Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 26 de setembro de 2010

Repensar as cidades - Emerson Monteiro

Há pouco tempo, uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro mostrava que 67% dos moradores daquela capital, caso existisse a chance, mudariam de cidade, vistos os problemas crônicos e sem solução ora existentes no belo lugar onde vivem desde que nasceram.
Morar numa cidade grande, hoje, tornou-se numa condição crítica e desinteressante.
Ao buscar as aglomerações urbanas, o principal objetivo dos seres humanos fora aumentar a comodidade, na geração do conforto. Juntas, as pessoas agregariam instrumento para constituir ordem justa e racional, qual ocorreu na Europa da Alta Idade Média. Os burgos facilitaram somar valores econômicos e a divisão dos problemas coletivos no meio de todos, trazendo uma nova classe ao poder, a burguesia, manifestada como expressão nos idos da Revolução Francesa.
Depois, cresceram demasiados os riscos se viver próximos uns dos outros, o que agora apresentam com intensidade jamais imaginada as metrópoles.
Primeiro de tudo, a luta pela sobrevivência aumentou a níveis impraticáveis. Emprego e renda viraram, para muitos, sonho, a bem dizer, impossível, gerando a economia informal do salve quem puder na busca pelo sustento. E a marginalidade agressiva dos traficantes e assaltantes, que usam do crime para arrecadação de recursos. Isso fora os ganhadores de plantão, instalados em todos os segmentos, gananciosos e desonestos, que, a pretexto de completar o orçamento, arrepiam a honestidade, na esperteza do caos inconsequente.
Na sequência, veem as distâncias a percorrer todo tempo, na luta de atender às mínimas funções cotidianas. São milhares de quilômetros em vias estranguladas de automóveis e dificuldades, calvário dos milhões de zumbis perdidos nos engarrafamentos infinitos, arrastando milhares de quilos de metal e plástico em veículos financiados.
Daí, a insegurança que campeia, nas igrejas, escolas, avenidas, ameaças pelo ar esfumaçado e barulhento. O drama da moradia, os transportes públicos ineficientes e reduzidos. A mediocridade dos recursos culturais, da informação, feiúra das fachadas cinzentas e passeios estreitos. A corrida pelos estacionamentos inexistentes. Limitações de atendimentos médicos, serviços oficiais e as filas caóticas intermináveis.
Ah! Em que se reverteram os sonhos das cidades e suas fantasias maravilhosas de resultados amplos e geniais!
O diagnóstico mostra a cara triste para quem quiser ver, longe das ilusões passageiras. Um esforço comum sobre-humano exigirá pulso e lideranças identificadas com o interesse geral, isto bem numa época em que a política exerce profundo fascínio junto as investidores que fazem da política um mercado de investimento para os seus impacientes capitais do lucro fácil.

SORVETE DE lIMÃO



Ingredientes:
3 latas de leite condensado
3 latas de creme de leite
4 limoes
6 claras em neve

Modo de fazer:
bata no liquidificador o leite condensado e o creme de leite por 3 minutos, coloque o suco dos limoes um de cada vez ate formar um mousse de limao.Leve esse mousse pro congelador por 5 horas.
Depois desse tempo retire do congelador e misture nas claras em neve bem batidas e retorne por congelador por mais 4 horas.

DOCINHO DE AMENDOIM




Ingredientes:

01 lata de leite condensado;
01 xícara (chá) de açucar;
01 xícara (chá) de leite;
01 xícara (chá) de amendoim torrado (sem pele)


Preparo:


Numa panela funda, misture o leite condensado, o açucar e o leite, leve ao fogo, mexendo sempre, até desprender do fundo da panela (aprox. 10 minutos).

Acrescente o amendoim, misture bem e retire do fogo.

Bata com uma colher de pau até a massa ficar opoca.

Corte depois de frio.


rendimento: 50 docinhos.

DICA  DE BRUNO (MEU SOBRINHO0 ): SUBSTITUIR O AMENDOIM POR CASTANHA DO PARÁ PICADA E TORRADA.
É UM PECADO !

BADEN POWELL




“O violão é minha metade.”

Baden Powell é considerado um dos maiores violonistas de todos os tempos e um dos compositores mais expressivos da música brasileira. Criador de um estilo próprio, foi o violonista mais influente de sua geração, tornando-se uma referência entre os violões havidos e a haver. Sua música rompe as barreiras entre música erudita e popular, trazendo consigo as raízes afro-brasileiras e o regional brasileiro.

Nascido em 6/8/1937 em Varre-Sai distrito de Itaperuna, Rio de Janeiro, tem seu nome em homenagem ao fundador do escotismo do qual seu pai era aficcionado, pelo jeito gostava muito dele pois foi viveu 4 anos na cidade de Baden Baden na Alemanha. Morreu na manhã do dia 26 de setembro, do ano de 2000, na Clínica Sorocaba, no bairro de Botafogo(RJ).


http://www.badenpowell.com.br/

UMA CRÔNICA DE LUIZ FERNANDO VERISSIMO


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

Luís Fernando Veríssimo

Gal Costa




Gal Costa, nome artístico de Maria da Graça Costa Penna Burgos, (Salvador, 26 de setembro de 1945) é uma cantora brasileira.

Gal Costa é filha de Mariah Costa Pena, falecida em 1993 que foi sua grande incentivadora, e Arnaldo Burgos.Sua mãe contava que durante a gravidez passava horas concentrada ouvindo música clássica, como num ritual, com a intenção de que esse procedimento influísse na gestação e fizesse que a criança que estava por nascer fosse, de alguma forma, uma pessoa musical. Gal jamais conheceu o seu pai, que faleceu quando ela tinha por volta de 15 anos. Por volta de 1955 se torna amiga das irmãs Sandra e Dedé (Andreia) Gadelha, futuras esposas dos compositores Gilberto Gil e Caetano Veloso, respectivamente. Em 1959 ouve pela primeira vez o cantor João Gilberto cantando Chega de saudade (Tom Jobim/Vinícius de Morais) no rádio; João também exerceu uma influência muito grande na carreira da cantora, que também trabalhou como balconista da principal loja de discos de Salvador da época, a Roni Discos. Em 1963 é apresentada a Caetano Veloso por Dedé Gadelha, iniciando-se a partir uma grande amizade e profunda admiração mútua que perdura até hoje.


wikipédia

Alegria - por Socorro Moreira



Alegria nos ganhos
sejam imaginários
ou instantâneos
sejam permanentes
 ou diferentes

alegria de viver
plenamente
o que está próximo
e o que está
em  sintonia

Bianca e Sofia
me parecem melodia
com elas e com os amigos
compartilho o bom da vida

- A alegria !


SEX and the CITY


Sarah Jessica Parker (Nelsonville, 25 de março de 1965) é uma premiada atriz e produtora estadunidense, célebre por sua atuação como uma das protagonistas da série de televisão "Sex and the City".

Casou-se em 1997 com o também ator Matthew Broderick, com quem tem três filhos.

* Tenho assistido ao seriado , já completando a sexta e última temporada.  Gostaria de tê-lo visto , antes dos 40 anos.. A partir de então as respostas são óbvias, e as experiências  diferentes por demais. Mesmo assim não deixa de ser interessante. 

A Praça dos Oitizeiros - Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Quando chegamos à Praça da Sé, mesmo em qualquer hora do dia, temos para o nosso bem estar, uma agradável brisa que nos protege do calor. Tudo isso devido à preservação dos oitizeiros. Essas árvores estão ali há bastante tempo. Elas dão sombra para o transeunte que deseja sentar no banco dessa praça acolhedora, além de liberar o oxigênio necessário para purificar o ar que respiramos. Como todas as praças do Crato, a Praça da Sé é muito bonita e bem conservada.

Hoje só se fala na preservação do meio ambiente. Observamos que os governantes cratenses, ao longo dos anos, preservaram e ajudaram ao meio ambiente, deixando os oitizeiros fazerem o seu papel para tornar a vida das pessoas que se dirigem a praça, mais saudável, prazerosa e livre do calor do sol. Além do mais, é obrigação das pessoas que dirigem a nossa cidade e de todos nós, cuidarmos do futuro do nosso planeta, deixando as árvores vivas e nos beneficiando com o seu oxigênio.

A sombra dos oitizeiros abrange toda a praça. Se uma pessoa decidir fazer caminhada, poderá fazê-la em qualquer horário, pois as árvores formam um verdadeiro teto ao redor da praça. O Crato tem a vantagem de ter belas praças que embelezam a cidade e dão melhores condições de vida à sua população.

Lembro-me que na minha infância, a Praça a Sé era a praça das crianças, dos adolescentes, estudantes, namorados e de todos os cratenses. Houve época que tinha até um lago com jacaré para divertir as crianças, embora fosse assustador.

Na festa da Padroeira, todos freqüentavam a praça à tardinha e à noite para aproveitar o parque de diversões. Hoje também ainda continua sendo a praça dos cratenses.

Tenho boas lembranças do tempo que estudava no Colégio São João Bosco e, após as aulas, eu, meus colegas e minhas colegas, nos reuníamos abaixo da sombra de um oitizeiro para conversarmos. Mesmo sendo hora de sol quente, estávamos protegidos do calor pelas sombras das antigas árvores. Gostava tanto desses momentos que me esquecia do tempo e algumas vezes eu chegava em casa, atrasada para o almoço. Meu pai reclamava, pois ele queria a família reunida durante as refeições.

Muitos casais, há anos casados, namoraram nos bancos da Praça da Sé, às sombras dos oitizeiros. Eu e Carlos tivemos o privilégio de ter passado horas e horas nos bancos dessa praça no período de férias, conversando enquanto nos conhecíamos melhor. Nesses momentos matávamos a saudade do tempo de separação, quando ele tinha que viajar para Salvador, onde estudava. Por isso, um primo de Carlos até brincava com ele, dizendo que ele recebia a chave da praça do leiteiro e a entregava ao guarda noturno. A Praça da Sé era a praça dos namorados. E hoje, ainda é?

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Peregrino

Ultimamente acordo
antes das galinhas
e toco um blues
antes que os galos
façam gargarejos
com vinagre,
gengibre
e sal.

O sol me espera esfacelado:
pedaços nos galhos
das árvores;

outros pedaços
nas calçadas,
batentes,
pneus,
portões.

mas ele
(inteiro e altivo)

não muda o ar esnobe
rindo da minha cara
engomada às avessas.

Sei que o dia será infernal:
dragões,
leões,
serpentes

no fundo
da mesma cova

esperando apenas
um vacilo do trovador
ou do escravo romano.

Nem um nem outro.
Nem ai nem ui.
Nem salvação
nem morte.

Pego minha pazinha
(dessas de praia)

e saio pelos canteiros
das praças
(perdido)

a plantar e destruir
jardins alheios.

Somente assim
satisfaço-me

admirando as lágrimas
dos velhinhos

que esquecem
de lançar farelos
aos pombos

e relembram
os amores
de outrora.

Sem ver
nem pra que,

cada um se levanta do banco
amassa o saco de ração
chuta as perninhas
dos pombos

e forma-se (cada qual
com sua pazinha
de praia)

uma pequena multidão
atrás do poeta.

Todos perdidos
(alguns felizes)

plantando
e destruindo
jardins alheios.

Desafio: Sonhos - Por Aloísio

“Sonhar / Mais o sonho impossível”
( Joe Darion - Mitch Leigh /versão em português de Chico Buarque)

“No quintal por trás de casa / Tem um pé de sonho”
(Petrúcio Maia / Brandão)

“Já vendi tanta alegria / Vendi sonhos a varejo”
(Chico Buarque)

“Uma moça colhe um sonho / Aceso de passarinhos / E nos seus sonhos / Contam eles suas mágoas / Que a seus pés viram águas / E as águas viram caminhos”
(Marcus Accioly / Cussy de Almeida)

“Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei / Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo / E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando”
(Geraldo Vadré, Théo de Barros)

Sonhos

Já vendi coisas em feira
Vendi atrás do balcão
As coisas que eu já disse
Mas sonhos, não vendi não

Sonhos há os impossíveis
Pé de sonhos que não vejo
Vender sonhos a varejo
Só Chico com o realejo

Volto aos tempos de menino
E vejo o tempo passando
Lembrando os sonhos que tive
Como eles foram mudando

Os sonhos realizados
Os que ainda estão por vir
São eles movendo a gente
Importa é não desistir

De todos os sonhos meus
O melhor já se completa
Embora envergonhado
Ser chamado de poeta

-.-

Depois de falar nos sonhos
E entrando na folia
Deixando pra todos o tema
Que fale da alegria
.
Aloísio
Carta a Edilma
- Claude Bloc -


Amiga, Edilma,

A você que sempre me prestigia com sua amizade, que me entende, que me lê e me incentiva, que, como eu, anseia em tomar a velha estrada que se estende até a entrada da velha casa – França Livre - quero agradecer pela linda tapeçaria de palavras e imagens que vem bordando neste blog. Confesso que o que tem me deixado inquieta esses dias é a existência de muitas palavras silenciosas que não saem da nossa boca, por maior que seja o esforço ou a intenção de expeli-las porta afora. Você as deve conhecer muito bem: são aquelas palavras cruzadas aqui dentro do peito. Entrelaçadas atapetando um chão tantas vezes varrido pelo silêncio, que faz questão de nos esconder e encobrir à sombra da chapada sem, no entanto, se preocupar em nos guarnecer ou dar conforto algum.

Mas, sabe, Edilma, ontem fiquei lembrando das quantas e quantas vezes que estivemos lá pela Serra Verde nas férias e de como preenchíamos de alegria nossa vida naqueles momentos em que saíamos a cavalo pelas estradas cantando, galopando, vibrando. Dos intermináveis banhos no açude. Dos jogos de baralho à noite... e das cantorias noturnas na casa de Maria Alzira, motivadas pelos vários “lotes” de pipoca quentinha.

E as festas? A melodia extraída da sanfona ao som da noite embalava o movimento circular dos participantes e envolvia a gente ao ritmo das batidas do peito. O coração se revestia de seda para servir àquela cadência festiva tal como um pandeiro seguindo um violão plangente. Assim se podia dinamizar a energia vital do ambiente.

Era simplesmente sublime esse tempo. Pela sala vestidos rodados e o cheiro de extrato barato bailavam pelo salão. Nossos vestidos resplandeciam sobre as paredes cruas da casa. As mocinhas se enfeitavam para se apresentar ao mundo e ofereciam aos olhares curiosos um porte majestoso e delicado ao mesmo tempo...

Agora, numa nova roupagem, nos sentimos dispostas mais uma vez a trançar novos fios, a traçar novas linhas na nossa vida, sem o medo das palavras que ressoavam antes. Esta é nossa nova vida incorporada, motivo e valor de nossa atual devoção. Eis o ímpeto para fazer figurar nossa amizade fraterna, com orgulho, nossa história em uma nova tapeçaria de palavras.

Abraços, mana


Claude