Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 27 de maio de 2012

TAMBORES DE OGANS



Ouçam longe os tambores
Ouçam o som dos tambus
Ogans de larga mandinga
Tambus  guias e protetores
Invicando seus eguns
Candongos de bela ginga
Nas mãos dos seus batedores
São eles... são os tambores
São deles a nossa alma
São deles nossos amores

Por quem soam os tambores?
No seu batucar rasteiro
Por quem cantam os seus louvores?
No seus versos loroteiros
Por quem velam os tambores?...
É à noite que eu escuto
Eles chegam na madrugada
 Ritimado, ouço o seu bater astuto
Numa rica e seca batucada


Por quem soam os tambores?
Por quem canta essa madeira?
Quem são os adoradores?
Que acompanham  a batedeira
Espalmando, jogando flores...
De quem são esses tambores?
Essa turba candongueira
Vai em noite enluarada
Por vielas becos e guetos
Vai em festa e brincadeira
Pela risca da estrada
Dessa terra brasileira

De quem são esses tambores?
E estes cantos verdadeiros
Que em festa negra encantam
Batidos por candongueiros
Pouco a pouco se agigantam
São dos negros coroados
Lá dos guetos do além mar
Dos sem terra aqui trazidos
Amarrados e cativos
Pra sofrer, não prá cantar


São tambores corajosos
São vozes no seu rufar
São candongos insistentes
Gritos negros renitentes
Que não querem se entregar
Que Rufem os nossos tambores
Do  nosso povo guerreiro
Indio, Mulato, Cafuso
Negro, amarelo e Luso
Viva o povo  candongueiro

Wilton Dedê

(imagens: google)

Tristeza do Zé – Zé Miguel Wisnik / Luiz Tatit


Tristeza do Zé – Zé Miguel Wisnik / Luiz Tatit

"Melodia de inspiração sertaneja que eu passei para o Luiz Tatit já com os dois versos iniciais e com o título, brincando com a 'Tristeza do Jeca' de Angelino de Oliveira. A letra foi sendo feita num diálogo entre partes de um e partes de outro." (Zé Miguel Wisnik)

 ‘té que foi tão bom fugir e te esquecer
não saber mais nem notícia de você
com a tristeza consegui me entender
com a saudade conviver
e com a dor não me doer

mas aos poucos tive que reconhecer
que a tristeza não parava de crescer
tomou conta da cidade e do país
tudo que é melancolia
dizem que fui eu que fiz

é só chorar
em palmas, teresina ou jequié
já vão avisar
que a origem é a tristeza lá do zé

já não quero nem lembrar que te esqueci
não sabia que a tristeza era assim
que ela segue seu caminho até sem mim
não tem pouso nem tem fim
se deixar vai invadir

evitar de se espalhar bem que tentei
mas também não é só comigo, eu reparei
a tristeza é todo mundo e é de ninguém
a tristeza ‘tá no fundo
da tristeza eu sou o rei

chorar chorar
no crato, em cachoeiro e macaé
já vão avisar
que a origem é a tristeza lá do zé

já não quero nem lembrar que te esqueci
não sabia que a tristeza era assim
que ela segue seu caminho até sem mim
não tem pouso nem tem fim
se deixar vai invadir

evitar de se espalhar bem que tentei
mas também não é só comigo, eu reparei
a tristeza é todo mundo e é de ninguém
a tristeza ‘tá no fundo
da tristeza eu sou o rei

então valeu
brasília diamantina e taubaté
canção leva eu
vem nas asas da tristeza quem quiser
matão belém
são paulo maringá chuí bagé
canção leva eu
vem nas asas da tristeza quem quiser
vem nas asas da tristeza quem quiser
vem nas asas da tristeza azul do zé

Zé Miguel Wisnik / Luiz Tatit