Tenho uma surpresa
para te revelar
no dia marcado
pelos deuses.
Não me culpes
se tu enfartares.
A culpa dos deuses zombeteiros.
Posso te adiantar, baby
aquele corpo cadavérico
pouco a pouco
some pântano adentro.
Notícias dele
apenas o umbigo
ainda enterrado pertinho da fossa
e do primeiro dente de leite
adormecido sobre o telhado.
Mais cínico e cruel
decerto acordo a cada dia.
É que a alma continua
cheia de pudores e tristezas
enquanto o corpo
senhor profano
cria carnais raízes
em torno do silêncio.
Como saber se minhas as pegadas?
Quando olho para trás somente avisto
nuvens marcadas por bostinha de pombo.
Nem lágrimas.
Nem ais lusitanos.
Apenas pombos soltando mísseis pastosos
que deixam nódoas amareladas
na minha camiseta branca.
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