Tive que subir ao telhado.
Apartar meu Pégaso das estrelas.
Havia discórdia entre os olhares trocados.
Meu Pégaso enraivecido por tantos furos no céu.
Não conseguia dormir de olhos abertos.
Mas uma vez expliquei ao meu Pégaso:
as estrelas brilham porque são cadáveres.
Para lhe acalmar, saltei, montei
e lhe feri as costelas com os calcanhares.
As asas do meu Pégaso
têm mais de três metros de envergadura
(cada uma). Furioso, satisfeito, sacudiu-se
e precipitou-se de encontro ao abismo. Voamos.
Já bem perto das estrelas,
meu Pégaso virou seu pescoço de mármore
e me olhou profundo. Ouvi sua mente:
"as estrelas se são cadáveres
quero sê-las ao morrer..."
Respondi em silêncio:
"tolice."
3 comentários:
Sacerdotisa,
já postei esse poema.
Carinhoso abraço.
Valeu a pena ler de novo !!!!! Sem dúvida nenhuma, um dos poemas mais lindos que você já escreveu.
Um terno abraço,
Corujinha
Corujinha Baiana,
sempre que tua alma
pousa sobre meus versos
sei da tua sensível
epifania...
Beijo carinhoso.
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