Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
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claude_bloc@hotmail.com

sábado, 1 de maio de 2010

Claridade

Nasci para limpar os óculos.
Passar creme antimicose.
Consultar meu intestino
a cada flatulência.

Meu cachorro vive no açougue.
Meus gatos sobre os telhados.
Minha lagartixa sumiu de vez.

Não há como amar um par de botas.
Uma xícara povoada por formiguinhas.

Uma palavra suspensa.
Esquecida em alguma parada de ônibus.

A minha alma (se vejo bem)
tem garras, tem pele.

Confunde-se com tudo
deste mundo.

Formidável lâmpada apagada.
Fogem os besourinhos.

Roda Viva - Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...


O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração !
**

Coisas em Aquarela - Por Claude Bloc



Quando as palavras calam
as imagens falam.
Assim vejo hoje as coisas:
como numa aquarela,
tintas manchando a tela,
vida a dormitar.
Claude Bloc

Maurício Einhorn

QUERENDO E SEM QUERER - Por Mundim do Vale

Acontecia a festa de São Raimundo Nonato em Várzea Alegre e a cidade já estava cheia. Eram: Jogadores, prostitutas, fotógrafos, descuidistas e outros mais. Paralelo a festa chegou na cidade um novo destacamento vindo de Juazeiro, tendo como comandante o capitão Nonato, que também era chegado a uma aguardente, mesmo estando de serviço.

Na tarde do último dia de festa, José Querendo bebia na feira, quando não sei porque cismou com um dos policiais novatos. Murro vai murro vem e uma hora lá, Zé desceu uma banda de cambito na cabeça do policial. Mas pra que ele foi fazer aquilo? Foi mesmo que assanhar um boca torta, chegou mais de dez soldados para vingar o companheiro, Zé apanhou mais do que enteado e ainda foi preso. Ou família grande e unida só é a de soldado.
Depois da prisão de Zé Querendo, um irmão e o pai dele ficaram boatando na cidade , dizendo que se mais alguma coisa acontecesse com zé eles acabariam com a raça.

O pai dizia:
- Se eles tornar a açoitar Zé meu, eu faço do mermo jeito qui os galego de Quilar fizero cum os ôtos.

O irmão dizia:
-Eles num tão nem cum a gota prumode querer bater mais im Zé meu irmão. Se Zé aparecer cum um biliscão, num vai sobrar mais nem um sordado.

Quando eles faziam esse comentário, o motorista Misquece ouviu a conversa e foi correndo dizer ao capitão:
- Seu capitão, seu capitão! Tem dois Querendo bebendo ali no bar de Alberto e tão dizendo que vão botar a polícia pra correr, se não soltarem Zé Querendo.

O capitão juntou a tropa, quando chegaram no bar, não deu nem tempo dos dois cuspirem, depois de alguns sopapos estavam os três Querendos juntos na cadeia.

O capitão olhou para Zé e disse:
Pronto Zé. Nós trouxemos seu pai e seu irmão para lhe fazer companhia. Família unida permanece unida.

Quando foi a noite a polícia foi chamada no Ingém Véi, onde tinha um cabra de Matorzinho, com um chapéu de couro, sem querer deixar o pessoal dançar a gafieira que Bié tocava. O moço estava mais alterado do que petista fora do primeiro escalão do governo. O policiamento chegou, o sujeito quis correr mas não deu tempo. Só ficou inteiro o chapéu de couro um santinho de um candidato a vereador, que ele tinha no bolso. Depois do elemento imobilizado.

O capitão colocou o chapéu numa mesa e falou:
- Pode tocar a gafieira Seu Bié. Se algum engraçadinho colocar esse chapéu na cabeça, vai passar o resto da festa do padroeiro no xadrez.

A festa continuou e algumas pessoas que não sabiam do acontecido, foram chegando e botando o chapéu na cabeça. Depois disto o capitão lotou duas viaturas de presos.

Na manhã seguinte o carcereiro Luís Miguel chegou com uma quartinha de água para os presos, quando o dono do chapéu perguntou:
- E aí Seu Luís. Como é que vai ficar? Eu vim lá de Matorzinho só pagar uma promessa a São Raimundo e tou preso.

O carcereiro respondeu:
- Se preocupe não, meu rapaz. Você não vai ficar devendo nada a São Raimundo. Não tem promessa no mundo que maltrate mais um cristão do que a mão de peia que você levou esta noite.
Depois disso Mundola que era o comprador oficial de cigarros dos presos desceu o alto da cadeia gritando.

- Eita! Qui a cadeia tá isborrotando de preso,.Eu contei quinze. Tem três Querendo e doze sem querer.
Mundim do Vale

Café com leite

Antônio Maria
É preciso amar, sabe? Ter-se uma mulher a quem se chegue, como o barco fatigado à sua enseada de retorno. O corpo lasso e confortável, de noite, pede um cais. A mulher a quem se chega, exausto e, com a força do cansaço, dá-se o espiritualismo amor do corpo.

Como deve ser triste a vida dos homens que têm mulheres de tarde, em apartamentos de chaves emprestadas, nos lençóis dos outros! Quem assim procede (o tom é bíblico e verdadeiro) divide a mulher com o que empresta as chaves.

Para os chamados "grandes homens" a mulher é sempre uma aventura. De tarde, sempre. Aquela mulher que chega se desculpando; e se despe, desculpando-se; e se crispa, ao ser tocada e serra os olhos, com toda força, com todo desgosto, enquanto dura o compromisso. É melhor ser-se um "pequeno homem".

Amor não tem nada a ver com essas coisas. Amor não é de tarde, a não ser em alguns dias santos. Só é legítimo quando, depois, se pega no sono. E a um complemento venturoso, do qual alguns se descuidam. O café com leite, de manhã. O lento café com leite dos amantes, com a satisfação do prazer cumprido.

No mais, tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga, todo asceticismo da ioga... tudo é menor. O homem só tem duas missões importantes: amar e escrever à máquina. Escrever com dois dedos e amar com a vida inteira.

Encanto

Aquele flerte trocado
entre a menina skatista
penteado curtinho à nuca
um brinquinho madrepérola

e a estudante cabelos pretos
até a cintura
de mochila azul

foi uma bênção dos céus
antes que o semáforo despertasse.

E o intruso poeta
contentíssimo:

a menina skatista
puro charme afrodisíaco

a estudante tímida
a suspirar por dentro

(um perfume adocicado
envolvia aquele encontro)

e o parasita poeta
silencioso

admirando o esplendor da paquera
entre aquelas duas alminhas
do mesmo sexo.

O semáforo (completamente atordoado)
ergue, enfim, o olho vermelho
aos míseros mortais
dentro das carruagens frias.

Primeiro cruzou a skatista
voluntariosa e saltitante.

Olhei para trás:
a insegura estudante
fugira pulando calçadas.

Entristeci.

Coração Ateu

Um poema de amor
(diz quem ama)
escreve-se sonhando.

Deixei há muito tempo
os sonhos de molho
dentro do copo de vidro
juntamente com a dentadura
da minha vozinha querida.

Não tenho forças
para escrever um poema

desses que arrebatam
a alma do solitário

e faz nascer um risinho torpe
no canto dos lábios daquele
sujeito sortudo:

ao dia febre
à noite língua de namorada.

Até esqueci as palavras
as imagens, o ritmo
matéria delicada
ao escrever um poema
desses que levam o incrédulo
a morrer às gargalhadas.

Poema de amor deve-se (creio)
escrever chorando com o soluço
acorrentado no meio da garganta.

Ninguém deve ouvir
as loucas batidas do peito.

Nem a sombra dos dedos
deve estar próxima.

É um tipo de extermínio
próprio, individual, oculto.

Diz quem ama,
escrito um poema de amor
todo feriado é santo
todo repouso é sagrado.

Batalhas somente
nos braços da amada.

(Aquele sinal
marca de vacina)

Sinto, mas não tenho forças
para escrever um poema de amor.

Mesmo porque há muito tempo
esqueci o copinho de vidro
(com todos os sonhos dentro)
sobre a penteadeira
do guarda-roupa.

A dentadura?
Lembro-me agora:
a vozinha querida
levou ao túmulo.

Maurício Einhorn Gravando a Vida - por José do Vale Pinheiro Feitosa

O som de uma harmônica de boca ecoou entre as palmeiras da praça, desde os espigões do topo delas, passando pela folhagem dos pés de benjamim, carregados de sementes e Lacerdinhas. Como um cosmo, respirava em cada poro da existência até mesmo naquelas bolinhas pretas e duras que são as sementes das palmeiras. Foi quando uma voz, acompanhada pela harmônica, encantou o ambiente:

Alguém como tu,
Assim como tu, eu preciso encontrar
Alguém sempre meu
De olhar como o teu
Que me faça sonhar...

E, na madrugada solitário, num banco da Praça Siqueira Campos, tive saudades de mim mesmo. Saudades de todas aquelas meninas, com seus olhares dissimulados, que me deixavam queimando de dúvidas. Saudades da minha intensidade, mesmo que sob incertezas, com que as amavas e ainda as amo.

Sob efeito da abertura do “show” de gravação do disco “Maurício Einhorn e Convidados”, na noite de ontem, 30 de abril de 2010, na Sala Cecília Meireles. A platéia de amigos e músicos da carreira deste extraordinário instrumentista. À exceção de Billy Blanco, apoiando seu passo trôpego numa bengala, a maioria não faz parte do écran da televisão. São músicos verdadeiros, do cerne da música, do fundo do palco, mas que constroem a maravilha de arranjos que parecem naturais quando são pura criação, aqui e, eternamente, humanas. Naquele estágio em que, efetivamente, se revela o quanto Deus é criatura deles.

Não poderia estar mais bem acompanhado. Uma turma de engenheiros, físicos e matemáticos, todos, músicos instrumentistas. Vivem de suas profissões, mas tocam em seus apartamentos, nos bares da cidade, sem o peso terrível com que os músicos têm que matar o leão da sobrevivência todos os dias. E foi, neste clima, que falávamos das agruras do músico instrumentista: Maurício Einhorn, um símbolo da cultura musical internacional, entre os melhores junto a Jean “Toots” Thielemans, por vezes não tem grana para fechar o pagamento do condomínio do prédio em que mora e o atrasa.

Quando aquele homem alto veio ao palco, com sua roupa do cotidiano das ruas do Leme, alto, dominando a cena, era de uma gentileza pura como os carbonos brilhantes de um diamante. Um carinho com os amigos e a platéia em geral só comparado ao seu gesto, quando, no meio da gravação, abre uma garrafa de litro e meio de água mineral, levanta em oferta para o seu público e bebe um gole. Um gesto de educação, tão distante, destes jovens nervosos no palco que parecem o centro do mundo.

É preciso ver. Maurício Einhorn quebrando a vulgaridade dos “shows” de absoluta coreografia, destas bandas caídas, destes artistas de palco, destas embalagens de consumo fugaz, como uma barra de chocolate. Ele tocava, como um ferreiro na oficina, olhava para um músico e outro, se afastava, simples assim, como se caminha na rua, apenas para melhor ouvir e visualizar os sons que aqueles gênios da música extraiam. Da mais pura e intensa fonte humana: Alberto Chimelli, Luiz Alves, João Cortez, Roberto Sion,Dario Galante, Augusto Mattoso e Rafael Barata. Isso acrescido de um dos melhore regionais de chorinho da atualidade aqui no Rio de Janeiro.

O disco é uma comemoração especial na vida de Maurício Einhorn. No próximo dia 20 de maio ele completa 78 anos, sendo 73 anos dedicados ao instrumento – ganhou sua primeira gaita em 1937, quando tinha 5 anos. A Sala Cecília Meireles cheia, ainda pediu um bis e ele assim se confraternizou, com todos cantando parabéns. Ele abraçado a todos os artistas. Incluindo seu diretor e produtor Danilo Bossa Nova. E aqui uma variante aos músicos de todo o nosso país, na periferia do mercado de sucessos.

Maurício Einhorn foi a Ubá, terra de Ary Barroso em Minas Gerais para um evento musical e lá encontrou, vendendo livros, o seu produtor atual. Danilo Bossa Nova tivera sucesso como cantor no inicio da Bossa Nova, recebeu o apelido de Altamiro Carrilho. Depois de ter viajado pela América do Sul, acompanhando Dilu Mello, Danilo se apresentou na TV Excelsior, TV Tupi, TV Rio, Boite Plaza, onde começou a bossa nova, na Boite Cangaceiro, cantando com Elizete Cardoso e Rildo Hora. Foi ajudado por Roberto Carlos na divulgação do seu disco nas rádios.

No final da gravação do CD, fomos para o Bar do Ernesto com a turma de músicos. Entre ouvir um conjunto que tocava na casa, dançar um pouco, beber e comer, um bom papo sobre música. Ora, vocês não precisam mais arrancar o feijão da terra. O que fazer do tempo? A resposta: o que Maurício Einhorn faz. Uma intensa procura de regiões inalcançáveis de cada um, através do instrumento musical que mais gosta, como se escala o estreito do cume do Everest.

Aliás, na altura rarefeita do Everest, se encontra metros abaixo, os pulmões de Maurício Einhorn, sobre o fechamento de um enfisema, adquirido como fumante passivo nas casas de shows em que os músicos instrumentistas, especialmente os jazzísticos, exerciam sua profissão. Aquela mistura entre o espaço fechado, o esfumaçado dos cigarros e o sopro em suas gaitas.

Na volta para deitar-me e dormir, tinha a certeza que assistira a algo muito singular. Em todos os sentidos, especialmente o programa musical, a expressão de arte, mas, também, a possibilidade de que aquilo não se repita tão facilmente. Um evento como aquele, uma gravação, um público e uma divulgação, é algo extremamente difícil e, economicamente, caro. Como o caro em economia só envolve moeda, não diz sobre arte, está aí a dificuldade, não na escassez de oportunidades.

Catedral de Crato ganha nova Capela do Santíssimo

Vitrais da Mãe do Belo Amor e de São Fidelis de Sigmaringa
integrantes da nova Capela do Santíssimo, da Catedral de Crato

Neste domingo, dia 2 de maio, o padre Francisco Edmilson Neves Ferreira, entrega aos fiéis a recém construída Capela do Santíssimo Sacramento da Catedral de Crato, cujo projeto foi feito pelo arquiteto Waldemar Arraes Farias Filho. Naquela capela, após meticuloso serviço de recuperação, foram colocados dois objetos litúrgicos de grande valor. O primeiro é um sacrário do século passado – confeccionado em metal prateado cuja porta possui detalhes dourados – destinado à guarda das hóstias consagradas nas missas, as quais – segundo a doutrina católica – guardam o corpo e sangue de Jesus Cristo.
O outro objeto recuperado foi uma antiga Lâmpada do Santíssimo, feita em metal dourado, onde estão incrustadas as figuras dos doze apóstolos. A finalidade dessa lâmpada – cuja luz vermelha fica constantemente acesa junto ao Sacrário – é indicar a presença real do Santíssimo Sacramento naquele recinto.
Complementam a nova Capela do Santíssimo da Sé cratense, dois vitrais, um deles representando a imagem da Mãe do Belo Amor, a mais antiga devoção mariana do Vale do Cariri e o outro com a figura de São Fidelis de Sigmaringa, co-padroeiro da cidade de Crato. Os que ali forem orar encontrarão um local climatizado, dotado de iluminação adequada para um ambiente de recolhimento.

Um prédio histórico

A catedral de Nossa Senhora da Penha é o mais importante prédio histórico da cidade de Crato. Ele foi iniciado com a construção de uma capelinha de taipa e palha, concluída em 1745, por Frei Carlos Maria de Ferrara, no centro da Missão do Miranda, que deu origem a atual cidade de Crato.
Em 4 de janeiro de 1768 a capelinha iniciada por frei Carlos Maria de Ferrara, já ampliada, seria elevada à sede de nova paróquia, desmembrada da freguesia de São José dos Cariris Novos, atual cidade de Missão Velha.
Daquela data até hoje o edifício da catedral de Crato foi sendo sucessivamente ampliado e dotado de novos melhoramentos. Alguns párocos se destacaram na implementação dessas reformas, a exemplo do padre Manoel Joaquim Aires do Nascimento. Este vigário, entre 1851 a 1863, ergueu a torre do lado sul, adquiriu o relógio que ainda hoje ali funciona e comprou os sinos, todos em uso nos dias atuais. Outro vigário que se destacou foi o padre Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva – que mais tarde seria nomeado primeiro bispo da diocese de Crato – o qual, entre 1900 e 1911, construiu a segunda torre e o braço norte dessa igreja, além de adquirir alguns altares de madeira e implantar o primeiro piso de tijolos daquele templo.
Outro que marcou presença nas melhorias da Sé Catedral foi monsenhor Rubens Gondim Lóssio. Este, entre 1952 e 1969, construiu o braço sul daquela igreja; demoliu paredes internas, ergueu outras, tudo com o objetivo de melhorar o funcionamento do templo; construiu os altares laterais e as capelas internas de Nossa Senhora das Graças, de São José e de Nossa Senhora de Fátima, além de ter erguido o centro social que funciona nos fundos da catedral.
A igreja de Nossa Senhora da Penha possui valiosas imagens, adquiridas ao longo de 270 anos de existência daquele templo, dentre as quais uma de Nossa Senhora de Fátima - ver foto ao lado - com um metro de altura, confeccionada em Portugal com cedro brasileiro, por Guilherme Thedin, o mesmo escultor da imagem peregrina que percorreu o mundo na década 50 do século passado. No forro da Sé Catedral existem valiosas pinturas, consideradas verdadeiras obras de arte. Duas dessas telas – uma representando a Assunção de Nossa Senhora e outra a Ressurreição de Jesus Cristo – são de autoria do pintor Waldemar Garcia - ver foto abaixo, à direita - . Outras duas telas, também localizadas no teto daquela igreja, são de autoria dos pintores Geraldo Benigno e José Davi da Silva, este último responsável pelas pinturas da catedral de Campina Grande.
Registre-se ainda, na catedral cratense, a existência de uma Capela Batismal, bastante visitada por fiéis de todo o Nordeste, pois consta que naquele local foi batizado o famoso Padre Cícero Romão Batista, nascido em Crato em 24 de março de 1844.


Dom Fernando Panico participa de eventos em Brasília

Dom Fernando Panico embarca neste domingo, dia 2, para Brasília. Na 2ª feira, dia 3, o bispo de Crato concelebra – juntamente com 350 bispos brasileiros – uma Missa em memória da primeira Celebração Eucarística que marcou o início da construção de Brasília. A celebração ocorrerá no mesmo local aonde – em 3 de maio de 1957 – durante uma Missa o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, implantou a cruz de Cristo no ponto mais alto do Planalto Central.

A cruz original usada na primeira missa celebrada em Brasília será também utilizada na celebração desta segunda-feira. Na capital da República dom Fernando Panico ainda participará da 48ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, promovida pela CNBB, que acontece entre os dias 4 e 13 de maio, bem como do 16º Congresso Eucarístico Nacional que ali será realizado de 13 a 16 de maio. O bispo de Crato só estará de volta ao Cariri no próximo dia 17.


Cariri é um celeiro de vocações religiosas

Por falar em dom Fernando Panico, quando ele assumiu a diocese de Crato, em 2001, sentiu logo o potencial das vocações religiosas no Cariri. Animado, externou seu desejo de tornar a sua diocese superavitária em sacerdotes e até enviar, num futuro próximo, religiosos caririenses como missionários para outras regiões do Brasil e do mundo. O bispo do Crato já viu realizado seu sonho.

Hoje – diferente da maioria das dioceses brasileiras – a de Crato tem padres suficientes. Em quase nove anos, foram ordenados cerca de cinqüenta padres. Próximo dia 4 de agosto – dia consagrado a São João Maria Vianney, o Cura d’Ars, patrono dos padres – dom Fernando ordenará mais 3 sacerdotes. Um deles, o futuro padre Francisco das Chagas Alves, será cedido, como missionário, à diocese de Lábrea, no Amazonas, que tem carência extrema de sacerdotes.

Texto e postagem:Armando Lopes Rafael

Correio Musical

Quando Fecho os Olhos
Chico César
Composição: Chico César/Carlos Rennó

E aí você surgiu na minha frente,
E eu vi o espaço e o tempo em suspensão.
Senti no ar a força diferente
De um momento eterno desde então.

E aqui dentro de mim você demora;
Já tornou-se parte mesmo do meu ser.
E agora, em qualquer parte, a qualquer hora,
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.

E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.

O amor une os amantes em um ímã,
E num enigma claro se traduz;
Extremos se atraem, se aproximam
E se completam como sombra e luz.

E assim viemos, nos assimilando,
Nos assemelhando, a nos absorver.
E agora, não tem onde, não tem quando:
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.

E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.

A Lei Afonso Arinos proíbe a discriminação racial no Brasil. Foi proposta por Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990) e aprovada em 3 de julho de 1951.

LEI AFONSO ARINOS LEI Nº 1.390, DE 3 DE JULHO DE 1951

Inclui entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceitos de raça ou de cor. (Revogada pela LEI Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985 abaixo)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art 1º Constitui contravenção penal, punida nos termos desta Lei, a recusa, por parte de estabelecimento comercial ou de ensino de qualquer natureza, de hospedar, servir, atender ou receber cliente, comprador ou aluno, por preconceito de raça ou de cor. Parágrafo único. Será considerado agente da contravenção o diretor, gerente ou responsável pelo estabelecimento.

Art 2º Recusar alguém hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou estabelecimento da mesma finalidade, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano e multa de Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$20.000,00 (vinte mil cruzeiros).

Art 3º Recusar a venda de mercadorias e em lojas de qualquer gênero, ou atender clientes em restaurantes, bares, confeitarias e locais semelhantes, abertos ao público, onde se sirvam alimentos, bebidas, refrigerantes e guloseimas, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de quinze dias a três meses ou multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

Art 4º Recusar entrada em estabelecimento público, de diversões ou esporte, bem como em salões de barbearias ou cabeleireiros por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de quinze dias três meses ou multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros).

Art 5º Recusar inscrição de aluno em estabelecimentos de ensino de qualquer curso ou grau, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano ou multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros). Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de ensino, a pena será a perda do cargo para o agente, desde que apurada em inquérito regular.

Art 6º Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo do funcionalismo público ou ao serviço em qualquer ramo das forças armadas, por preconceito de raça ou de cor. Pena: perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o funcionário dirigente de repartição de que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candidatos.

Art 7º Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito de raça ou de cor. Pena: prisão simples de três meses a um ano e multa de Cr$500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$5.000,00 (cinco mil cruzeiros), no caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pela recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e empresa concessionária de serviço público.

Art 8º Nos casos de reincidência, havidos em estabelecimentos particulares, poderá o juiz determinar a pena adicional de suspensão do funcionamento por prazo não superior a três meses.

Art 9º Esta Lei entrará em vigor quinze dias após a sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 3 de julho de 1951; 130º da Independência e 63º da República.

GETÚLIO VARGAS /Francisco Negrão de Lima

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Afonso_Arinos"

AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO


A AFONSO ARINOS, SETENTÃO
Carlos Drummond de Andrade

Afonso, que brincadeira!
Ontem, no Colégio Arnaldo,
garotinho irresponsável;
hoje, em teus setenta anos,
verbete de enciclopédia...

E que bonito verbete,
que página além da página,
esse teu sulco profundo
na história silenciosa
de nossa gente (a outra história,
feita de noites-vigília
no escritório-oficina
de soluções e de rumos
para o instante desvairado).

Renitente praticante
de ofícios entrelaçados:
o de servidor de idéias
e o de servidor do povo,
o povo que, desconfio,
mal pode saber ainda
o que por ele tu fazer
armado só de palavra,
entre leis estraçalhadas,
esperanças malogradas
e sinais de mundo novo
rogando decifração

Afonso, o da claridade
de pensamento, o de espírito
preocupado em riscar
passarelas de convívio
por entre irmãos divididos
e malquerenças rochosas
no território confuso:
Afonso, que bela vida
a vida nem sempre aberta
às sonatas da vitória!

Ser derrotado, quem sabe
se é raiz amargosa
de triunfo intemporal?
O tempo, esse boiadeiro
de botas lentas e longas,
vai pisando na estrumeira
do curral, vai caminhando,
vai dando voltas na estrada,
alheio a cupins e onças,
pulando cercas de farpa,
vadeando rios espessos
até chegar ao planalto,
ao maralto, ao alto-lá
onde tudo se ilumina
ao julgamento da História.
Afonso, meu combatente
do direito e da justiça,
nosso exato professor
do direito mais precário
(o tal constitucional),
Afonso, galantuomo
que tens duas namoradas:
Anah, de sempre, e essa outra
exigentíssima dama
que chamamos Liberdade,
Afonso, que vi xingado
de fascista e de outros nomes
que só a burrice inventa,
quando por sinal voltavas
de torva delegacia
aonde foste interceder
em momentos noturnais
pelos que iam xingar-te...

Mas o pico de viver
está justamente nisto
que bem soubeste ensinar-nos
combinar ternura e humour,
amenidade, puerícia
nos intervalos de luta.
E não disseste que doido
no fundo é todo mineiro
sob a neutra vestimenta
da mais sensata aparência?
Não disse Ribeiro Couto,
em breve arrufo amical,
que ouviu do Dr. Afrânio:
“Esse menino é maluco”?

Maluco, salve, o maluco,
o poeta mariliano,
o mirone de Ouro Preto,
cantor da barra do dia,
revelador do passado
em sua íntima verdade,
renovador de caminhos
de nossas letras e artes,
derrubador de odiosas
linhas de cor e prejuízo
(irmãos de pele diversa
já podem sentar-se à mesa
nacional, a teu chamado),
criador de nova atitude
do País perante os grandes,
humano e humanista Afonso,
salve, maluco! te amamos.

Afonso Arinos de Melo Franco (Paracatu, 1 de maio de 1868Barcelona, 19 de fevereiro de 1916) foi um jornalista, escritor e jurista brasileiro. Ocupou a cadeira 40 da Academia de Letras.


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Pensamento para o Dia 01/05/2010

SAI BABA

“Para os seres imersos no mundo, há dois obstáculos que devem ser superados: o anseio por desejos animais e os anseios da língua. Cada um de vocês deve dominá-los. Enquanto persistirem, eles podem causar dor. Essas são as causas de todos os pecados, e o pecado é o solo fértil no qual a ilusão (Maya) prospera. Aqueles que aspiram pela libertação devem subjugar os sentidos. Para conquistar esses desejos, para qualquer atividade que você realize – comer, andar, estudar, servir ou mover–, você deve executá-las na crença de que elas conduzem à presença de Deus. Toda ação deve ser feita com um espírito de dedicação ao Senhor.”
Sathya Sai Baba

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“O serviço é a flor do Amor (Prema), uma flor que preenche a mente com arrebatamento. Não causar qualquer dor é a fragrância de tal flor. Faça com que mesmo seus pequenos atos sejam inundados de compaixão e reverência. Assegure-se de que seu caráter possa, desse modo, brilhar grandemente. A maior felicidade é o contentamento. Onde não há aspereza, santidade prosperará e virtude florescerá. Onde existe ganância, ali o vício se desenvolverá com abundância.”
Sathya Sai Baba

Luar - João Guimarães Rosa



De brejo em brejo,
os sapos avisam:
--A lua surgiu!...

No alto da noite as estrelinhas piscam,
puxando fios,
e dançam nos fios
cachos de poetas.

A lua madura
Rola,desprendida,
por entre os musgos
das nuvens brancas...
Quem a colheu,
quem a arrancou
do caule longo
da via-láctea?...

Desliza solta...

Se lhe estenderes
tuas mãos brancas,
ela cairá...
João Guimarães Rosa (Magma-Editora Nova Fronteira)

Hoje é dia da Literatura Brasileira !



Lágrimas não são argumentos.

(Machado de Assis)




Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece há um milagre que não estamos vendo.

História do Dia do Trabalho

O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Fatos importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:

- Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer)

- Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.


O Gado- por José Newton Alves de Sousa



Passa o gado.Tarde e sol.
Desperta, e vem comigo cantar, a chapada.
Os ramos, os verdes ramos do morro me acenam
entre o rubro e o azul.
Altas nuvens, bailarinas do céu, me coroam.
Tu, coração, põe-te em salmo e poema.
Tarde e sol. Passa o gado.
Nos olhos, a tristeza erradia.
Na tarde, e em minha alma em conflito,
a saudade vadia.




José Martiniano de Alencar (Fortaleza, 1 de maio de 1829 — Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1877) foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro.

Formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária no Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Filho do senador José Martiniano Pereira de Alencar, irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.

Ayrton Senna




Ayrton Senna da Silva (São Paulo, 21 de março de 1960 – Bologna, 1 de maio de 1994) foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, três vezes campeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e 1991. Foi também vice-campeão no controverso campeonato de 1989 e em 1993. Morreu em acidente no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino de 1994.

Seu excelente desempenho nas fórmulas anteriores (especialmente na Fórmula 3 inglesa em 1983) o levou a estrear na Fórmula 1 no Grande Prêmio do Brasil de 1984 pela equipe Toleman-Hart. Logo na sua primeira temporada na categoria máxima, Senna demonstrou rapidamente um talento excepcional levando a pequena equipe inglesa à exaustão e a obter resultados jamais alcançados. É considerado um dos maiores nomes do esporte brasileiro e um dos maiores pilotos da história do automobilismo.

Em dezembro de 2009 Ayrton Senna foi eleito, por seus próprios pares, o melhor piloto de Fórmula-1 de todos os tempos . A eleição foi organizada pela revista inglesa Autosport, que consultou 217 pilotos que passaram pela categoria.

wikipédia

Vida Noturna - Pérola da MPB



Primários - Socorro Moreira


É primeiro de Maio
e a primeira flor
tem a cara do trabalho.
A vida cobra caro:
o ócio, o amor,
a saúde, a morte ...
Se nada temos a perder
a vida oferece tudo,
o que acreditamos ser.
O cansaço é ouro derramado
A vitalidade gera a felicidade
A paz é conquista inexorável
A inquietação chama o fim,
o desfecho , e ensaia a cena final...
É noite madrugada
O sono às vezes some
e vadia como lua
num céu insólito
Eu já nem busco, nem chamo
o que de mim se afasta
Eu apenas canto como cigarra
embriagada.
Amanhã ou daqui a pouco
as horas acordarão meus sonhos
e o dia me obrigará a viver ,
até o último trago !