Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Comichão

Desejoso por coçar a micose
(palhaço) passo nitrato de isoconazol
a fim de ludibriar os pequenos parasitas.

Dá certo,
sinto-os morrendo
sedentos de felicidade.

A solidão vive para meus olhos
como decerto em outra vida
acordava eu para o vinho.

Meu prazer maior é saber
que sou tenro e fraco:

ora dia, ora noite
sensível por fumaças.

Digo que é loucura da mente.
Digo que é festejo da alma.

E não fujo.

Sigo com o olhar tristonho
a serpente,
o passarinho,
a borboleta.

Todos à casa do mestre.
Pecar.
Não há outra alternativa.

O mestre aconselha:
"pecai poetas
e sede frutíferos."

(cínico) provoco na poesia
nos seus objetos caseiros
e abstratos
muita fome.

E lá se perdem.

Pérola da MPB

Amanhã é dia do beijo... Se liguem !

Escutem ... Aqueles que sentem ciúmes !

Dona Ivone Lara



Yvonne Lara da Costa, mais conhecida como Dona Ivone Lara, (Rio de Janeiro, 13 de abril de 1922) é uma cantora e compositora brasileira.

Formada em Enfermagem, com especialização em Terapia Ocupacional, foi assistente social até se aposentar em 1977. Nesta função trabalhou em hospitais psiquátricos, onde conheceu a dra. Nise da Silveira.

Com a morte da mãe aos três anos de idade, e do pai aos doze, foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, ao lado do primo Mestre Fuleiro; teve aulas de canto com Lucília Villa-Lobos e recebeu elogios do marido desta, o maestro Villa-Lobos.

Casou-se aos 25 anos de idade com Oscar Costa, filho de Afredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, onde conheceu alguns compositores que viriam a ser seus parceiros em algumas composições, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira.

Compôs o samba Nasci para sofrer, que se tornou o hino da escola. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar na ala das baianas. Compôs o samba Não me perguntes, mas a consagração veio em 1965, com Os cinco bailes da história do Rio quando tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de escola de samba.

Aposentada em 1977, passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Entre os intérpretes que gravaram suas composições destacam-se Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola , Beth Carvalho, Mariene de Castro e Roberta Sá.
Wikimedia



Para onde vai a cultura? - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Antes, uma explicação. Este texto reflete duas perguntas que fiz nos meses de fevereiro e março ao Nicodemos e ao Flávio Sampaio. O Nicodemos é músico e o Flávio Sampaio professor de dança clássica e contemporânea. A pergunta foi: para onde vai a música e a dança, a um e a outra em suas especialidades. O Flávio me disse que a dança iria em direção ao Hip Hop e o Nicodemos que a música iria em direção ao físico humano, à música da conversação, ao som da comunicação e expressão humana, a algo igualmente dito pelo grande músico Hermeto Paschoal.

Onde juntar as duas respostas? Claro que no espaço e no tempo. O espaço traduzido no próprio planeta terra e o tempo no evoluir da humanidade. O espaço planetário é um conceito muito além da nacionalidade e até mesmo do território. Ele não é mais aquele do confinamento, das fronteiras, dos círculos de giz (de Brecht) que separavam as culturas e os povos. E o tempo da humanidade é o tempo da modernidade, do capitalismo mundial, industrialização e do consumo como promessa de uma vida melhor.

Na fusão espaço-temporal se encontra o denominador comum do para onde vai a cultura, agora ampliando o conceito para além da música e da dança. A grande novidade desta singularidade é o próprio desenvolvimento da indústria cultural globalizada ao encontro surpreendente dos despossuídos, daqueles que não consomem, mas se revoltam por não tê-lo. É, guardado o momento histórico, a mesma bandeira das juventudes desde o século XIX, com suas bandeiras políticas, gangs de rua e estilos desafiadores da ordem burguesa.

Por isso a resposta do professor Flávio é significativa. O hip hop é a cultura, nascida no país central do capitalismo que mais expressou a contradição deste sistema. Vem dos guetos negros, despossuídos, perseguidos e sob intenso clima de criminalização e perseguição das forças de segurança. A exclusão da festa em estado máximo do capitalismo traduz muito bem a violência da mensagem e as suas grandes contradições quando do casamento do mundo globalizado com o truque demoníaco do "Hipercapitalismo Global”, criando uma corrente principal de pensamento e que já havia excluído os criadores do hip hop.

Por isso ele é a primeira cultura que traz uma expressão globalizada, especialmente dos jovens descontentes das periferias urbana tanto no Bronx, como nos Urais, no Oriente Médio, no Japão ou nos morros do Rio de Janeiro. Não se tratava mais de uma simples aculturação, mas de um processo global de aprendizado, localmente reconstruído. É um típico elemento da função em rede da cultura mundial, articulando pessoas em pontos muito distintos e especialmente sobre temas bem caros à globalização como justiça ambiental, policiamento e prisões, justiça da mídia e educação. Ela efetivamente é a cultura que permite aos menos privilegiados a denúncia dos maus tratos. É um instrumento de traduções transculturais.

A globalização cultural não se separa da globalização financeira. Como a cultura dos pobres da América, o hip hop se tornou, em todo mundo, a voz das pessoas que estão nas migalhas e à margem da sociedade moderna. A expansão mundial do hip-hop sob o manto de uma revolução no mercado, expressando o desejo das pessoas pobres em ter uma vida melhor, se alinhando à luta nacionalista de cidadania e pertencimento. Como, por exemplo, acontece com as populações negras na África e através de suas tradições.

É uma cultura, pois existe uma identidade que liga a voz humana, a poesia, a música, a pintura, a dança e o estilo de vida. Uma é uma expressão, noutra mídia da mesma cultura de modo que o grafitti é a expressão visual do rap. Como bem lembrou o professor Flávio Sampaio, o hip hop, seja com Breakingo, o B-boying ou breakdancing, é um estilo dinâmico de dança que se desenvolveu como parte da cultura. A idéia básica da coreografia é mostrar além do seu próprio esqueleto, desestruturar o próprio corpo, como se a pessoa não tivesse a própria arquitetura óssea. O movimento mais popular foi chamado de helicóptero, quando uma pessoa, de pernas para o alto, tem o peso de seu corpo sobre a cabeça. E usando apenas a cabeça para impulsionar todo o corpo em círculos.

Como toda cultura ele se acompanha de impactos sociais: se espalhou por todo o mundo, na esteira da comunicação de massa, introduzindo os valores locais ligados à tradição, criando um processo de intercâmbio sobre esta base ampla global na qual todos se comunicam como estas plataformas da informática. Mas aí, é que vem a grande novidade, trata-se de agora dar voz aos desprivilegiados e isso tem grandes desafios para o próprio capitalismo como sistema.

Neste sentido, quando nos apegamos às velhas formas, às nossas doces reminiscências de uma cultura puramente nacional, é importante que se entenda para onde vamos. Diante da globalização, vamos para a resposta ao grito robusto de uma cultura que trata, exatamente da grande contradição econômica, social e política do sistema capitalista. Ao dar voz “aos oprimidos, marginalizados culturalmente. . . despossuídos do mundo, o racismo pária. . . os miseráveis da terra. . . exercendo a crítica da sociedade opressora”.

Quando tudo parecia esquecido na vitória do neoliberalismo das décadas de 80 e 90, eis que no subterrâneo da América se forjava uma cultura revolucionária. Mesmo que atrelada ao consumo e ao hipercapitalismo como forma de canalização.

Bilhetes entre blogues - Carlos Rafael e Socorro Moreira

"Doravante, aviões separados", disse Socorro

Pela manhã Socorro bateu na minha porta. Conforme tinha antecipado por telefone, viera buscar os quadros de Normando que estavam comigo e que eu tinha prometido lhe entregar em uma ocasião especial. O ensejo tinha chegado, pois. Ela pintou a casa e está fazendo uma nova decoração, sob a competência de um profissional.

Eu tinha quatro quadros de Normando sob os meus auspícios, mas ela alegou que dois deles eram seus, presenteados pelo próprio autor. Resolvi, então, entregá-la todo o conjunto da obra que estava comigo. Não faria sentido, essa “diáspora” artística. Acredito que pensando nisso, Socorro disse que vai deixar ordens expressas para que os quadros me sejam entregues caso morra antes de mim. Brincando, conjecturei que poderíamos morrer no mesmo dia e na mesma hora. Foi o suficiente para Socorro afirmar que jamais viajaríamos no mesmo avião."

Carlos Rafael Dias


*Carlinhos, você não imagina a minha satisfação em re-hospedar os quadros de Normando, que ele um dia me presenteou.Na realidade eram 7. Dos quais, 4 estavam contigo, e dois já vivem comigo. De tantos, só não sei o paradeiro de um, mas espero que esteja em boas mãos, como esteve nas tuas.
Promessa é dívida... Mas, sossega, a gente não vai morrer já, já !
Aviso sobre a inauguração do vestido novo da minha velha casa. Quem sabe, ainda nesta semana ?
Um grande abraço, meu menino querido !
Socorro Moreira

A mulher nos tempos bíblicos – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Na época em que Jesus viveu, os homens judeus iniciavam suas orações diárias no muro das lamentações, agradecendo a Deus por não terem nascido mulher: “Bendito Aquele que não me fez pagão, que não me fez mulher e não me fez lavrador.” Por esta oração, vemos que três classes eram completamente inferiorizadas e discriminadas: os não judeus, a quem eles denominavam pagãos, as mulheres e os trabalhadores do campo. A mulher era totalmente subjugada ao homem, numa quase escravidão, praticamente sem nenhum direito. Não podia deixar os cabelos à mostra, nem ensinar ou dar testemunho. Era considerada impura quando menstruada. Ao dar à luz um menino se tornava impura durante sete dias. E deveria aguardar a purificação do seu sangue durante trinta e três dias, não podendo freqüentar o santuário ou tocar em qualquer objeto sagrado. Se a criança fosse uma menina esse tempo duplicava. (Lv 12; 1-5). Era também proibido a uma mulher estar sozinha com um homem. “Qualquer um que fale muito com uma mulher é causa de mal para si mesmo, descuida da Lei e termina na Geena”, sentenciava o Talmude em um de seus tratados, o “Pirqe Aboth”, o “livro das sentenças dos sábios”.

Ao homem era permitido repudiar sua mulher por um motivo qualquer e lhe dar uma carta de divórcio. (Dt 24,1). À mulher era-lhe negado até o direito de escolher seu próprio marido. E geralmente as mulheres judias casavam com esposos escolhidos pelos pais e que muitas vezes somente os conheciam no dia do casamento.

O matrimonio judeu de então era realizado em duas etapas: o “esponsal”, cerimônia na qual os nubentes eram declarados marido e mulher. Nessa fase a moça estava com doze anos de idade e o rapaz com dezoito anos. Após essa cerimônia, cada um dos noivos voltava para a casa de seus pais. Decorrido um ano, realizavam-se as núpcias, e então, marido e mulher passavam a ter vida em comum.

Se por acaso, uma mulher fosse flagrada em adultério durante essas duas fases do matrimônio deveria ser apedrejada. Se o adultério fosse após as núpcias ela seria estrangulada. Já o homem, somente cometeria adultério se a mulher com a qual mantivesse relação sexual fora do casamento fosse judia e casada. Portanto o homem poderia se relacionar com todas as mulheres solteiras e pagãs, desde que não judias.

A mulher declarada adúltera que os fariseus apresentaram a Jesus para que ele ditasse a sentença de apedrejamento foi uma dessas meninas vivendo entre as duas fases do seu casamento. Era uma armadilha que os fariseus prepararam para acusar Jesus. E ele escrevendo na areia, talvez, quem sabe, os inúmeros pecados cometidos por aqueles acusadores, respondeu: “Quem entre vós não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.” “E todos se retiraram um a um, começando pelos mais velhos.” (Jo 8,7). E esses mais velhos que o evangelista cita, não são os velhos em idade, mas os presbíteros, entre eles escribas e fariseus que apesar do prestigio e do direito de julgar, se fragilizavam a qualquer ameaça de serem desmascarados.

Alguns trechos do Antigo Testamento nos revelam o preconceito contra a mulher naquela época. No livro do Eclesiástico ou Sirácida, lemos as seguintes referências: “Nenhuma ferida é como a do coração, e maldade nenhuma é como a da mulher!” (Sr 24,12). “Prefiro morar com um leão ou dragão a morar com uma mulher maldosa. A maldade de uma mulher transforma seu aspecto e seu rosto sombrio lhe dá o ar de um urso.” (Sr 24; 15-16). “A mulher está na origem do pecado e é por causa dela que todos nós morremos.”(Sr 25; 24).

O nascimento de uma mulher era considerado uma grande desgraça para a família judia. E quando já existiam duas filhas mulheres, a terceira deveria ser abandonada fora das vilas e cidades. Se por acaso, a recém-nascida sobrevivesse aos lobos e animais carnívoros, era recolhida pelos mercadores de escravos que, de manhã cedo, percorriam as periferias das cidades e das vilas à procura dessas meninas, para criá-las como escravas e destiná-las à prostituição.

Em todos os relatos dos Evangelhos em que Jesus é confrontado com uma mulher, convidado a condená-la, ele que veio para salvar através de sua prática, denunciou as inúmeras injustiças contra a mulher, libertando-a da condenação arquitetada pelos doutores da lei.

Atualmente, apesar das leis de muitos países considerarem direitos iguais para homens e mulheres, a mulher continua sendo discriminada pelo arraigado machismo que nos impregna. Quer em relação ao trabalho, ou ao nível salarial, ou quando se submete a qualquer cargo público, a mulher geralmente não é bem vista. E quem de nós ao ver uma mulher cometendo pequena barbeiragem no trânsito não exclamou ainda: “Só podia ser uma mulher!”?

A força da mulher que trabalha, cuida dos filhos, executa e administra os serviços domésticos e ainda dá atenção ao marido fortalece a família. Nós nem imaginamos como ser possível assumir essas múltiplas tarefas depois de um longo dia de trabalhos e preocupações.

A valorização da mulher e sua participação na vida social e política é de fundamental importância para o crescimento das relações sociais. Dosando a sensibilidade e a delicadeza próprias da mulher com a racionalidade e firmeza do homem, viver se tornará mais fácil e agradável. Nós, os homens, devemos valorizar a mulher, pois sem ela a humanidade não existiria.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Por Rogério Silva

Quero um amor
de corpo e alma
Que saiba usar a boca
e a calma .

Tarde Caririense - Por José Newton Alves de Sousa




Esse ouro que desce e, trêmulo, envolve a serra, essa luz liquefeita, óleo fulvo que alaga, esse claror em adeus, esse final de tarde...
Aqui o monte cisma, o gesto é de silêncio e os olhos, de todas as belezas saciados, bebem o sol, a paisagem, o infinito.
Oh luz do Cariri! Oh clara tarde! Oh sol!
O bater de asas sobre o vale em claridade!
Oh poentes de aurora!
A guerra não existe. O ódio eliminou-se.
Um do outro é irmão...



Por José Newton Alves de Sousa

A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA 1881-1960

VIAGEM AO INFINITO

Galguei o espaço infinito
Pelo alto pensamento
Rompendo a força do vento
Do ar o denso granito.

Pisei todos os planetas,
Signos, cometas também.
Vi tudo que gira além
Mas não vi quatro trombetas.

Não encontrei o Altíssimo
Nem o trono da verdade
E de lá voltei certíssimo
Descrendo da eternidade.

Mas de volta encontro o ar
Em profunda escuridão
Com o estridor do trovão
O corisco a fuzilar.

Acho, Deus, encontrei jeito
De crer na sua existência
Imploro sua clemência
Com a mão cruzada ao peito.

Deus! Oh, Deus! Senhor perdão!
Perdão se esta poesia
Ofendeu-Te a primazia
Sob o peso de tua mão.

Pois, Senhor, ao infinito,
Galguei pelo pensamento
Reconheci teu portento
E o quanto sou pequenito.

Teu poder sublime e forte
Os meus olhos lá bem viram
Se os meus versos te feriram
Perdão Deus! Manda-me a morte.

Pérola da MPB !

O Circo - Sidney Miller

Assassinos da esperança - A primeira que matam ou a ultima que morre? - Por Xico Bizerra

Dona Ética bateu mas ninguém abriu-lhe à porta. Insistiu, e nada. Ouviu – atentos ouvidos tem a Dona Ética, passos de dentro da sala.
Certamente, alguém veio ao olho mágico observar quem era a visita. Identificada como incômoda, a porta não foi aberta.
Dona Ética pensou insistir mais uma vez mas, já tinham lhe dito, não adiantaria: ali ninguém lhe daria ouvidos. Seria perda de tempo. Desistiu. Saiu prometendo a si mesma não mais querer conversa com aqueles homens de paletós, cuecas e meias fartas.
Dali, já atrasada, foi ao sepultamento da amiga Esperança.

Xico Bizerra

Feliz começo de semana !


Finalmente o calor passou. O clima foi ficando ameno , e a umidade voltou com todas as nossas alergias. Eu espirro, tu espirras, ele espirra... Um mundo de rosas ! assim , agora . O coração se aperta, nas auguras do mundo, e depois se alarga, se expande e vira-mundo !
A mágica ou fórmula só o amor explica- o encanto pelas pessoas resiste !
E o que nos salva é : sol, trabalho e ócio, saúde e paz ! Se algo se complica , eu sempre penso : logo, logo será passado , e o presente vence ! No futuro, uma enxurrada de surpresas ( boas, sofríveis, surpreendentes ) chegam , e transformam o que vivemos.
Que esta semana de Abril seja venturosa , e nos traga alegrias .Chega de tempo feio, chega de notícia ruim.

Foto de Hermínia Raquel
por Socorro Moreira

Elas são incríveis !

Foto de Samuel : Fátima Figueirêdo, Polyana e Maria Alice
Não sei mais contar estrelas
- Claude Bloc -
Entrei calmamente, no meu próprio inverno. Arrumei com jeito as últimas palavras no mais fundo de minha saudade e arranjei um jeito de guardar tudo numa gaveta: o que poderia relembrar, o que me faria ser lembrada um dia.

Mantive-me com aquele ar sério de quem nem sequer sabe o que tem a fazer dali prá frente. Estaria certa ou errada?

Então fiquei assim: presa entre dois mundos, sem ter o melhor de qualquer deles. Segui a trilha do futuro sem saber a razão das chuvas nem do calor neste mês de abril. Sabia apenas dessa lua que olhava o mar de estrelas como se a noite fosse sua.
Eu também fiquei assim perdida. Meu norte era apenas o sul da minha vida. Lados opostos. O tempo me falava de sonhos, a noite me contava histórias. E eu hoje não sei mais contar estrelas. Fico apenas revivendo os invernos e os verões por que passei.

Claude Bloc