras,e com silêncios sempre mais esplêndidosfoi limando, aguçando o que escutara.

É possível que meu traço mais inamovível seja mesmo certa ingenuidade quase infantil frente à relação arte-vida, o que certa vez levou Ungaretti a me apresentar a Carlo Levy como sendo "o único gênio retardado que eu conheço" (...)

Cedê: O escritor por ele mesmo. Rio: Instituto Moreira Sales, 2001.

O reconhecimento da obra de Bruno Tolentino vem se fazendo, desde 1995, com o seu primeiro Jabuti, dois anos depois de sua volta ao Brasil. A seguir, os prêmios Cruz e Souza 1996 e Abgar Renault 1997. Mas, neste ano de 2003, sua obra reafirma o insofismável valor de seu trabalho e rompe barreiras obtendo o Prêmio José Ermírio de Moraes (75 mil), pela primeira vez concedido a um poeta, e, para conferir, pela segunda vez, o Jabuti. Mas, muito além dos prêmios e da verve satírica do “polemista dialogal”, como o nomeava Antonio Houaiss, agora, é mesmo o seu “rebento predileto” O Mundo como Idéia que mais vem despertando a crítica literária do país, ainda absorta diante da densidade dos dez ensaios e 366 poemas, alguns escritos em inglês, francês e italiano, que Tolentino justifica lembrando que só voltou a escrever em português em 1979. São 7000 versos, 40 mil palavras, contabiliza. A grandeza da obra vem a ratificar as palavras dele próprio, quando afirma que polemiza para “levantar questões e não para ter razão”, desafiando quem discorde de suas palavras a provarem que está errado. E mais, quando diz que a “estridência, mesmo a serviço da presumida justeza de uma causa, é ainda um sinal da sempre ávida vulgaridade da alma”, concluindo: “minha poesia certamente não tem nada a ver com tudo isso”. Seguramente não tem, e constatará quem ler O Mundo como Idéia, talvez a distância mais larga do presumivelmente único grande poeta satírico da atualidade literária brasileira. Que o comprove quem já leu Os Sapos de Ontem. No entanto, nesta entrevista, Tolentino ratifica o seu “vício da ironia”, toca de leve na polêmica imagem de poeta fora-da-lei, à Villon, ou ao modo dos “Poètes Maudits”, expressão em voga no último quartel do séc. XIX e usada por Verlaine para designar Corbière, Rimbaud e Mallarmé. Preferimos, no entanto, revelar neste lead traços marcantes de um Bruno Tolentino com o qual poucos tiveram oportunidade de conviver. O poeta capaz de bater na nossa porta às oito da noite e atravessar a madrugada lendo livros e livros éditos e inéditos de um poeta que até então não lhe fora apresentado pessoalmente. Em voz alta, com fidelidade rara ao ritmo do poema, Bruno Tolentino proporcionou-se momentos inesquecíveis em que o gentleman e o vate transformaram-se em um amigo fiel à poesia do pernambucano Alberto da Cunha Melo. Das páginas amarelas da revista Veja, em 1996 (n. 12, p. 8), até a mais recente entrevista concedida a Schneider Carpeggiani, em 2003, publicada na revista pernambucana Eixo, em 2004 (n. 2, p. 9), a coerência: “Tolentino ressalta que Alberto é um dos maiores poetas vivos no Brasil”. Sempre nos ocorreu que só os definitivamente grandes podem admirar verdadeiramente a obra de outros de mesmo quilate. Em relação a Tolentino, foi fácil constatar com a leitura que nos veio posteriormente da sua obra. Mas o que tem de surpreendente suas Letras, tem também a forma como escreveu muitas de suas obras. As Horas de Katharina, por exemplo, foi escrita boa parte em sonetos, na prisão de Dartmoor (1987 a 1989), onde as luzes só permaneciam acesas de 9 às 16h, e aquela forma fixa facilitava a memorização dos poemas criados, para, no dia seguinte, serem transcritos nos intervalos da Oficina Literária que lecionava para outros presos.
Mas para conhecer e reconhecer o Poeta, é preciso também ter acesso aos 87 anos de lucidez de Helena Tolentino de Andrade, a doce-forte Tia Helena. Foi ela que permitiu revelar-se para nós momentos belos, felizes, outros tristes e dramáticos, do seu mais querido sobrinho, nunca divulgados pela imprensa. Para os que ficam estupefatos e incrédulos ao tomarem conhecimento das doses da estranha química da vida que forjou o Homem-Poeta criador de O Mundo como Idéia, é preciso ouvi-la dizer do pequenino que, às portas da morte, aos dois anos, com um tumor no pulmão, em surto de tosse, expulso-o para espanto dos médicos. O pequenino que produziu seu auto-antídoto contra a morte reproduz agora a soma de vida de “uma diagnose e cura” do “mundo como idéia”: “Houve sempre em mim esse problema entre aceitar o real, verificar a realidade tal como ela é, o mundo como tal e essa atração pelo mundo como idéia. Este é um livro auto-antídoto. É a história de uma diagnose e cura”.
É preciso, também, entender sua surpreendente humildade diante do “Divino Assassino”, poema editado na nossa Plataforma, e suas diabrites que confeitam de chocolate amargo, para alguns, a beleza de uma poesia fundada no “mundo como tal”, sob o crivo de uma raríssima sensibilidade poética.
Em O Mundo como Idéia, possivelmente a mais perfeita sinopse da poesia ensaio no Brasil, Tolentino consegue mexer fundo com “o mundo como tal”, quando este tenta debruçar-se no seu “mundo como idéia”, porque já anunciou diversas vezes que, nele, não se quis didático e, para lê-lo e entendê-lo é necessário usar muito mais que “três neurônios”, mesmo aqueles privilegiados culturalmente, raros, portanto, no nosso país.
Nossos registros param aqui, para dar voz ao poeta que dispensa esta e outras apresentações, tal sua capacidade de mover e remover a inércia literária no Brasil.

Cláudia Cordeiro Reis

Pensamento para o Dia 05/03/2010



“Meus queridos filhos, levantem-se e despertem! Estabeleçam novamente o Código do Senhor (Rama Rajya), que resplandece com as mansões da Verdade, Retidão, Paz e Amor. Apaguem o fogo ardente da ignorância, inquietude, injustiça e inveja com a água do Amor, Tolerância e Verdade. Contenham todo ciúme e raiva. Cada um deve perceber seus próprios defeitos e entender que não há utilidade em procurar defeitos nos outros. Isso é um mero desperdício de tempo e também gera discussões. Esqueçam o passado, arrependam-se de seus erros sem ceder ao desalento e trilhem o caminho da oração a Deus com boas ações e amor fraterno por todos.”
Sathya Sai Baba

Um caderno amarelo e vôos - por Ana Cecília




A infinita alegria do amarelo. Esta janela que se abre, este avião, tantos vôos. A cada dia, o mesmo material, as mesmas imagens, recorrências.
Fluência prestes a se desatar. Repouso em palavras que leio. Em mim, ainda o silêncio da impossível transcrição. De outras poéticas. Do que realizo, missão que cumpro, quase que um legado.

Venho ao Crato, desatando, à primeira vista, estranhamentos. Registro de afeto, subjacente, como se o tempo não transcorresse. Agora espero sobrevoar o Cariri, seu céu amplo, seguro como um abraço.

Dentro de mim, ainda, meu olho esquerdo que não posso arrancar.


por Ana Cecília

O pensamento de Martha Medeiros

"Amor nenhum me fará amarrar um avental em torno da cintura e encarar uma cozinha."

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.

Martha Medeiros

QUEM MORRE?


Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ

Martha Medeiros

A TODOS...

A todos trato muito bem
sou cordial, educada, quase sensata,
mas nada me dá mais prazer
do que ser persona non grata
expulsa do paraiso
uma mulher sem juízo, que não se comove
com nada
cruel e refinada
que não merece ir pro céu, uma vilã de novela
mas bela, e até mesmo culta
estranha, com tantos amigos
e amada, bem vestida e respeitada
aqui entre nós
melhor que ser boazinha é não poder ser imitada.


Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.



Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.

(trecho de O Divã)


Sou uma mulher madura
Que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura
Que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura

Martha Medeiros

Morre uma das fundadoras da URCA e ex-Diretora Superintendente da Fundetec

Release da Assessoria de Comunicação da URCA
Faleceu, no início da tarde desta quinta-feira, a Professora Maria Sarah Esmeraldo Cabral, uma das fundadoras da Instituição de Ensino Superior e ex-Diretora Superintendente da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico do Cariri – FUNDETEC.

O Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA), Professor Plácido Cidade Nuvens, decretou luto de três dias na URCA, hasteando as bandeiras a meio mastro e enviou mensagens de condolências aos familiares da Professora. Sarah Cabral faleceu de parada cardíaca, aos 84 anos, em Crato. Seu corpo está sendo velado em sua residência, no município.

As atividades acadêmicas da URCA foram suspensas desde o início da tarde deste dia 4, prosseguindo durante o dia 5 de março. Na Portaria, o Reitor destaca a contribuição da Professora Sarah Cabral ao desenvolvimento da região do Cariri e da URCA. Ainda ressalta o papel da docente como grande benfeitora da Instituição, expressando inteira solidariedade à Comunidade Acadêmica e sociedade caririense. Sarah Cabral teve atuação decisiva na criação e implantação da URCA, dando inestimável contribuição ao desenvolvimento sócio-econômico e educacional do Cariri e de todo o Ceará.

Contato:
Assessoria de Comunicação
Universidade Regional do Cariri - URCA
(88) 3102-1212 ramal 2617
www.urca.br

Patativa do Assaré



Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. Foi casado com D. Belinha, de cujo consórcio nasceram nove filhos. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956, Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Está sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel. Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar onde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. 'Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão', declamava.
Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Com oito anos trocou uma ovelha do pai por uma viola. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de 'patativas' porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade.
Filho de pequenos proprietários rurais, Patativa, nascido Antônio Gonçalves da Silva em Assaré, a 490 quilômetros de Fortaleza, inspirou músicos da velha e da nova geração e rendeu livros, biografias, estudos em universidades estrangeiras e peças de teatro. Também pudera. Ninguém soube tão bem
cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Talvez por isso, Patativa ainda influencie a arte feita hoje. O grupo pernambucano da nova geração 'Cordel do Fogo Encantado' bebe na fonte do poeta para compor suas letras. Luiz Gonzaga gravou muitas músicas dele, entre elas a que lançou Patativa comercialmente, 'A triste partida'. Há até quem compare as rimas e maneira de descrever as diferenças sociais do Brasil com as músicas do rapper carioca Gabriel Pensador. No teatro, sua vida foi tema da peça infantil 'Patativa do Assaré - o cearense do século', de Gilmar de Carvalho, e seu poema 'Meu querido jumento', do espetáculo de mesmo nome de Amir Haddad. Sobre sua vida, a obra mais recente é 'Poeta do Povo - Vida e obra de Patativa do Assaré' (Ed. CPC-Umes/2000), assinada pelo jornalista e pesquisador Assis Angelo, que reúne, além de obras inéditas, um ensaio fotográfico e um CD.
Como todo bom sertanejo, Patativa começou a trabalhar duro na enxada ainda menino, mesmo tendo perdido um olho aos 4 anos. No livro 'Cante lá que eu canto cá', o poeta dizia que no sertão enfrentava a fome, a dor e a miséria, e que para 'ser poeta de vera é preciso ter sofrimento'.
Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, 'já disse tudo que tinha de dizer'. Patativa morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome.


Tanto Literatura

5 de Março - Dia da Música Clássica !

Heitor Villa- Lobos



Heitor Villa-Lobos
05/03/1887, Rio de Janeiro (RJ)
17/11/1959, Rio de Janeiro (RJ)


Heitor Villa-Lobos usou a música popular como base para as suas peças eruditas

Heitor Villa-Lobos se tornou conhecido como um revolucionário que provocava um rompimento com a música acadêmica no Brasil. As viagens que fez pelo interior do país influenciaram suas composições. Entre elas, destacam-se: "Cair da Tarde", "Evocação", "Miudinho", "Remeiro do São Francisco", "Canção de Amor", "Melodia Sentimental", "Quadrilha", "Xangô", "Bachianas Brasileiras", "O Canto do Uirapuru", "Trenzinho Caipira".

Em 1903, Villa-Lobos terminou os estudos básicos no Mosteiro de São Bento. Costumava juntar-se aos grupos de choro, tocando violão em festas e em serenatas. Conheceu músicos famosos como Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e João Pernambuco.

No período de 1905 a 1912, Villa-Lobos realizou suas famosas viagens pelo norte e nordeste do país. Ficou impressionado com os instrumentos musicais, as cantigas de roda e os repentistas. Suas experiências resultaram, mais tarde, em "O Guia Prático", uma coletânea de canções folclóricas destinadas à educação musical nas escolas.

Em 1915, Villa-Lobos realizou o primeiro concerto com suas composições. Nessa época, já havia composto suas primeiras peças para violão "Suíte Popular Brasileira", peças para música de câmara, sinfonias e os bailados "Amazonas" e "Uirapuru". A crítica considerava seus concertos modernos demais. Mas à medida que se apresentava no Rio e São Paulo, ganhava notoriedade.

Em 1919, apresentou-se em Buenos Aires, com o Quarteto de Cordas no 2. Na semana da Arte Moderna de 1922, o aceitou participar dos três espetáculos no Teatro Municpal de São Paulo, apresentando, entre outras obras, "Danças Características Africanas" e "Impressões da Vida Mundana".

Em 30 de junho de 1923, Villa-Lobos viajou para Paris financiado pelos amigos e pelos irmãos Guinle. Com o apoio do pianista Arthur Rubinstein e da soprano Vera Janacópulus, Villa-Lobos foi apresentado ao meio artístico parisiense e suas apresentações fizeram sucesso.

Retornou ao Brasil em final de 1924. Em 1927, voltou à Paris com sua esposa Lucília Guimarães, para fazer novos concertos e iniciar negociações com o editor Max Eschig. Três anos depois, voltou ao Brasil para realizar um concerto em São Paulo. Acabou por apresentar seu plano de Educação Musical à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada "Exortação Cívica", com 12 mil vozes. Após dois anos assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística. A partir de então, a maioria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o presidente Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o Curso de Pedagogia de Música e Canto. Em 1933, foi organizada a Orquestra Villa-Lobos.

Villa-Lobos apresentou seu plano educacional, em 1936, em Praga e depois em Berlim, Paris e Barcelona. Escreveu à sua esposa Lucília pedindo a separação, e assumiu seu romance com Arminda Neves de Almeida, que se tornou sua companheira. De volta ao Brasil, regeu a ópera "Colombo" no Centenário de Carlos Gomes e compôs o "Ciclo Brasileiro" e o "Descobrimento do Brasil" para o filme do mesmo nome produzido por Humberto Mauro, a pedido de Getúlio Vargas.

Em 1942, quando o maestro Leopold Stokowski e a The American Youth Orchestra foram designados pelo presidente Roosevelt para visitar o Brasil O maestro Stokowski realizou concertos no Rio de Janeiro e solicitou a Villa-Lobos que selecionasse os melhores músicos e sambistas, a fim de gravar a Coleção Brazilian Native Music. Villa-Lobos reuniu Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Cartola e outros, que sob sua batuta realizaram apresentações e gravaram a coletânea de discos, pela Columbia Records.

Em 1944/45, Villa-Lobos viajou aos Estados Unidos para reger as orquestras de Boston e de Nova York, onde foi homenageado. Em 1945 fundou a Academia Brasileira de Música. Dois anos antes de sua morte, o maestro compôs "Floresta do Amazonas"para a trilha de um filme da Metro Goldwyn Mayer. Realizou concertos em Roma, Lisboa, Paris, Israel, além de marcar importante presença no cenário musical latino-americano.

Praticamente residindo nos EUA entre 1957 e 1959, Villa-Lobos retornou ao Brasil para as comemorações do aniversário do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Com a saúde abalada, foi internado para tratamento e veio a falecer em novembro de 1959.

uol educação

O encontro do Cariricaturas ... Chegou o dia !

Local : Residência de Roberto Jamacaru , no Parque Grangeiro
Data : 05.03.2010 às 22 h
Teremos a presença de José do Vale Feitosa
Assunto : O Livro do Cariricaturas !

Motivo : Confraternização


Convidados : Escritores e demais colaboradores do Cariricaturas

Pedimos que os participantes da reunião levem um prato (de comes) e a bebida que forem consumir, conforme seu gosto.

Haverá, no transcorrer do momento, várias apresentações musicais e algumas boas surpresas !

Claude e Socorro Moreira

Versos amorosos - por Domingos Barroso

Se não há amor
entre dois pares
de olhos

nem adianta o flerte,
a pantomima de sempre.

Perceber quando
o amor encanta
é simples:

o coração fala,
os ouvidos da alma
escutam e gracejam.

Se os cílios não tremem
nem as faces coram

seu moço,
dê o fora.

Eu não fugi,
perdi um olho
de saudade.

Sabe, seu moço
por isso sou caolho.

Elas estão em atividade ... - por Norma Hauer



Duas cantoras que marcaram nosso rádio, continuam em atividade, sem nunca terem abandonado sua arte.
Ambas nasceram em março com a diferença de apenas 1 ano.
São elas: Edília Luiza Reis ou simplesmente BIDU REIS , nascida em 6 de março de 1920 em São Paulo e ADEMILDE FONSECA, nascida em 4 de março de 1921 no Rio Grande do Norte.

Completando 90 anos no próximo sábado (dia 6) Bidu Reis será homenageada no programa “Onde Canta o Sabiá”, de Gerdal dos Santos, a partir das 8 horas da manhã, na Rádio Nacional. Falará sobre sua vida artística e mostrará algumas poesias e composições suas.
Ela representa aquela mulher ativa, que não se entrega, estando sempre presente como integrante da União Brasileira de Compositores e em todos os primeiros sábados de cada mês integrando, como poetisa, o programa “Onde Canta o Sabiá”.

Bidu Reis começou sua carreira formando, com Emilinha Borba, o conjunto “As Moreninhas”. Desfeito o grupo, Emilinha passou a cantar sozinha e Bidu dedicou-se mais à composição.
Relembrando seu tempo com Emilinha, deu para a cantora gravar em 1956, por ocasião das festas natalinas, sua canção “É Natal”.

Seus maiores sucessos, porém, foram o bolero “Interesseira”,em parceria com Murilo Lattini, gravado em 1957 pelo grupo “Os Seresteiros”, depois por Jairo Aguiar, mas que “estourou “ na voz de Anísio Silva e “Bar da Noite”, que marcou a carreira de Nora Ney.
Sozinha, ela gravou poucas músicas, sendo a mais importante uma versão do tango “A Media luz”.
Como continua em atividade, em seus 90 anos, ainda muito poderá fazer por nossas músicas e poesias.

ADEMILDE FONSECA, que completa 89 anos hoje, dia 4, ficou conhecida como a “Rainha do Chorinho”.

Ademilde veio para o Rio em 1941 e, no ano seguinte, já gravou, com Benedito Lacerda, o chorinho de Zequinha de Abreu “Tico-Tico no Fubá”, de um modo tão característico que imediatamente foi denominada de a “Rainha do Chorinho”, quando também interpretou “Apanhei-te Cavaquinho”; “Urubu Malandro” e “Brasileirinho”, este de Waldir Azevedo.
O chorinho “O Que Vier eu Traço” é considerado seu maior sucesso e ela tem de cantá-lo em qualquer lugar onde se apresenta. Se não o fizer...
Em 1967 tomou parte no 2° Festival Nacional da Canção, com “Fala Baixinho”, de Benedito Lacerda e Hermínio Belo de Carvalho

Em 1997, ao lado de Carmélia Alves, Nora Ney, Rosita Gonçalez, Violeta Cavalcanti e Zezé Gonzaga formou o grupo “As Eternas Cantoras do Rádio”, que se apresentou em vários teatros , principalmente no João Caetano.
O grupo foi-se modificando com o passar do tempo. Faleceram Rosita Gonçalez e Nora Ney.
Em 2004, por ocasião do centenário de Lamartine Babo, as “Cantoras do Rádio” fizeram apresentações no Teatro João Caetano, ao lado do jovem cantor Márcio Gomes, cantando músicas do famoso Lalá.
Nessa fase, ingressou no grupo a cantora Ellen de Lima.
Em 2007 faleceu Zezé Gonzaga e Violeta Cavalcanti afastou-se.
Hoje “as cantoras do rádio” estão resumidas em três: Ademilde Fonseca. Carmélia Alves e Ellen de Lima.

Assim em clubes e casas de “shows”, atualmente Ademilde se apresenta com sua filha (só as duas) ou fazendo parte de grupos de seresteiros.

Aos 89 anos, o “show” tem de continuar.
norma hauer