Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 7 de março de 2010

Milton Nascimento - Caçador de Mim

Milton Nascimento

Composição: Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim


o que me torna humano

Se não houver noutra vida espaço etéreo
para as boas criaturas deste mundo

decerto haverá um córrego de meio-fio
para que se possa refrescar os pés
após uma forte chuva.

Não me alimento sempre da memória
pois me acontecem coisas
tão simples e profundas

quanto o reflexo da água
dentro do garrafão mineral.

Até o meu sorriso
vejo nítido

outra atmosfera
outro aspecto

não com os olhos
que a terra almeja

mas aqueles olhos
que nunca descansam

e mesmo fechados:
lavo os tênis,
preparo um cafezinho.

Joubert de Carvalho - por Norma Hauer



Ele nasceu em 6 de março de 1900, na cidade de Uberaba- Minas Gerais, de uma família numerosa como era comum naquela época. Seus pais, Tobias de Carvalho e Francisca Gontijo de Carvalho tiveram 13 filhos.

Seu nome: Joubert Gontijo de Carvalho ou simplesmente, JOUBERT DE CARVALHO.

Felizmente, para Joubert, seu pai gostava de música, tinha piano em casa e fazia os filhos freqüentarem as bandas que se apresentavam na cidade. Joubert cresceu nesse ambiente; fez ali seus primeiros estudos, mas seu pai queria muito mais, daí transferiu-se para São Paulo, onde as chances de estudos era muito maior. Com alguns de seus irmãos passou a estudar no Ginásio São Bento.

Talvez já sonhando com a Medicina, compôs sua primeira valsa, dando-lhe o nome de "Cruz Vermelha", homenageando a recém-fundada instituição na capital paulista. O resto foi saindo naturalmente. Nas horas de folga, freqüentava a casa de uma tia pianista e ia levando a vida entre os estudos e a música.Já com dezenas de composições, mostrou-as a um editor que por elas se interessou.
Seu pai, porém, não o apoiou porque queria vê-lo estudando Medicina, fato que o fez transferir-se , em 1920, para o Rio de Janeiro. Foi bom aluno na Faculdade e, terminando seu curso, defendeu sua tese dando-lhe o nome de "Sopros Musicais do Coração".

Sua primeira gravação foi com Pedro Celestino, em 1926, com um tango de nome "Agonia". No final dos anos 20, Francisco Alves gravou "Traição" e "Castelo de Luar"; Gastão Formenti apareceu em "Rolinha" e "Canarinho"; Francisco Rocha com "Prisioneiro de Teu Amor". Em 1928 musicou um poema de Olegário Mariano de nome "Cai,Cai,Balão". Tornaram-se amigos e, da dupla, surgiram as músicas "Hula", "Zíngara" e "De Papo P'ro Ar", todas gravadas por Gastão Formenti.

Joubert de Carvalho passou a ser o compositor,cujas obras todos queriam gravar. E foi aí que surgiu Carmen Miranda. Ela, descoberta por de Josué de Barros, gravou , deste "Triste Jandaia".
Joubert, gostando de seu modo de interpretar, compôs para Carmen o samba "Taí".
"Taí" foi o primeiro sucesso de Carmen Miranda.

Para uma peça de Paschoal Carlos Magno", escreveu "Pierrô" e "Arlequim", gravadas por Jorge Fernandes. A peça não foi montada;" Arlequim" sumiu e "Pierrô" transformou-se em grande sucesso, quando, anos mais tarde, foi regravada por Sílvio Caldas.

É impossível recordar tudo que Joubert de Carvalho compôs, mas há obras que marcaram nosso cancioneiro nas vozes de Francisco Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Carmen Miranda... Obras como "Flamboyant"; "Com o Pensamento em Você"; "Lembro-me Ainda";" Em Pleno Luar"; "Maria, Maria" "O Silêncio do Cantor";"Volta para o meu Amor"...

Mas e CARLOS GALHARDO ficou de fora? Claro que não! Além de regravar "Maringá", antes gravada por Gastão Formenti, lançou, em 1965, um LP de nome "Jóias Musicais de Joubert de Carvalho", com algumas regravações e com cinco músicas inéditas. Uma, com letra de Mário Rossi, intitulada "Desde Sempre" é das mais belas composições de nosso cancioneiro. Quem a conhece?
"Muito antes da primeira madrugada,
Do nascimento da primeira flor.
Quando tudo era treva e mais nada,
Somente Deus sabia o que era o amor..."

Assim começava "Desde Sempre".

Em fins dos anos 60, os festivais "fervilhavam". Não eram para Joubert de Carvalho. Mas, e um festival de serestas?
Em 1969 , no Clube Municipal foi realizado o "1º Festival Brasileiro de Serestas". E quem o venceu? Joubert de Carvalho, com "Sol de Estrada", defendido por Antonio João, um cantor que estava se destacando na época.
Um 2º Festival foi realizado, mas não teve a repercussão do 1º. Ainda assim, Joubert de Carvalho o venceu com "A Flor e a Vida".

Gostaria de relembrar aqui dois fatos que Joubert sempre gostava de contar referentes a "Maringá":
Através de um amigo foi apresentado ao então Ministro José Américo de Almeida, que apreciava suas músicas. Este propôs a Joubert que fizesse algo que falasse numa seca e na leva de pessoas que deixam suas terras no Nordeste, em busca de melhores condições no Sul.
O Ministro José Américo era de Areias e seu amigo de Pombal. E a seca, nesse ano, foi pior em Ingá.
Pronto: veio a inspiração e "nasceu" a "Maria do Ingá", que numa leva deixou sua cidade de Pombal. E "Maria do Ingá" se transformou em "Maringá".

"Foi numa leva que a cabocla Maringá,
Ficou sendo a retirante
Qua mais dava o que falar"...

"Maringá" foi logo gravada por Gastão Formenti, tornando-se um grande sucesso.

E que aconteceu depois?

MARINGÁ, A CIDADE QUE NASCEU DE UMA CANÇÃO.

O segundo fato ocorreu anos mais tarde, quando a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, ficou encarregada de lotear e construir uma cidade na região. Concluído o trabalho, não sabiam que nome dar à cidade. Foi quando a esposa do Diretor da firma sugeriu o nome da canção entoada pelos os operários , que a cantavam, enquanto trabalhavam. "Maringá".
E assim surgiu a CIDADE QUE NASCEU DE UMA CANÇÃO.
Maringá foi inaugurada como distrito, em 10 de maio de 1947, sendo elevada à categoria de cidade em 14 de novembro de 1951.
No dia 2 de abril de 1957 a principal rua de Maringá teve seu nome mudado de Bandeirantes, para Joubert dfe Carvalho, a cujo ato inaugural o compositor compareceu. Foi uma glória em vida.

No dia 20 de setembro de 1977 a triste notícia: Joubert de Carvalho, autor de "Maringá" partiu pra a viagem sem volta .
Norma Hauer

saudades brumas do apego

O diabo tem atitude:
sutil, ilude, enlouquece.

Constantemente,
vejo-me dormindo
com o rosto encostado à parede.

Sei do perigo
do escorpião sorrateiro
beijar-me o nariz.

Feminino , singular - por Socorro Moreira


A paixão me fez, me faz chorar ...
O amor me faz, me fez feliz !
As desgraças são inevitáveis ...
As alegrias são contraídas.
Os amigos nos acompanham
e nos deixam acompanhados de nós mesmos
Os amantes nos desacompanham
Os maridos nos trocam por qualquer "barato",
quando não são amigos !
Não entendo de inveja feminina
Batom vermelho
deixa qualquer mulher sedutora
Independente da idade, peso...
O que faz a diferença é o cheiro ,
o brilho do olhar, a leveza da palavra,
a verdade do sorriso,
e o pulsar dos sentimentos !
Posso morrer amanhã,
mas quero viver todo dia
das auroras , dos poentes,
e dos sonhos que assaltam
as minhas madrugadas.
Quero a adrenalina
do imaginar ,
sem a dor do arriscar...
Quero todas as doses de alegria,
em pessoas,
que me deixam embriagada de vida.
Quero os meus amigos, no acaso,
e nesse ocaso do dia !
Pode ser em pingos, em fatias,
em raios de luz, em flash da lembrança,
ou vestidos de qualquer pano...
O que vale é a presença constante !
socorro moreira

Será amanhã ... - por Eurípedes Reis


Sauska querida

Eu me considero um privilegiado. Desde criança convivi com muitas mulheres. Para você ter uma ideia eu tive, por parte de mãe, 11 tias (só dois tios), cinco irmãs, três cunhadas (nenhum cunhado), quatro filhas, e no meu trabalho, a esmagadora maioria (perto de 90%), é constituída por mulheres. É gente à beça..... A maioria das minhas amizades, ponto de referência e apoio, como você, é formada pelo universo feminino.
Mas, humildemente, confesso: eu entendo muito menos que gostaria sobre este encantador, enigmático e surpreendente mundo. È uma variedade imensa. São caras e bocas misturadas com afeto, muito carinho e energia.
Vocês são uma graça. Podem falar horas a fio sobre qualquer assunto (às vezes nem precisa de assunto... risos)
Mas eu admiro muito a determinação e a sede de viver que a grande maioria tem. E quando reúne inteligência e bom humor (como é o seu caso) aí é covardia....
Eu aprendi muitas coisas na vida. Uma delas é que não devemos comemorar só o dia internacional da mulher, porque todos os dias são de vocês. Mas amanhã – simboliza o que são todos os dias do ano: Feliz Dia Internacional da Mulher!
Eurípedes Reis
**********************************************************************

As Mulheres são fantásticas!


A Mãe e o Pai estavam assistindo televisão, quando a Mãe disse: - Estou cansada e já é tarde, vou me deitar!

Foi à cozinha fazer os sanduíches para o lanche do dia seguinte na escola, passou água nas taças das pipocas, tirou a carne do freezer para o almoço do dia seguinte, confirmou que as caixas dos cereais estavam vazias, encheu o açucareiro, pôs tigelas e talheres na mesa e preparou a cafeteira do café para estar pronta para ligar no dia seguinte.

Pôs ainda umas roupas na máquina de lavar, passou uma camisa a ferro pregou um botão que estava caindo. Guardou umas peças de jogo que ficaram em cima da mesa, e pôs o telefone no lugar. Regou as plantas, despejou o lixo, e pendurou uma toalha para secar. Bocejou, espreguiçou-se, e foi para o quarto.

Parou ainda no escritório e escreveu uma nota para o professor do filho, pôs num envelope junto com o dinheiro para pagamento de uma visita de estudo, e apanhou um caderno que estava caído debaixo da cadeira.

Assinou um cartão de aniversário para uma amiga, selou o envelope, e fez uma pequena lista para o supermercado. Colocou ambos perto da carteira.

Nessa altura, o pai disse lá da sala: “Pensei que você tinha ido se deitar”. “Estou a caminho” respondeu ela. Pôs água na tigela do cão e chamou o gato para dentro de casa. Certificou-se de que as portas estavam fechadas.

Espreitou para o quarto de cada um dos filhos, apagou a luz do corredor, pendurou uma camisa, atirou umas meias para o cesto de roupa suja e conversou um bocadinho com o mais velho que ainda estava estudando no quarto.

Já no quarto, acertou o despertador, preparou a roupa para o dia seguinte e arrumou os sapatos. Depois lavou o rosto, passou creme no rosto, no corpo e na pernas, escovou os dentes e acertou uma unha quebrada.

A essa altura, o pai desligou a televisão e disse: “Vou me deitar”. E foi. Sem mais nada.

Notaram aqui alguma coisa de extraordinário? Ainda perguntaram por que é que as mulheres vivem mais...
E são tão MARAVILHOSAS? PORQUE SÃO MAIS FORTES... FEITAS PARA RESISTIR...


(Carlos Drummond de Andrade)

Feliz Aniversário, Pedrinho Esmeraldo !


Abraços afetuosos do Cariricaturas !

Manel.

Com sede à fonte - Domingos Barroso

Tive que subir ao telhado.
Apartar meu Pégaso das estrelas.

Havia discórdia entre os olhares trocados.
Meu Pégaso enraivecido por tantos furos no céu.
Não conseguia dormir de olhos abertos.

Mas uma vez expliquei ao meu Pégaso:
as estrelas brilham porque são cadáveres.

Para lhe acalmar, saltei, montei
e lhe feri as costelas com os calcanhares.

As asas do meu Pégaso
têm mais de três metros de envergadura
(cada uma). Furioso, satisfeito, sacudiu-se
e precipitou-se de encontro ao abismo. Voamos.

Já bem perto das estrelas,
meu Pégaso virou seu pescoço de mármore
e me olhou profundo. Ouvi sua mente:

"as estrelas se são cadáveres
quero sê-las ao morrer..."

Respondi em silêncio:
"tolice."

Torta de Camarão





Ingredientes


1/2 xícara (chá) de farinha de trigo

1 colher (sobremesa) de frermento em pó

1 xícara e 1/2 (chá) de leite

3 colheres (sopa) de óleo

2 ovos

Sal, pimenta do reino e salsa a gosto

Margarina para untar


Recheio:


500 g de camarão fresco limpo

2 colheres (sopa) de óleo

Sal e pimenta do reino a gosto

2 dentes de alho picados

1 cebola picada

1/2 xícara (chá) de cebolinha picada

2 colheres (sopa) de farinha de trigo

Modo de Preparo


No liquidificador, bata a farinha, o fermento, o leite, o óleo, os ovos, os temperos e reserve
Para o recheio, refogue os camarões no óleo e acrescente sal e pimenta do reino a gosto, o alho, a cebola e a cebolinha
Deixe cozinhar por 10 minutos
Engrosse o molho com a farinha, mexendo sempre para não empelotar
Retire do fogo e deixe esfriar
Despeje metade da massa em um refratário retangular untado
Coloque o recheio e cubra com o restante da massa
Leve ao forno, pré-aquecido, por 30 minutos ou até que, enfiar um palito, ele saia limpo
Retire do forno e sirva

Luís Carlos Prestes


Luís Carlos Prestes (Porto Alegre, 3 de janeiro de 1898 — Rio de Janeiro, 7 de março de 1990) foi um militar e político comunista brasileiro.

Foi secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro e foi companheiro de Olga Benário, morta na Alemanha, na câmara de gás, pelos nazistas.

Prestes formou-se pela Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro, em 1919, atual Academia Militar das Agulhas Negras, na Arma de Engenharia. Foi engenheiro ferroviário na Companhia Ferroviária de Deodoro, como tenente, até ser transferido para o Rio Grande do Sul.

Em outubro de 1924, já capitão, Luís Carlos Prestes liderou um grupo de rebeldes na região missioneira Rio Grande do Sul, saiu de Santo Ângelo, e se dirigiu para São Luiz Gonzaga onde permaneceu por dois meses aguardando munições do Paraná, que não vieram. Aos poucos foi formando o seu grupo de comandados que vieram de várias partes da região. Rompendo o famoso "Anel de ferro" propagado pelos governistas, rumou com sua recem formada coluna para o norte até Foz do Iguaçu. Na região sudoeste do estado do Paraná, o grupo se encontrou e juntou-se aos paulistas, formando o contingente rebelde chamado de Coluna Miguel Costa-Prestes, com 1500 homens, que percorreu por dois anos e cinco meses 25.000 km. Em toda esta volta, as baixas foram em torno de 750 homens devido à cólera, à impossibilidade de prosseguir por causa do cansaço e dos poucos cavalos que tinham, e ainda poucos homens que morreram em combate.


Prestes, apelidado de "Cavaleiro da Esperança", passa a estudar marxismo na Bolívia, para onde havia se transferido no final de 1928,quando a maioria da Coluna Miguel Costa-Preste haviam se exilados. Lá travava contato com os comunistas argentinos Rodolfo Ghioldi e Abraham Guralski, este último dirigente da Internacional Comunista (IC).

Em 1930 retorna clandestinamente a Porto Alegre onde chega a ter dois encontros com Getúlio Vargas. Convidado a comandar militarmente a Revolução de 30, recusa-se a apoiar ao movimento, colocando-se contra a aliança entre os tenentistas e as oligarquias dissidentes.

A convite da União Soviética, em 1931 passa a morar naquele país, trabalhando como engenheiro e dedicando-se aos estudos marxistas-leninistas. Por pressão do Partido Comunista da União Soviética, é - em agosto de 1934 - finalmente aceito pelo PCB em seus quadros.

Sendo eleito membro da comissão executiva da Internacional Comunista, volta como clandestino ao Brasil em dezembro de 1934, acompanhado pela alemã Olga Benário, também membro da IC. Seu objetivo era liderar uma revolução armada no Brasil, decidido em Moscou.

No Brasil, Prestes encontra o recém constituído movimento Aliança Nacional Libertadora (ANL), de cunho antifascista e antiimperialista, que congregava tenentes, socialistas e comunistas descontentes com o Governo Vargas. Mesmo clandestino, o Cavaleiro da Esperança é calorosamente aclamado presidente de honra da ANL em sua sessão inaugural no Rio de Janeiro.

Prestes procura então aliar o enorme crescimento da ANL, com a retomada de antigos contatos no meio militar para criar as bases que julgava capazes de deflagrar a tomada do poder no Brasil. Em julho de 1935 divulga um manifesto exigindo "todo o poder" à ANL e a derrubada do governo Vargas.

Vargas aproveita a oportunidade e declara a ANL ilegal, o que não impede Prestes de continuar a organizar o que acabou por ficar conhecido como a Intentona Comunista.

Em novembro eclode a insurreição nas guarnições do exército de Natal, Recife e Rio de Janeiro (então Distrito Federal), mas é debelada por Vargas, que desencadeia um violento processo de repressão e prisões.

Suspeitou-se que uma moça chamada Elvira Cupelo Colônio. Mais conhecida como "Elza Fernandes", a jovem, que namorava o então Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda", estaria delatando os companheiros à polícia. Considerada uma ameaça naquela circunstância, uma vez que, sob tortura, poderia entregar diversos companheiros à prisão e à tortura, a jovem foi condenada à morte pelo "tribunal vermelho".

Como um dos membros do tribunal opôs-se à condenação, Prestes escreveu uma carta célebre aos correligionários: Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária." ... "Por que modificar a decisão a respeito da "garota"? Que tem a ver uma coisa com a outra? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido...?" ... "Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar..." ... "Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, porque é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião."

Alguns dias depois Elvira Colônio foi estrangulada com uma corda, em uma casa da Rua Mauá Bastos, Nº 48-A, na Estrada do Camboatá. O corpo foi enterrado no quintal da casa.

Em março de 1936, Prestes é preso, perde a patente de capitão e inicia uma pena de prisão que durará nove anos. Sua companheira Olga Benário, grávida, é deportada e morre na câmara de gás no campo de concentração nazista Ravensbrück. A criança, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão na Alemanha, mas foi resgatada pela mãe de Prestes, após intensa campanha internacional .

Com o fim do Estado Novo, Prestes foi anistiado, elegendo-se Senador.

Assumiu a secretaria geral do PCB. O registro do partido foi cassado, e novamente Prestes foi perseguido e voltou à clandestinidade.

Na Assembléia Constituinte de 1946, Prestes liderava a bancada comunista de 14 deputados composta por, entre outros, Jorge Amado, eleito pelos paulistas, Carlos Marighela, pelos baianos, João Amazonas, o mais votado do país, escolha de 18.379 eleitores do Rio, e o sindicalista Claudino Silva, único constituinte negro, também eleito pelo Rio.

Durante a Constituinte, Prestes fechou questão, a favor da emenda nº 3.165, de autoria do deputado carioca Miguel Couto Filho, tal emenda dizia: “É proibida a entrada no país de imigrantes japoneses de qualquer idade e de qualquer procedência.

Em 1951, conheceu sua segunda companheira, a pernambucana Maria, que passa a se chamar Maria Prestes. Maria era mãe de dois meninos, Pedro e Paulo. Da união com Prestes nasceram outros sete filhos: João, Rosa, Ermelinda, Luiz Carlos, Zoia, Mariana e Yuri. Prestes e Maria viveram juntos por 40 anos, até a morte de Prestes.

Em 1958, Prestes teve sua prisão decretada, porém foi revogada por mandato judicial. ...

Após o movimento de 1964, com o AI-1, teve seus direitos de cidadão novamente revogados por dez anos. Perseguido pela polícia, conseguiu fugir, mas esta encontrou em sua casa uma série de cadernetas suas, que deram base a inquéritos e processos, como o que condenou Giocondo Dias.

Exilou-se na União Soviética no final dos Anos 60, regressando ao Brasil devido à Anistia de 1979.

“Apesar dos êxitos alcançados pelo movimento operário e democrático, no início dos anos de 1960, sua mobilização foi insuficiente para impedir o golpe militar de 1964. Prestes é o primeiro da lista de cassações dos direitos políticos decretada pelo Ato Institucional Nº 1, vendo-se obrigado novamente a viver na clandestinidade ...”

“São anos difíceis, que se seguiram a uma séria derrota de todas as forças progressistas no Brasil. Prestes enfrenta não apenas as perseguições movidas pelo regime ditatorial, mas também graves problemas internos no PCB, quando vários dirigentes do partido e numerosos militantes abandonam as fileiras partidárias e aderem à luta armada contra a ditadura. Prestes, à frente do Comitê Central do PCB, defende a necessidade de formar uma frente única democrática contra o regime ditatorial, condenando o apelo ao caminho armado, proposta que, naquele período, não correspondia à real correlação de forças políticas existentes no país”.

“A perseguição movida pela ditadura contra todas as forças de “esquerda” e democráticas seria cada vez maior. Em 1971, por decisão do Comitê Central do PCB, Prestes parte para o exílio.” (Anita Prestes, 2006)

Prestes, com base em trabalhos produzidos por estudiosos da economia e da sociedade brasileira dos anos de 1970, compreendera que não havia mais lugar para a conquista de um capitalismo autônomo no país, conforme a linha estratégica do PCB, aprovada em seus 5º e 6º Congressos. Neste último Congresso, realizado em 1967, na clandestinidade, as divergências de Prestes com a maioria do Comitê Central haviam começado a se explicitar.

Ao perceber que a maioria da direção do PCB não aceitava rever sua linha estratégica e, ao mesmo tempo, estava presa à defesa de interesses corporativos menores, enveredando pelo caminho da acomodação e do abandono da luta pelo socialismo no país, Prestes decide romper com o Comitê Central”.

“A posterior descaracterização do PCB como partido revolucionário e sua conhecida desagregação no início dos anos de 1990 mostrariam que Prestes tinha razão ao combater as ilusões então existentes quanto às possibilidades de regeneração daquela direção do PCB”. (Anita Prestes, 2006)

A anistia e o regresso à pátria. Os últimos anos

“Em outubro de 1979, com a conquista da anistia, Prestes, após 8 anos de exílio forçado, regressa à Pátria. No aeroporto internacional do Rio de Janeiro é recebido com grande entusiasmo por mais de 10 mil pessoas.”

“Em março de 1980, o veterano combatente comunista torna pública sua “Carta aos Comunistas”, em que oficializa seu rompimento com a política “oportunista de direita” imposta pela direção do PCB, denunciando a postura, adotada pelo Comitê Central, de abandono da luta pelos objetivos revolucionários e socialistas que deveriam nortear o Partido Comunista. A partir de então, Prestes desenvolve intensa atividade de esclarecimento e propaganda de seus ideais revolucionários.” (Anita Prestes, 2006)

Na sua “Carta aos Comunistas”, Prestes lança as bases de uma estratégia revolucionária que já seria socialista, ao propor uma Frente antiimperialista, antimonopolista e antilatifundiária. Após o rompimento com o Comitê Central do PCB, Prestes desenvolve intensa atividade política. Incansável, encontrou sempre tempo e energia para falar a jovens e a trabalhadores em todos os cantos do país. Emprestou seu nome e prestígio para eleger vários candidatos a cargos legislativos, mas nem todos retribuíram com dignidade revolucionária o apoio recebido.

Nos anos 80 Prestes foi insistentemente assediado por grupos e personalidades de esquerda para que liderasse um novo partido revolucionário. Paciente, explicava que esse partido surgiria das lutas de nosso povo, dos quadros que daí se forjariam. Dizia também que a melhor contribuição que um comunista poderia dar para o surgimento desse partido era o estudo do marxismo, aliado à organização do povo e à luta de massas.

Em 7 de março de 1990, Luiz Carlos Prestes faleceu no Rio de Janeiro. Seu enterro foi acompanhado por uma expressiva multidão. Prestes, que segundo Romain Rolland “entrou vivo no Panteon da História”, agora entrava definitivamente para a História da Humanidade como um de seus mais destacados personagens. Deixou um legado de coerência, dedicação à causa, abnegação e humanidade. Ao formular a essência da estratégia revolucionaria, deixou também um legado de esperança:

"Eu sou otimista quanto ao futuro do socialismo no Brasil. Já temos uma classe operária numerosa, com um nível de consciência elevado. O que falta é organizá-la. Organizada, a classe operária será uma força invencível, que poderá levar o país ao socialismo. Não posso calcular um prazo que isto aconteça. Depende do surgimento de um partido revolucionário, que tenha uma concepção justa da revolução brasileira, com base na realidade nacional e não na abstração" (Luiz Carlos Prestes - Lutas e Autocríticas, 1982, p. 216)

Luís Carlos Prestes já foi retratado como personagem no cinema e na televisão. No cinema, o filme "O País dos Tenentes" (João Batista de Andrade/1987)onde LCP é interpretado por Cassiano Ricardo, que depois o representou também na novela Kananga do Japão (1989) e Caco Ciocler no filme Olga (2004).

Em 1997, foi lançado o documentário Prestes, o cavaleiro da esperança e em 1998, no ano do centenário de seu nascimento, a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio o homenageou em seu desfile no grupo especial do carnaval do Rio de janeiro com enredo Cavaleiro da Esperança, obtendo o 8° posto.

O cantor e compositor Taiguara, que foi um grande amigo e seguidor de Prestes, fez a canção Cavaleiro da Esperança em sua homenagem, assim como a banda pernambucana Subversivos também fez uma canção em sua homenagem com o mesmo nome.

Jorge Amado em prosa e verso retrata a saga da coluna Prestes em seu livro O Cavaleiro da Esperança, publicado em 1944.

O poeta comunista chileno Pablo Neruda em seu livro mais aclamado, Canto Geral (obra que remonta a história da América Latina do ponto de vista dos "povos explorados"), dedicou um poema a Luís Carlos Prestes. Nele, Prestes é chamado por Neruda de "claro capitão". O poema foi lido diante de 130 mil pessoas, em visita ao Brasil do poeta comunista no ano de 1945, no estádio do Pacaembu: "Quantas coisas quisera hoje dizer, brasileiros...".

Referências
↑ Morais, Fernando. Olga, São Paulo: Companhia das Letras, 1994
↑ MORAIS, Fernando. Corações Sujos. Companhia das Letras, 2000.

Turibio Santos



Turibio Santos (Turibio Soares Santos) nasceu em 7 de março de 1943, em São Luis do Maranhão. Seu pai, Turíbio Soares da Silva Santos Filho e sua mãe, Neide Lobato Soares Santos, também maranhenses, eram pessoas alegres, amantes da música e das serestas. A família radicou-se no Rio de Janeiro em 1946, trazendo a irmã recém-nascida de Turibio, Giselda. Os irmãos Ronaldo e Cláudio nasceram no Rio de Janeiro respectivamente em 1948 e 1955.

Na chegada, a família hospedou-se com os avós de Turibio, Dona Martiniana e seu Isaac Lobato, na Tijuca. Mais tarde mudaram-se para Copacabana, em 1948, num dos primeiros prédios da Avenida Nossa Senhora de Copacabana o 109, no posto Dois.

Nesse endereço a família recebia em 1950, as irmãs mais velhas de Turibio, do primeiro matrimônio do pai, Lilah e Conceição vindas do Maranhão. Elas, como o pai, eram seresteiras e gostavam de um violão. O pequeno Turibio, acostumado a ouvir o pai e as irmãs, aos 12 anos de idade pediu a mãe para aprender o instrumento. As primeiras aulas serão com Molina e Francisco Amaral, professores das irmãs. Os progressos são muito rápidos e surpreendem a família.

Em 1955, assiste na companhia de seu pai, um filme do mestre espanhol Andrés Segóvia na Embaixada dos Estados Unidos no Rio. Nessa noite conhece três personagens importantes na sua vida: Antônio Rebello (que viria a ser seu professor de violão), Hermínio Bello de Carvalho (poeta, produtor e aluno de Antônio Rebello) e Jodacil Damaceno (violonista assistente de Antônio Rebello). Com Rebello formará uma sólida base profissional, Jodacil vai lhe mostrar todo o universo do violão clássico e Hermínio o da música popular com os amigos Jacó do Bandolim, Ismael Silva, Paulinho da Viola, Clementina de Jesus, Araci de Almeida, Dino 7 cordas, César Farias, Nicanor Teixeira, Elizeth Cardoso, Radamés Gnattali e Pixinguinha.

Já estudando com Antônio Rebello, Turibio conhece Heitor Villa-Lobos em 1958, numa conferência do compositor na Escola de Canto Orfeônico, na Urca. A pedido de Hermínio Bello de Carvalho ele anota meticulosamente os detalhes da conferência, o que resultará no livro "Villa-Lobos e o Violão" editado anos mais tarde pelo Museu Villa-Lobos. Seus estudos musicais vão sendo feitos com professores particulares até chegar as mãos de Edino Krieger, de quem vem a se tornar um grande amigo.

Em 1961, numa conferência de Hermínio Bello de Carvalho sobre a obra de Villa-Lobos Turibio tocará para Arminda Villa-Lobos e será por ela convidado a gravar a primeira versão integral dos 12 Estudos do maestro (dedicados a Andrés Segóvia) para o recém-fundado Museu Villa-Lobos.

Entre traduções de livrinhos de bolso e aulas de violão, o jovem Turibio tenta manter-se fiel ao instrumento. No entanto, na época, a música é mal vista como meio de vida e ele ingressa na Faculdade Nacional de Arquitetura, em 1962.

Nesse mesmo ano, em 27 de julho, dará seu primeiro recital em sua terra natal, São Luís, no Teatro Artur Azevedo, o segundo no Rio de Janeiro na ABI em 17 de agosto e o terceiro no Festival Villa-Lobos, em novembro, executando o Sexteto Místico em 1ª audição mundial.

Em 1963, Turibio Santos grava em duo com Oscar Cáceres, seu amigo uruguaio e professor desde 1959, para o selo Caravelle. A partir desse momento a carreira profissional é inevitável. No Festival Villa-Lobos de 63 executa os 12 Estudos em 1ª audição da série integral.

Em 1965, ganha o 1º Prêmio do Concurso Internacional da ORTF em Paris e lança sua carreira internacional.

Com a vitória no VII Concours International de Guitare da ORTF (Office de Radiodiffusion et Television Française), tem a oportunidade de radicar-se na França. Recebe então, um convite para lecionar no Conservatório do Xeme arrondissement em Paris.

Nos meses de julho e agosto estuda respectivamente com Julian Bream e Andrés Segóvia. O impacto dos dois mestres marca profundamente Turibio. Ele gravará seus primeiros discos na Europa para a RCA em 1967 e 1968: um 45 rotações com obras de Barrios (A Catedral) e Villa-Lobos (Choros nº 1) e um LP acompanhando a cantora brasileira radicada em Paris, Maria D'Apparecida (com canções de Waldemar Henrique, Heckel Tavares, Villa-Lobos, Jayme Ovalle).

Em 30.12.66 Turibio casa-se com Sandra Assunção. Nessa relação terá 2 filhos Ricardo (08.12.70) e Manuela (30.12.72), ambos nascidos em Paris.

No ano de 1968, janeiro, Turibio é convidado a gravar o Concerto de Aranjuez com o Colegium Musicum de Paris, para a Musidisc Europe, e repertório espanhol de sua livre escolha. O disco, vendido a preços populares atinge a marca de 300.000 exemplares, abrindo-lhe o mercado fonográfico Europeu.

De 1965 a 1970, Turibio terá uma relação profissional estreita com o produtor francês Robert Vidal, mas permanentemente conflitante até um rompimento radical. Durante esse período ele realiza inúmeras turnês para as Jeunesses Musicales de France e programas de rádio com um enorme repertório, muitas vezes gravado em leituras a primeira vista na ORTF.

Sua carreira na Inglaterra é lançada com o auxílio de Raquel Braune da Embaixada do Brasil e da empresária Helen Jennings, em 1967. Turibio começa a tocar intensivamente nesse país.

Depois de seus dois primeiros discos gravados para a Erato (Os 12 Estudos de Villa-Lobos e o Concerto para Violão e Orquestra, Sexteto Místico e Prelúdios) é convidado pela Erato na condição de artista exclusivo para gravar mais 14 discos durante 14 anos que se seguiram.

Residindo em Paris, Turibio adota a rotina de apresentar-se no Brasil nos meses do verão europeu. O Maestro Eleazar de Carvalho convida-o seguidamente para o Festival de Campos do Jordão. Nos primeiros 10 anos de sua estada em Paris Turíbio percorre inúmeros países gravando sem parar, empresariado pelo Bureau Yves Dandelot.

Uma de suas atividades mais importantes foi a criação de uma coleção de obras para violão na Editora Max Eschig. Nela figuram originais de Cláudio Santoro, Edino Krieger, Ricardo Tacuchian, Francisco Mignone, Almeida Prado, Radamés Gnattali, Nicanor Teixeira, todas dedicadas ao violonista. Mas também estreia obras de compositores franceses: Andre Jolivet, Henri Sauguet e Darius Milhaud.

Ao mesmo tempo editava na Ricordi de São Paulo uma coletânea resgatando a obra de João Pernambuco, parte gravada por ele em Paris. Garoto (Anibal Sardinha) e Dilermando Reis também elencaram seus discos europeus, criando espaço precursor para a música brasileira.

Em 1984 Turibio compõe a canção Pagu, quando realiza o roteiro musical do filme de mesmo nome, juntamente com Roberto Gnattali. O roteiro será agraciado com o Kikito do Festival de Gramado.

Entre os concertos de mais destaque da sua carreira internacional figura o da criação do Fonds D'Entreaide Musicale da Unesco, em companhia de M. Rostropovitch e Y. Menuhin (1974), acompanhando a soprano Victoria de Los Angeles (New York, no Y), recital com Yehudi Menuhin em Gstaad (1977), turnê no navio de cruzeiros musicais Renaissance (1972), recital no Petit Palais de Marie Antoinnette (Versailles) e como solista diante das orquestras Royal Philharmonic Orchestra, English Chamber Orchestra, Orchestre National de France, Orchestre J. F. Paillard, Orchestre National de L'Opéra de Monte-Carlo, Concerts Pasdeloup, Concerts Colonne, Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Orquestra Petrobrás Pró-Música (da qual tem a honra de ser o padrinho).

Em 1974, Turibio Santos, fixa residência novamente no Rio de Janeiro embora viaje permanentemente até 1980, quando decide suspender as grandes turnês internacionais.

Em 1980 ele é convidado pelo escritor e amigo Guilherme Figueiredo a dirigir a Sala Cecília Meireles, trabalho que realiza até a saída de Guilherme da Presidência da FUNARJ, seis meses depois.

Ao mesmo tempo, sob a inspiração do compositor Ricardo Tacuchian, é convidado a criar o curso de violão na Escola de Música da UFRJ (antiga Escola Nacional de Música). Em 1981 assume a responsabilidade de fazer a mesma coisa na UNI-RIO.

Como fruto dessas atividades é criada em 1982 a Orquestra de Violões do Rio de Janeiro, formada por alunos de ambas as universidades. Ela grava (Kuarup) e apresenta-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e em várias capitais do país. Vários compositores escrevem para a orquestra (ou transcrevem originais) como Radamés Gnattali, Francisco Mignone, Edino Krieger, Roberto Gnattali. Anos mais tarde, será criada a Orquestra Brasileira de Violões que gravará para a VISON Discos.

Em 1985, falece a madrinha musical de Turibio e sua grande amiga Arminda Villa-Lobos. O violonista é convidado para dirigir o Museu Villa-Lobos mas prefere ser assessor da pianista Sonia Maria Sttrut, sobrinha de Arminda.

Em 1986, Joaquim Falcão, presidente da Fundação Nacional pró-Memória , convida-o para assumir o posto de Diretor. Turibio aceita e sua primeira missão foi transferir o Museu do 9º andar do prédio onde se localizava (hoje o Palácio da Cultura) para a bela casa em Botafogo que Arminda destinara como futura sede: Rua Sorocaba, 200.

Em 1987 o Museu Villa-lobos lidera as comemorações do centenário do compositor em todo o país, realizando mais de 700 concertos.

Sandra e Turibio, divorciam-se em 1988 encerrando um casamento que durou 22 anos. No ano seguinte casa-se com Marta Clemente e adota seus enteados: Júlio e Alberto.

A partir de 1990 lança novas obras de compositores brasileiros. Sua amizade com Guinga e Sérgio Barboza marca o seu repertório da década.

Até 2002 tem gravado no Brasil discos com a VISON, RITORNELLO, SONY, KUARUP e ROB Digital. No entanto, suas antigas matrizes da ERATO são constantemente relançadas pela WARNER (WEA) em compilações.

Desde que assumiu a direção do Museu Villa-Lobos, Turibio preocupou-se em dar um desempenho social ao Museu, além do institucional de guardião da obra de Villa-Lobos. Isso levou-o a apoiar um movimento musical na Comunidade Santa Marta (próxima do Museu) e incentivar a realização de Concertos Didáticos na sede da instituição, para escolas públicas e particulares. Fundou a Associação de Amigos do Museu Villa-Lobos/AAMVL (1987), que tem servido de referência para outras instituições.

Em 2000, a convite do cineasta João Salles, ele aceita coordenar o "Projeto Villa-Lobinhos" destinado a proporcionar uma oportunidade profissional para crianças carentes desejando ser músicos. Com os alunos (hoje professores universitários) do antigo projeto na comunidade Santa Marta, um curso é organizado e tem como resposta um forte apoio da sociedade.

Turibio gravou em 2003 seu 55º disco em Companhia do Quarteto de Brasília e dirige uma bem sucedida edição de música na Editora Jorge Zahar com o título "Violão Amigo". No dia 2 de julho de 2002 lançou seu livro "Mentiras…ou não?" pela Zahar na sede da Academia Brasileira de Música, na qual é titular da cadeira 38 desde 1992.

Acaba de gravar 5 concertos para violão e orquestra que são: Retratos brasileiros e O mundo é grande de Sérgio Barboza, Danças concertantes, de Edino Krieger, Concerto e Introdução aos choros , de Heitor Villa Lobos. Os três primeiros concertos foram dedicados a Turibio Santos. O disco estará disponível em 2007 na Vison Digital.

Na Delira discos acaba de ser lançado o Cd Violão amigo e muito em breve, no 1º semestre de 2007 será editado o Cd Um violão de São Luís com músicas de Turibio Santos e Ricardo Santos pela Delira Música.

Turibio Santos foi condecorado como Chevalier de la Legion D'Honneur pelo Governo Francês em 1985 pelo Governo Brasileiro como Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul em 1989.
wikipédia

Newton Teixeira


04/04/1916 07/03/1990
Carioca, começou a envolver-se com música ainda na infância, quando aprendeu a tocar bandolim, passando mais tarde para o violão. Conheceu Noel Rosa e outros boêmios de Vila Isabel, tornando-se amigo de cantores como Orlando Silva e Silvio Caldas. Este último foi o responsável, em 1939, pelo maior sucesso do compositor, "A Deusa da Minha Rua", composto em parceria com Jorge Faraj. Antes disso, Francisco Alves já havia gravado, em 1936, "Ela Disse Adeus" (com Cristóvão de Alencar). Como compositor, dividiu parceria com o referido Cristóvão de Alencar ("Mal-Me-Quer", "Não", "Vamos Cantar"), Ataulfo Alves ("Você Não Tem Palavra") e David Nasser ("Até o Amargo Fim"), entre outros. Também foi violonista de sucesso, acompanhando ases como Orlando, Silvio e Francisco Alves, e atuou cantando nas rádios Guanabara e Tupi. Interrompeu a carreira em 1943, por causa de um problema na garganta, mas continuou trabalhando com rádio, nas emissoras Jornal do Brasil e Nacional. Em 1969 teve seu derradeiro sucesso, "Avenida Iluminada (Lágrimas de um coração)", parceria com Brasinha, interpretado por Zé Kéti em um concurso promovido para o carnaval daquele ano.


cliquemusic

Maurice Ravel



7/3/1875, Ciboure, França
28/12/1937, Paris, França



Maurice Ravel é autor de "Bolero", uma das peças mais executadas da música clássica

O compositor russo Stravinsky, contemporâneo de Ravel, comparou-o ao "mais perfeito dos relojoeiros suíços". Isso bem definia a complexidade, precisão e delicadeza da obra de seu colega francês.

Filho de engenheiro mecânico, Maurice Ravel nasceu numa cidade próxima ao País Basco, mas bem cedo se mudou com a família para Paris.

Com professores particulares, estudou piano (a partir dos sete anos) e depois harmonia. Em 1889, ingressou no Conservatório de Paris, onde teve aulas de piano com Charles de Bériot e de composição com Gabriel Fauré.

Ravel tentou ganhar o Prêmio de Roma quatro vezes, mas os arrojos de sua composição não foram reconhecidos pela academia.

Em 1901, compôs a "Pavana Para uma Infanta Defunta", uma de suas obras mais conhecidas. "Sherazade" é de 1903, e a "Rapsódia Espanhola", de 1907. No mesmo período, Ravel criou muitas outras obras, sobretudo para piano.

Em 1909, travou contato Stravinsky, que estava em Paris apresentando seus balés, dirigidos por Serge Diaghilev. O encontro teria grande impacto na carreira de Ravel.

Dois anos depois, juntamente com outros músicos que freqüentavam o curso de Fauré, fundou a Sociedade Musical Independente, em oposição à Sociedade Nacional de Música. Sua primeira obra orquestral, o balé "Daphnis e Chloé", para ser encenado por Diaghilev, foi composta em 1912.

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, Ravel tentou alistar-se na aviação militar, mas foi rejeitado. No ano seguinte, conseguiu um posto de motorista do Exército.

Ainda durante a guerra, com o falecimento da mãe (1917), voltou para Paris.

Nos anos 1920, Ravel já era compositor reconhecido e realizou inúmeras turnês pela Europa. Em 1928, apresentou-se nos EUA, onde conheceu personalidades do cinema e da música, entre as quais o compositor Ira Gershwin. No mesmo ano, recebeu o título de doutor "honoris causa" pela Universidade de Oxford (Inglaterra).

Também em 1928, compôs o famoso "Bolero", que de início era uma composição para balé. Em 1931, criou o "Concerto Para Mão Esquerda", destinado a Paul Wittgenstein, pianista que perdera a mão direita durante a guerra.

Em 1932, Ravel começou a ser afetado pela doença neurológica que lhe consumiria gradualmente as forças. Alternando períodos de lucidez com ausências provocadas pela doença, recebia nos últimos anos apenas a visita de amigos mais íntimos. Morreu aos 62 anos.

uoleducação

Domingo de Março


Acordei tossindo, espreguiçando os sonhos para ativá-los. Eles são de memória curta, mas adoram um palco iluminado, e um céu estrelado. Tenho sonhado muito com festas, que celebram morte e vida, numa rotina com imprevistos.
Hoje é dia de fazer qualquer coisa na cozinha, ouvir os meus próprios sinos, e caminhar de cá para lá, entre os canais de acesso: TV, micro, telefone e praça. Vamos marcar um encontro na praça?
- Bancos, filhoses, pipoqueiros e cântico de Igreja...!
Hoje é dia de músicos como Maurice Ravel, Turíbio Santos, Newton Teixeira, e de políticos como Carlos Prestes.
Hoje tem festa no Seminário São José.
José do Vale Pinheiro Feitosa estará sendo homenageado pelo ICC, ocupando a cadeira do pai (José do Vale Feitosa Arraes), e recebendo o título de cidadão cratense.
Hoje temos a presença amiga e ilustre de Maria do Carmo Feitosa, viúva do Prof. José do Vale, professora, escritora, gente do nosso coração, que o Crato adotou e nunca esqueceu pelos seus méritos humanos e educacionais. Hoje o Crato está festivo, e o nosso coração também. Hoje é domingo de março, e da minha calçada, eu posso ver o Seminário São José!
Que alguém apareça para nos contar, em maiores detalhes... Aguardemos!


socorro moreira

Agenda Cultural Sesc Juazeiro



Caros Amigos e Amigas,

Somos todos e todas responsáveis pelo acesso, cada vez mais amplo, da comunidade a uma programação de qualidade, que venha contribuir para a redução dos efeitos de uma industria cutlural cujo objetivo maior fundamenta-se na lógica de mercado, gerando altas demandas por produtos reificadores, que transformam as pessoas em coisas, destituídas de senso crítico: meros intrumentos de fácil manipulação ideológica. Vamos, cada vez mais, dizer não a este processo massificador de idéias, divulgando as programações que possibilitem a todos e todas o diálogo com bens e produtos de reconhecido valor cultural.
Contamos com vocês !!!



Poesia da Luz

--------------------------------------------------------------------------------

Um Bloc-Boris se casa em Fortaleza... (Igreja S. Vicente de Pádua)

Vi Marcelo Bloc bebezinho. É filho de Geroges Bloc Boris, meu primo-irmão. Por certo tempo vi-o crescer...
.
Depois, as vidas tomaram seu rumo e as alegrias se arrumaram em gavetas. Hoje, Marcelo já é homem. Feliz. Tem seu trabalho (jornalista esportivo). E não vive à sombra do seu nome. Escolheu Kathiane. Multiplicou os sorrisos e a felicidade.

Compenetrou-se...

Pediu bênçãos e foi remido.
(pais, tio, irmão e cunhada vistos atrás dos noivos)

Prometeu ser pra sempre...

E esbanjou, com Kathiane, felicidade e amor...

A emoção dos pais...

Alegraram-se com as brincadeiras dos pajens...
(o menino é Gabriel - neto de Dominique Bloc)
. >
Georges Bloc - (pai do noivo) - Claude Bloc (prima) - Jean-Pierre Bloc (tio do noivo)

Festa linda!
.
Emoções sinceras...
.
Foi assim, o encontro, cheio de alegrias e sorrisos,
celebrando a união de mais um Bloc.
.