Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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.....................
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Sombras Nada Más" para Rosa Guerrera

Rosa,
Seu poema me fez lembrar essa música que eu amo com a inesquecível Rocío Durcal ( cantora espanhola já falecida)

Sombras Nada Mas

Quisiera abrir lentamente mis venas,
Mi sangre toda, vertirla a tus pies,
Para poderte demostrar que mas no puedo amar,
Y entonces morir después
Y sin embargo tus ojos azules,
Azul que tienen el cielo y el mar.
Viven cerrados para mi sin ver que estoy así,
Perdida en mi soledad.


Sombras nada más! Acariciando mis manos
Sombras nada más! En el temblor de mi voz,
Pude ser feliz y estoy en vida muriendo,
Y entre lagrimas viviendo,
Los pasajes más horrendos
De este drama sin final.

Sombras nada más! Entre tu vida y mi vida,
Sombras nada más! Entre mi amor y tu amor.

Que breve fue tu presencia en mi estio,
Que tibias fueron tus manos y tu voz.
Como luciérnaga llego tu luz y disipó
Las sombras de mi rincón.

Y me quedé como un duende temblando,
Sin el azul de tus ojos de mar
Que se han cerrado para mi,
Sin ver que estoy así,
Perdida en mi soledad.

Sombras nada más! Acariciando mis manos
Sombras nada más! En el temblor de mi voz,
Pude ser feliz y estoy en vida muriendo,
Y entre lágrimas viviendo,
Los pasajes más horrendos
De este drama sin final.

Sombras nada más! Entre tu vida y mi vida,
Sombras nada más! entre tu amor y mi amor.


Um abraço, amiga


Catando letras - por Socorro Moreira

Céu rosado
vento trancado
segura folhas douradas.

lágrimas soltas
escorrem caudalosas
no leito solitário.
----------------------
às vezes ele chega ,
escreve uns traçados ,
riscos truncados ,
fantasmas reais.
Um dia quero estar ,
nas asas desse anjo
Voar,
pra lá e pra cá ...
sorrir dos seus contos
Tomar chá...
Canela, Oxalá
Ser Gabriela,
ante o seu olhar !
---------------------

Voltou
enrolado nas suas falas
Éter
inebriando a sala
tossiu, roncou ...
Acordou meus pesadelos
Comoveu-me
Partiu ,
quando a lucidez do sol
incendiou a casa.
------------------
Não quero a posse
desejo apenas
um cruzar dos olhos
Cruzar é bordar
Implica em perigo.
pergaminho, linho ...

Sombras - por Rosa Guerrera

Eram duas sombras
Que se abraçavam sob o mesmo teto.
Eram duas vozes
Que entoavam a mesma canção.,
E duas bocas que silenciavam
Num só beijo..

Hoje o vento fustiga
As arvores despidas
E a casa responde num gemido rouco...

Apenas uma sombra a passear
Pelos corredores vazios!

rosa guerrera

PORTEIRA DA SAUDADE

guardo bem a sua imagem
na entrada da fazenda
com sua fragilidade
mostrando a simplicidade
quando em tempo de moagem
uma estrada de rodagem
por onde tudo passava
acabava o teu sossego

ainda tenho na lembraça
teu retrato, tua imagem
sua madeira lavrada
pelo sol tão ressequida
sem trato, já encardida
e o mourão de aroeira
que se cobria de poeira
a cada carro que passava

o sol forte, inclemente
tratou de lhe envelhecer
mas, quem passou ao teu lado
nunca vai te esquecer
ainda guarda certamente
num canto do coração
a exata dimensão
do que fostes no passado

hoje vives desprezada
num tronco velho encostada
mas, ainda sois capaz
de revirar a saudade
sacudir minha lembrança
remoendo a minha dor
ao lembrar dos que passaram
e por ti nunca voltaram


Marcos Barreto de Melo

COMPOSITORES DO BRASIL



"Olha um vazio nas almas
Olha um violeiro de alma vazia”.
SÉRGIO RICARDO

Texto de Zé Nilton

Sérgio Ricardo é um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. No entanto, sua música pouco tocou nos rádios e seus discos tiveram pífias vendagens. Para a grande massa consumidora da MPB parece que Sérgio Ricardo não aconteceu nem quando entrou na bossa nova ou quando adentrou para o Nordeste e se nordestinou musicalmente.
Poucas músicas suas estiveram em paradas musicais. Não que a música desse compositor, nascido em Marília-SP, seja muito rebuscada e de difícil assimilação pelos ouvidos sempre apressados de produtores e ouvintes. Não é isso não. Eu mesmo acho sua música simplesmente bela e de uma timbragem impressionante! É que Sérgio Ricardo – nome artístico de João Mansur Lutfi – nunca se rendeu ao esquema podre dos negociadores de nossa MPB. Pelo contrário, foi sempre um lutador de “faca, rifle e barabelo” na mão, virando “Zé do Cão” contra quem faltasse com respeito aos artistas, de qualquer arte, ou praticasse injustiça com quem quer que fosse. Chegou até a fundar uma empresa arrecadadora de direitos autorais – a SOMBRAS – para proteger os artistas das mãos dos falsários da MPB.
Para mim, Sergio Ricardo é assim como Dihelson Mendonça. Ficcionado na busca da perfeição na arte da música e da fotografia. Em Sérgio, a fotografia é cinema.
Só para informar melhor de quem estamos falando, o homem fora discípulo direto de Glauber Rocha, e não precisa dizer mais nada. Mas não se pense que isto só teria acontecido no cinema, a outra arte de Sérgio Ricardo. De jeito nenhum. O próprio Glauber disse certa vez que na hora da criação eles se confundiam tanto que invertiam os domínios: Glauber direcionava a música e Sérgio o roteiro. Está em quase todos os filmes de Glauber, seja assinando o roteiro, a trilha ou a orquestração das músicas de “Antonio das Mortes”, “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Terra em Transe” etc.
Iniciou sua vida musical estudando piano em família, e logo partiu, aos 15 anos, para viver da música, apesar dos pesares. Andou pelo interior de S. Paulo, trabalhando em rádio e chegou ao Rio de Janeiro nos comecinhos da bossa nova.
Como tantos pianistas, foi parar na noite em barzinhos da zona sul. Ali conheceu pessoas como Jonny Alf e Tom Jobim, que se tornariam excelentes músicos e compositores afamados no Brasil e no Mundo. Quando Tom Jobim, no afã de melhorar seus rendimentos financeiros, procurou o ofício de arranjador, numa famosa gravadora, foi Sérgio Ricardo quem ficou no seu lugar, como pianista, numa das boites do posto cinco.
Todo o tempo Sérgio Ricardo viveu entre a música e o cinema, com uma bela passagem pelas telenovelas das emissoras do Rio e de São Paulo. Seu primeiro filme foi “O menino da calça branca”, que com o apoio de Nélson Pereira dos Santos, diretor, e Dib Lutfi, seu irmão, na fotografia, chegou a ganhar o segundo lugar no Festival de Cinema de S. Francisco, Califórnia.
Seguiram-se outros como “Esse mundo é meu” – que obteve uma crítica de duas páginas na famosa “Cahiers du cinema”, “Juliana do amor perdido” e o premiadíssimo “A Noite do Espantalho”rodado inteiramente em Pernambuco, em Nova Jerusalém, tendo como ator e cantor de algumas músicas o iniciante Alceu Valença.
Sérgio Ricardo fora levado para compor o movimento da bossa nova pelas mãos do inquieto e revolucionário João Gilberto. Chegou a fazer um disco famoso de nome “A bossa romântica de Sérgio Ricardo”, e se tornou o primeiro a gravar dentro da nova tendência.
E tem mais: o nosso homenageado no Programa: COMPOSITORES DO BRASIL esteve naquela famosa caravana do Carnegie Hall, em 21 de novembro, de 1962, ao lado de Tom, Menescal, Carlinhos Lyra, João Gilberto, Sérgio Mendes, Luiz Bonfá, Milton Banana e tantos outros...e igualmente a Tom Jobim ficara por oito meses entre shows e montagem de roteiros de cinema, entre a América e a Europa.
Em festivais apareceu muito pouco. Mas as pessoas só lembram sua participação naquele II Festival de Música Popular, da Record-SP, em setembro de 1966, quando a platéia num rasgo de inquietação e intolerância vaiou, nas duas apresentações, a longuíssima música “Beto bom de bola”, e ele quebrou o violão no palco e jogou a carcaça no público. Aliás, foi o festival mais revelador da MPB. De saída, dois primeiros lugares: a Banda, de Chico Buarque e Disparada, de Vandré e Theo de Barros.
Talvez Sérgio Ricardo tenha sido um dos primeiros dissidentes ou questionadores das propostas da bossa nova. A música Zelão, (todo mundo entendeu quando Zelão chorou, ninguém riu, ninguém brincou e era carnaval), tem na batida e nos acordes a flâmula da bossa nova, mas a mensagem é de cunho social, e marca a saída de Sérgio Ricardo do movimento. Logo lhe cansa o formato do barquinho, do cantinho, do amor... e ele encontra outro tema, outra proposta, outra inspiração – o Nordeste e a musicalidade de seu povo.
Deixa, segundo ele, aqueles apelos médio-burgueses e encara a realidade do “Brasil de baixo”.
Descobre o sertão, lugar de Deus e do Diabo, da Perseguição (...se entrega Corisco, eu não me entrego não”), da Sina de Lampião, de Zé do Cão, dos “Bichos da Noite”, da “Briga de Faca” da Tocaia, do Coronel, das assombrações, dos violeiros e dos cantadores. Daí em diante sua música muda de ritmo, de dissonância, de mensagem, e ele solta a voz no mundo, cunhada na música “Ponto de Partida”:

“Não tenho para minha mão
Somente acenos e palmas
Tenho gatilhos e tambores
Teclados, cordas e calos
.........................................
“Tenho para a minha vida
A busca como medida
O encontro como chegada
E como ponto de partida”.

Sérgio Ricardo é a atração dessa quinta-feira no Programa: COMPOSITORES DO BRASIL. Falaremos um pouco de sua vida e de sua obra ao som de:

Buquê de Isabel, de Sérgio Ricardo, com Maysa
Pernas, de Sérgio Ricardo, com Sérgio Ricardo
Zelão, de Sérgio Ricardo, com Sergio Ricardo
Esse mundo é meu, de Sérgio Ricardo, com Sérgio Ricardo
Folha de papel, de Sérgio Ricardo, com Sergio Ricardo
Ponto de Partida, de Sérgio Ricardo, com Sergio Ricardo
Sina de Lampião, de Sérgio Ricardo, com Sérgio Ricardo
Semente, de Sérgio Ricardo, com Sérgio Ricardo
Calabouço, de Sérgio Ricardo, com Sergio Ricardo
Vou renovar, de Sérgio Ricardo, com Sergio Ricardo
Tocaia, de Sérgio Ricardo, com Sérgio Ricardo

Quem ouvir, verá !

Programa: Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri – 1020 Khz
Apoio. CCBN

Soneto do amoroso desiludido - Gregório Vaz

Procurei de prostíbulo em prostíbulo
o teu amor, que a terra há de comer,
e o sexo, mas com muito mais prazer.
O que encontrei? O meu próprio patíbulo.

Visitei as alcovas mais sagradas,
em algumas gozei já no vestíbulo.
Visitei o mais imundo cubículo
e todas as mulheres depravadas.

A vida pode ser procura inócua,
o que se encontra é sempre a mesma nódoa.
A glória às lendas do sublime amor!

Que eu sempre encontro, sem tirar nem pôr,
na encruzilhada do desígnio porco,
o teu pasmado olhar de peixe morto.

Semana da Visibilidade Trans- colaboração de Poesia da Luz


A Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza, através da oordenadoria de Políticas Públicas para Diversidade Sexual, em parceria com organizações do movimento LGBT, realizará a Semana daVisibilidade Trans dos dias 25 a 30 de Janeiro de 2010 em alusão ao Dia Municipal da Visibilidade de Travestis e Transexuais instituído pela Lei Municipal Nº 9.573 de 28 de Dezembro de 2009.

A Semana tem o objetivo de combater a imagem negativa de travestis e transexuais no unicípio de Fortaleza e Estado do Ceará, agregando valore positivos à sua visibilidade; valorizar os/as artistas transformistas como artistas profissionais no meio cultural; contribuir para o debate sobre a construção da identidade de travestis e transexuais com sujeitos políticos; promover a visibilidade das instituições que trabalham em prol dos Direitos Humanos das travestis e transexuais em Fortaleza e Estado do Ceará.

A Coordenadoria da Diversidade Sexual trabalha sempre no sentido de celebrar a diversidade sexual e lançar desafios contra a discriminação pela livre orientação e expressão sexual e identidade de gênero.

*SEMANA DA VISIBILIDADE TRANS: 25 a 30 de janeiro de 2010*

*Mais informações na Coordenadoria de Diversidade Sexual – Secretaria de
Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza.*
*Telefone *3452-2349 ou 3452-2345

Mestras do Instituto S.Vicente Férrer- Colaboração de Joaquim Pinheiro


Descobri esta foto das professoras do Instituto São Vicente. Da esquerda para direita: D. Lírida Sabiá, Tia Anilda, Nadir Brito. Embaixo, D. Sélvia Sabiá, Zenilda Cardoso e D. Helena Mariano.
(Joaquim Pinheiro)
Aprendi a ler com Dona Nadir. Ela foi minha professora na série "B" do ensino primário. Acho que correspondia ao curso de Alfabetização atual. Lembro de todas com muito carinho.
Uma homenagem especial à Dona Anilda Arraes- Grande Educadora !
(Socorro Moreira)

As Sete Profecias Maias


Um dos mais antigos povos da América Central, os Maias, destacam-se até hoje por sua organizada estrutura de ciência, história, arte e religião. Das várias profecias feita por esse povo, há mais de 5 mil anos, a que chama mais a atenção de cientistas e filósofos de todo mundo é a exatidão e o mistério contidos no calendário Maia, que cita o ano de 2012 como um ano-chave para mudanças em nosso planeta e o fim de um ciclo.No entanto, as sete profecias que marcam a civilização Maia trazem, acima de tudo, esperança e conscientização.

Os Maias acreditavam que a nossa Galáxia segue um ciclo imutável, o que pode e deve ser mudado é a consciência da humanidade rumo à evolução. Eles apontam que a sua civilização era a quinta iluminada pelo Sol, ou seja, estavam no quinto grande ciclo solar e, por consequência, outras quatro já haviam passado pela Terra e foram destruídas por desastres naturais.

Os Maias previram que o sol mudará a sua polarização em 22 de dezembro de 2012, após receber um raio sincronizado, com origem no centro da Galáxia, um raio que dará origem a explosões solares iniciando a transformação do Planeta. Desse modo, uma nova era terá início: o sexto ano solar. Os Maias relataram que esse fenômeno acontece a cada 5.125 anos (de acordo com estudiosos e pesquisadores, o início desse ciclo solar, se deu no ano de 3.113 a.C.) e que a Terra será afetada pelo Sol devido a uma mudança no seu eixo de rotação.

As Sete Profecias Maias, que estão resumidas abaixo, aparecem para ajudar a humanidade a ter uma atitude de mudança individual, em que todos deverão almejar a compreensão de sua integração com tudo o que existe.

Calendário Maia

A Primeira Profecia
É o princípio do tempo não-tempo. que teve início em 1992. Nessa data ,o homem começou a
fazer mudanças em suas atitudes e consciência sua mente a tudo o que existe.Este é um período de 20 anos de duração,no qual a Humanidade entra em um período de grande aprendizado e transformação. Após sete anos,( a partir de 1999 )começa um período de escuridão, em que cada indivíduo se auto-analisará. O Homem estará como em um grande salão de espelhos; o materialismo será deixado para trás e inicia-se um processo de libertação do sofrimento.

A Segunda Profecia
Afirma que a resposta pra tudo está dentro de cada indivíduo e que seu comportamento determinará o seu futuro.Confirma que a partir do eclipse solar de 11 de agosto de 1999, o comportamento da Humanidade terá grande transformação. Os Maias afirmam que os homens facilmente perderão o controle de suas emoções ou conhecerão sua paz interior. Também indicam que a energia que é recebida do centro da Galáxia causa um aumento na vibração do Planeta e das ondas cerebrais, alterando pensamentos, emoções e sentimentos. Esta profecia sugere dois caminhos: um de compreensão e tolerância e outro de medo e destruição. O caminho a seguir será escolhido por cada um.

A Terceira Profecia
Aponta uma grande mudança na temperatura produzindo transformações climáticas, geológicas e sociais, em uma magnitude nunca antes vista, e em incrível rapidez. Uma delas será decorrente do próprio Homem, devido à sua falta de consciência em cuidar e proteger os recursos naturais do Planeta e as outras geradas pelo próprio Sol, o qual intensificará sua atividade pelo aumento das vibrações.

A Quarta Profecia
Relata qua a conduta antiecológica do ser humano e o aumento da atividade solar causarão o derretimento dos Pólos. A Terra estará apta a se recompor, porém com mudanças na composição física dos continentes.Os Maias ainda apontam que, de acordo com seus estudos, a cada 117 giros do planeta Vênus, o Sol sofre novas alterações com grandes explosões e ventos solares, o que coincide com o final deste ciclo.

A Quinta Profecia
Todos os sistemas que se baseiam no medo sofrerão uma drástica mudança junto com o Planeta e o Homem passará por uma transformação para dar caminho a uma nova e harmônica realidade. Os sistemas falharão e o Homem terá de olhar para si a fim de encontrar uma resposta para reorganizar a sociedade e continuar o caminho à evolução, que o levará a entender a criação.

A Sexta Profecia
Mostra que nos anos finais aparecerá um cometa cuja trajetória pode pôr em perigo a existência do Homem. Essa cultura de considerar o cometa como um agente de mudança vem pôr movimento ao existente equilíbrio, permitindo a evolução da consciência. Para os Maias, Deus é a presença da vida, apresenta variadas formas, e está presente em tudo.

A Sétima Profecia
Esta profecia aponta que entre os anos de 1999 e 2012, uma luz emitida do centro da Galáxia, sincronizará todos os seres vivos, e permitirá que, voluntariamente iniciem uma transformação interna que produzirá novas realidades. Os Maias mencionam que cada um terá a oportunidade de mudar e quebrar as suas limitações, criando uma nova era, em que a comunicação será pelo pensamento. Os limites desaparecerão, uma nova era de luz e transparência terá início e as mentiras desaparecerão.


Observatório astronômico Maia em Chichen-Itza

Fonte:
Folha Espírita
www.evoluindo.org/previsoes/os-maias-apontam-2012-como-o-fim-de-um-ciclo-na-terra

O FUTURO SERÁ MOVIDO A HIDROGÊNIO

Comecemos pelo currículo do hidrogênio: mais de 90% de toda a matéria que existe no universo é só o puro; além disto, a água é composta de um misto de hidrogênio e oxigênio (H2O) e quase toda matéria orgânica tem em sua composição o dito cujo. Como fonte de energia o H é ainda mais abundante: só o Sol funde mais ou menos 600 milhões de toneladas desse gás por segundo. Mais de 90% de todos os átomos do universo são de hidrogênio. Nos últimos anos muitas pesquisas importantes foram inspiradas por este gás – desde a origem do cosmos até os elementos que compõem o átomo. E, como se não bastasse, ele ainda é usado para abastecer as naves que levam o homem ao espaço.

Poderíamos parar por aí, mas a humanidade – inconformada como é – espera ainda mais do hidrogênio. É que ele pode ser extraído da água a um custo irrisório e gerar energia. E a única substância emitida é vapor – uma coisa da qual nem o mais ferrenho dos ecologistas irá se queixar. Atualmente existem inúmeras pesquisas na área e nós já temos a tecnologia necessária para que essa revolução aconteça, embora elas ainda não sejam comercialmente viáveis. Por ano, segundo estimativas recentes, são gastos mais de 2 bilhões de dólares só com pesquisas nessa área e a comunidade européia e o governo norte-americano já anunciaram mais investimentos. Mas, alguém poderia perguntar, quais os reais motivos por trás desta gastança toda?

1 – o primeiro e mais óbvio motivo é que, um dia, o petróleo vai acabar. Há uma enorme polêmica sobre quando as reservas atuais irão se extinguir, mas sabe-se que a era do petróleo barato não irá durar mais que 50 ou 60 anos. É claro que não há um número exato do tamanho das reservas atuais, dos barris a serem consumidos nos próximos anos e das reservas que ainda podem ser descobertas – a reserva do pré-sal está para comprovar o que digo. No entanto, o que é fato é que a maior parte das fonte de petróleo remanescentes está no Golfo Pérsico e depender dos países do Oriente Médio para fornecer um insumo que hoje é responsável por quase 50% da energia consumida no mundo é uma coisa que não agrada aos países desenvolvidos.
2 – O segundo motivo é mais óbvio ainda. Mesmo que o petróleo não acabe tão cedo, há o argumento ambiental: o mundo está esquentando. O ano passado foi o segundo mais quente já registrado desde que os meteorologistas começaram as medições em 1860. Muitos cientistas atribuem esse efeito aos gases emitidos durante a queima de combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural. Segundo o IPPC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o conteúdo de CO2 hoje na atmosfera é de 35% maior do que em 1750, quando os combustíveis fósseis começaram a ser utilizados.

Diante do exposto acima, a solução é encontrar uma tecnologia que substitua com eficácia os combustíveis fósseis e, a não ser que apareça uma enorme revolução tecnológica nos próximos anos, o hidrogênio é o único capaz de resolver esses problemas de forma satisfatória. Segundo Peter Hoffman, autor do livro “Energia do Amanhã”, o futuro do hidrogênio como combustível é inevitável.

Para que ainda não se deu conta que o futuro já chegou e continua imaginando que essas coisas são ficções, uma dica de viagem: Alemanha. Para quem não lembra, em 2003 a cidade de Hamburgo inaugurou o primeiro posto de hidrogênio. Hoje a Alemanha concentra 1/3 dos postos de hidrogênio do mundo. EUA estão em 1º lugar, com quase metade dos postos de hidrogênio do mundo, seguidos pelo Japão. Desde 1998 que a idéia da criação de postos de hidrogênio existe e hoje são mais de 80 espalhados pelo planeta. Quanto a carros movidos a hidrogênio, sim, eles existem e estão entre nós. Alguns até têm ar-condicionado e computadores sofisticados. Toyota, DaimlerChrysler, General Motors, Ford e outras gigantes do setor automobilístico já apresentaram seus protótipos. Recentemente a montadora DaimlerChrysler distribuiu 100 veículos que serão testados por representantes do governo alemão, como o chanceler Gerhard Schröder. Os carros serão abastecidos pelo posto Aral de hidrogênio em Berlim, o primeiro a oferecer hidrogênio na forma líquida (LH2) e gasosa (CGH2) de modo parecido com um posto convencional de gasolina. Na semana passada, a General Motors apresentou seu primeiro modelo em que a energia do motor vem da reação eletroquímica do gás de hidrogênio. A novidade do veículo, batizado de Sequel, é que ele tem a anatomia de um carro comum, ou seja, os tanques de hidrogênio não ocupam a maior do espaço útil do veículo, como nos protótipos anteriores. O principal obstáculo para a implementação do uso do hidrogênio como combustível é o preço, tanto para a compra do carro quanto para o abastecimento do combustível. Vejamos os principais motivos deste alto custo.

Sejamos realistas. Apesar de todas essas notícias um tanto animadoras, o buraco é bem mais embaixo. Primeiro porque o hidrogênio não está disponível na natureza pronto. Ou seja, ele não é uma fonte primária de energia, como o petróleo. Apesar de ser abundante no universo, ele só é encontrado na Terra em moléculas como a água ou em diversos tipos de matéria orgânica. Quem quiser obter hidrogênio puro terá que gastar energia. O método mais barato para extraí-lo é do gás natural, que reage com vapor em temperatura e pressão altas. É assim que se produz a maior parte das milhões de toneladas de hidrogênio utilizadas hoje em processo de refino do petróleo e produção de amônia para fertilizantes. E o pior é que obtê-lo desta maneira gera gases poluentes.

A aposta do mundo no hidrogênio como o salvador das próximas gerações, portanto, depende de fontes inteiramente limpas. O método já existe: basta submeter água a uma corrente elétrica que ela separa em hidrogênio e oxigênio, seus elementos básicos, sem emitir nenhum poluente. Mas, por enquanto, apenas 6% do hidrogênio mundial é produzido dessa forma. O problema está em obter energia barata que o sistema despende a partir de fontes renováveis, como o vento, a luz solar, as marés e os rios. Enquanto isto não ocorre, os preços ficam lá em cima. É claro que, no futuro, estas energias estarão bem mais baratas e aí poderemos produzir combustível a custo quase zero. Por enquanto, quem quiser comprar um Hydrogen3, da Opel, tem que desembolsar uns 80 mil dólares. Mas, quem sabe daqui a alguns anos, quando o custo do quilowatt-hora de energia eólica estiver custando, por exemplo, 1,5 centavo de dólar, o hidrogênio gerado por energia elétrica será competitivo com a gasolina e, espera-se, o preço dos carros também será muito menor.

A despeito de todas as dificuldades para a obtenção de hidrogênio a baixo custo e de todas as outras técnicas que, neste momento, estão sendo pesquisadas para a obtenção desse gás, o hidrogênio já é considerado há muito tempo uma fonte ideal de energia. Júlio Verne foi o primeiro autor a levantar a hipótese. No romance A Ilha Misteriosa, escrito em 1874, um personagem pergunta o que substituirá o carvão (então combustível mais importante) quando as minas acabarem. O “instruído e prático” engenheiro Cyrus Hardling responde: “Água, dividida em seus elementos primitivos pela eletricidade, que até lá terá se tornado uma força manejável. O hidrogênio e o oxigênio que a constituem serão uma inesgotável fonte de luz e calor, de uma intensidade que o carvão não é capaz”. É, parece que Verne acertou mais uma previsão. Esperemos.

Quadrilha - colaboração de Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes


Em 1962 esta quadrilha representou o Instituto São Vicente. Identifiquei Maurício e Chico Almeida, Ronaldo Justino, Hélio, Kleber Peixoto, Tarcísio Loiola e a noiva, Amélia Pinheiro.
(Joaquim Pinheiro)

Alguns dentre nós estudaram no Instituto S.Vicente Férrer. Tenho lembranças vivas e saudosas daquela época. Naquele educandário minha base foi plantada , inclusive as amizades, que ainda hoje permanecem. Um abraço especial , nos amigos de outrora , que ainda hoje enfeitam , o mundo dos meus afetos.
(Socorro Moreira)

AMOR VERDADEIRO por Rosa Guerrera

Foi tão verdadeiro
aquele amor
na minha vida ...
que até hoje
sinto na sua lembrança
um eterno desafio
às leis das coisas passageiras ...

Esperamos tanto tempo
pela nossa inauguração
que não vimos o tempo passar .
E sem que pressentissemos
envelhecemos nesse mesmo tempo
que hoje não nos oferece
mais tempo para voltar !

bolinhas de sabonete pelas narinas

Aceita a sabedoria.
Aceita tua espantosa loucura.

Tua parábola. Tua metáfora. Tua cabala.

Basta dilatação anormal
de uma artéria

e ao rompimento dela
morte senão sequela:

uma parte vegetal,
outra austera.

Aceita teu ventre queimando gravetos.
O sol que há de se pôr.
A montanha cinza.

Aceita teu dedão embrulhado com pimenta.
Lembra-te da tua infância barro de parede.

Aceita tua última solitária.
Sinuosa, elegante.

Só não aceites a morte,
esta depravada senhora.

Fórum Ambientalista do DF - colaboração de Nancy Sierra


Uma mensagem a todos os membros de Fórum Ambientalista do DF
Amigos

Diante do quadro político que ora descortinamos, é preciso que estejamos sintonizados, organizados e com disposição para não permitir que o pior aconteça à nossa cidade. Percebe-se uma apatia generalizada. A omissão dos bons é a grande arma daqueles que escolheram o caminho do mal.

Tentamos criar um espaço para pessoas confiantes no futuro, futuro esse que vai depender de nós mesmos.

Você deverá receber um convite para participar do grupo que denominamos de " Coroas-Pintados". Lembram dos Cara-pintadas?

Mesmo que você não se considere o "Coroa", não tem problema. Junte-se a nós. Você poderá ser o nosso mascotinho ou mascotinha.

Nosso objetivo maior é ir mesmo para as ruas quando necessário, criando um grupo de pessoas que estejam dispostas a lutar pela ética na política, botando a cara na rua. Daí que bolamos alguma coisa diferente. Os cara-pintadas chamaram tanta atenção em 1992, e porque os coroas-pintados não poderão fazer o mesmo?Basta ter vontade de fazer.Vamos tentar?

Se quiser ir adiantando você pode acessar o endereço http://coroas-pintados.ning.com

Seria interessante que cada associado possa colocar a sua foto. Começamos essa rede social ontem, 11/01, ao final da noite.

Dia 21 de abril, Brasília estará completando seus 50 anos. Uma jovem coroa. Precisamos mostrar que Brasília está de luto. É nessa linha que queremos fazer uma manifestação.

Heliete - Conselho Comunitário da Asa Sul

Jarra Mágica

Tenho uma surpresa
para te revelar

no dia marcado
pelos deuses.

Não me culpes
se tu enfartares.

A culpa dos deuses zombeteiros.

Posso te adiantar, baby
aquele corpo cadavérico

pouco a pouco
some pântano adentro.

Notícias dele
apenas o umbigo
ainda enterrado pertinho da fossa

e do primeiro dente de leite
adormecido sobre o telhado.

Mais cínico e cruel
decerto acordo a cada dia.

É que a alma continua
cheia de pudores e tristezas

enquanto o corpo
senhor profano 

cria carnais raízes
em torno do silêncio.

Como saber se minhas as pegadas?

Quando olho para trás somente avisto
nuvens marcadas por bostinha de pombo.

Nem lágrimas.
Nem ais lusitanos.

Apenas pombos soltando mísseis pastosos
que deixam nódoas amareladas
na minha camiseta branca.

Espelho

Uma verruga inerte
na vasta testa luzidia.

Dois olhos de peixe morto
brilhando ao acaso

à espera do esmalte de madame
ou da peixeira afiada de pescador.

Meus olhos ensopados
ótimo afrodisíaco.

Esta verruga ridícula
serve a peixeira afiada de pescador.

Quando bate uma saudade ...

A poesia de Lupeu lacerda

Esqueço o calendário.
Depressa.
Certeza de procurar uma resposta,
Qualquer uma.
Nada a ver com essa dor no peito.
Nada a ver com a constatação absoluta e intrínseca
dos meus defeitos com cheiro
de camomila e vinho.
Procuro o vidro com as anfetaminas.
Vontade de ir assim sem sim.
De verdade? não conheço o cara da minha identidade.
E você foge com seus delírios mal vestidos.
Com seus vestidos cor de nada.
Com suas flores de plástico
de garrafas pet.
Nada a ver com essa ânsia.
Nada ver com a discordância das notas
desse piano.
De onde veio a merda desse piano?
eu mastigo os seios dos meus medos.
Talvez assim, porque
Eu detesto olhar pra trás.
-------------------------

Errado é quem diz
Que ando errando
Que fiz errado
Que o erro foi estar do lado
Quando o certo sempre foi o outro lado
...
Então é coisa de se dizer
Se é a coisa certa
Olhar o lado que aperta
A mão na mão na hora certa
...
É verdade sim meu bem
O tempo voa
É por isso sim meu bem
Que eu ando atôa
Pra ver se vou, pra ver se voa
Assim, enfim:
Na boa.


Lupeu Lacerda

Oco - por Ana cecília S.Bastos

Nos interiores, escuto o som do meu silêncio.
O oco.
O eco.

A palavra etérea pesa sem nada.
Vivo no silêncio.

Do poema, fica o útero sem nidação.
Os poemas , nem adormecidos.

Ana Cecília

A poesia de Geraldo Urano

quando chove em mim
quando faz sol em mim

o rádio está ligado
no meu coração
vejo o seu rosto cantando uma canção
é um rosto estranho
tão bonito
com dentes tão brancos
ela é o himalaia

quando chove em mim
quando faz sol em mim

ela fala do rio
ela fala do amor
em nenhum canto um sorriso
em nenhum canto uma flor
-----------------------------

me bote no seu álbum
sou uma rosa entre os espinhos
me marque no seu calendário
não sou um dia triste
sou festa
festa grega e pagã
riqueza é coisa tão feia
fique com o meu avião
pobreza não é brincadeira
felicidade então
é sua mão na minha mão
abra essa sardinha
liberte esse cardume
essa coisa de ciúme
não vale a pena não

--------------------------
vaca de olhos de manteiga
me dê seu leite pra mim
criatura holandesa
tanta beleza assim
eu entro no mundo
como uma faca no queijo
a lua é tão fresca
essa espuma de cerveja
por quê você não me beija?
eu fico uma espoleta
--------------------------------

você se divide em duas coisas
sexo e tecnologia
mona lisa eu te amo
já não há mais sapo nem gia
sabão gostoso no cinema
paquetá paquera ipanema
não tenho mais esse dente
já não há mais oriente
fortaleza iracema

de Socorro Moreira para Stela Siebra

A palavra não dita
encerra sementes ,
que esperam germinar...
Virar perfume no ar!

Um brinde , no primeiro dia do ano
À luz de todos os anos
Stela sabe brilhar !

E não é apenas no sorriso
É na palavra escondida
É no carinho de amiga
Stela sabe chegar !

01.01.2010

O valor relativo das coisas - por Socorro Moreira




Uma vez troquei um carro por um aparelho de som Gradiente. A música tinha um lugar especial na minha casa. A garagem podia ficar vazia... As estradas podiam me esquecer.
Eu ligaria o som e a voz de Nana tomaria conta dos meus cantos. Mesmo que a melodia fosse triste eu viveria de alegrias.
Música nas primeiras horas da manhã. Um samba de Noel pra fazer o café; um de Nelson Cavaquinho pra varrer a casa. Cartola na vitrola pra regar as plantas do jardim; uma canção do Chico na hora de preparar o rango... Uma melodia de Tom pra lavar a louça, acumulada na pia. Uma bossa do João Gilberto pra estender a roupa no varal. Hora da sesta um chorinho de Pixinguinha ou de Waldir Azevedo... E um samba - canção de Lupicínio para chamar a melhor das saudades.
De tardezinha uma valsinha de Zequinha de Abreu. Na hora das estrelas se tornarem visíveis, uns tangos cantados por Nelson, intercalados por umas musiquinhas de Pat Boone... Afinal “Love is a many splendored thing” nunca saiu da minha estação.
Antes de dormir escutar Keith Jarret ou Diana Krall... Olhar desconfiado um vinil do Roberto, e resolver: é com ele que vou adormecer propor, cavalgar e sonhar!
Separar Elis, Leny de Andrade, Paulinho da Viola, Maysa para o dia de amanhá...

Feliz aniversário, Samuel Araújo !


O Artista Plástico ,Samuel Araújo , hoje completa idade nova. Pelo seu talento , e por nossa velha amizade, o Cariricaturas envia-lhe um grande abraço, e votos de felicidades mil !

Isto é a morte

Como é triste a vida do Lunático
sua espada de plástico
seu escudo uma casca de tangerina.

Como é triste a vida
da muriçoca sem violino
da borboleta sem a mão de Picasso.

Tristes as noites do travesseiro
encostado na parede

insone,
com a fronha limpa
e perfumada.

A lâmpada acesa
nenhum besouro em volta

ritual macabro
da singela ausência

de si mesmo.

O César de Alencar !


Hermelindo César Matos de Alencar, o César de Alencar
(1917 - 1990)

Cantor, compositor, radialista, locutor e apresentador de rádio e televisão brasileiro nascido em Fortaleza, Ceará, que com sua voz e estilo cativantes, foi campeão de audiência no rádio por mais de 15 anos, popularizando, no Brasil, fórmulas que faziam sucesso nos Estados Unidos, como a parada de sucessos, em Parada dos maiorais, e o programa de calouros, em Cantinho dos novos. Formado em Letras, mudou-se de Fortaleza para o Rio de Janeiro (1939) e no mesmo ano foi trabalhar na Rádio Clube do Brasil. Convidado por Renato Murce para fazer um programa diário como locutor, logo iniciou uma carreira de sucesso. Criou com enorme sucesso, o primeiro concurso de músicas de carnaval (1942), ao lado de Herivelto Martins, Benedito Lacerda e Francisco Alves. Contratado pela Rádio Nacional (1945), passou a trabalhar em locução comercial e narrações, além de participar em pontas em novelas radiofônicas, tendo atuado nas novelas Feche a porta do destino e Uma sombra. Criou um programa César de Alencar, onde se apresentavam as grandes estrelas das duas décadas seguintes. Entre as inovações que trouxe para o rádio brasileiro estava a entrevista ao vivo por telefone, recurso usado até hoje. Gravou o compacto Você não tem vez/Arrependimento (1950), em 78 rotações, e fez a transição para a TV logo nos primeiros momentos da TV Tupi (1950), embora nunca conseguisse alcançar o sucesso de seus programas de rádio. Sua imagem histórica ficou inteiramente desgastada após o Golpe Militar (1964), quando foi acusado de delatar colegas de profissão que se opunham ao novo governo ditador. Afastou-se da Nacional (1964-1976), ao ser acusado de perseguir os colegas de rádio que não apoiaram a Revolução de 3l de março, até que foi escolhido para assistente da superintendência da Radiobrás (1976), empresa criada para centralizar as emissoras oficiais, entre elas, a própria Nacional. Morreu no Rio de Janeiro e, desgraçadamente, hoje vem sendo lembrado mais por sua colaboração com os órgãos de repressão a partir do golpe militar do que por seus feitos no rádio.


Berthe Marisot







Berthe Morisot (Bourges, Cher, 14 de janeiro de 1841 — Paris, 2 de março de 1895) foi uma pintora impressionista francesa.

Iniciou a sua formação com os mestres Chocarne-Moreau e Guichard e prosseguiu sob a tutela do pintor Corot. Também teve aulas de escultura com Millet. No ano de 1863 começou a pintar ao ar livre em Pontoise, onde conheceu os pintores Daubigny e Daumier. A esse período de intensa aprendizagem seguiram-se viagens pela Espanha e Inglaterra. Depois de conhecer Monet, posou para ele como modelo e apaixonou-se por Eugênio, irmão do pintor, com quem se casou. Depois de participar da primeira exposição dos impressionistas, em 1874, a pintora iniciou uma série de viagens de estudo pela Itália, Países Baixos e Bélgica. Suas obras foram apresentadas em 1886 em Nova Iorque, e um ano mais tarde na Exposição Internacional de Paris. A obra de Berthe Morisot representa uma reflexão afirmativa da obra de Manet, embora com pinceladas mais longas e suaves, com tendência para a verticalização, numa tentativa de organizar a composição.

O pensamento de Anais Nin


A vida contrai-se e expande-se proporcionalmente à coragem do indivíduo.

A carne conta a carne produz perfume, mas o contato com as palavras apenas engendra sofrimento e divisão.

Penso que se escreve para um mundo onde se possa viver.

A origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios e que desejamos impor aos outros.

O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.

A única anormalidade é a incapacidade de amar.

A nossa vida em grande parte compõe-se de sonhos. É preciso ligá-los à ação.

O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.

Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos

"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

A vida se espande ou se encolhe de acordo com a nossa coragem.


Eu escolho
um homem
que não duvide
de minha coragem
que não
me acredite
inocente
que tenha
a coragem
de me tratar como
uma mulher.


O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traições . Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho

A Escrever deve ser uma necessidade, como o mar precisa das tempestades - é a isto que eu chamo respirar.


Imaginei por um momento um mundo sem Henry. E jurei que no dia que perder Henry, eu matarei minha vulnerabilidade, minha capacidade para o verdadeiro amor, meus sentimentos, com a devassidão mais frenética. Depois de Henry não quero mais amor. {…} Depois de não ver Henry por cinco dias por causa de mil obrigações, não pude suportar. Pedi a ele para se encontrar comigo durante uma hora entre dois compromissos. Conversamos por um momento, então fomos para um quarto do hotel mais próximo. Que necessidade profunda dele. Só quando estou em seus braços as coisas parecem direitas. Depois de uma hora com ele, pude continuar o meu dia, fazendo coisas que não quero fazer, vendo pessoas que não me interessam.

Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária.
A estabelecer relações ordinárias.Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma.

Subtraia a superintensidade, o chiado das idéias, e você tem uma mulher que ama a perfeição.

Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança. Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar. Chorei porque daqui em diante chorarei menos. Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela.

Anaïs Nin

Lembranças - por Socorro Moreira

Impossível traduzir a tua alma
Ela é uma esfinge para mim
Para outros,
sempre clara !
Nesse cartão escuro
eu juro que vou escrever
letras douradas.
Dobro-me às tristezas
Pago na íntegra ,
pingo por pingo,
o beijo que provei.
----------------------
Mar que avistei
que senti,
e nele me banhei
barulho na concha do ouvido
canção nunca esquecida
solfejo e grito !
------------------
Vivo nas entrelinhas
Minha cabeça vive uma poética enxaqueca
No meu coração ainda moram estrelas
Elas brilham no dia,
encantadas em natureza !
-----------------------------
olhos no teto
papo pro ar
alma solta
querendo te achar
coração batuca um verso
boca reza um mistério
nariz fareja jasmim
volta pra mim?
---------------------
Molhar a grama do jardim
é forrar a cama de esperança.
-------------------------------
Cheirinho de alfazema,
bala de mel,
papagaio de papel...
Colo de avó !
Lembranças bordadas
por mãos de fadas
-alegria infantil !
-----------------
Céu rosado
vento trancado
segura folhas douradas

Lágrimas soltas
escorrem caudalosas,
no leito solitário.
--------------------

Desejo- Cassiano Ricardo


Desejo


As coisas que não conseguem morrer
Só por isso são chamadas eternas.
As estrelas, dolorosas lanternas
Que não sabem o que é deixar de ser.


Ó força incognoscível que governas
O meu querer, como o meu não-querer.
Quisera estar entre as simples luzernas
Que morrem no primeiro entardecer.


Ser deus — e não as coisas mais ditosas
Quanto mais breves, como são as rosas
É não sonhar, é nada mais obter.


Ó alegria dourada de o não ser
Entre as coisas que são, e as nebulosas,
Que não conseguiu dormir nem morrer.



Caminhando - por Socorro Moreira

Caminhando ...
Uns caminhos voam, outros se colam
aos nossos pés cansados.

Caminhando...
Que importa o transporte,
a hora da chegada?

Caminhando ...
O nosso olhar cumpre etapas,
que nos sonhos se mostravam

Caminhando ...
Chegamos na linha do horizonte
e o limite é além, muito além !

Vida ... - por Socorro Moreira

No caminho da liberação
o pódio é o infinito.
É saltar para o futuro
sem lembranças doídas
É apostar na paisagem depois da curva
É tomar banho de chuva
e sentir que somos nuvens
É ficar nua
e descobrir o próprio corpo
brocado e bordado...
costurado pela vida.
É um voo em companhia de garças
É o amor divino selando alianças
É viver com simplicidade !

Molhada de chuva - por Socorro Moreira

O mar ficou no seu lugar.
O sertão me acolhe
com pingos de chuva
num pensamento árido
Estou de volta
com o coração assanhado
Vivi tão grande distãncia ,
que aposto no ficar perto ,
vivendo em separado.
Desligo a tomada
Descarto o filme
que deixei queimar

Rabiscos da saudade- por Socorro Moreira

rasguei cartas e retratos
toquei fogo
no papel da paisagem
renasci mil vezes
o tempo cura
mas não apaga
a vida paga
o gozo das lembranças
que ficam adormecidas
em páginas amareladas
você dorme
enquanto escrevo
você sonha
enquanto acordo
tudo nos desencontra ...
e eu quis tanto ,
aportar em tua alma !

só peço à minha caixinha
de trecos,
uma borracha e um lápis...
pra apagar os conflitos
e rabiscar
um verso de saudade
por tudo que não vivemos
ou por um único momento,
em que fiquei nos teus traços.

Recebido por email





CRISE MILITAR SEU NOME É DILMA ROUSSEFF

( Reinaldo Azevedo - quinta-feira, 31 de dezembro de 2009 )


Ainda que eu tivesse cometido algumas injustiças com Lula, coisa de que discordo, de uma certamente eu o teria poupado: jamais o considerei um idiota. Nunca! Até aponto a sua notável inteligência política, coisa que não deve ser confundida, obviamente, com cultura. O governo vive, a despeito das negativas, uma crise militar. Que é muito mais grave do que se nota à primeira vista. Ela foi originalmente pensada nas mentes travessas de Tarso Genro, ministro da Justiça, e Paulo Vanucchi, titular da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Mas tomou consistência e corpo nos cérebros não menos temerários da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), candidata do PT à Presidência, e de Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, hoje e cada vez mais o Rasputin deste rascunho de czarina que pretende suceder Lula.

O imbróglio não deixa de ser um ensaio geral do que pode ser um governo Dilma. Se vocês acham que a ópera, com o tenor Lula, tem lá seus flertes com o desastre, vocês ainda não sabem do que é capaz a soprano. A crise atual mistura temperamento macunaímico, sordidez e trapaça. Dilma, Franklin e Vanucchi, a turma da pesada que, no passado, optou pelo terrorismo e hoje ocupa posições no alto e no altíssimo escalões da República resolveu dar um beiço nos três comandantes militares. O tiro, tudo indica, saiu pela culatra. E sobrou uma lição aos soldados. Vamos devagar.

Tratemos um pouco do que vocês certamente já sabem e um tanto do que talvez não saibam. Na semana passada, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos publicou um decreto, devidamente assinado pelo presidente Lula. Entre outras providências, instituía uma tal Comissão Nacional da Verdade para investigar crimes contra os direitos humanos cometidos durante o regime militar.

Pois bem. A questão havia sido negociada com os comandos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. E olhem que estes senhores tinham ido bastante longe - e fica a lição: com essa gente, ceder um braço corresponde a ceder os dois, mais as duas pernas e também a cabeça. Os militares aceitaram a criação da tal comissão desde que o texto não restringisse a apuração de violações ao governo militar: também as organizações terroristas de esquerda teriam sua atuação devidamente deslindada.

É preciso dizer com clareza, não? Dilma Rousseff pertenceu a uma organização terrorista, homicida mesmo: a Vanguarda Popular Revolucionária. Franklin Martins também praticou terrorismo. O seu MR-8 seqüestrava e matava. Vanucchi foi da Ação Libertadora Nacional, o que significa dizer que era um servo do Manual da Guerrilha, de Carlos Marighella, um verdadeiro manual de… terrorismo, que pregava até ataques a hospitais e dizia por que os bravos militantes deviam matar os soldados.

Pois bem… Quiseram os fatos que estes três se juntassem, com o conhecimento de Tarso Genro, para redigir - alguém redigiu a estrovenga; falo de aliança política -, aquele decreto. E o combinado com os militares não foi cumprido: além de especificar que a Comissão da Verdade investigaria apenas um lado da batalha, há propostas singelas como estas:

- determina que as leis aprovadas entre 1964 e 1985 sejam simplesmente revogadas caso se considere que elas atentam contra a tal “verdade”;

- determina que os logradouros públicos e monumentos que tenham sido batizados com nome de pessoas ligada ao “regime” sejam rebatizados.

Vocês entenderam direito: Lula assinou um decreto que não só dá um pé no traseiro do alto comando como, ainda, anuncia, na prática, a EXTINÇÃO DA LEI DA ANISTIA - para um dos lados, é óbvio. É isto: eles tentaram rever a tal lei. Viram que isso não é possível. Decidiram, então, dar uma de Daniel Ortega, que mandou suprimir trechos da Constituição de que ele não gosta.

LULA SABIA

Já disse: não tomo Lula por idiota - porque só um idiota não saberia. Mas admito: muita coisa tem as digitais do presidente sem que ele tenha a menor idéia do que vai lá. Isso é possível, sim. É por isso que existe uma CASA CIVIL. Não há - NOTEM BEM: NÃO HÁ - decreto presidencial que não tenha a chancela desse ministério. É uma de suas funções - a rigor, é uma de suas principais tarefas.

Logo, funcionalmente, a responsável pelo texto é Dilma Rousseff. Que já se manifestou a favor da revisão da Lei da Anistia, ainda que dê outro nome ao que quer fazer. A questão é saber se Lula se comportou como um cretino ou como um irresponsável: se assinou algo dessa gravidade na inocência, sem ter sido advertido pela Casa Civil, então foi feito de bobo e tem de demitir Dilma. Se, como imagino, sabia muito bem o que ia lá e decidiu testar a elasticidade ou complacência dos militares, agiu como um irresponsável.

Demissão

Trapaceados, os três comandantes militares decidiram pedir demissão. Os generais de quatro estrelas se reuniram para tratar de um assunto não ligado à profissão pela primeira vez em muitos anos. A tal Comissão da Verdade terá de redigir um projeto de lei para ser enviado ao Congresso dando forma e caráter à tal investigação. Lula tem quatro opções:
1 - deixa o texto como está e negocia com os militares um projeto de lei que contemple a investigação dos dois lados;
2 - muda o decreto e o devolve ao que havia sido negociado;
3 - simplesmente recua do texto na íntegra;
4 - a quarta opção é dizer o famoso “ninguém manda nimim” e deixar tudo como está. Pois é… Só que o “tudo como está” pode significar uma crise sem precedentes, grave mesmo, com possíveis atos de indisciplina.

“A Lei da Anistia é um conquista do povo brasileiro, é seu patrimônio. E de milhares de pessoas que lutaram pela democracia. Por isso, mudá-la, na forma como querem fazer alguns, ou extingui-la é um atentado contra a própria democracia. É constrangedor assistirmos a cenas como essa”, afirma o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Frente Parlamentar de Defesa Nacional.

Terão os comandantes militares se esquecido do modo como operam as esquerdas, de sua vocação para o ato sorrateiro, para as ações solertes? Só isso pode explicar aquela primeira concordância com a tal Comissão da Verdade. Do conjunto da obra, resta, pois, essa lição. E também há uma outra: em matéria eleitoral e nessa política que precisa de voto, Dilma é uma teleguiada de Lula: sem ele, ela não existe. Mas Dilma é quem é. e também quem foi Com um simples decreto, que passou por sua mesa de ministra da Casa Civil, criou-se o mais grave incidente militar do governo Lula. O projeto é tê-la agora na Presidência. Vimos como agem com quem tem armas. Dá para imaginar do que são capazes com quem não tem.

Encerro

O nome da comissão - “da Verdade” - só pode ser coisa de algum piadista infiltrado no grupo. Como não pensar imediatamente em 1984, de George Orwell. Essa gente tem um perfil totalitário de manual; são stalinistas do calcanhar rachado. Querem até rever o batismo de logradouros públicos, num daqueles atos típicos de reescritura da história.

Eis um país com Dilma Rousseff no topo. E com Franklin Martins no topo do topo.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/crise-militar-seu-nome-e-dilma-rousseff/

CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA SEGUNDO ZÉ LIMEIRA - por Mundim do Vale

Certa vez lá em Natal
Limeira tava rimando
Todo tempo misturando
Mossoró com Portugal.
Falava de carnaval
Numa casa de farinha,
Até que Zé de Ritinha
Perguntou: - Tu é perito?
Pois rime o que estava escrito
Na missiva de Caminha.

Rimo porque sei rimar
Carta, recado, cartilha,
Tratado de Tordesilha.
E Cabral em alto mar.
Rimo o rei a reclamar
Das despesas da rainha
Gastando tudo que tinha
De Portugal pro Egito.
E agora rimo o escrito
Da missiva de caminha.

Senhor rei de Portugal
Aos vinte e nove de abril
De um tronco de pau Brasil
Escrevo a carta real.
A viagem foi normal
Com as graças de Jesus
Que nos mostrou uma luz
Para uma ação pioneira,
Onde ergui sua bandeira
Na terra de Vera Cruz.

A terra aqui é tão boa
Que até já me acostumei
Confesso para o meu rei
Que já esqueci Lisboa.
A nativa sobe à toa
Na árvore pra chupar manga
Vestida só com uma tanga
Com o peito descoberto
A gente olha bem de perto
E a danada nem se zanga.


Não vou mais voltar aí
Pra não ter que trabalhar
Pois levo o tempo em pescar
E comer índia tupy
Vou ficar mesmo é aqui
Porque não sou abestado
Me esqueça no seu reinado
Que aqui tudo é maravilha.
Já comi até a filha
Do chefe Touro deitado.

Tou fazendo um relatório
De tudo que acontece
Dos índios fazendo prece
Na frente do oratório.
Já montei meu escritório
Na taba do feiticeiro
Mas mande pena e tinteiro
E também papel pautado.
Que estou comprando fiado
A um cigano estradeiro.

Os índios querem adotar
O costume português,
O vicio da embriaguês
E a mania de trocar.
Não tenho como evitar
Essa permuta ilegal
Porque o próprio Cabral
Vive trocando arruela.
E até a índia mais bela
Já foi trocada por sal.

Quero também avisar
Pra meu rei tomar ciência
Que precisa providência
Urgente neste lugar.
Os europeus vão chegar
Mudando a religião.
Vai chegar também ladrão
Para furtar à vontade,
Daí nasce à impunidade
Para a futura nação.

Chegou aqui um Francês
Que é metido à bichinha
Ele esculhamba a rainha
E tudo que é português
Aconteceu certa vez.
Aqui no Monte Pascoal
Que ele assediou Cabral
Oferecendo o caneco.
Cabral quase teve um treco
Lá dentro do matagal.

Aqui já apareceu
O tal do esquentamento
Precisa medicamento
Que muita gente morreu.
Escute esse servo seu
Pra coisa não desandar,
A corte tem que mandar
Um médico para esse povo.
Eu mesmo já tou com um ovo
Em tempo de cozinhar.

Aqui já tem confusão
De índio com português
Já é a terceira vez
Que eu faço intervenção.
O nativo faz questão
De uma vida reservada,
Sem calçar nem vestir nada
E meu rei tem que entender
Que faz gosto a gente ver
Uma nativa pelada.

Prepare um navio cargueiro
Pra trazer equipamento,
Mande birô e acento
Pra seu fiel cavalheiro.
Passo aqui um mês inteiro
Vivendo nesse sufoco
Recebendo muito pouco
Nesta minha subvida.
Já tou com a bunda doída
De viver sentado em toco.

O meu rei deve lembrar
Que a terra foi Deus que deu,
Depois vem o europeu
Querendo se apossar.
Os índios não vão gostar
Dessa perversa invasão
E vão entrar em questão
Mas não vão levar vantagem,
Porque somente a coragem
Não pode vencer canhão.

Não é bom meu rei mandar
Jogadores nem detentos
Pois esses maus elementos
Só servem para furtar.
É bom a corte cortar
O mau cheiro pela essência,
Pra não gerar descendência,
Dessa raça malfazeja.
Evitando que um esteja
Um dia na presidência.

Sei que vossa majestade
É o nosso rei soberano
Mas desenvolvi um plano
Pra essa comunidade.
Mostre a vossa autoridade
Agindo com inteligência,
Munido de coerência
E coragem pra reinar,
Na hora de decretar
O ato da independência.

Se um dia meu rei vier
É melhor que venha só
Aqui se arranja xodó
Porque não falta mulher.
Índia não sabe o que quer
Nem manda botar baralho.
E pra findar meu trabalho
Assino na ultima linha.
Seu Pero Vaz de Caminha
Sarney Magalhães Barbalho.

Mundim do vale
V. Alegre - CE