Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 24 de abril de 2012

Carybé - Emerson Monteiro







Hector Julio Páride Bernabó,
conhecido por Carybé, foi um artista plástico argentino que viveu na Bahia,
marcando presença com trabalhos de desenhista, ilustrador de livros, pintor, escultor,
gravador, nome expressivo da arte baiana do seéulo XX, ligado à elite que assinalou
fase marcante e trouxe fama internacional ao ricopanorama cultural da Boa
Terra.


Conheci  Carybé nos inícios dos anos 70, ao
desenvolver um programa do Banco do Brasil para divulgação do Cheque Ouro junto
 aos artistas e intelectuais. Abri sua
conta no banco e cuidei do acompanhamento desse novo cliente. Sempre que
precisava de resolver algum assunto na agência, ele subia ao terceiro andar,
indo me encontrar na Secretaria da Gerência.


Tipo alto, magro, de tez clara,
olhos acesos, roupas folgadas de características irreverentes, por vezes
manchadas de tinta ou cimento, isto quando produzia o célebre
painel que existe na confluência da Avenida Sete com a Rua Chile, em frente à
Praca Castro Alves. Usava sandálias japonesas ou andava de pés descalços,
alegre, simpático; merecia dos baianos afetivo carinho e continuado respeito;
amigo de Jorge Amado, de quem ilustrou o livro Gabriela, Cravo e Canela; de Floriano Teixeira, Mário Cravo Júnior ,
Dorival Caymmi, doseleto clã no qual fulgurava nos encontros da boemia consagrada
de seu tempo.


Já no Cariri, época do Navegarte,
em Crato, na década de 90, eu visitei exposição do artista, promovida pelo País
atrravés da Fundação Banco do Brasil, com desenhos retratanto os costumes e
pessoas representativos do povo da Bahia, com destaque para as dancas, a música,
a religiosidade, a capoeira, a pesca e as mulatas, fixação constante da obra de
Carybé, nas imagens pitorescas com que perenizou a vida comunitária rica em
cores e movimentos, tema bem próprioao talento dos gênios de seu porte.


Assim, paro e revejo de memória a
produção eclética de Hector Barnabó, Carybé, argentino de nascimento e baiano
de coração, um marco indelével das belas artes no Brasil da segunda metade do séculoque
passou.


24 de abril, dia de São Fidelis de Sigmaringa-- o co-padroeiro de Crato (por Armando Lopes Rafael)

Todo mundo sabe que Nossa Senhora da Penha é a padroeira principal da cidade de Crato. Poucos, no entanto, sabem que Crato também tem um co-padroeiro. Trata-se de São Fidelis de Sigmaringa, que antes de adotar este nome – ao se tornar franciscano – era conhecido advogado com o nome civil de Marcos Rey.

Segundo seu biografo Afonso Souza: “Inteligente e aplicado, Marcos Rey fez com sucesso seus estudos na católica Universidade de Friburgo, na Suíça. De elevada estatura, bela presença, semblante sério e sereno, Marcos era respeitado pelos professores e admirado pelos condiscípulos que, por sua ciência e virtude cognominaram-no de o Filósofo Cristão”. São Fidelis foi escolhido pelo fundador de Crato– frei Carlos Maria de Ferrara– há 272 anos – como co-padroeiro da primitiva capelinha de taipa, coberta de palha, erguida em 1740 no centro da então Missão do Miranda, embrião da atual cidade de Crato.
À esquerda A Mãe do Belo Amor, primeira devoção mariana do sul do Ceará. À direita, São Fidelis de Sigmaringa, co-padroeiro de Crato (Vitral da Capela do Santíssimo da Catedral de Crato)

Ainda segundo o seu biografo: “Como em tudo brilhante, em breve adquiriu fama e clientela. O Dr. Marcos Rey, no entanto, preferia as causas dos pobres às dos ricos, para poder defendê-los gratuitamente. Em suas defesas, jamais utilizou recurso algum que pudesse tisnar a honra da parte contrária”. Entretanto, Marcos Rey decepcionou-se com a advocacia e decidiu a abandoná-la, ingressando na ordem franciscana. Percorreu a Espanha, França, Itália convertendo multidões e passou a ser perseguido pelos radicais protestantes.

Foi à sombra do castelo de Sigmaringa, às margens do Danúbio, na Alemanha, que frei Fidelis encontrou refúgio, quando perseguido. Mas no dia 24 de abril de 1622, após celebrar uma missa, de volta ao castelo caiu nas mãos de soldados protestantes que o assassinaram. Foi beatificado em 1729, e canonizado 17 anos depois. O Vaticano o escolheu como o Protomártir da Sagrada Congregação da Propaganda Fidei.