Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 1 de outubro de 2011

Um tempo de leitura: Os Dois Leandros - José do Vale Pinheiro Feitosa

Estive por dois meses em Paracuru, no litoral do Ceará. Aproveitei para ler algumas coisas que precisava e outras que me chegaram em boa surpresa. Vou comentar as boas surpresas desta leitura em alguns textos vindouros.

Começo pelo “Os dois Leandros” do historiador, monarquista e católico Armando Rafael. Ele teve o carinho de presentear-me com seu texto numa impressão ao modo de dizer-se: do próprio punho. O Armando tem uma gentileza com o debate histórico por um motivo que não é comum de se notar. Ele é claro em suas posições, apresenta juízo de valor para os fatos e os interpreta, particularmente neste texto, à luz de sua estrutura intelectual principal: traduzida pelo termo grego “mónos” que é o mesmo que “o único”.

Duas vertentes desta linha intelectual saltam aos cuidados do professor: o catolicismo e a monarquia. O que, aliás, é o ideal da coerência lógica, pois ambos os poderes do espírito e do mundo estão sob a unidade do termo grego acima referido. Como o Armando é um homem do século XX ele tem que avocar, para manter a unidade do seu método, a tradição brasileira traduzida pela propriedade privada (patriarcal), pela família como originária de um “era de ouro” histórica e todo o cabedal moral dos séculos da colônia e do império.

Ao abordar os dois Leandros, avô e neto, saltam os argumentos laudatórios dos dois analisados sob a ótica da monarquia e da igreja católica. Claro que o Armando viaja no vale da realidade histórica da região, mas ao que se propõe, o perfil se adéqua ao figurino da defesa do regime monárquico e da moral católica.

O nosso Cariri é fruto da expansão para Oeste do litoral brasileiro até então ocupado pelos engenhos de açúcar e tão cobiçados pelas nações emergentes da Europa em luta contra a hegemonia portuguesa e espanhola nas colônias americanas. E foi uma marcha conseqüente da solidez dos negócios com a cana e o tabaco que gerou uma população litorânea e, portanto, a expansão da criação bovina na direção da terra “tapuias” e com a ajuda da igreja católica.

O Armando é cuidadoso em suas fontes e nos apresenta várias para escrever este texto, mas tem musculatura intelectual para ir muito além das nossas “fontes tradicionais” do Ceará e do Cariri, que costumam se exceder no “valor dos filhos da terra” e nas origens míticas das famílias tipo aquela descendência do realçado Caramuru. Na verdade muitos descendem dos pioneiros em várias levas chegadas ao longo dos séculos.

Mas se diga que as nossas “fontes tradicionais” se afeiçoam às suas próprias raízes culturais e religiosas e costumam adjetivar inúmeras virtudes ao falar de personagens de um mundo quase isento de conflitos e maldades. Isso é bom como narrativa mítica, mas ruim para compreendermos o processo tal e qual ocorria. Tomadas de territórios dos primitivos habitantes da região, conflitos de propriedade das terras, estabelecimento de uma aristocracia rural arraigada aos seus próprios valores e desconhecendo outros valores e claro a questão central que o processo se povoava por uma escravidão necessariamente violenta.

O exemplo do Brigadeiro Leandro é marcante: ele jamais teria condições de aderir ao frágil movimento de 1817. E não tinha estas condições objetivas que pouco se assentavam no poder espiritual, mas essencialmente no poder do mundo. Ele era um dos eixos da aristocracia rural do cariri; a revolução republicana, mais do que a independência o assustava por ser expressa na memória recente da revolução francesa que fizera o que fizera com as classes patriarcais rurais da França. Além do mais não fica claro isso no momento da possível ingenuidade do José Martiniano ao visitá-lo, mas não tem como negar que perdurou, se antes ou depois, uma rivalidade entre famílias, com os Bezerras de um lado e os Alencar do outro. Portanto estamos falando da velha rixa entre famílias por domínio de poder no interior nordestino.

O Armando procura demonstrar que o Brigadeiro não perseguiu os derrotados de 1817, mas ao apresentar o material histórico nos leva a concluir exatamente pelo contrário. Em primeiro lugar ele deixa claro que o Brigadeiro era o comandante mor das forças militares da região (os filhos tinham as patentes mais importantes). Que ele disputava a hegemonia com Pereira Filgueiras e que reconhecia a força deste é tanto que tratou de neutralizá-lo para ele não aderir aos Alencar. A participação do Brigadeiro na punição dos revoltosos é subentendida pela presença dele e de Pereira (os maiores chefes da região) na sessão da Câmara que condenou os revoltosos. Ora pouco importa que ele não fosse um dos vereadores, que não transportasse os presos e que o governador do Ceará fizesse a prisão de Bárbara na Paraíba, o Brigadeiro foi o “selo” real que despachou o destino dos revoltosos e sua punição. Cinco e sete anos depois o Brigadeiro, mesmo idoso, mantinha a disputa com os Alencar a ponto de ter que se refugiar em Sergipe para não sofrer a represália destes.

Como bem trouxe o Armando: o Brigadeiro tinha uma luta política objetiva contra os liberais e ponto de denunciar Tristão Gonçalves e defender os portugueses no episódio da Independência. Aliás, a posição dele contra as “CORTES” é bem o exemplo de uma matriz ideológica adversa aos liberais.

Por ironia a mexer com a boa paciência do Armando para comigo, tomei do seu texto uma frase de sua referência a J. Dias da Rocha: “Dotado de inteligência pronta, não aproveitou, contudo, para ilustrar-se ou ganhar ao menos medianos conhecimentos (J. Dias da Rocha) Era iletrado”. Neste ponto assemelhado a certo político de relevância no Brasil atual. Com bem diz J. Dias da Rocha: Também, o atrasadíssimo estado da capitania não lhe permitia oportunidade de colhê-los.....

PARA QUEM AMA...



Por um sábado de PAZ...

Pétalas
 - Claude Bloc - 

Nada de safiras
no meu jardim,
apenas rosas...
Estou por aí circulando nesse espaço
escrevendo no silêncio que se espalha.

Evoco teu canto, tua voz
e escrevo
e
 me escondo no avesso das palavras
 separando-as em pétalas...

Escrevo e
no rastro que deixei pelas lembranças
me apago...
e também me apago
 nas sombras impossíveis
do contorno das serras
nas veias das folhas
no dorso das pálpebras
no sussurro das tardes
nos gestos eclipsados pelos lábios
que te pronunciam...
tu, minha saudade
que se desprende de mim e desabada
no debulhar da noite.

Claude Bloc

Encontro Caririense da SOBRAMES


A Sociedade Brasileira de Médicos Escritores estará realizando, de 07/10/2011 a 09/10/2011 , o Encontro Caririense da SOBRAMES - Ceará. No Crato a vasta Programação ocorrerá no próximo dia 08/10 ( Sábado), no Salão de Atos da Urca , segundo Programação abaixo.

Sala C r a t o



08 de outubro , Sábado



09:00-10:00hConferências: “Dr. Leão Sampaio – o Homem que não aprendeu a dizer não”


“O Cariri no Contexto do Ceará”


Presidente: Dr. Vladimir Távora Fontoura Cruz


Palestrante: Dr. Napoleão Tavares Neves



10:00-10:15h - Cafezinho



10:15-11:15h - Temas Livres


Presidente: Dr. José Luciano Sidney Marques


Secretário: Dr. Paulo Ronalth Peres Melo



11:15-12:00h – Palestra: Ariano Suassuna: Vida e Obra


Presidente: Dr. Antonio Tomaz Ribeiro Ramos


Palestrante: Dra. Fátima Calife (PE)



12:00-14:00h – Almoço livre.



14:00-15:45hTemas livres


Presidente: Dr. Vanius Meton Gadelha Vieira


Secretária: Dra. Auxiliadora Vieira Mota



15:45-16:00h - Cafezinho



16:00-17:00hConferência: “Padre Cícero”.


Presidente: Dr. José Maria Chaves


Conferencista: Dr. Wellington Alves de Souza



17:00-18:00h Palestra: “Zé de Matos e o Universo da Poesia Popular Caririense no Século XIX”.


Presidente: Dra. Celina Côrte Pinheiro de Sousa


Palestrante: Dr. José Flávio Vieira



Noite Livre


Participe !

Fim de semana... xô, estresse... – José Nilton Mariano Saraiva

BALINHAS DE MENTA: A freira estava andando pela rua quando de repente uma loira lhe ofereceu carona. Muito agradecida, ela aceitou e entrou no carro. Uma reluzente Ferrari vermelha com banco estofado de couro e reclinável, ar condicionado, televisão, o escambau... - Que belo carro a senhora tem! - comentou a Irmã. - Deve ter trabalhado ardentemente para tê-lo comprado, não é mesmo? - Não foi bem assim não, Irmã! - Respondeu a loira - Na verdade eu ganhei de um empresário que dormiu comigo por um tempo!!! A freira fica um pouco chocada, mas não diz nada. Então ela olha para o banco traseiro e vê um belo casaco de vison, só disponível nas melhores boutiques de Paris: - O seu casaco de peles é muito bonito! Deve ter custado uma fortuna, hein? - Na verdade não me custou nadica de nada, diz a jovem. Ganhei por causa de algumas noites que eu passei com um jogador de futebol!!!. Então a freira não falou mais nada, emudeceu, calou, silencio total durante toda a viagem. Chegando ao convento ela foi para os seus aposentos tomar um revigorante banho quente... quando, de repente, alguém bate na porta. - Quem é? - pergunta ela do banheiro. - Sou eu! Padre Afonso! Ela sai do banho, veste o seu roupão, vai até a porta e diz: - Quer saber de uma coisa? Vai te fuder, seu FDP !!! Você e suas balinhas de menta!!! Liso miserável !!!
IGREJA CHIQUE: Naquela igreja chique, daquele bairro chique, naquela chique e próspera cidade do interior, aquela dondoca chique vai se confessar: - Padre, eu pequei. O senhor me conhece, sabe que nunca traí o meu marido. Acontece que apareceu aqui na cidade um homão lá da capital, um pedaço de mau caminho. . . O senhor sabe, né? A carne é fraca. . . O padre passa-lhe um sermão e como penitência manda que ela deixe uma oferta de duzentos reais para as obras da igreja. Logo depois, uma outra madame vem com a mesma história a respeito do tal galã da capital. Novo sermão e a penitência sobe para quinhentos reais de contribuição para as obras da igreja. E nos dias seguintes foi uma verdadeira romaria no confessionário, sempre com socialites que haviam chifrado os maridos com o forasteiro bonitão. E o padre estipulando a penitência, em forma de grana, muita grana...mais, sempre mais. Depois de uma semana de tanta penitencia, o padre já ia dizendo à pessoa que acabara de ajoelhar-se no confessionário: - Pode falar, minha filha: cometeu adultério como o tal garanhão. Foi aí que uma voz masculina o interrompeu, bruscamente: –Não, padre, eu sou o próprio ! O tal garanhão ! – Ah, meu filho, é você. Já sei, arrependeu-se e resolveu confessar os seus pecados, não é? - Não, senhor, padre, tô fora! Vim só avisá-lo que se quiser continuar com essa vidinha mansa terá que me dar a Ferrari vermelha que o senhor acaba de comprar e mais 50% do valor das penitências...senão eu mudo de paróquia. Viraram sócios. Foi a partir daí que nasceu a tal da "rachadinha".
RESSARCIMENTO: O sujeito chega para o padre e pergunta:-Padre o senhor acha correto alguém lucrar com o erro dos outros?-É claro que não meu filho!-Então me ressarce a grana que eu te paguei pra fazer meu casamento, e o batizado dos meus dez filhos, seu espertinho.
SEXO ANTES DO CASAMENTO: Perguntaram pro padre: - Padre, o que você acha do sexo antes do casamento? - Se não atrasar a cerimônia, podem usar até a sacristia!!
UMA COCA E DOIS BISCOITOS: O padre estava dando confissão. Já cansado da mesma ladainha de sempre, tinha pregado dentro do confessionário uma lista com todos os pecados possíveis e imagináveis com as correspondentes penitências. Então, quando chegava o fiel e dizia: - Padre, traí minha mulher – ele nem titubeava; olhava a lista, procurava adultério e vendo ao lado a devida penitencia, respondia: - Quatro Pai-Nosso e dez Ave-Marias! Um dia, no meio dessa lenga-lenga, deu nele uma vontade imensa de ir ao banheiro, “arriar a massa”, descarregar o pirão. Não tinha solução. Tinha que sair dali de qualquer maneira, urgente, se possível voando. Como a fila de fiéis para confissão estava imensa, ele abriu a porta do confessionário, chamou o faxineiro da igreja que estava por ali e pediu que este ficasse no seu lugar. Era simples, disse o padre: -Basta você escutar o pecado, procurar a penitencia, e dizê-la ao fiel e pronto! O faxineiro ficou ali escutando. Vinha um e dizia: - Padre, roubei dinheiro na minha empresa! O faxineiro pensava:"Vamos ver quanto o padre dá pra “roubo". Procurava na lista e respondia: - Meu filho, reze seis Pai-nosso e Cinco ave-maria. Vá em paz !!! Outro entrava e dizia: - Padre, dei porrada na minha mulher. O faxineiro pensava: Vamos ver quanto o padre dá pra “porrada na mulher". Procurava na lista e respondia: - Meu filho, reze oito Pai-Nosso e dez Ave-maria. Vá em paz !!! Até que chegou um, mais apreensivo, que disse: - Padre, padre, fiz “sexo oral” com minha mulher!!! O faxineiro procurou na lista e não achou nada sobre sexo oral. Não sabendo o que fazer, abre a porta do confessionário e pergunta pro coroinha que esta por perto: - Ei, Edgarzinho, você sabe quanto o padre dá pra sexo oral??? Ao que o menino responde: - Essa é fácil, fácil. Tô acostumado de ganhar: uma Coca-Cola e dois biscoitos !!!!

"Óleo de peroba" - José Nilton Mariano Saraiva

Era previsível e por isso mesmo cantamos a pedra, com convicção, em postagem de ontem (Cacete: lá e cá): o Governo do Ceará (através dos aliados da Assembléia Legislativa Estadual) publica nesta data nos principais jornais de Fortaleza, matéria paga, de página inteira (alguém, aí do outro lado da telinha, tem idéia de quanto custa o espaço de toda uma página, num jornal de grande circulação ??? certamente que um preço escorchante e proibitivo, pois não ???) tentando justificar a criminosa agressão da Polícia Militar do Ceará aos professores que reivindicavam, passivamente, melhorias salariais. Como se sabe, a deprimente ocorrência teve como palco as próprias dependências internas daquela “casa do povo” e as imagens, além de veiculadas em horário nobre pelo principal telejornal do Brasil (dessa vez não puderam abafar), ganharam também o mundo, via Internet.
Através da matéria hoje veiculada (sem assinaturas), numa completa e estapafúrdia inversão de valores a “Mesa Diretora” daquela Casa tira o braço da seringa ao tentar transferir a “...pessoas alheias ao funcionamento da Casa e infiltradas no seio da categoria do magistério” a responsabilidade pela ocorrência lamentável e grotesca, quando as imagens mostram, sim, que os excessos foram cometidos pela Polícia Militar do Ceará, que os feridos são professores e que o sangue jorrou, e em profusão.
Esquece de informar, entretanto, a “Mesa Diretora”, que além das pauladas, socos e pontapés recebidos, os professores foram agraciados, em seguida, com um “mimo” extra: a aprovação, sem choro nem vela, imposto de cima pra baixo pelo Governo do Estado, do reajuste salarial (rebaixado) contra o qual se insurgiram e daí a luta e a greve dos barnabés.
E “Sua Excelência” (o Governador do Estado) ainda tem a desfaçatez de aparecer na telinha tecendo loas e jogando confetes à sua política educacional. Haja “óleo de peroba” pra tanta cara de pau.

Por Everardo Norões

 
 
 
Três urubus conversam
sobre a água-furtada.
Comentam o descaso das casas,
o vazio dos quintais.
Divagam sobre a ausência da podridão,
o cheiro que rege o percurso
dos abutres.
Lá estão eles,
sobre telhas,
a afiarem garras,
a deglutirem vísceras.
Ao erguer de asas
declinam
verbos, adjetivos.
Tentam decifrar,
do alto,
de que forma
morre o Recife.
 
(Everardo Norões)

(Fotografia de Benício Dias, do acervo da Fundaj)

1º de outubro, dia de Santa Teresinha

Foto original de Santa Teresinha

Neste sábado, 1º de outubro, a comunidade católica do Cariri comemora a data consagrada a Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. A devoção à santinha aumentou muito, desde 1998, ano que as relíquias de Santa Teresinha visitaram algumas cidades da Região Metropolitana do Cariri. Em Crato haverá, pelo menos, duas missas e duas procissões conduzindo a imagem de Santa Teresinha.
Na Catedral as solenidades começam às 16h30minh e terminará com a procissão saindo da Praça da Sé, em direção à Vila Bacurau. Na Vilalta, às 17 horas, haverá missa campal e procissão saindo em direção ao Conjunto Habitacional Dr. Antenor. Tanto a Vila Bacurau, como o Conjunto Dr. Antenor têm Santa Teresinha como padroeira. São milhares de devotos de Santa Teresinha em Crato.
Santa Teresinha recebeu de Deus a sensibilidade para entender o que ela chamou de “Pequena Via da Santificação”. A própria santa explica nos seus escritos em que consiste a sua “pequena via”:

“Sempre desejei ser santa, mas – pobre de mim! – sempre constatei, ao me comparar com os santos, que entre eles e eu existe a mesma diferença que há entre uma montanha cujo cume se perde nos céus e o grão de areia obscuro pisado pelos transeuntes.

Longe de desanimar disse a mim mesma; “O bom Deus  não pode inspirar desejos irrealizáveis. Logo, apesar da minha pequenez, posso aspirar à santidade. Tornar-me grande,  é impossível; devo, pois, me suportar tal como sou, com todas as minhas imperfeições, mas quero procurar um meio de ir ao Céu por uma pequena via bem direita, bem curta, uma pequena via inteiramente nova”.

Naquela época, fazia enorme sucesso o elevador, que havia sido inventado há pouco tempo. Santa Teresinha sentiu um grande desejo de “encontrar um elevador que a erguesse até Jesus, porque se julgava pequena demais para subir a rude escada que levava à perfeição”. 

Ela então começou a procurar na Sagrada Escritura um caminho. Até que um dia encontrou este pensamento de Jesus:

“Se alguém é pequenino, que venha a Mim” (Pr 9, 4). Continuando sua pesquisa encontrou no livro de Isaias (66,12-13) esta frase: “Como uma mãe acaricia seu filho, assim eu vos consolarei, vos carregarei no peito”. E ela concluiu com muita alegria: “Ah! O elevador que deve me erguer até o Céu são os vossos braços, ó Jesus!”

E descobriu uma frase dita pelo próprio Jesus, no Evangelho de São Mateus (18,13): “Se não vos tornardes criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” e ainda “ Deixai vir a Mim os pequeninos e nãos os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham” (MC 10,14). Estava encontrada a “Pequena Via” da Santificação! Ou seja, o caminho da infância espiritual.
Nessa via, o importante não é fazer grandes mortificações corporais, mas aceitar com humildade a própria pequenez, as próprias limitações, até mesmo as próprias imperfeições, e ter um amor e uma confiança sem limites na bondade de Deus; e, como fruto desse amor ter imensos desejos de fazer com perfeição os atos da vida diária. Com isso Santa Teresinha mostrou ao mundo que a sua vocação, o seu meio de santificação é acessível a qualquer pessoa, por mais imperfeita que esta seja.Santa Teresinha foi canonizada em 14 de agosto de 1921, pelo Papa Bento XV (o mesmo que criou a Diocese de Crato). Este, no seu discurso disse:
“No caminho da infância espiritual (a “Pequena Via”) está o segredo de santidade para os fiéis do mundo inteiro”.
E a bula de canonização assinala que por meio de Santa Teresinha, Deus propunha aos homens um novo modelo de santidade, ao alcance não só dos padres e freiras, mas também dos leigos de todas as idades e de todas as condições sociais.
(Por: Armando Lopes Rafael)