Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 17 de outubro de 2010

Dia 18 de Outubro- Dia do Médico !

Cariricaturas homenageia os seus :

José Flávio Vieira, José do Vale Feitosa, João Marni Figueirêdo, Assis Lima, Heládio Teles Duarte.

Parabéns a todos os profissionais da saúde , que nos  garantem atendimento, quando os ares nos trazem os males .

Grande Otelo



Grande Otelo (ou Othelo), pseudônimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata (Uberlândia, 18 de outubro de 1915 — Paris, 26 de novembro de 1993) foi um ator, cantor e compositor brasileiro. Pai do também ator José Prata.

Colaboração de Lídia Batista

Recado musical

Por Casimiro de Abreu



Que é - simpatia


Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.


Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.


São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.


Simpatia - meu anjinho,
É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'agosto
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é quase amor!




Casimiro de Abreu


Casimiro José Marques de Abreu (Capivary, 4 de janeiro de 1839 — Nova Friburgo, 18 de outubro de 1860) foi um poeta brasileiro da segunda geração romântica.


Amor e medo


Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"



Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...



Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.



O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair cias tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.



É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!



Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?



A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!



Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...



Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...



Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...



Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!



No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!



Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.



Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...



Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

Homofobia



Entre 1948 e 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a homossexualidade como um transtorno mental. Em 17 de maio de 1990, a assembléia geral da OMS aprovou a retirada do código 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacional de Doenças, declarando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. A nova classificação entrou em vigor entre os países-membro das Nações Unidas em 1993. Com isso, marcou-se o fim de um ciclo de 2000 anos em que a cultura judaico-cristã encarou a homossexualidade primeiro como pecado, depois como crime e, por último, como doença.
Apesar deste reconhecimento da homossexualidade como mais uma manifestação da diversidade sexual, as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) ainda sofrem cotidianamente as conseqüências da homofobia, que pode ser definida como o medo, a aversão, ou o ódio irracional aos homossexuais: pessoas que têm atração afetiva e sexual para pessoas do mesmo sexo.

A homofobia se manifesta de diversas maneiras, e em sua forma mais grave resulta em ações de violência verbal e física, podendo levar até o assassinato de LGBT. Nestes casos, a fobia, essa sim, é uma doença, que pode até ser involuntária e impossível de controlar, em reação à atração, consciente ou inconsciente, por uma pessoa do mesmo sexo. Ao matar a pessoa LGBT, a pessoa que tem essa fobia procura “matar” a sua própria homossexualidade. A homofobia também é responsável pelo preconceito e pela discriminação contra pessoas LGBT, por exemplo no local de trabalho, na escola, na igreja, na rua, no posto de saúde e na falta de políticas públicas afirmativas que contemplem LGBT. Infelizmente, também, os valores homofóbicos presentes em nossa cultura podem resultar em um fenômeno chamado homofobia internalizada, através da qual as próprias pessoas LGBT podem não gostar de si pelo fato de serem homossexuais, devido a toda a carga negativa que aprenderam e assimilaram a respeito.

Saiba mais sobre Homofobia nas Escolas:
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001339/133977por.pdf


© ABGL

Linda demais !

Chiquinha Gonzaga - Por Norma Hauer



UMA MULHER EXTRAORDINÁRIA !
Foi há 163 anos que ela nasceu, recebendo o nome de Francisca Maria Edwiges Gonzaga. Era o dia 17 de outubro de 1847. Foi aqui mesmo, no Rio de Janeiro, filha de José Basileu e uma mestiça de nome Maria. Apenas isso: Maria. Pois foi essa MARIA que trouxe ao mundo um talento conhecido como CHIQUINHA GONZAGA.
Uma mulher maravilhosa que não deu “bola” aos preconceitos da época e abriu as portas para um mundo abençoado por suas músicas e peças teatrais.

Casaram-na aos 16 anos , como era hábito então , mas ela não nascera para o casamento; mesmo assim teve três filhos (ainda não se inventara a pílula).
Como não era a vida que desejava, abandonou seus filhos, ficando com o mais velho, de nome João Gualberto. Este, em 1920, embora não fosse músico, mas sendo filho de quem era, criou a gravadora “Popular”, para concorrer com os “Discos da Casa Edson-Rio de Janeiro” , que dominavam o mercado da época. Nessa gravadora, Francisco Alves, então iniciando sua carreira , gravou seus primeiros discos.

Tentando ingressar no meio teatral, Chiquinha produziu duas peças:”Penhasco" e "Festa de São João”. Foram rejeitadas, por terem sido escritas por uma mulher. Só que era uma mulher de fibra e não se intimidou. Assim, em 1885, com uma nova peça de nome “A Corte na Roça”.estreou no meio antes hostil, especialmente masculino, mas que reconheceu seu talento.

As “dondocas” hipócritas de seu tempo, provavelmente as invejavam por sua coragem, mas não se misturavam com uma mulher separada e que
depois teve amantes.
Era com Antônio Calado e seus “chorões” que ela se relacionava profissionalmente.
Essa mulher maravilhosa escreveu um bonito tango (como eram comuns) de nome “Lua Branca”, que não é nada mais que uma seresta que, posteriormente, recebeu uma letra de Luiz Peixoto e ainda hoje é um dos hinos de nossos seresteiros. Luiz Peixoto foi também seu patrono em uma “burleta” de nome “Forrobodó”, escrita em 1912.

Dois anos depois, em pleno Palácio do Catete, levada por outra mulher também talentosa ( a cartunista Rian), apresentou, ao violão, instrumento considerado “maldito”, seu tango “Corta-Jaca”, também conhecido como “Gaúcho”.

Rian era NAIR DE TEFÉ, a esposa do então Presidente da República Marechal Hermes da Fonseca.
Compôs também, entre outras melodias, as de nome “Falena”, “A Brasileira” e “Machuca”.
Ainda no final do século 19 criou a primeira música feita especialmente para o carnaval: o “Abre Alas”, para o cordão “Rosa de Ouro”, do Andaraí. Ali mesmo, naquele bairro tranqüilo da Zona Norte.

Chiquinha Gonzaga esteve três vezes em Portugal com seu jovem companheiro, de nome João, que a acompanhou até o fim de seus dias, em 28 de fevereiro de 1935.

Chiquinha foi um exemplo de perseverança em uma época hostil, em que se lutava pela Abolição e pela República, quando a política “fervia” e os preconceitos dominavam.

Hoje, 75 anos após seu falecimento, temos uma mulher disputando a Presidência da República, algo inimaginável em sua época.

Mas é graças a mulheres como CHIQUINHA GONZAGA e outras pioneiras, que hoje, nós, mulheres, temos as portas abertas para exercer qualquer profissão.

Assim, ABRAMOS ALAS PARA CHIQUINHA GONZAGA, que, de onde está, deve se sentir feliz por ver que aquilo pelo qual ela lutou não é mais um sonho.

Norma

Sonhos - por Domingos Barroso



Às vezes por minha pressa em amar
esqueço uma letra ou uma palavra.

Mas os olhos não se iludem
com o que se espantam:

delicado toque
da antena da tv
(portátil)

ao dorso frio
da geladeira.

Penso como reagirei
ao pegar tuas mãos.

Se eu esquecer às vezes
pela loucura da saudade
uma letra ou uma palavra

é que ando assustado
com as rédeas soltas
de tudo (tudo)
em minha volta.

Coisas como:
reflexos da lua
dentro da poncheira
ou pedacinhos de sabonete
vívidos personagens de cera.

por Domingos Barroso

Convite !

 BRUNO PEDROSA - SOPRA E SOTTO LA LINEA DELL'EQUATORE.

BRUNO PEDROSA - SOPRA E SOTTO LA LINEA DELL'EQUATORE
sábado, 23 de outubro às 18:30
Local: Galleria ARTBUG- Dieda via Roma, 98 Bassano del Grappa (VI) Italia

Bate coração! - Por Carlos e Magali

* Carlos Eduardo Esmeraldo
* Magali de Figueiredo Esmeraldo


Há cerca de dois meses, Socorrinha, uma das minhas noras, me contou um sonho que ela teve. Nele a minha falecida mãe lhe pedia para me avisar que no dia do meu aniversário, eu teria uma surpresa. Não dei muita importância, mas Magali pensou que seria a venda de um pequeno terreno que possuímos em Juazeiro.

Desde criança que me ocorrem pequenos surtos de taquicardia. Coisa que eu não dava muito importância, pois logo ela desaparecia. Em agosto de 1996, uma dessas crises demorou a passar e tive de ser levado às pressas para uma emergência cardiológica. A médica que me atendeu, Dra. Astrid Rocha Meireles Santos, teve muito trabalho para debelar essa crise. Em seguida, ela me explicou que essa taquicardia era decorrente de uma pequena anomalia congênita debelada facilmente com uma medicação adequada. A partir daí, fui acompanhado pela a Dra. Astrid visitando seu consultório de duas a três vezes por ano. Nessas oportunidades eram realizados vários exames necessários para checar a minha saúde.

Em fins de agosto último, um teste ergométrico constatou uma deficiência coronária. A cintilografia revelou uma leve isquemia do miocárdio esquerdo quando eu estava sendo submetido a esforço. Então tive a surpresa de ter que realizar um “cateterismo” no dia 15 de setembro, justamente no meu aniversário. Mais surpreso ainda, eu fiquei quando recebi os dados revelados por esse exame: obstrução em três artérias principais, uma delas, 90% lesionada.

Ao analisar os resultados dos exames a Dra. Astrid me informou que teria de ser colocadas no mínimo três pontes, à peito aberto, e que iria me entregar ao Dr. Glauco Lobo, em quem ela depositava toda a confiança.

Jamais imaginei que um dia eu teria de ser submetido a uma cirurgia para revascularização do miocárdio, popularmente conhecida por “Ponte de Safena”.

Fiquei muito abalado e para desabafar, escrevi um texto onde afirmava que “Viver é preciso”! ‘Mesmo que para tanto eu tivesse que construir “pontes” e pavimentar novos caminhos’. Foi uma forma que encontrei para comunicar o que acontecia comigo.

Quando me vi numa maca sendo transportado para o Centro Cirúrgico, fechei os olhos, penetrei no mais íntimo do meu ser e me coloquei nas mãos de Deus, dizendo: “Senhor, este servo está em vossas mãos”. De repente me veio uma enorme tranqüilidade e quando acordei, encontrava- me na UTI e, pude entender que estava bem vivo!

Às vezes pensamos que o mundo está perdido, que não existe mais o amor e a solidariedade. Mas, através dos momentos difíceis podemos enxergar o amor e a presença de Deus na bondade das pessoas. O mundo está impregnado de egoísmo, de individualismo, e por isso achamos que são poucas as pessoas boas.

Nesses dias em que Carlos se submeteu a cirurgia para fazer as pontes nas veias obstruídas, tive oportunidade de observar o amor e a doação dos profissionais da saúde: médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, camareiras, auxiliares de serviços. Todos trabalhando com delicadeza e um sorriso nos lábios, apesar do cansaço de um dia de trabalho ou de uma noite de plantão. Esse acolhimento ao paciente e à sua família é muito importante.

Quando estava sentada na sala localizada de frente ao Centro Cirúrgico, acompanhada dos meus filhos e noras, à espera de alguma notícia da cirurgia de Carlos, sempre encontrava enfermeiras solidárias que me informavam do andamento da cirurgia. Quando eu visitava Carlos na UTI, também as pessoas que ali trabalhavam eram acolhedoras e educadas.

Através da solidariedade dos amigos e desses profissionais da saúde, estamos muito agradecidos a Deus por todo esse apoio e a força que Ele nos dá para enfrentarmos essas preocupações com tranqüilidade e esperança. Aos nossos amigos agradecemos sensibilizados, as visitas, os e-mails, os comentários, os telefonemas, a torcida e as orações. Agradecemos a Deus pelo dom da vida!

Por Carlos Eduardo Esmeraldo e Magali de Figueiredo Esmeraldo

Nota: O trecho de Carlos Eduardo Esmeraldo foi ditado a Magali que o digitou.

Quem é Quem...


Veja o panfleto num tamanho maior!
Via @IlustreBOB

Um trecho do EIS O NOSSO JOÂO DE BARROS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Vamos de explicação? Então! Quem é de hoje no Crato eu peço a quem possa decidir sobre tudo, seja qual natureza tenha, que o tempo lhe mostre, ao leitor desta cidade que é boa para curtir, este minutinho dos olhos deles aqui, os tempão que já passou e a ruma que ainda tem de coisa.

Este Crato é bom demais.

É só olhar direitinho que a coisa acontece. Assim é este cidadão da cidade mais cidade que o mundo jamais teve ou terá. O João de Barros. Não dar para mostrar ele todo. Só este trechinho com o qual o apresento. Ele está saindo do Cine Cassino, no meio do dia, de um dia de domingo como hoje. Vamos lá?

Espere um pouco, depois diga qualquer coisa e deposite no bizaco aqui do contador.


"Nisso, alguém chama pelo interlocutor de João e antes mesmo que ele contasse o enredo do filme, o amigo se despede e marca para continuar a conversa outro dia. João, que está em pé na porta do cinema, tem sede e assunta o ambiente para ver por onde vai começar a busca da fonte.

Vai passando do outro lado da praça um adolescente com um carrinho de picolé e João resolve matar a sede e a fome com picolé.

- Ei minino cuma é o picolé?
- Quinhentos réis.
- De que é que tem?
- De munta qualidade, o que é que tu quer?
- Quais são os gosto?
- Baunilha, morango, chocolate...
- O que mais?
- Castanha, leite, banana e abacate.
- Me dê um de castanha!
- Pegue, me dê o dinheiro.
- Peraí, deixô terminar de chupar o bicho.
- Mais eu num vou ficá aqui. Eu vô pru outro lado da praça.
- Aqui tu vai vendê muito mais picolé, tá na frente do cinema.
- Mais já terminou a sessão e todo mundo foi prá casa aimoçar.
- Me dê outro picolé de baunilha!

João chupa picolés de todos os gostos. Aliás falar em chupar é apenas uma força de expressão, pois, na verdade, ele vai mordendo o gelo do picolé e mastigando-o aos pedaços. Naquela sua conversa mole e comendo picolé, já deve três cruzeiros e cinqüenta centavos. O picolezeiro da Sorveteria Cascatinha vai ficando, pois o freguês é do bom. Mais um pouco o rapaz pede a João para tomar conta do carrinho e vai urinar num bar da esquina.

IX
João de Barros, se passando por vendedor de picolé, atende seu Ramiro Paiva, que vinha da casa do padre Frederico e, no percurso até casa, tem sede e resolve chupar um picolé.

- Rapaz, quanto é um picolé?
- Mil réis!
- Este picolé por um cruzeiro não está muito caro, não?
- Não sin-ô, este são especiá, só vende eles nos dia de domingo.
- Me dê um de chocolate!

Seu Ramiro de fato está com sede e embalado, pelos elogios de João aos picolés, chupa dois e paga a conta com uma nota de cinco cruzeiros.

- O sin-ô num tem trocado não. Eu só tenho nota de dois cruzeiros.
- Deixe-me ver.

O comerciante puxa um bolo de notas de dinheiro e vai examinando-o, enquanto João mantém na mão direita uma nota de dois cruzeiros e, na outra, a nota de cinco cruzeiros que seu Ramiro lhe havia entregue. Finalmente, o homem encontra os dois cruzeiros trocados e distraidamente o entrega a João. Nesse momento passa a empregada doméstica chamada Guiomar e faz uma brincadeira com João. Seu Ramiro se interessa pela beleza da morena do pé de serra e João, aproveita para envolver o velho com a moça. Quando a moça sai, João de Barros vai logo lembrando que tem de ir para o outro lado da praça com o carrinho de picolé. O velho satisfeito com os encantos da morena vai para casa sem perceber que nesta enrolação João havia ficado com cinco cruzeiros dele.

- Tu demorou munto!
- É que aproveitei e comi um cachorro quente e bebi um guaraná. Apareceu algum freguês?
- Não, num deu ninguém. Tomém tá na hora do aimoço.
- É mermo, eu vou prá praça da Sé. Té mais!

O esquecimento do vendedor, aumenta o lucro de João na venda de picolé. Chupou sete picolés de graça e ainda apurou sete cruzeiros. Senta-se satisfeito no banco da praça, sob a sombra de um pé de ficus. Aproveita para observar o vai-e-vem da cidade, seus carros, suas bicicletas e as pessoas circulando. Nada mais animador para quem vem das brenhas das roças e florestas.
Passa um senhor e ele pergunta pelas horas. Eram 12:45 horas.

X
João resolve ir andando para o Cine Rádio Araripe que fica na rua Nelson Alencar, a dois quarteirões da praça. Lá, quer assistir às 13:30 horas, a mais um capítulo da série de Nyoka. Logo João está enturmado com a moçada que vende bombons e chocolates, cigarros a granel, trocam e vendem revistas em quadrinhos ou, então, negociam pedaços de fitas de cinema, conseguidos nos cortes e emendas, quando a fita quebra durante a projeção.
Ipês
- Claude Bloc -


Em Fortaleza, vejo ipês por onde passo. Nem preciso ir tão longe. Sigo pelas ruas e lá estão eles meio acanhados acompanhando o percurso. Assim, vou colhendo sua graça e beleza simplesmente e a rua com seus passantes apressados nem percebe como tudo se enfeita por causa dos ipês.
Na época da florada sua exuberância aparece simplesmente. A beleza é tão grande que muitas vezes surpreendo-me com a intenção de ficar ali parada, olhando a copa das árvores contra o céu azul em sintonia ou em contraste. Sempre gostei dos ipês de uma forma especial. Creio ser uma questão de afinidade. Então, vejo-os lindos e (re)descubro que a sua copa florida é descaradamente uma exaltação do cio da terra.
Quando vou a Sobral, o ônibus segue seu destino, em meio à poeira das estradas secas. Olho pela janela e observo a paisagem nessa passagem hipnótica. No meio do mato esturricado os ipês solitários, dão o tom da alegria. Aqui e ali seu amarelecer mistura-se ao azul do céu numa simbiose perfeita. O tempo lá fora parece, então, ficar diferente, mais moroso...
A estrada segue e as coisas também seguem e parecem andar ao ritmo da própria vida: nos seus giros naturais. Lá fora o ipê vai ocupando outros espaços e irrompe feito um sonho no meio do asfalto. Como uma aparição do outro mundo. Um ipê florido. Ardendo feito fogo em seu amarelo apaixonante. O sol fustiga o tempo e a visão do ipê me enlouquece de tanto brilho. Fico pensando que seria um sacrilégio chegar perto e pisar as muitas flores caídas.
.
 Falo com eles (os ipês) mas eles nem me ouvem. Estão muito ocupados em florir, pois seu tempo é tão curto...

Claude Bloc

Os “fantasmas” de Serra – José Nilton Mariano Saraiva

A tentativa de desconstrução e enxovalhamento da candidata petista Dilma Rousseff foi ardilosa e detalhadamente planejada nos sombrios e lúgubres laboratórios subterrâneos do PSDB, e posteriormente difundida a gregos e troianos pelo candidato oficial do partido à Presidência da República, José Serra.
Embora extemporânea e claramente despropositada, pretendia-se estancar a sangria de votos e a queda nas pesquisas associando, desonestamente, a opinião pessoal da mulher Dilma Rousseff, a respeito do aborto, com uma possível política de governo, na perspectiva da sua eleição.
De nada adiantaram os desmentidos da candidata petista, mostrando que a matéria era de exclusiva competência legislativa (do Congresso Nacional) e que, particularmente, não tinha nenhuma intenção de encaminhar, se eleita, qualquer projeto de mudança na lei vigente. O estrago estava feito, já que, além da campanha sórdida veiculada na Internet por partidários do PSDB, membros da ultraconservadora cúpula da Igreja Católica (sempre eles), insuflados por segmentos da mídia adeptos do golpísmo, recomendaram aos padres, bispos e multiplicadores outros a difusão sistemática do “perigo” de se eleger alguém que era “contra a vida”. A partir de então, a profusão de homilias descredenciadoras e a distribuição de “santinhos” exalando ódio, no recinto e saída dos templos católicos, virou uma febre.
Além do que, para “ajudar” nessa campanha terrorista, a esposa de José Serra, a chilena Mônica Serra, em suas incursões pelos bolsões de pobreza da periferia das grandes cidades (Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, por exemplo) tratava de por fogo na fogueira e apimentar a questão, ao sugerir maldosa e cinicamente que se eleita a candidata Dilma Rousseff iria “...matar criancinhas”.
Eis, porém, que surge um depoimento contundente, com nome completo, endereço e CPF (de uma eleitora de Marina Silva, residente no sudeste brasileiro) que afirmou, confirmou e se pôs à disposição para repetir onde for necessário (e se possível arranjar outras testemunhas), que sua então professora universitária, Mônica Serra, anos atrás ilustrava suas aulas com “detalhes” sobre sua tragédia pessoal, ao ter que praticar espontaneamente o aborto num determinado período da sua vida (com a concordância do marido ???).
E aí nos vem a lembrança de que, quando participou do debate da TV Bandeirante, o sempre falante candidato José Serra estranha e repentinamente emudeceu, mumificou-se, perdeu a voz (teria lembrado de algo comprometedor do passado ???), quando a candidata Dilma Rousseff, crispando de indignação, cobrou-lhe explicações sobre o que sua esposa difundira irresponsavelmente (que ela, Dilma, era a favor de “matar criancinhas”). Serra, covardemente (ou convenientemente), não defendeu a esposa (faltou-lhe argumentos ???).
A expectativa, agora, é de como se comportará o senhor José Serra ao atentar que a “suspeita” por ele lançada sobre o posicionamento “teórico” da mulher Dilma Rousseff a respeito do aborto, possivelmente já se materializara (na “prática”, de verdade), lá atrás, dentro da sua própria casa. Ou será que ele atravessa um preocupante momento amnésico ??? Será ???
Enquanto isso, a imprensa toda está atrás da senhora Mônica Serra, que, estranhamente, se mandou, no auge da campanha do marido, pra passear em sua terra natal, o Chile (saudades da família ???). Sem data prevista de retorno. Pode ???
E o "coerente" Serra ainda vai ter que responder e explicar direitinho sobre o tal do “Paulo Preto”, presumível arrecadador de fundos da sua campanha (que ele categoricamente afirmara não conhecer e, um dia depois, após as ameaças do mesmo em abrir o bocão, imediatamente lembrou-se e lhe teceu loas mil).
Como se vê, é fantasma que não acaba mais na vida do José Serra.

Recebido por e-mail



MANIFESTO SOCIAL DE APOIO A CANDIDATA DILMA

Nós abaixo assinados manifestamos apoio a candidata Dilma Roussef por representar a continuidade do projeto de garantir proteção social a todos os brasileiros.

Essa foi a prioridade do Governo Lula e assim queremos que continue no seu Governo. Foi essa determinação que possibilitou a criação de condições técnicas, institucionais, políticas e financeiras para fundar a mais expressiva iniciativa no campo da política social no Brasil a partir de 2003.

27,9 milhões de pessoas superaram a pobreza no Governo Lula e queremos fazer mais e melhor com Dilma presidente.

A marca do Governo Lula foi a consolidação dos direitos sociais, a marca do Governo FHC foi a ausência do Estado e a transferência das responsabilidades públicas para a sociedade. Queremos a continuidade de um país melhor para todos os cidadãos onde o direito social seja respeitado e onde os indicadores de desigualdade continuem em queda: entre 2003 e 2009, a desigualdade diminuiu numa tendência nunca vista no país, com o coeficiente de Gini recuando em média 1,2% ao ano (de 0,589 em 2002 para 0,543 em 2009).

O rompimento com o modelo assistencialista e a implantação de um novo modelo de proteção social no Brasil, consagrou o direito social das pessoas e o dever do Estado de proteger famílias e indivíduos vulneráveis. Reinventamos um Brasil social que precisa ser consolidado no seu governo.

A ação vigorosa do Estado para corrigir os desequilíbrios sociais e regionais e garantir o direito à alimentação foi a tônica que deu materialidade à rede de proteção social, hoje consolidada por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)

Temos que destacar o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada que garantem renda básica e são importantes instrumentos que tem garantido regularidade e qualidade da alimentação para famílias pobres brasileiras, por meio da transferência de renda. Pesquisas revelam que 93% das crianças e 82% dos adultos das famílias beneficiárias pelo Programa Bolsa Família fazem três ou mais refeições diárias.

Os números falam por si!

O orçamento desta área no Brasil passou de R$ 6 bilhões em 2002 para quase R$ 40 bilhões em 2010.

Hoje temos uma rede de 6.763 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e 2.036 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) espalhados por todo o país, quase 300 mil cisternas construídas, na região do Semiárido brasileiro, restaurantes populares e cozinhas comunitárias que são responsáveis por milhares de refeições por dia, os Bancos de alimentos que distribuem cerca de 1,5 toneladas de alimentos/mês beneficiando entidades assistenciais.


Estamos conseguindo dar opções para a juventude: o Projovem Adolescente quadruplicou o número de jovens atendidos. O antigo Projeto Agente Jovem atendia 112 mil jovens e a nova política para a juventude alcança mais de 600 mil jovens.

Assim como estamos vencendo a luta contra o trabalho infantil. Estamos erradicando o Trabalho Infantil e protegendo crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos, retirando-as da prática do trabalho precoce e promovendo o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Hoje mais de 800 mil crianças e adolescentes estão fora do trabalho infantil. No Brasil a luta contra o trabalho infantil é compromisso do governo Lula e diminui ano a ano.

Precisamos continuar fazendo do Brasil um país justo e para todos.

O reconhecimento dos avanços está na seriedade com que os compromissos são assumidos: o alcance do Bolsa Família; a oferta de serviços socioassistenciais e de ações na segurança alimentar e nutricional.

A unidade e solidariedade construída nestes anos entre os entes federados e os resultados alcançados exigem de nós trabalhadores, gestores, usuários, conselheiros, professores, entre outros, um posicionamento público para avançar e consolidar o sistema de proteção social público, de qualidade e não contributivo.

Com Dilma Presidente, avançaremos na área das políticas sociais! Queremos seguir mudando por um Brasil mais justo para todos!

Pela valorização da vida, pela superação da pobreza, pelo fortalecimento dos direitos sociais , votamos na DILMA , votamos 13.

Batucada - Por Socorro Moreira










Manhã de domingo, na capital cearense. Varanda de uma amiga, na Aldeota. Tristeza com razão ou sem razão... O mar e o sol no mesmo lugar, e o meu coração viajante buscando o amor na canção. 
É engraçado como sentimos a vida,  antes dos 30 anos... Tudo é presente com uma pressa enorme de futuro, e o maior dos ideais é viver com plenitude, um grande amor.
Chegaram. O namorado da minha amiga e um amigo com o violão nos braços. Vieram cantar , serenata em pleno meio dia.
Foi servida uma caninha de cabeça, e começaram  os bebes- riscos
.Eu que não gosto de cana, naquele dia, também  beberiquei, ou fiz de conta que o fazia. E fiz, quando o violão mostrou sua primeira nota.O violão tremia , e dizia de cara: sou boémio, e dos bons !
Depois de Luiz Melodia, foi a vez do repertório de Luiz Bonfá..Na sequência , tudo que a gente aprendeu com os pais, os tios,ouvindo rádio, nas festinhas, e nas rodas de viola. Minha memória refrescada e sensível, acompanhava todas. Os meus olhos vidrados nas mãos  do violeiro, pulavam pros seus olhos de ser esteiro.
Foi paixão à primeira vista, ou à primeira ouvida !
Tornou-se  namorado, companheiro por alguns anos, até tornar-se um amigo...Distante, mas nunca esquecido.
O amor se alimenta de música. Mas a música no coração de um violão vadio faz chorar quem espera a próxima canção. 
Esperei tantas madrugadas...! Minha mãe até dizia : "Amélia perde longe pra ti". E perdia ?
Esperei até pegar outra estrada, e nunca mais olhei  para trás. 
Um abraço virtual, naquele moço que me fazia entrar em contato com todos os grandes compositores, de uma forma mágica.
Ainda bem que aprendi o caminho de achar a minha linha melódica. Aprendi a escutar na vitrola tudo que eu gosto.
Hoje  eu vou passar o dia, vibrando com as composições de Luiz Bonfá: Batucada !
Batuques num  coração desapaixonado, mas cheio  de encantos.
Compartilho com vocês o frenesi  das belas canções. 
.Bom domingo para todos !

Pérola da MBP




Perdido de Amor
Luiz Bonfa
Composição: Luiz Bonfá

Perdido de amor
Perdido estou, por você
Amar seu olhar
Seus lábios beijar
É viver
À luz do luar
Eu fico a cantar,por você
Num verso que diz
Serei tão feliz, com você
Perdido de amor
Perdido estou, por você
Seu beijo sensual
Carícia ideal
Não posso esquecer
Eu vivo a sonhar
Seu nome a chamar
Só penso em você
Perdido de amor
Perdido estou, por você

Luiz Bonfá - Um dos meus preferidos !


Luiz Floriano Bonfá (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1922 — Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2001) foi um cantor, violonista, compositor brasileiro.
Bonfá nasceu no dia 17 de Outubro de 1922 no Rio de Janeiro. Aprendeu sozinho, quando criança, a tocar violão. Quando completou 13 anos passou a ter aulas com o Uruguaio Isaías Sávio. Tais aulas se tornaram muitos cansativas para Bonfá, que tinha de sair de sua casa na periferia do Rio, andar uma grande porção do caminho a pé e depois pegar um bonde para Santa Teresa, onde morava o professor. Devido à extraordinária dedicação de Bonfá, Isaías não lhe cobrava as aulas.

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Frédéric Chopin


Frédéric Chopin também chamado Fryderyk Franciszek Chopin (Żelazowa Wola, 1 de Março de 1810 — Paris, 17 de Outubro de 1849) foi um pianista polaco[2] e compositor para piano da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história.[3] Sua técnica refinada e sua elaboração harmônica vêm sendo comparadas historicamente com as de outros gênios da música, como Mozart e Beethoven, assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje.

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A direita quer sangue - José do Vale Pinheiro Feitosa

No dia 30 de abril de 1981, um pouco mais de um ano antes das primeiras eleições populares para Governador, durante um show da juventude pelo primeiro de maio uma bomba explodiu no Riocentro no Rio de Janeiro. Iria matar muita gente, mas terminou por explodir no colo de um militar que a armava. Aquilo ajudou a derrubar a ditadura militar.

Em 1982, durante a primeira campanha livre, Leonel Brizola disputa as eleições e polariza com Moreira Franco do PDS (atual DEM). Um panfleto, que tinha as impressões digitais e um agente da extrema direita, sob o formato da antiga Revista O Cruzeiro circulou para destruir a imagem do Brizola.

Agora na Campanha do Tucano José Serra fazem o mesmo. Ontem foi dado um flagrante numa gráfica que imprimia folhetos apócrifos contra Dilma, iguais ao que fizeram no primeiro turno com a questão do aborto. Os folhetos seriam distribuídos nas igrejas católicas de São Paulo e do sul do país a encomenda era de 20 milhões. O bispo de Osasco é apontado como o responsável. E o dinheiro vem de onde?

Aparecem as primeiras evidências da autoria e da fonte da grana a partir da pessoa que contratou a impressão para a gráfica. A Associação Theotokos ligada a grupos cristãos integralistas e o Partido Monarquista Brasileiro que tem o Movimento Identidade Imperial. Na ponta pode estar o Vice de Serra Índio da Costa.

Existe a suspeita do envolvimento da TFP. E assim fica demonstrado que o famigerado Olavo Monteiro de Carvalho ao se queixar das queixas do Lula contra o jogo baixo só mostra vento de ares pestilentos. A democracia está em risco e todos os que ajudam a esta correia podem manchar as mãos. Uma coisa é o debate democrático e outra a pauleira ao estilo punk neonazista contra nordestino em São Paulo.