Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Batisado de Miguel

Fotos by Joaquim Arraes , na Igreja de Garanhuns(Pe).



Presença  dos pais, padrinhos, e de Dona Almina Arraes ( bisavó de Miguel), nas fotos,  entre outros..
Miguel é neto  do nosso amigo colaborador Joaquim Pinheiro e irmãozinho da nossa Isabela, escritora mirim.



Abraços do Cariricaturas !

Pérolas nos bastidores...

Poema de Domingos Barroso no ensejo do aniversário de Zélia Moreira


Zélia, o milagre acontece
todos os dias

(veja ao redor)

mas certamente no aniversário
ocorre uma mágica especial

(veja dentro de você)

festeje em silêncio
ou batendo tambor
com os passarinhos.

Afinal, é o seu aniversário.
Um dia Especial.

Paz. Saúde. Luz.

Gala

Gala Éluard Dalí, (7 de setembro de 1894 – 10 de junho de 1982), geralmente conhecida apenas como Gala, foi primeiro esposa de Paul Éluard, depois de Salvador Dalí, e foi inspiradora deles e de muitos outros escritores e artistas.

SER HUMANO, QUEM É ELE?


Hoje (10/06/2010) bem cedinho me aprontei para sair de casa. Saí do meu quarto e passei pela cozinha da minha casa onde moro, aqui no Rio de Janeiro, com minhas duas irmãs. E a irmã mais idosa estava conversando na cozinha com o meu irmão mais velho do que eu. E o assunto da conversa deles era a homossexualidade de um homem conhecido deles. E eu antes de passar entre eles ouvi minha irmã dizer: “Essa coisa de homem ter relações sexuais com outro homem não é de Deus. Deus fez o homem e a mulher...”. Então, andando falei rapidamente sem olhar para eles:
- A questão não é essa. A questão é o instinto no homem.

Aqui tentarei me explicar melhor. A discussão da homossexualidade não está no plano de Deus permitir ou não. É um fenômeno instintivo que acontece também entre animais (p.ex.: os macacos). O que está em jogo na homossexualidade humana não é o Amor, mas o instinto humano presente e dominante. Amor, aqui, não é a libido, ou seja, o amor carnal ou psicológico-afetivo, mas o fenômeno transcendental do sentimento que Jesus batizou de Amor de Deus. E para mostrar o nível de experiência desse fenômeno vou adotar a imagem criada por um escritor que li quando eu fazia o meu doutorado na COPPE/UFRJ. O sobrenome desse autor europeu é SCHUMACHER, e o livro que retirei essa idéia magistral tem o seguinte título: UM GUIA PARA OS PERPLEXOS. A idéia dele é que o ser humano pertence a uma escala evolutiva que começa no mineral (representado por “m”) como sendo o primeiro degrau. O segundo degrau é o vegetal (que é representado por “m + x”). O terceiro degrau é o animal (que é representado por “m + x + y”). O quarto degrau é o humano comum (que é representado por “m + x + y + z”). O quinto degrau é o humano iluminado ou mestre espiritual-sábio (que é representado por “m + x + y + z + w”). A idéia original dele é que a passagem de um degrau para o outro “superior” não é uma ruptura com o que é “inferior” ou anterior na escala, mas sim que transcende em qualidade (inteligência e sensibilidade mais elevada do que o nível ontológico anterior). Nesse sentido, o homem guarda em si mesmo as qualidades ontológicas dos minerais, vegetais e animais. E ele se diferencia na passagem de um nível de inteligência e sensibilidade mais refinada ou elevada: por exemplo, todos os grandes mestres espirituais (inclusive Jesus, Buda, Gandhi, São Francisco de Assis, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá etc.).
Dentro desse contexto, podemos dizer que a homossexualidade é o animal no homem agindo num nível de consciência pouco elevada, porque o Amor estaria no último degrau, ou seja, somente para aqueles que de alguma forma desenvolveram a sensibilidade e a inteligência para além das necessidades fisiológicos, psicológicas e afetivas comuns. Então, ter relações sexuais apenas não é o “x” da questão. O “x” da questão é como poderemos nos elevar e nos desprender do vício sexual? E não falo aqui apontando o dedo para longe de mim em direção a um outro semelhante inconsciente. E eu mesmo estando consciente dessa força poderosa de atração sexual me deixei levar e me viciar por sete anos consecutivos depois de ter ficado catorze anos como celibatário! E sei de que força estou falando....eu vivenciei seus efeitos hipermagnetizadores.

A questão que se coloca aqui é essa: qual é o sentido da vida? O sentido seria fazer “o que der na telha” sem que mais tarde tenhamos que responder por nossos atos? O bom senso diz que não. Somos responsáveis pela escolha de experiência que idealizamos ou nos fizeram acreditar. E com certeza as escolhas mal feitas no passado não poderemos mudá-las – somente poderemos mudar as escolhas do presente em direção ao futuro. E é ai que Deus foi generoso com suas criaturas. Devemos cuidar do presente para frente e aprender com o que aconteceu de “errado” (mal escolhido) no passado. Será que estamos tão hipnotizados que não conseguiremos ter forças humanas para tal mudança histórica-pessoal-ontológica? Eis a questão que cada um precisa responder junto à intuição que serve de referência e mestre invisível dentro de cada um: “conhece-te [intuitivamente] a ti mesmo” – Sócrates. Então, se você não fez ainda, faça agora: dê um abraço bem forte em você mesmo e agradeça de verdade a presença Dele que não se cansa de te convidar para subir mais um degrau evolutivo (se desligando da força magnetizadora do passado). Sinta a Presença elevada de Deus ou Espírito em seu interior e a partir daí separe o joio do trigo (a razão da intuição). Pois, a razão é um degrau superior ao instinto, mas é também um degrau inferior à intuição. A evolução humana está nesse processo e mérito de se elevar pelas próprias forças intrínsecas que Deus depositou (uma dádiva Dele!) em cada sistema ou estrutura humana. Basta aprender intuitivamente a usá-la para se alcançar o que todos os homens e mulheres desejam inconscientemente: serem felizes na libertação do ego instintivo.

Acredite – Deus fala através de seres humanos-canais de mensagens elevadas. Disse Jesus: “as minhas ovelhas ouvem a minha voz”. Só não escuta quem não tem uma sensibilidade fina adequada. Nada foi criado para ser escondido ao ser humano. Tudo está senso revelado a cada um em seu tempo e em seu momento evolutivo! Sabendo disso: Não julgue! Não condene! Não se desespere! “Ame, se esforce e vencerás” – mensagem espírita que ouvi quando eu tinha meus dezesseis anos de idade e nunca mais esqueci. Deus fala o tempo todo entre os homens e mulheres de boa fé, de inteligência elevada e de sensibilidade fina ou refinada. Fique atento (a)! Somente colhemos a semente daquilo que plantamos em nós (cultura) ou no solo orgânico (agri-cultura)! Ser culto é, portanto, ter mente elevada e sensibilidade refinada para ver, agir e colher o fruto da sabedoria que cresceu em si mesmo.

No fundo do seu coração escute quieto uma voz doce quase inaudível dizendo para você – somente para você mesmo (a)! - “EU SOU DEUS!”. E se te der vontade de chorar de alegria e contentamento – faça isso! - pois Ele virá para te acariciar e te consolar com suas próprias mãos humanas!

E lembre-se de GANDHI quando disse: “o único tirano que aceito em minha vida é uma voz doce e suave dentro de mim”.

Bernardo Melgaço da Silva
Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA (Universidade Regional do Cariri)

Uma pérola da MPB

Rosinha de Valença


Rosinha de Valença (Maria Rosa Canelas) nasceu em Valença RJ em 30 de Julho de 1941. Ainda criança começou a se interessar por violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão Roberto. Estudou sozinha, ouvindo musicas de rádio, e aos 12 anos já tocava violão num regional que animava bailes e na Radio de Valença, acompanhando cantores. Em 1960 abandonou os estudos para se dedicar a carreira musical, indo para o Rio de Janeiro RJ em 1963. Através de Sérgio Porto, conheceu, na boate Au Bon Gourmet, o violonista Baden Powell e Aluísio de Oliveira, produtor da gravadora Elenco, que a contratou para gravar seu primeiro disco, Apresentando Rosinha de Valença. Seu nome artístico foi criado por Sérgio Porto, que costumava dizer que ela tocava por uma cidade inteira. Ainda em 1963, foi sucesso durante oito meses na boate carioca Bottle's. Seguiram-se apresentações em televisão, rádio, teatro e outras casas noturnas, e em maio de 1964 apresentou-se no show O fino da bossa, no Teatro Paramount, em São Paulo SP. No fim do mesmo ano, excursionou durante oito meses pelos EUA com o conjunto Brasil 65, de Sérgio Mendes, e gravou dois discos. Viajou novamente no final de 1965, participando como solista de um grupo de musica brasileira, patrocinado pelo Itamaraty, que se apresentou em 24 países europeus. Foi a violonista do espetáculo Comigo me desavim, de Maria Bethânia, em 1967, e no ano seguinte iniciou uma série de apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, voltando ao Brasil em 1971. Trabalhou então com Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs seguintes. Realizou depois novas tournées no exterior, e de volta, em 1974, organizou uma banda que teve varias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Ivone Lara e Miúcha. Um dos espetáculos da sua banda foi gravado pela Odeon, que lançou em 1975 o LP com o titulo Rosinha de Valença e banda. Tem ainda 11 LPs editados no Brasil, EUA, RFA. e França, em diversas marcas, entre as quais RCA, Odeon, Forma, Pacific Jazz e Barclay. Abandonou a carreira artística algum tempo depois, por motivos graves de saúde.

Rosinha faleceu em Valença, RJ, em 10 de junho de 2004.


Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha

A nossa identidade antropológica - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Os historiadores não são isentos de sua própria história. Nem o matemático ou o físico. E a própria história além de eventos vividos é também a narrativa (explicativa) das gerações que antecederam tais eventos. Por tal, como exemplo, o cearense acha que é um unidade narrativa, com seus mitos fundadores (mesmo que literário em Iracema) e toda a “odisséia” até os dias atuais. Todos acham assim?

Os Estados Nacionais, que se formaram de fragmentos díspares e contraditórios num passado não tão remoto assim têm a sua narrativa feita por mitos fundadores e pensam sua formação como uma unidade étnica e de origem comum. Isso já foi derrubado há muito tempo, mesmo um país que exagerou no tema como a Alemanha ariana, se descobre tão fluido em sua origem quase que igual a estes das Américas com etnias de todos os continentes.

Estamos o tempo todo tentando descobrir uma “identidade” como povo e a cada vez caímos no denominador comum da humanidade. Isso não foi sempre assim, uma religião poderia criar um senso de identidade, um território também, ou uma atividade produtiva ou cultural, mas tudo foi se transformando numa unidade planetária, ainda inconclusa, mas cada vez mais evidente nas comunicações e nas percepções de produtos e até mesmo do meio físico como o clima.

Esta questão da dissolução do antigo modo de enxergar fratias, procurar a ordem monárquica, o eixo divino, a linearidade da formação dos povos pode bem ser vista na análise do povo Judeu. Façamos um esforço de analisá-lo na perspectiva sionista que é a visão que melhor identifica a sua linearidade bíblica e que se manteve intacta por mais de dois mil anos. Qual a visão histórica dos judeus sob o ponto de vista do sionismo?

Segundo esta visão o povo judeu existe desde a entrega da Torá no monte Sinai e hoje são os descendentes diretos e exclusivos. Saíram do Egito com Moisés para a Terra Prometida, edificaram o reino de Davi e Salomão, que originou a Judéia e Israel. O judeu manteve-se o mesmo apesar dos dois exílios que experimentaram: depois da destruição do Primeiro Templo, no século VI a.C., e após o fim do Segundo Templo, em 70 d.C. Esta última diáspora durou 2 mil anos e eles se dispersaram pelo Iêmen, Marrocos, Espanha, Alemanha, Polônia e ao mais remoto da Rússia. No entanto eles preservaram os laços de sangue e mantiveram sua unicidade.

Enquanto isso a Palestina era a mesma Terra Prometida à espera do seu povo original. Ela pertencia aos judeus, e “não àquela minoria desprovida de história que chegou lá por acaso”. “Por isso, as guerras realizadas a partir de 1948 pelo povo errante para recuperar a posse de sua terra foram justas. A oposição da população local é que era criminosa”. (1)

Acontece que esta narrativa do povo judeu é um mito religioso, de uma religião que foi poderosa em muitos continentes antes mesmo do cristianismo ou do islamismo. Religiões que tinha a linearidade étnica como formulação divina, mas não como prática biológica, antropológica e até mesmo social. Como todas as religiões modernas tenderam para o denominador comum da humanidade, em muitos continentes, em muitos povos e muitas realidades sociais diferentes.

Os judeus modernos pertencem a origens sanguíneas diferentes, mesmo com práticas de consangüinidade em casamentos, seria impossível se manter a etnicidade semita em tão largo espaço do planeta e em tanto tempo. Os judeus da Europa central são europeus centrais, os ibéricos vieram com berberes e outros povos e assim por diante. Quando tentamos localizar as nossas origens familiares estamos falando de antepassados numa escala geométrica.

A verdade é que a humanidade que nos une cada vez mais será a nossa identidade, que continuará fluindo para outras formas de cultuar a identidade. Não sejamos infelizes por isso, mas ao contrário, muito mais ciente qual seja o nosso mundo.

(1) – trecho retirado do artigo “Como surgiu o povo Judeu” de Shlomo Sand, historiador da Universidade de Telavive.

Bibi Ferreira




Abigail Izquierdo Ferreira (Rio de Janeiro RJ 1922). Diretora e atriz. Filha do ator Procópio Ferreira, criada desde cedo nos palcos, Bibi Ferreira desenvolve ao longo de sua carreira um reconhecido talento como atriz e diretora de musicais de todos os tipos. Sua pequena estatura se transforma na interpretação de personagens como Joana, de Gota d'Água, ou Piaf, homenagem à cantora francesa.

Entra pela primeira vez no palco aos 24 dias de nascida, substituindo uma boneca que desaparecera da contra-regragem. Seu pai, Procópio Ferreira, inicia a carreira de ator na companhia de Abigail Maia. Aos três anos, estréia no Chile, na companhia Revista Espanhola Velasco, onde sua mãe, Aida Izquierdo, trabalha como corista. Participa de uma turnê por toda a América Latina, interpretando ao final do espetáculo um pout-pourri da própria revista. Volta ao Brasil com pouco mais de quatro anos,e até os 14 participa, de óperas e balés, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Estréia, pelas mãos do pai, na comédia La Locandiera, de Carlo Goldoni, no papel-protagonista de Mirandolina, em 1941. No ano seguinte, viaja com o repertório da companhia para uma temporada em São Paulo, que se estende para o sul do país e interior de São Paulo, em mais de 30 cidades. Em 1944, Bibi inaugura a própria companhia com Sétimo Céu, e contrata, entre outros atores, Maria Della Costa e Cacilda Becker, e a diretora Henriette Morineau. É um momento de transição, marcado por mudanças como a supressão do ponto e a convenção das cortinas no início e final de cada ato. Em 1946, vai para Londres estudar direção na Royal Academy of Dramatics Arts. Na Inglaterra, estuda e trabalha em cinema. Em 1947, estréia como diretora em Divórcio, de Clemence Dane, em que também atua, como filha do personagem interpretado por Procópio. Em 1949 interpreta Carlos, protagonista de O Noviço, de Martins Pena. Com sua companhia, viaja para o sul do país com um repertório de cinco espetáculos.

Na década de 50, recebe o prêmio dos críticos do Rio de Janeiro pela direção de A Herdeira, de Henry James, 1952. Dá aulas de direção e interpretação no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro - FBT. Contratada pela Companhia Dramática Nacional - CDN, dirige, entre outras, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, em 1954. Nomeada diretora da Companhia de Comédia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, revela peças brasileiras como A Casa Fechada e Sonho de Uma Noite de Luar, ambas de Roberto Gomes, em 1955. Simultaneamente a essas atividades, mantém a regularidade de suas produções e viagens pelo Brasil. Em 1956, depois de se apresentar em Recife, leva o repertório de sua companhia para Lisboa, atuando também nas apresentações de Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, pela companhia de Procópio, em que ela dirige O Avarento, de Molière, e A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo. Em Portugal, é contratada como atriz de teatro de revista. Sua interpretação da música Tic-Tac - gravada no disco Quando Bate Um Coração - é considerada antológica pelo comediógrafo César de Oliveira. Retorna ao Brasil em 1960.

Na década de 1960, além de atuar em musicais de teatro e televisão, trabalha em teleteatro. Por sua atuação em My Fair Lady, de Alan Jay Lerner e Frederich Lowe, na temporada paulista do espetáculo, em 1964, ao lado de Paulo Autran, Jaime Costa, Sérgio Viotti e Elza Gomes, recebe o Prêmio Saci, em São Paulo. Em 1968, apresenta na TV Tupi o Programa Bibi ao Vivo, que durante dois anos leva à televisão os maiores nomes do teatro.

Na década de 1970, o musical Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes, dirigido por Bibi, é um sucesso, tanto com Maria Bethânia e Ítalo Rossi, em 1970, quanto com Paulo Gracindo e Clara Nunes, em 1974, quando bate recordes de público no Canecão. Em 1972, atua em O Homem de La Mancha, traduzido por Paulo Pontes e Flávio Rangel, com versão das canções feitas por Chico Buarque e Ruy Guerra, que permanece em temporada, em diversas cidades, durante três anos. Em 1975, estréia em Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, sob a direção de Gianni Ratto, que permanece em cartaz até 1977 e recebe os prêmios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes - APCA, pela interpretação de Joana. Em 1976, dirige Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em Deus lhe Pague, de Joracy Camargo.
de Bibi, feita de tantas iluminações".1

No Rio de Janeiro, Macksen Luiz não é menos arrebatado pela interpretação da atriz: "A platéia é, virtualmente, dominada pelo magnetismo de Bibi Ferreira, que ocupa o palco como se estivesse se apropriando do que sempre lhe pertenceu. Mas essa força teatral não se pode atribuir apenas a um talento brilhante, mas a uma preparação técnica como poucos atores brasileiros têm possibilidade de acumular".2

Nos anos 1990, Bibi Ferreira revive seus maiores sucessos remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que canta canções e conta histórias de Piaf. Em Bibi in Concert, comemora 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, faz o Bibi in Concert 2. Em 1996 recebe o Prêmio Sharp de Teatro, encena Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical, e dirige pela primeira vez uma ópera - Carmen, de Georges Bizet, 1999.

Notas
1. MAGALDI, Sábato. Piaf, criação maior de Bibi: obrigatório. Jornal da Tarde, São Paulo, 12 jul. 1983.


2. LUIZ, Macksen. Bibi: irretocável. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 03 maio 1986.

Ray Charles

Pensamento para o Dia 10/06/2010


“As pessoas acreditam que as encarnações de Deus só acontecem por duas razões: punição dos maus e proteção dos justos. Essas razões representam apenas um aspecto. O Avatar ou Encarnação Divina é realmente a concretização do anseio dos que buscam Deus. É a doçura materializada da devoção piedosa dos aspirantes. A concessão de paz e contentamento e o sentimento de realização para os buscadores que têm lutado por muito tempo... essa também é Sua tarefa. A principal razão para o Divino sem forma assumir a Forma é para o bem dos aspirantes e buscadores.”
Sathya Sai Baba

A Copa do Mundo pela galena. – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Vivíamos o mês de junho de 1958. Eu estava cursando a primeira série do antigo curso ginasial no velho Colégio Diocesano do Crato. Numa segunda-feira, cheguei um pouco atrasado e o interno, que era sineteiro, acabara de tocar o último sinal para início das aulas. Ainda ouvi quando ele comentou com outro colega: “Mas que vitória bonita aquela do Brasil ontem: três a zero na Áustria!” Quis saber dele do que se tratava e ele me disse que era um jogo pela Copa do Mundo. Não minto! Foi a primeira vez que eu ouvi falar em Copa do Mundo. Ao término da aula, tão logo cheguei a casa, procurei entre as revistas de um dos meus irmãos noticias sobre a Copa do Mundo. Havia uma revista “O Cruzeiro” que trazia tudo sobre a seleção brasileira, fotos dos jogadores, os grupos em que cada país estava distribuído e a tabela dos jogos. Fiquei sabendo que a Copa era realizada na Suécia, que graças ao excelente professor de Geografia José do Vale Feitosa, eu sabia muito bem onde ficava sua posição no globo. Então, como bom brasileiro achei que era importante acompanhar os jogos e torcer pelo Brasil. No segundo jogo, uma quarta-feira à tarde, eu fui à casa da minha tia Pia Cabral, uma irmã do meu avô, onde vários primos ouviam a transmissão da partida contra a Inglaterra. Era bastante animado, mas o jogo foi oxo (zero a zero), não obstantes as preces da tia Lurdinha para Santa Terezinha, a santa de sua devoção, com a qual ela afirmava tudo conseguir.

Depois vieram os jogos contra a Rússia, Pais de Gales e França. O jogo contra a França foi no dia de São João e eu estava voltando do Mauriti ao Crato, acompanhando os resultados parciais em cada café da beira da estrada. Mas soube que no Crato, antes do inicio do jogo contra a França, a tia Lurdinha se retirou da sala onde estava o velho rádio telefunken, dizendo que ia conversar com Santa Terezinha para o Brasil ganhar da França. Huberto Cabral protestou: “Santa Terezinha é francesa!” Houve uma gargalhada geral. Mas acredito que nesse dia Santa Terezinha, lá do céu, se esqueceu da França e foi fiel à sua amiga, pois o Brasil começou arrasador com um gol do vascaíno Vavá, logo aos 2 minutos de partida.

Na final contra a Suécia, já estávamos de férias no São José. Era um domingo e o jogo seria iniciado às 11 horas da manhã. Naquele tempo não havia energia elétrica no São José, nem rádios de pilha. O único rádio que havia lá em casa era um velho RCA, à bateria de carro, que estava descarregada. Meu irmão Luis Flávio disse que iria ouvir o jogo na casa do Assis de Melo, um nosso parente distante. Este era um solteirão, que morava sozinho num enorme casarão que herdara dos pais, bem próximo do canavial. Tinha mania por eletrônica e sua casa era repleta de rádios velhos, todos danificados de tanto ele fazer experiências. Eu e o primo José Esmeraldo Gonçalves acompanhamos Luis e papai nos pediu para que fôssemos avisá-lo a cada gol do Brasil. Seria uma boa caminhada, pois a casa do Assis distava mais de dois quilômetros da nossa.

Infelizmente não havia nenhum rádio em funcionamento na casa do Assis de Melo e ele nos disse que dava para acompanhar o jogo pela galena. Galena é um receptor de onda média, bem simples, que funciona sem precisar de energia elétrica. Trata-se de uma bobina enrolada por semicondutores do mineral galena ligada a uma antena externa composta de fios bem compridos estendidos e, que se escuta por meio de um fone de ouvido. Sintonizava sempre a emissora mais potente ou a mais próxima. Como o sítio do Assis era mais perto do Juazeiro, a galena sintonizava exclusivamente a Rádio Iracema que retransmitia da Rádio Bandeirantes de São Paulo. O meu irmão Luis tomou conta do fone de ouvido e repassava os lances para nós. A cada gol do Brasil, eu ou primo José Esmeraldo saiamos correndo para avisar ao papai. Como houve uma chuva de gols naquela partida, enquanto um voltava após ter comunicado que o Brasil empatara o jogo, encontrava o outro pelo caminho com mais novidades. E o nosso coração batia tão forte, quão forte eram as passadas que dávamos na nossa correria. Foram mais de seis idas e vindas, pois o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo com uma elástica goleada.

Essa foi a Copa do Mundo mais emocionante da minha vida. Nem as imagens a cores transmitidas ao vivo pela televisão me fizeram reviver as emoções daquele dia 29 de junho de 1958, um dia de São Pedro, em que pela primeira vez o Brasil se sagrava campeão do mundo.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Cristalino

Abençoado é aquele
ao tropeçar beija
os pés do Divino.

Ao chorar mata a sede.
Ao morrer renasce.

Sente-se sozinho
embora nunca esteja.

E o tormento transfigura-se
em uma fresta um relâmpago.

Abençoado é aquele
que não apregoa
a vela acesa.

Até acredita no sombrio.
No espaço cinzento.

Cada dia ao sabor da noite.

E cada estrela morra
para que a ilusão brilhe.

As desventuras de um metrossexual em Matozinho

Solano era o primogênito do Coronel Sinfrônio Arnaud. Cresceu em Matozinho e, aí pelos dezoito anos, foi deportado para capital. Garotão encharcado de hormônios, aficionado de um aguardentizinho e de uma serenata, metia-se frequentemente em confusões. O velho Sinfrônio, ainda adepto de uma pedagogia pré-piaget , não brincava em serviço: Solano pagava tim-tim por tim-tim todas as danações, sob lapada de cipó de mufumbo. Para Arnaud as coisas estavam resolvidas, enquanto o couro do espinhaço de Solano agüentasse peia, podia se danar à vontade. O problema é que apareceu um crime já não mais passível desta penalidade e que , inclusive, arriscava ser julgado por um outro fórum bem mais rígido. Solano começou um namorico com a filha de um pistoleiro profissional da região: Caninana. O homem carregava mais de cinqüenta mortes nos lombos. Pois não é que o satanás cutucou Solano e ele terminou bulindo com a filha do cangaceiro?
Arnaud , do alto da sua experiência, percebeu claramente que a sorte de Solano já estava selada. Caninana parecia tranqüilo, não boatou, não fez munganga. O coronel, no entanto, sabia que ele apenas ,ofidicamente , armava o bote. É que estava em condicional e precisava deixar as coisas arrefecerem e a vingança imediata daria muito na vista, ainda mais se tratando de um filho do coronel. Na melhor das hipóteses, no entanto, Solano, mais cedo ou mais tarde, passaria por um ritual de capação com faca cega, daquelas usadas para cortar sabão. E nem mesmo lavando a honra da moça em límpidas águas de matrimônio, se livraria da pena. Sinfrônio, então, rapidamente, optou pelo exílio e mandou Solano estudar na capital, para nunca mais voltar em Matozinho.
Solano partiu meio a contragosto. Mas, que jeito? Matriculou-se num colégio famoso, já com ordens do pai : só dê notícias quando for doutor advogado ! O menino, no entanto, nunca fora muito chegado aos livros. Levava mais pau do que bola de sinuca. Quando Arnaud descobriu a vida boêmia do filho, cortou o abastecimento de fundos: “ se não quer estudar, se vire e procure emprego!”. Solano, sem oxigênio, valeu-se dos amigos da noite e terminou arranjando uma colocação em um Cassino, como porteiro. Jeitoso, imprimia confiança aos amigos e findou subindo rápido de função: virou croupier. Sim, amigos, o croupier é aquele que , na mesa de bacará e Black-jack dá as cartas aos jogadores. O filho de Sinfrônio aprendeu com presteza sua nova função. Solícito, educado, tratava a todos com lhaneza, mas mantinha o distanciamento necessário à sua função, compreendia que não era psicólogo nem assistente social . Cassino arrastava um sem número de frustrados-desesperados-esperançosos e que ali batiam , muitas vezes, em busca da última jogada da sua vida. O certo é que Solano, com os anos ,transformou-se num grande croupier e amealhou um salário digno da função a que se atirara. Nas horas de folga, levava a mesma vidinha de sempre, cheio de namoradas, fugia do casamento como o cão da carrocinha. E mais ! Vaidoso, usava roupas da moda e das melhores grifes e não largava o salão de beleza.Até se submetera a uma plástica para corrigir um desvio do nariz que o atanazava desde o nascimento e que, em Matozinho, lhe levara ao apelido de “Tucano”.
Em Matozinho, os quinze anos do exílio de Solano, passaram bem mais lentos do que na capital. O coronel agora já velho, sentindo a velha da foiçona arrodeando, voltou a sentir saudades do filho. Soube que Caninana já havia sido eliminado pelo veneno de uma serpente mais nova. A mocinha, um dia ofendida por Solano, já casara e puxava uma récua de filhos. Mandou , então, um mensageiro à capital, no intuito de fazer uma aproximação , já que Solano tocava a vida com remo próprio.
Solano voltou nas férias e o velho o recebeu de braços abertos. Com festa regada a fogos, a boi na brasa e alambique aberto. Em Matozinho, por mais de uma semana, não se comentava outro assunto. O filho pródigo teve que se desdobrar para que as pessoas entendessem os meandros da sua profissão, numa terra em que jogo era pif-paf, sueca e relancim.
Com o passar dos dias, Solano deixou de ser novidade e passou a fazer parte da paisagem natural da cidade. Os matozenses passaram então a observar hábitos estranhos do nosso visitante. Essa história de ir pro salão de beleza, fazer sobrancelha, pelar o sovaco, tirar cutículas da unhas... Sei não, hein ? Isso não é coisa de homem não ! Sussurravam as más línguas pelos cantos. O velho Arnaud, também, pressionado pelos amigos, pegou ar na bomba. Deu uma dura no filho. Solano, no entanto, foi firme, disse que aquilo nada tinha a ver com viadagem, era coisa de homem moderno e deu até um nome pomposo para o dito cujo : o que eu sou, papai e os outros morrem de inveja , é um metrossexual.
Diante do palavrão, Arnaud folheou o “pai de nós todos” e lá encontrou o verbete. Ficou mais tranqüilo, embora ainda com a pulga detrás da orelha. Tinha ao menos um argumento para defender o rebento dos comentários maldosos. As fofocas, no entanto, não terminaram por aí, até porque Solano manteve seus hábitos refinados, naqueles confins de mundo. Dois fatos terminaram por dar uma bunda canastra no retorno de Solano.
Semana passada, ele se meteu numa buchada de bode e foi bater na Botica de Janjão, com uma dor de barriga de se contorcer. A notícia que correu em Matozinho é que tinha sido uma cólica menstrual, aliás metrossexual. Logo depois, Gilda Büdchen, um travesti de Bertioga, veio a Matozinho resolver uma pendência com seu marido. Desfilava deslumbrante pela cidade sob os apupos, como sempre, da população: “bicha! Veado! Baitola!” Gilda, poderosa, rodou dos seus saltos e gritou :
--- Respeite a nega aqui, ó gentalha ! Agora, pobreza, o nome é metrossexual !
Depois desses fatos, um Sinfrônio chateado procurou o filho e, de comum acordo, resolveram que já era hora de Solano voltar à capital. Aquilo não era lugar para uma pessoa fina e educada como ele, viver. Solano ainda lembrou as encruzilhadas do destino, da primeira vez se exilara porque ofendera alguém, agora tinha que novamente partir porque fora ofendido. Na despedida o velho Sinfrônio abraçou o filho e lhe deu toda a razão, ali era o fim do mundo, morava um povinho atrasado e linguarudo, mas , mesmo assim, antes do embarque de Solano, pelo sim, pelo não, o advertiu:
--- De qualquer maneira, cuidado, meu filho! Você trabalha como croupier, dando as cartas todo dia ! Preste atenção, menino, distribua todas as cartas do baralho, mas cuidado para não dar o ás de copas por aí, joviu ?

J. Flávio Vieira

Palavras ao vento - Emerson Monteiro

Busco a espontaneidade para chegar aqui na frente desta máquina incandescente e me expressar livre de tensões ou preparações, dizer da apreensão quanto ao meu tempo e seus acontecimentos, qual testemunho do que precisar ser presenciado.
Falar com franqueza a propósito das aberrações que vêm sendo perpetradas pelo próprio homem de cuja humanidade também participo. Erguer a voz de modo objetivo a respeito das fraquezas exploradoras dos países opressores em detrimento dos povos indefesos. Circunscrever as aferições de burrices desencontradas, como a do vazamento esdrúxulo de milhões e milhões de barris de petróleo no Golfo do México, sangria ainda desatada por pura incompetência do capitalismo em desenvolver suas aventuras, detrimento impune da grande natureza, sem que se ergam, nos quadrantes do Planeta ofendido, vozes altivas e eficientes de nações similares, reivindicando a responsabilização dos principais culpados pelos desmandos praticados.
Nas guerras desencontradas dos interesses inconfessáveis da ganância, que possam a delinear os equívocos da destruição em massa de culturas milenares, o que se dá com ênfase no Afeganistão e no Iraque, nesta hora, sem atitude proporcional de repúdio dos bilhões de seres humanos que, apáticos, impotentes, assistem ao genocídio, semelhante ao que outros conquistadores simplesmente consideraram objetivos pessoais dos grupos que representavam, o quanto disseminaram de sangue e miséria Alexandre, César, Napoleão, Hitler, ao bel prazer das circunstâncias maléficas dos tempos, aplaudidas nos bastidores pelos magnatas detentores do dinheiro, dos minérios, das indústrias, mercados, seus financiadores clandestinos insaciáveis.
Agir pelas palavras que os meios permitem, para fincar marcos divisórios entre a consciência e a imbecilidade humanas, deste período, refletindo os valores da minha época, numa função denunciadora dos crimes praticados a céu aberto, à luz do meio-dia, ausentes da penitência daqueles que detêm o lucro, fator da subjugação dos ricos sobre as massas alienadas, relegadas a inúteis planos. Responder, na altura do drama, ao desafio do silêncio cúmplice dos absurdos desmatamentos e tanta destruição dos recursos naturais, a pretexto de produzir armas ou alimentos prejudiciais às espécies, sob os olhares obsessivos da rapinagem detentora do poder no mundo. Enquanto a máquina infernal da propaganda conivente usufrui do repasto oficial, passando caco de vidro por diamante, nas luxuosas feiras internacionais de tecnologia.
Usar a fala numa definição de princípios justos, destacando a honestidade como a melhor política e a dignidade como o único sentido dos sacrifícios coletivos, e fator de sobrevivência social, em um cenário de máscaras e fingimento, quando mentiras proliferam às escondidas e as versões satisfazem ao gosto amargo dos donatários nacionais, na medida em que adotam princípios inconfessáveis para comandar o destino da solitária multidão.
No andamento da escalada histórica de séculos e séculos assim jogados na lama, imprevidentes comandos desfilam, feras indomáveis, nos horários nobres das gerações, e tropas municiadas de sede e esperança gesticulam, nas trincheiras, avisos constantes da natureza seviciada, e sacodem, nos braços doloridos, as marcas dessa cavalgada grosseira. Novos dias, contudo, vêm nas margens do horizonte ao resplendor claro do Sol, exemplo maior de perfeição, num convite aos sonhos de união e paz a velhos corações indiferentes dos autores adormecidos da cena, que somos todos nós.

JOÃO GILBERTO

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (Juazeiro, 10 de junho de 1931) é um músico brasileiro, considerado o criador do ritmo bossa nova..
Nascido na Bahia, na cidade sertaneja de Juazeiro, João ganhou um violão aos 14 anos de idade, e, desde então, jamais o largou. Na década de 1940, adorava escutar de Duke Ellington e Tommy Dorsey até Dorival Caymmi e Dalva de Oliveira. Aos 18 anos decide se mudar para Salvador com intenção de ser cantor de rádio e crooner. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1950, e teve algum sucesso cantando no grupo Garotos da Lua. Entretanto, foi posto para fora da banda por indisciplina, passando alguns anos numa existência marginal, ainda que obcecado com a idéia de criar uma nova forma de expressar-se com o violão. Seu esforço finalmente foi recompensado e, após conhecer Tom Jobim - pianista acostumado à música clássica e também compositor, influenciado pela música norte-americana da época (principalmente o jazz) - e um grupo de estudantes universitários de classe média, também músicos, lançaram o movimento que ficou conhecido por bossa nova.
Wikipédia 

Premio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa do Assaré

Premio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa do Assaré
Inscrições até 30 de julho

Poetas, editores, produtores e pesquisadores que atuam com as culturas populares agora têm um prêmio para o desenvolvimento das suas produções, primeira ação de incentivo ao cordel desde a regulamentação da profissão, em 14 de janeiro. O Ministério da Cultura lança nesta terça-feira, dia 8 de junho, às 18h, em Juazeiro do Norte (CE), no Centro Cultural do Banco do Nordeste Cariri (Rua São Pedro, 337), o Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 - Edição Patativa de Assaré.

Serão selecionadas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins. Estão orçados R$ 3 milhões, distribuídos entre as iniciativas contempladas. As inscrições encerram-se dia 30 de julho de 2010.

O prêmio vem ressaltar a importância da Literatura de Cordel como patrimônio imaterial brasileiro, entendendo sua unicidade e papel fundamental na construção da identidade e da diversidade cultural brasileira. Podem concorrer poetas, repentistas, cantadores, emboladores, xilógrafos e demais artistas populares e profissionais da cultura em quatro categorias.

Na primeira categoria, voltada para a Criação e Produção, serão 100 prêmios, sendo 80 publicações de obra inédita ou reeditada em folheto de cordel no valor de R$ 7 mil cada, e 20 produtos artísticos formatados em livro, CD e DVD voltados para a literatura de cordel, xilogravura, repente, cantoria, coco, aboio e embolada no valor de R$ 22 mil cada.

Para a categoria de Pesquisa (dissertações de mestrado, teses de doutorado ou reedição de livros publicados até 30 de maio de 2010) serão contempladas 10 iniciativas, no valor de R$ 25 mil cada.

Outros 50 projetos serão contemplados na categoria de Formação, destinada tanto para a qualificação de profissionais como para a formação leitora do público em geral, através do Cordel (cursos, seminários, oficinas, dentre outras atividades sócio-culturais de caráter educativo). Serão 10 prêmios para a manutenção e ampliação de atividades existentes, no valor de R$ 25 mil cada e outros 40 para projetos novos, no valor de R$ 15 mil cada.

Aqueles que divulgam o cordel e suas manifestações afins também poderão concorrer ao prêmio nesta edição, na categoria Difusão, que beneficiará 40 propostas. Os projetos podem ser em formato de evento (festivais, mostras, de shows e espetáculos, feiras, etc.) ou de produto cultural (como jornais, revistas, programas de rádios e sites, entre outros). Em qualquer um dos formatos, os prêmios serão divididos da seguinte forma: 10 iniciativas existentes (manutenção e ampliação da programação), no valor de R$ 30 mil cada, e 30 novas iniciativas, no valor R$ 20 mil cada.

Podem participar Pessoas Físicas com comprovada atuação na área literária ou cultural e Pessoas Jurídicas de direito privado, com ou sem fins econômicos com no mínimo três anos de existência e comprovada atuação em atividades de cunho literário, artístico-cultural e/ou editoriais. Neste caso, a inscrição está aberta para as categorias de produção, formação e difusão. Cada candidato poderá inscrever até dois projetos, em categorias diferentes, podendo ser selecionado em apenas uma das categorias inscritas.

Mais Informações: (61) 2024 2628 / 2631

Edital e formulários em:
http://www.cultura.gov.br/site/2010/06/08/premio-mais-cultura-de-literatura-de-cordel-2010-edicao-patativa-do-assare/

O lírio da madrugada




O lírio da madrugada

No escuro da madrugadinha
As vacas soltam fumaça pelas ventas.
Cai o sereno sobre os bezerros
Chorando ao longe.

A lua ainda está no céu
Pesado de bruma.
Vem uma brisa do lado do rio,
Traz o cheiro dos salgueiros.

As águas correm no ribeiro abaixo
Do quintal das jabuticabeiras floridas.
A cabra chacoalha o cincerro.
Os porcos grunhem, fuçam a lama.

O dia nasce devagar. Um lírio
Floresce num monte de estrume.

________

CLIQUE - Por Edilma Rocha


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Distrações

Quantas delícias perco.
Tomo sorvete como se comesse capim.

O prazer da fértil mijada
agora um olhar assustado.

Rumino.
Papada flácida pelo pescoço.

Olhar grave.
Cenho enrugado.

Preciso com urgência
colar o vaso de porcelana.

Um quebra-cabeça.
Não estourar os miolos.

Quanta vida desperdiço.
Bebo água como se morresse.

Não é bom tanta sede.
Pasto.

Preciso encher o aquário.
O peixinho me olha aflito.

Tentarei novamente
ensinar xadrez
ao meu filho.

O garoto prefere
playstation.

Belo o seu riso.
Gargalhada santa.

Perfume.
Feijão na panela.
Vem do apartamento de cima.

O vizinho ouve
Vanessa da Mata.

Preciso cortar meu cabelo.
Não bebo sexta.

Não bebo.
Juro.

Lavar a louça.
Não quebrar o copo.

Talvez eu corte hoje.
O dedo.

Prometo.
Só o dedo mindinho.
Ver de novo meu sangue.

Saudades de quem não conheço.
Da voz rouca.
Da piscina.

(tu tens uma piscina
e uma voz rouca?)

Um mergulho.

Deixa-me.
Não me afogo.

Devo agora meditar
ouvindo o barulho
da descarga.

Quem sabe
eu seja louco.

Quisera.
Quimera.

Futebol, TV, Patrocinador - Por: José Nilton Mariano Saraiva

Confeccionados em edições limitadas, virgens, intocados e inocentes, eram assim os uniformes dos nossos principais clubes de futebol, até bem pouco tempo. E tais predicados serviam para realçar a beleza, o esplendor e magia de cada um deles. Havia, até, certa timidez, certo receio, um excessivo respeito que nos impedia de maculá-lo, acessá-lo, tocá-lo sequer. O símbolo do clube - e só ele - soberano e galhardo, pontificava e realçava, à altura do peito, sobreposto às cores respectivas. A camisa de um Vasco da Gama, um São Paulo, um Fluminense ou um Palmeiras se nos apresentava sóbria, elegante, indevassável, imaculadamente soberana em sua pureza. Nada capaz de nodoá-las. Além do símbolo-emblema à frente, apenas a numeração às costas. Era, pois, motivo de orgulho pra todos nós, torcedores. Pode-se inferir que foi ali, via imaginário popular, que se materializou seu batismo como “manto sagrado”.
Mas, aí, adentrou no campo de futebol a televisão, trazendo, a reboque, um avassalador e temível rolo-compressor: os patrocinadores. Extremamente profissionais, poderosos, fortes, exigentes e cheios da grana, comendo pelas “beiradas” começaram o processo de demolição progressiva do romantismo imiscuído numa atividade até então praticamente amadora: assim é que, num primeiro momento, as bordas do campo de futebol, outrora vazias, solitárias, desprezadas e sem qualquer valor mercantil, repentinamente se viram povoadas ou “premiadas” com dezenas de placas, anúncios, propagandas diversas: estáticas, em formatos variáveis e multicoloridos, tais instrumentos anunciavam desde bebidas alcoólicas a peças íntimas femininas, do másculo aparelho de barbear ao suave desodorante direcionado à mulher. Tudo isso veiculado pela televisão, para milhões de telespectadores, tornou muita gente milionária (o Kleber Leite, à época repórter de campo da Rádio Globo e hoje poderoso empresário e dirigente do Flamengo, começou a “se fazer”, ficar milionário, via negociação das respectivas placas).
Estava dado o primeiro passo para a profissionalização definitiva das nossas principais equipes. E então, mais que rapidamente, o passo seguinte foi dado: “vapt-vupt”, sem que sequer nos déssemos conta, das bordas do campo o insaciável e esperto “patrocinador” resolveu pular adiante, alçar vôo rumo a um espaço mais visível, generoso, abrangente e em permanente exposição: e foi dessa forma, agindo sem quaisquer concessões ou escrúpulos, que os “mantos sagrados” das nossas principais agremiações foram fria e calculadamente desvirginados, violentados, estuprados. Inteligentemente, até, porquanto, a partir de então, os jogadores de futebol foram literalmente obrigados e passaram a funcionar como prosaicas “tabuletas- ambulantes”, a anunciar um produto qualquer. Não satisfeitos, os novos “donos do futebol” trataram de instruir e cataquetizar os próprios jogadores a trocarem as camisas entre si, ao final de cada pugna, ou mesmo a as arremessaram para a torcida, objetivando, evidentemente, difundir a “marca”, fazê-la circular, se tornar conhecida além do campo de jogo ou do próprio estádio.
E tem mais: se antes os nossos craques se notabilizavam pelo belo sentimento-amadorístico do “amor à camisa” (pela qual só faltavam se matar em campo), pela siderúrgica fidelidade ao clube de origem (a ponto de dificilmente se transferirem para um outro), chegando mesmo a serem confundidos com a própria instituição (o Pelé, no Santos, é um exemplo emblemático), pois bem, como se não bastasse isso, repentinamente o patrocínio se individualiza na figura do próprio craque, avança sobre o esportista, peita e corrompe o homem. E haja “direito de imagem pra cá, direito de imagem pra lá” que implica em usar um boné de uma determinada marca, uma chuteira de uma cor tal, uma prosaica “fitinha” (com a marca estampada) a prender o cabelo e por aí vai, em troca de montanhas de dinheiro (você já notou que certos jogadores, antes do início da partida, se agacham para amarrar as chuteiras, quando poderiam ter tomado tal providência no vestuário ??? pois é, saiba que trata-se de uma ação previamente ensaiada, na perspectiva da TV o está focalizando).
Resumo desse capitalismo selvagem ??? A TV transformou o futebol num rendoso, inesgotável e próspero negócio. Nem que para isso o torcedor seja dia-a-dia desrespeitado, ignorado, relegado a ser um mero objeto de consumo, simplório coadjuvante, sem nenhum poder de escolha; os jogos tanto podem começar ao meio-dia como avançar pela madrugada; o calendário vai de segunda a domingo e quem não achar correto, que se exploda).
Quanto ao nosso querido “manto sagrado”, foi pro beléleu, voou pro espaço, escafedeu-se, sumiu; é mais fácil encontrar uma agulha no palheiro que localizar, mesmo com uma possante lupa, o “símbolo” do clube em camisas repletas de propagandas às mais diversas e normalmente de um tremendo mau gosto. Até a seleção nacional se rendeu ao mercantilismo do patrocínio e a “amarelinha” já ostenta as tais “marcas”.
O torcedor não gosta do que está vendo ???
Que vá reclamar ao papa. E estamos conversados.
PT saudações: o patrocinador.

Não dêem rabo a nambu – por Pedro Esmeraldo

Esta frase eu vi pela primeira vez ser pronunciada por uma camponesa, moradora no Sitio São José neste município. Guardei-a em minha memória e agora passo a narrá-Ia para o conhecimento dos apreciadores da filosofia matuta.

Em décadas passadas, havia um afro-descendente que se dizia esperto e trabalhador, vangloriava- se, de momento a momento, achando que era o maioral. Bisbilhoteiro contumaz, afirmava que era versátil em seu trabalho. Esnobava e dizia que venceria a vida sem ajuda de ninguém. Os seus companheiros, não gostando de suas chatices, achavam ridículo as palavras exdruxulas que não expiravam nenhuma confiança. Apesar de inteligente, era completamente analfabeto, mas desempenhava bem as suas tarefas. Era sagaz e veloz no seu serviço. Era invejoso, pois tinha inveja do seus companheiros que melhoravam de vida. Salpicava conversas intolerantes, visto que se considerava o mais bem aquinhoado entre todos os seus colegas do sítio. Tinha um só pensamento, pois não tinha acordo com seus companheiros a não ser quando viesse em seu próprio benefício. Dizia que no futuro próximo seria rico sem ajuda de ninguém.

Um dia, não gostando da cozinheira do engenho do meu pai, inventou uma conversa caluniosa com essa mulher, queixando-se que estava sendo desprezado pela dita cuja. Meu pai, homem sério, gostava das coisas positivas, sem discriminação. Foi diretamente repreender a cozinheira dizendo para ela que todo mundo era igual e não aceitava discriminação.

A pobre mulher, muito ativa e com sutileza, olhou para o meu pai dizendo: Seu Zé, não dê rabo a nambu, porque nambu não tem rabo. Meu pai, muito experiente, compreendeu logo a resposta daquela mulher que quer dizer: Não dê valor a quem não tem.

Nesse episódio, relato o caso de alguns políticos do Crato, principalmente os ex- prefeitos que deram total valor ao Distrito da Ponta da Serra, desprezando totalmente os outros distritos. Esse pequeno lugarejo foi bem aquinhoado por esses políticos de pensamentos curtos e obteve todos os melhoramentos provindo da cidade - mãe - Crato, tudo isto provocado pela causa inobservante desses prefeitos que viviam pela cata de votos, causando aborrecimento aos demais distritos como: Santa Fé e outros e ainda, prova-se que, no sítio São José, que é totalmente desprezado pela municipalidade o único melhoramento que recebeu foi o fechamento de uma escola que está ocupada por marginais.

Nesse caso, observa- se que esses prefeitos preferiram valorizar a quem não merece, visto que acarretou a maior fatia do desenvolvimento, deixando os outros distritos ao abandono. Isso é um desaforo e um desrespeito ao contribuinte que paga imposto e não vê os melhoramentos desejados.

Como cratense autêntico, tenho de gritar, com brados bem alto e ao mesmo tempo, reclamar a falta de credibilidade desse políticos urubus do poder legislativo estadual. Um deles, sendo filho adotivo do Crato, apareceu com grande desrespeito, tirando do Crato um grande património, merecedor de melhores condições sociais, educativos e saúde, dando um equilíbrio moral e corti atividade peculiar a nobre cidade do Crato.

Lembro que o pequeno município é considerado como uma ave de asa quebrada, pois não pode voar e vive se arrastando pelo chão, exposta ao predadores.
Convém notar que esse distrito, bem contemplados pelo poder público, devia por ser, perto da cidade do Crato, tranformar-se em bairro; pois é melhor para si e para a cidade do Crato.
Crato - CE, 10 de Junho de 2010.

VIK MUNIZ - EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS - Por Edilma Rocha

Venham conferir a exposição de fotografias no Espaço Cultural Unifor em Fortaleza até agosto, com mais de 140 trabalhos do início de sua carreira até hoje de Vik Muniz, paulista, publicitário, escultor, pintor, gravador e fotógrafo.
A amostra depois de passar pelos Estados Unidos, Canadá e México, chega ao Brasil e Fortaleza, confirmando ser o artista o mais consagrado no cenário de arte internacional na actualidade. Exibe seus trabalhos também na abertura da novela da Globo, Pasione.
Em nossa volta existe um mundo de coisas que aos olhos comuns passariam despercebidas como, lixo, poeira, sucatas, papeis, quebra-cabeça, brinquedos de plástico, arame, algodão, linhas e materiais perecíveis, chocolate, molho de tomate, geleia, macarrão e até diamantes que Vik os transforma em arte, fotografa e apresenta ao público. O artista percebeu estas coisas do mundo cotidiano e com elas criou possibilidades de se fazer a percepção da miséria, fome, guerras, luxo, glamour e obras primas de Manet e Bosch recriadas pela sua arte.
No caso das imagens na abertura da novela, trabalha em um imenso galpão repleto de sucatas como, correntes, pneus, elétro domésticos, peças de carro, bicicletas... Desenha no chão em grande dimensão e com o auxílio de uma equipe destribue os materiais sobre a imagem. Vejam na foto da postagem acima. A longa distancia, fotografa e expõe.
_ Espetacular !


Edilma Rocha

Avisos sobre a festa do Cariricaturas, em Julho .

Dia 22.07 ( quinta-feira) às 19:00 h, reunião com os escritores do livro "Cariricaturas em verso e prosa".(Local a ser definido.)
Dia 23.07 ( sexta-feira) à partir das 20 h, Festa de lançamento do livro, no Crato Tênis Clube - Programação será divulgada em breve. 100 mesas( com 4 lugares) estão disponibilizadas para os colaboradores e leitores . Façam as suas reservas pelo e-mail : sauska_8@hotmail.com. Preço da mesa : 40,00 ou 10,00 por pessoa.
Dia 24.07 ( sábado) às 12:h - Almoço Literário com os escritores do Livro. Na oportunidade , o evento será avaliado, e a quota livro, por escritor ( 20),m será distribuída. (Local a ser definido.)

Acatamos sugestões !
Faltam 42 dia !

Emerson, Claude, Edilma e Socorro ( Comissão organizadora).

Bom dia Sol ! Bom dia Vida ! por Rosa Guerrera


Ontem ao deitar esquecí de fechar a cortina da janela do meu quarto!
Hoje despertei sentindo o forte calor de nesgas de sol debruçadas no meu corpo.
Abri os olhos meio sonolentos ainda e divisei um lindo céu azul com pequeninas nuvens flutuantes que me deram a impressão de um cordial cumprimento de “Bom dia”.
Lembrei o poeta Araújo Jorge quando um dia escreveu :
“Bom dia amigo Sol /a casa é tua / as bandas da janela entra , escancara/ deixa que entre a manhã radiosa e clara/ que anda lá fora brincando pela rua /”...
E senti naquele instante como é importante a alegria de viver . De cumprimentar o mundo com otimismo, varrendo do coração todos os vestígios de mágoas, de lembranças que já não possuem razão para existir , com transparência na alma , nos gestos e nos sentimentos.
O sol me despertou ! E com seus raios abriu dentro de mim , uma espécie de canal que me levou a um clima de paz tão doce , como a doçura dos brinquedos de criança ,e tão suave como um coro de anjos a cantar naquelas nuvens.
Levantei e cumprimentei com um sorriso de agradecimento a minha casa, os meus animais, e as pessoas que residem nela.
Olhei o relógio e me apressei para ir trabalhar. Dei partida no carro e o trafego intenso de todos os dias pareceu não me incomodar em nada .Dirigia pensando nos anos que já vivi , no tempo que muitas vezes perdi me apegando a coisas supérfluas , no perdão que esqueci de dar ,nas palavras que tantas outras vezes falei sem refletir , e até nas muitas juras que infantilmente acreditei.
Entrei na sala de trabalho , e dei a todos vigoroso BOM DIA , consciente de que o sol ao me despertar hoje .tinha escrito na minha alma , uma das páginas mais lindas da minha vida!

Animais no circo



ANIMAIS NO CIRCO: O QUÊ VEM PRIMEIRO? LUTA POLÍTICA OU O RESGATE DO IMAGINÁRIO?

JUNIOR PERIM, fundador e coordenador executivo do CRESCER E VIVER, é membro da Rede Iberoamericana para o Desenvolvimento das Artes Circenses.

Tenho acompanhado os esforços da comunidade circense pela regulamentação da utilização de animais em espetáculos circenses, no Brasil. A causa, que antes afetava apenas aos circos que incorporavam ou que incorporam os animais aos seus espetáculos, vem mobilizando pesquisadores e intelectuais, trupes e grupos, companhias e artistas, escolas e centros de formação, todos estes, segmentos do circo que, mesmo não utilizando animais em suas práticas e fazeres, passaram a manifestar o seu apoio à pretendida regulamentação.

A pressão midiática é forte, e de tempos em tempos se renovam as denúncias de “maus tratos” que motivam novas ondas proibitivas e fortalecem o senso comum de que “circo legal não tem animal”.

Como resposta, a comunidade circense protesta com cartas, e-mail’s, manifestos e gestões junto às autoridades públicas, notadamente as ligadas à cultura. Além disso tenta incidir junto ao Poder Legislativo nos diferentes níveis, arguindo sobre o valor histórico e a importância cultural dos animais como traço essencial de um modelo de espetáculo que integra o imaginário circense.
Embora a comunidade circense tenha clara, defenda e lute pela regulamentação, parece-me que falta a ela estabelecer um diálogo com a sociedade, afinal, aceite o circo ou não, o maior resultado da pressão midiática é a formação de uma opinião pública, visceral e radicalmente contra os animais em circo. E, quando falo de opinião pública, não falo só da massa da população, mas de formadores de opinião e de atores sociais da cultura que não integram o universo circense. Como minha proposta é justamente ter noção do que pensa esse grupo sobre o tema “animais em circo”, consultei alguns deles com os quais mantenho relações e o resultado foi que: são contra. E qual tem sido a postura da comunidade circense frente a isso? O que tenho visto é adoção de estratégias não muito diferentes daquelas utilizadas pelas associações protetoras dos animais – endemonizar todos aqueles se contrapõem à sua luta, mesmo quando se trata de “gentes” e grupos sociais influenciado pela grande mídia sem fazer qualquer avaliação crítica.

Ao se fazer uma análise das estratégias até aqui adotadas pela comunidade circense na luta pela regulamentação dos animais em circo, a constatação é de que a luta pouco avançou. Para os que afirmam o contrário, deixo a seguinte questão: quais são os saldos concretos de tantas batalhas? O único positivo que consigo perceber é a unidade do discurso da comunidade circense, mas um discurso feito para ela mesma, um discurso que não cativou o povo que não aproximou outros sujeitos em escala suficiente para potencializar as suas pressões políticas. Fora isso, o que vemos são as apreensões discricionárias de animais efetuadas pelo Estado e um número cada vez maior de municípios brasileiros editando legislações proibitivas que impedem a circulação/itinerância dos circos que ainda inserem animais em seus espetáculos.

A luta não sensibilizou sequer as autoridades públicas no âmbito federal, com as quais o circo vem mantendo diálogo sistemático sobre a regulamentação. Afinal, o Estado que, através do MinC/FUNARTE, vem ampliando o apoio e o incentivo às atividades circenses, é o mesmo Estado que, através do IBAMA apreende animais.

A idéia de estabelecer este debate não é promover a identificação dos “adversários” da luta pela regulamentação dos animais em circos. O propósito é sugerir à comunidade circense uma reflexão sobre novas estratégias que devem ser adotadas, para que a luta pela regulamentação não siga perdendo batalhas ao focar sua incidência junto ao Congresso e aos governos que, sabemos, especialmente em um ano eleitoral, jamais irá se posicionar contra o senso comum, contra, repito, uma opinião pública visceral e radicalmente contrária.

Chegou a hora, aliás, passou da hora, do circo brasileiro investir a sua energia no resgate do imaginário circense, desenhando estratégias de diálogo com a sociedade que dêem conta de mostrar experiências do bom trato dispensado pelos circos aos seus animais, de demonstrar que os animais de circo (hoje) em sua totalidade não foram retirados do habitat natural. Enfim, de estimular em cada brasileiro e brasileira o resgate da sua mais elementar lembrança do espetáculo circense que assistiu na infância, no qual, por certo, consta como principal registro, a imagem de um animal exótico ou não, apresentado com graça e respeito pelo seu domador ou retirado da cartola de um mágico com um truque inacreditável.

É momento da comunidade circense aceitar, como principal desafio da luta em favor da regulamentação dos animais em espetáculos, ganhar a simpatia e o apoio da opinião pública, sem a qual, a pretendida regulamentação não será intuída e encarada com ações concretas pelos Poderes Legislativo e Executivo. Só revertendo a posição da opinião pública, colocando-a a favor da causa entorno da qual (hoje) só o circo me parece estar articulado a luta terá chances de vitória. Do contrário as pernas dos soldados circenses vão se afundar no lodaçal do jogo político que, inevitavelmente, levará em consideração o que “pensa” o povo. Portanto, é preciso ganhá-lo, esta é a lógica basal da sociedade democrática.

A mais recente e boa experiência de um movimento que, paulatinamente, vem ganhando a opinião pública e a partir daí obtendo ganhos legislativos é o movimento homossexual. Que tal o circo observá-lo e aproveitar a experiência de mobilização e reversão do preconceito que ele vem empreendendo? Bom, mas este é papo para um novo artigo.
(artigo escrito para o site Circonteúdo, em junho de 2010)

"Só para refletir: e os animais a serviço da polícia?....." Cristina Diôgo











--
Luzes Acesas
- Claude Bloc -


Texto febril. Luzes acesas. Essência da vida presa no espelho antigo. Coisa antiga espalhada no tempo, impregnando a alma de indiferença e lassidão...

Um passo à frente, cheiro de pó sobre os estofados. Um outro plano grudado ao real. Cheiro de saudade impregnando a pele. Tudo verdadeiro. Tudo!

Mas por que teria que contar histórias impossíveis? Por que querer transformar o cotidiano em hipérbole?

Pois é, pra que? O tempo nos sorri afavelmente enquanto nos olha de soslaio.
O passado é simples e sempre está aqui, basta estar aberto e disponível. Quando as luzes são acesas ...

Claude Bloc

AMADO - Com Vanessa da Mata

Racadinho do coração...

Para quem amou demais...

Para quem não lembrava....



Demais (Yes It Is)
Verônica Sabino
Composição: Lennon & McCartney; Zé Rodrigues & Miguel Paiva

Foi um vento que passou
Que te trouxe
E te levou
Deixando no corpo
A marca do amor
Que ficou no ar
Ilusão luar
A chuva que esse vento
Traz
Faz com que
Eu me lembre mais
De todos os sonhos
Que a gente sonhou
Planejou demais
Demais
Bem que eu podia
Tentar te encontrar
Mas um vento forte
Que me afastou, te levou
Te escondeu
Longe demais
A chuva que esse vento
Traz
Faz com que
Eu me lembre mais
De todos os sonhos
Que a gente sonhou
Planejou demais
Demais
E cada vento
Que soprar
Pode te fazer voltar
Encher o vazio
Que ficou no ar
Me marcou demais
Me marcou
Demais

Minicurso sobre Criação e Gestão de Associações/ONGs


Inscrições no site www.institutofocus.com

Feliz Aniversário, Zélia Moreira ! Abraços madrugados !

Feliz Aniversário, Zélia Moreira !!!

Estou sem recursos nas postagens. Problemas com o micro. Mas faz de conta que estou te enviando as músicas "Eu sei que vou te amar" e "Todo Sentimento" - as suas preferidas, dentre tantas !

O Bolo só tem velas . Você está de dieta, e eu estou diabética. Mas a turma adora , uma fatia daquelas, com farto recheio , e melada cobertura !
.

Tenha uma idade nova cheia de grandes surpresas e muitas realizações...

Enfim, seja feliz !




Psiu!

Obs. Um anjo noturno passou por aqui e realizou a vontade de Socorro Moreira ....

E aproveitamos o ensejo para estender esse desejo de:

PAZ, ALEGRIA, SAÚDE, FELICIDADE

da parte de todos os CARIRICATURENSES,

para VOCÊ, Zélia

Com o nosso ABRAÇO!!!