Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mensagem

Hora de deitar-se.
Leve consigo a fronha.

Aquela fronha perfumada.
Camões capa dura.

Hora de deitar-se.
Leve consigo o travesseiro.

Aquele travesseiro babado
de Fernando Pessoa.

O chapéu ao vento -
lusitanas saudades.

Hora de deitar-se.
Não esqueça de lavar os pés
e não molhe os tamancos.

Pense em coisa boa -
ao abrir os olhos
uma borboleta
dentro dos seus ouvidos.

Hora de deitar-se.
Beba seu copo de nescau.

Sinta o corpo mortinho da silva.
A alma não implore.

Quando se dorme
a mente é déspota.

Dê-lhe as rédeas -
os cavalos voam
e atiçam nos cascos fogo.

[contente-se com seus tênis sujos
debaixo da estante
e ensine ao poeta amar seus sonhos]

Aldemir Martins - Arte e Pintura


Aldemir Martins
8/11/1922, Ingazeiras (CE)
5/2/2006, São Paulo (SP)

Aldemir Martins teve carreira caracterizada pela temática nordestina

A natureza e a gente do Brasil são os temas mais freqüentes da obra do artista plástico cearense Aldemir Martins: em seus desenhos, gravuras e quadros, vêem-se cangaceiros, galos, peixes, gatos, frutas e paisagens têm a marca registrada da brasilidade, nos traços fortes e nas cores vibrantes, em que se mesclam influências cubistas e fauvistas, resultando num estilo muito peculiar e original.

Desde menino, Aldemir dedicou-se ao desenho. No colégio militar, tornou-se monitor de desenho de sua classe e, no Exército, ao qual serviu entre 1941 e 1945, venceu um concurso das oficinas de material bélico, recebendo a curiosa patente de "Cabo pintor".

Ainda no início dos anos 1940, o pintor agitou os meios artísticos cearenses, criando com Mário Barata e Antônio Bandeira, entre outros, o Grupo Artys e a SCAP - Sociedade de Artistas Plásticos. Nessa época, fez sua primeira exposição, no 2º Salão de Pintura do Ceará e trabalhou como ilustrador em jornais de Fortaleza.

Ao dar baixa do serviço militar, em 1945, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde participou de uma coletiva do Salão Nacional de Belas Artes e começou a ganhar renome nacional. No ano seguinte, mudou-se para São Paulo e realizou sua primeira individual, na seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil.

A partir de 1947, estava nos principais salões de arte do país e recebeu vários prêmios. Em 1949, fez um curso de história da arte com Pietro Maria Bardi e tornou-se monitor do Masp, onde também estudou gravura com Poty e conheceu sua segunda mulher, Cora Pabst. Após uma viagem ao Ceará, em 1951, Martins decidiu retornar a São Paulo num caminhão pau-de-arara. Com essa experiência, iniciou uma série de desenhos de temática nordestina, que caracterizaria sua carreira.

Participou também de importantes mostras competitivas como as duas primeiras bienais de São Paulo, sendo premiadas em ambas, e na Bienal Internacional de Veneza de 1956, na qual recebeu o Prêmio Internacional de Desenho, sua consagração definitiva.

Aldemir Martins viveu em Roma entre 1960 e 61, mas depois retornou a São Paulo, onde permaneceu até o fim da vida. Vale a pena ressaltar que, como artista, nunca se acomodou, não recusando a inovação, nem limitando sua obra, mas surpreendendo pela constante experimentação. Trabalhou sobre suportes diversos, como caixas de charuto, telas de linho, de juta e de tecidos variados.

Muitos de seus desenhos e pinturas foram reproduzidos em produtos industrias como pratos, bandejas, xícaras e embalagens. Além disso, foram usadas na abertura da telenovela "Gabriela, Cravo e Canela", baseada na obra de Jorge Amado.

Aos 83 anos, por volta das 19h30 do domingo 5 de fevereiro de 2006, sofreu um infarto em sua casa no bairro do Ibirapuera. Segundo seu genro, "foi uma morte quase natural, de insuficiência cardíaca. Ele estava muito velhinho já e tinha sido internado várias vezes no ano passado".


Itaú Cultural/Aldemir Martins

Peter Weiss


Peter Ulrich Weiss (8 de novembro de 1916 - 10 de maio de 1982) foi um escritor alemão, pintor e artista de nacionalidade sueca. Ele é particularmente conhecido por seu jogo Marat / Sade e seu romance The Aesthetics of Resistance.

Peter Weiss: um documento para a eternidade
Por Daniel Pinton

“Uma agulha hipodérmica mergulhada diretamente na veia emocional do espectador. Hipnotiza o olhar e fere a orelha. Desfia os nervos; disseca a psique”. Foi assim que, certa vez, a revista “Time” classificou a obra de Peter Weiss. E não houve excessos. O pintor, diretor de cinema e dramaturgo marcou por abordar com densidade eventos trágicos da história sem fazer deles um manifesto, mas, sim, um documento artístico. Foi dessa forma também que o alemão nascido em Berlim, em 1916, estreou na literatura com o microrromance “A Sombra do Corpo do Cocheiro”, em 1960, e deu alma a relativamente poucas – porém marcantes – peças que escreveu durante a sua vida, com destaque para “Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat, representado pelo Grupo Cênico do Hospício de Charenton sob a direção do Marquês de Sade”, mais conhecida como “Marat/Sade”, e para “O Interrogatório, Oratório em 11 Cantos”. Nesta última, o autor foi além: não apenas estudou o assunto, mas acompanhou o processo que julgou os criminosos de guerra de Auschwitz, além de visitar o campo de concentração nazista com os membros do tribunal. Não à toa, Weiss foi considerado o novo Brecht.

“A característica essencial dos textos de Peter Weiss, tanto ‘Marat/Sade’ quanto ‘O Interrogatório’, como eu os leio, é aquela própria de um dramaturgo talentoso que, ao abordar um tema dramático, trágico, não faz dele um manifesto, uma espécie de panfleto político, mas apropria-se da historia e da forma poética, já que é arte, e toca o coração do homem para que ele não se desumanize”, explica a diretora Eugênia Thereza de Andrade que, por sinal, foi a responsável pela escolha de “O Interrogatório” para o projeto 7 Autores, 7 Diretores, 7 Encontros – Intolerância, que ela coordena no Sesc Consolação, em São Paulo. A proposta é apresentar sete obras de diferentes autores sob a temática da intolerância. “Dentre os inúmeros textos contemporâneos que abordam a tragédia humana ocorrida em decorrência da intolerância, “O Interrogatório”, para mim, é o mais significativo e corajoso. Criou uma peça contundente sobre a opressão e o direito à liberdade”, diz.
Como um seguidor intelectual de Bertold Brecht, Weiss buscou em seus trabalhos mostrar os diversos lados de um ideal e dos personagens. Procurou narrar os fatos tal como eles ocorreram. Daí, a necessidade da presença do autor nos locais onde os eventos ocorreram e da maior ligação íntima possível com os atores reais da história. “Em cada testemunho, ao vê-los ou ouvi-los, você pode sentir e emocionar-se refletidamente sobre as opções que podemos assumir quando nos calamos diante da injustiça, por exemplo. Essas eram as questões principais para Brecht e Peter Weiss”, avalia Eugênia.

MARAT/SADE MARCA ÉPOCA
Foi “Marat/Sade”, imediatamente reconhecida pelos críticos como uma das obras mais importantes do teatro moderno, que, em 1964, deu a Peter Weiss fama e reconhecimento internacionais. A peça, encenada no Schiller Theater, em Berlim, foi extraordinariamente aclamada pela imprensa. A trama, dividida por Weiss em três esferas temporais, se passa em 1808, em um manicômio de Charenton, ao sudeste de Paris (França), onde o Marquês de Sade compõe e produz uma peça sobre o assassinato de Marat, ocorrido em 1793, e trata do conflito individualidade x necessidade de revolução. Na primeira versão, Weiss finalizou a peça com um impasse, mas, posteriormente, sua verve inundada pelo contra-senso falou mais alto e o autor concluiu em favor da revolução.

Após sucesso retumbante, o escritor alemão ainda escreveu para o teatro o musical político “A Balada do Fantoche Lusitano”, em 1967, que tratou das formas de colonialismo racial e econômico; “Discurso sobre os Preâmbulos e o Desenvolvimento da Interminável Guerra da Libertação Armada contra a Opressão e as Tentativas dos Estados Unidos da América de destruir os Alicerces da Revolução”, em 1968, sobre o papel dos Estados Unidos no Vietnã; “Como se ensinou o Senhor Mockingpott a deixar de sofrer”, também em 1968, que conta a história de um morador de rua detido pela polícia; “Trotsky no Exílio”, em 1969, sobre o processo revolucionário da Revolução Russa; “Hölderling”, em 1971, sobre um hipotético confronto do poeta e romancista Friedrich Hölderlin com Friedrich Hegel, Friedrich Schelling, Johann Fichte, Johann Von Goethe e Friedrich Schiller; e “Estética da Resistência”, em 1975, sobre um grupo de trabalhadores de Berlim politicamente motivado, ansioso de conhecimento, em 1937. Nesta peça, Weiss levou o experimentalismo às últimas consequências e demonstrou de maneira definitiva as convenções estruturais e formais do romance.

Além da fama internacional, o reconhecimento à obra de Peter Weiss veio, também, através de prêmios. Foram eles o Charles-Veillon Prize, em 1963; o Lessing Prize, em 1965; o Heinrich Mann Prize, em 1966; o Carl Albert Anderson Prize, em 1967; o Thomas Dehler Prize, em 1978; o Cologne Literature Prize, em 1981; e o Büchner Prize, o Bremen Literature Prize, o De Nios Prize e o Swedish Theatre Critics Prize, todos em 1982.

A partir de 1970, a produtividade do autor diminuiu por conta de um ataque cardíaco até praticamente parar, em 1973. Peter Weiss morreu em Estocolmo (Suécia), em 1982, aos 65 anos. Nada significativo o bastante para apagar aquilo que ele já havia deixado para a posteridade. “O mais marcante em Peter Weiss é sua capacidade de nos mostrar os fatos. Muitos dizem que seu teatro era documental e os documentos são eternos”, resume o produtor André Moretti.

Obras
1960 - “A Sombra do Corpo do Cocheiro”

1961 - “Adeus aos Pais”

1962 - “Ponto e Fuga”

1963 - “A Conversação dos Três Caminhantes”

1964 - “Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat representado pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton sob a Direção do Marquês de Sade”

1965 - “O Interrogatório, Oratório em 11 Cantos”

1967 - “A Balada do Fantoche Lusitano”

1968 - “Como se ensinou o Senhor Mockingpott a deixar de sofrer”

“Discurso sobre os Preâmbulos e o Desenvolvimento da Interminável Guerra da Libertação Armada contra a Opressão e as Tentativas dos Estados Unidos da América de destruir os Alicerces da Revolução”

1969 - “Trotsky no Exílio”

1971 - “Hölderling”

1975 - “Estética da Resistência”

Sutilezas

Até ontem
lançara aos céus
sementes estéreis.

Acabo de colher
as últimas maçãs podres.

Mas não é o fim
dos pulmões fuligem.

Caem lágrimas dos brônquios -
engraçado, mãe.

Agora sei que os brônquios
também choram.

E choram cinzas.

Servos

Não se preocupem com a lucidez
que me pega pelos dedos.

Temos muito a caminhar.
Agora o crepúsculo baixou de vez.

Sinto falta do papel
outrora amarelado
sem pauta.

Os dedos mais vândalos
apertavam a caneta sem pena.

Espremiam versos mancos.

Tais versos trôpegos
desfilavam altivos sobre a folha.

Quanta saudades do papel de embrulhar pães.
A última salvação quando todos os cadernos riscados.

O cúmulo de fato naquele dia
em que a lixeira do banheiro
ofereceu sua alma ao solitário poeta.

Escrevi feito louco
separando as palavras
do sólido excremento.

[Quem na infância
percorreu um corredor escuro
sabe que as paredes sem aviso
atravessam-nos o caminho]

Assim eram os meus dedos
sensíveis e atentos
escrevendo nos papéis
da lixeira do banheiro.

A saudade é amarela

por Vera Barbosa
Amor em cachos, amarelos pedaços
Caminho florido que trilho
Para percorrer sua ausência
E amenizar meu cansaço

Foto: Cachos do Ipê
Presente da minha amiga Claudia Bello, Campos - RJ

Ulisses Germano no programa Cariri Encantado


Ulisses Germano, músico, cantor, compositor, cordelista e professor de arte-educação, - será o entrevistado de hoje no Programa Cariri Encantado (Rádio educadora AM 1020, das 14 às 15 horas).

Natural de Fortaleza, mas radicado no Cariri, precisamente em Crato, há seis anos, Ulisses Germano é um dos maiores entusiastas e admiradores da cultural popular caririense. Desenvolve atividades de músico e cantor, realizando apresentações musicais acompanhado por instrumentistas tradicionais, a exemplo do Mestre Aldenir, do Reisado da Vila Lobo, Crato.

O programa Cariri Encatado é apresentado por Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias e conta com o apoio do Centro Cultural BNB Cariri.

A poesia de Domingos Barroso

Para Laura


Até agora não derramei uma lágrima.

Mas sinto aberta uma vala no meu peito.


Sei das minhas loucuras.

Do compromisso com o desconhecido.

Deixei ao relento minha alma sedenta

enquanto o corpo desfalecido pedia trégua.


Agora se refaz uma mente pacífica

em meio a destroços que adubam a coragem.

Não há necessidade do perdão

tampouco do conflito.


Aonde for levarei comigo

minhas paredes e minhas formigas.

Confesso sem medo do escuro

que a minha vida nunca foi tua

e que os meus olhos vivem cegos

desde os primeiros tombos no útero.


Fui um mau menino.

Um Lunático esposo.

A Poesia minha sombra.
Assusta, decerto.

Mas no dia seguinte

é a Ela que peço colo.


Até agora não derramei uma lágrima.

Mas sinto florido um jardim suspenso.



por Domingos Barroso

Dia do sorriso-Socorro Moreira


O céu da cidade - José do Vale Feitosa




Quando a cidade ainda era criança ouvia histórias de Trancoso ao luar ou em noites estreladas. Foi nesta era que aprendeu a mais improvável das idéias. O tempo e o espaço não existiriam por eles, dependiam dos astros no universo.

E então ela compreendeu, mesmo uma menina ainda aprendiz, entre o alto do Seminário e de São Francisco, que o céu era invenção de seus próprios corpos celestes.

Por isso na parte do seu umbigo, a qual brincava chamando-o Siqueira Campos, ela imaginava que ali se reuniriam os astros do céu para longas noites de brincadeira.

E como uma criança de sentido na vida, todas as noites ela punha as estrelas, os satélites, os cometas, asteróides, corpos cadentes, pulsares e quasares para animada conversa.

A criança entendia que todos deveriam nas noites se encontrar. Sem qualquer censura a quem quer que fosse. Sem dimensões, hierarquias ou primazias, apenas a reunião para que assim o céu surgisse em sua natureza dependente dos corpos reunidos.

De vez em quando o sol queria mediar alguma coisa, dizer que ele era o principal, pois ocupava com seu brilho metade do tempo.

Mas a criança dizia-lhe: o tempo é matéria de todos os corpos celestes. Não adiantava o sol querer censurar, se vingar com seus raios candentes, se aborrecer com os outros astros, ele apenas o era em face dos demais.Pois naquele céu da cidade a estrela mais amorosa, doce com estas luzes matutinas e vespertinas, canto das ladainhas com cheiro de vela iluminada, era uma necessidade inarredável.

A estrelinha com algumas sombras enrugadas, uma cicatriz da eventualidade, não era imagem dos espelhos côncavos, era um astro mantenedor do céu da cidade.

Feito aquelas estrelas da constelação de câncer, que dizem do incontrolável em multiplicação, mas são tímidas e misteriosas, ligadas às tradições. Mesmo que lhe digam abismo, é o signo do sonho, da ternura, imaginação e da memória tenaz que fixa e idealiza as recordações, acontecimentos e sentimentos do passado para se proteger contra as incertezas do futuro. Sedutor e sensual. Com seus textos e figuras retiradas dos jardins do mundo.

E sempre lá as estrelas do Cruzeiro do Sul, no traço do caminho da via láctea, a rota que do litoral aponta para a origem. Como é para sul, se veste de outras possibilidades que não apenas as mesmas normas assim do modo costumeiro, o seu contrário que até se diz que norteia. Os astros constelares destes céus que se dizem luzes.

O céu necessita dos pulsares que não cessam, mesmo quando despido de suas lagartixas ou das formas continentes do cotidiano. Os pulsares são tantos e dispersos no planisfério da praça que em cada canto vem a narrativa de um tipo da cidade, uma voz das correntezas franciscanas; mais adiante uma voz feminina em dupla com o outro gênero.

Quasares como sugestão do indecifrável, na fronteira do universo, quase a cabeça luminosa de toda uma galáxia. Cometas anunciando os velhos tempos, puxando uma cauda luminosa entre o medievo e a modernidade.

Alguma estrela polar essencialmente traduzindo o espaço como uma forma determinada pela intensa luminosidade de tal astro. E são todos, a cidade sabe que nenhum pode ausentar-se sob pena que o céu não se mostre.Mesmo o buraco negro é necessário como parte positiva de tamanha conjugação.

Certo que a palavra fala em negativo, no sumidouro de todas as partículas, mas também de uma força que tende a resolver tudo por origem.

Aquele antes em que o horizonte de tantos eventos nem promessa seria. Apenas o irrealizado.

A cidade sabe a importância do céu, sem ele jamais chegaria à vida adulta.


A marca dos meus óculos - Carlos Esmeraldo



Nunca gostei dos meus retratos. As fotografias sempre me mostram coisas que o espelho esconde. Nelas, eu não vejo hoje, o menino tímido que fui e teimo em continuar sendo, mas um velho cheio de rugas, boca murcha, queixo um tanto caído e olhos quase semicerrados.
Uma tristeza sem fim!
Somente uma vez, um dos meus retratos me agradou. Durante minha passagem pelo Rotary Clube do Crato, pediram-me uma foto para galeria dos ex-presidentes. Submeti-me durante quase uma tarde inteira a uma seção de fotografia para tirar apenas um simples retrato.
Estava com os meus trinta e cinco anos e a fotografia clicada pelas mãos de uma verdadeira artista, a melhor profissional do Ceará, parece ter captado tudo de bom que existe no meu interior e, por fora, revelava-me um homem de beleza para mim totalmente desconhecida.
A dona Telma Saraiva teve muito trabalho para me enquadrar na postura correta. Ao final, para desculpar-me pelo tempo que a fiz desperdiçar, eu observei: “como os modelos fotográficos sofrem!”. E ela me respondeu: “Não! Eles sabem se colocar.”
Tenho consciência de que nunca fui nenhum padrão de beleza. Para piorar as coisas, na minha adolescência, eu comecei a notar que as letras das legendas dos filmes diminuíam de tamanho e o quadro-negro do colégio tinha sempre uma sombra que me obrigava a sentar na primeira fila. Os rostos das pessoas nas ruas eram desfocados por um intenso raio de luz, que não me permitia reconhecê-las à distância. Eu era míope e não sabia.
Já estudando em Salvador, aconselharam-me um oculista e, este me passou óculos de lentes grossas, cheias de círculos concêntricos, que reduziam os meus olhos a dois minúsculos pontinhos.
A minha miopia não seria curada nem com mil torneiras, como dizia brincando o “trapalhão” Zacarias na televisão.
Portanto senhores fotógrafos, apesar de usar lentes de contatos há mais de quarenta anos, as marcas dos pesados óculos permanecem no meu nariz por eles deformado.
Não sou nenhum modelo e por isso dispenso seus ensaios fotográficos. Aliás, no meu caso não seriam ensaios, mas simples treinamentos de amadores.


Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Preparando a mala ... - Socorro Moreira

Encontro de velhos amigos. Entre amigos , apenas risos.
Essa qualidade de afeto tão viva , revalida meu entusiasmo de vida.
Tempo em que as saudades ficam no ócio, desaparecem .
O telefone é insistente , e os eventos sucedem-se... Seja na praça, na calçada, na sala ou no batente de casa.
Todo mundo do mesmo jeito , apenas iluminadamente grisalhos . Todo mundo feliz , sem contar dores, nem segredos...Apenas vivendo o mistério de um novo tempo. Todo mundo confiante , aberto ... Todo mundo trocando carinhos e os códigos de uma época.
Tão bem viver sempre , e sempre , ao longo dos anos que parecem curtos.
Engraçado ... Todo mundo virou irmão.
Contávamos com essa família dispersa ?
Descobrir que a lembrança agrega é fato significadamente consumado !
É porisso que eu estou viajando( dia 9) para passar uma semana em Recife .
Estou com saudades de Stela, Rosineide, Rejane e Pedro, Nilo, Joaquim, Rosa , e outros amigos afins.
Claude, larga tudo aí, e vamos também, menina !

Ingenuidade poética - Socorro Moreira

Escrevo, porque nada tenho para contar ao analista. Por que curar-me de tanta vida?

Escrevo porque existem pessoas que instigam as minhas lembranças, nutrem a minha lua, inspiram-me a crença de um poema.

Música, papo, candura, arte... É objeto de crítica. Senti-la como se quer é ato livre.

Jamais serei crítica literária. Não tenho a base acadêmica, nem a quero... Ela teria destruído a minha ingenuidade poética. E eu não saberia brincar com as minhas bonecas... Teria esquecido meus amores, teria desaprendido o exercício da paixão. Não quero o grupo que não namorou em praça pública com as mãos molhadas de pudor, e os olhos faiscando estrelas.

Quero o baião-de-dois de todos os dias. A paçoca no prato, a cajuína S.Geraldo, e queijo de coalho com doce de banana.

O cotidiano nesses últimos dias achou de voltar a ter 20 anos.

Com a beleza das rugas e a iluminação do sorriso.

Salve a poesia, o entusiasmo da alma!

Azul - por Socorro Moreira







"Balaio do Amor"

Várzea Alegre, Crato, Fortaleza, Recife e a Paraiba estão de parabéns. Elba Ramalho ganhou o Grammy Latinoamericano como o Melhor Álbum de Música de Raizes Brasileiras - Regional. Seu último CD Balaio de Amor, reúne xotes e baiões, consagrados e inéditos.

Já comprei meu CD que está impecável com: músicas, letras, arranjo, voz, etc. O CD contém duas músicas do compositor Xico Bizerra, "Se Tu Quiser" e "Oferendar". Acredito que o título do CD - Balaio do Amor originou-se de um verso de "Oferendar".

Xico Bizerra tem raiz familiar em Várzea Alegre, nasceu em Crato, se criou em Fortaleza e é radicado em Recife. Atualmente, aposentado do Banco Central, mantém dois programas semanal na Rádio Folha de Pernambuco.

Sou fã de carteirinha do compositor Xico Bizerra, pessoa muito simples e ótimo compositor. Parabéns Xico e Dulce, vocês merecem colher excelentes frutos.

Hoje uma réstia, amanhã toda iluminação - por José do Vale Feitosa


Quando o sol chega à parte da elipse que diz julho no hemisfério sul, Arquimedes faz sentido. Devido à bela intrusão metamórfica do Corcovado junto à qual plantei minha janela. Quando as 16 horas são contadas no relógio, o sol se encontra num pequeno ângulo entre a pedra do Cristo Redentor e o Sumaré. Ainda feroz de luz, mas uma réstia prestes a ser apagada. Poucos minutos e se pôs. Não queimará mais o sinteco da sala. Deu por findo a jornada do dia.

E isso poderia ser eterno. Mas não: já sei que não é em pragmatismo. É no tempo poético, posto que não busques a permanência se tens a corrida das Valquírias. Eles se vão, o tempo passa, o momento cessa. Mas poetas, ele está bem aqui, como suor na tua pele, feito os líquidos em que ti circulam, como os gases que se trocam. O eterno não seria mesmo aqueles quadros por minuto, mas o fotograma do acontecido. Este é eterno, pode ser desconhecido, mas no cômputo geral do movimento o foi e deste modo é.

E Arquimedes? De repente em menos de uma semana o sol dar um salto daquele ângulo fugaz e se torna mais permanente. Estica o entardecer. Ainda reduz o dia, mas o ponto que alavancou, não a terra mas o sol, foi utilizado pela Elipse. Esta geometria da ordem pitagórica tão reduzida a uma folha de papel na escola e tão imensa em todos os significados da vida cá nesta crosta de um astro em translação.

E quando escrevi Arquimedes meu veio calipso. Ou melhor, Kalypso, não a banda, nem a ninfa de Odisseu. Mas uma médica do sistema de saúde inglês, nos dando o sentido da racionalidade em gestão de saúde. Não a racionalidade inerente a um processo, mas aquela que se volta à redistribuição de qualidade de vida, que aplica para garantir a todos o mesmo acesso à saúde. Isso é muito, especialmente nesta ânsia imoral por corte de gastos.

por José do Vale Pinheiro Feitosa

Encontro - Edésio Batista

À Eleonora


No meio do meu caminho,
Deparei-me com espinho,
Também com flor perfumada ...
Subi íngremes ladeiras,
Desci descida escarpada;
As pedras deixei de lado,
Pisei n'areia lavada.
Destemido e resoluto,
Prossegui minha jornada.
E no final do caminho,
Se desfazendo em carinho,
Encontrei a minha amada.

Risoto de camarão

Ingredientes :

400 gramas de arroz ( arbóreo de preferência)
600 gramas de camarões limpos
2 (sopa) de tempero verde
1 (sopa) de manteiga
Palmito em conserva picado
60 ml de azeite de oliva
2 dentes de alho picados
60 ml de vinho branco seco
1,5 litro de caldo de peixe
Sal, pimenta-do-reino
1 cebola picada
Suco de limão


Temperar os camarões com sal, pimenta, limão e reservar por 30 min. Aquecer metade do azeite e dourar o alho. Juntar o tempero verde e os camarões e refogar mais um pouco. Adicionar o vinho e deixar evaporar. Reservar. Em outra panela, adicionar o restante do azeite e dourar a cebola até ficar transparente. Acrescentar o arroz e deixar refogar por 3 min. Vá acrescentado o caldo de peixe, misturando sempre até que o arroz fique al dente. Juntar os camarões e deixar aquecer. Temperar. Adicionar a manteiga o palmito, misturar bem e servir em seguida.


Retrato- Cecília Meireles

Albert Camus - Filósofo e escritor



Albert Camus (Mondovi, 7 de novembro de 1913 — Villeblevin, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor e filósofo nascido na Argélia. Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos que, aliados ao sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensamento do escritor.

Filho de um francês e de uma descendente espanhola, cedo Camus já conhece o gosto amargo da morte. Seu pai morreu em 1914 na batalha do Marne durante Primeira Guerra Mundial. Sua mãe então foi obrigada a mudar para a cidade de Argel, para a casa de sua avó materna, no famoso bairro operário de Belcourt onde, anos mais tarde, durante a guerra de descolonização da Argélia houve um massacre de árabes.

O período de sua infância, apesar de extremamente pobre é marcada por uma felicidade ligada à natureza, que ele volta a narrar em o "Avesso e o Direito". Mas também em toda a sua obra. Na casa, moravam além do próprio Camus, seu irmão que era um pouco mais velho, sua mãe, sua avó e um tio, um pouco surdo e tanoeiro. Profissão esta que Camus seguiria se não fosse pelo apoio de um professor da escola primária M. Germain, que viu naquele pequeno pied-noir um futuro promissor. Sua família no começo não via com bons olhos o fato de Albert Camus seguir para a escola secundária, fazendo parte de uma família pobre, o próprio Camus diz que no começo foi difícil para ele essa decisão, pois ele sabia que a família precisava da renda do seu trabalho. E que ele deveria ter uma profissão cedo, e que trouxesse frutos, como a profissão de seu tio. No fundo Camus também gostava do ambiente da oficina onde seu tio trabalhava. Há um conto escrito por ele que tem como cenário a oficina, e no qual a camaradagem entre os trabalhadores é exaltada.

Sua mãe trabalhava lavando roupa para fora para ajudar no sustento da casa. E durante o segundo grau, ele quase abandonou os estudos devido aos problemas financeiros da família. Foi neste ponto que um outro professor foi fundamental para que o ganhador do prêmio Nobel de 1957 seguisse estudando e se graduasse em filosofia: Jean Grenier. Ambos os professores ganham livros dedicados à eles. Jean Grenier por exemplo tem "O Homem Revoltado" dedicado a ele. A tese de doutoramento de Albert Camus, assim como a de Hannah Arendt, foi sobre Santo Agostinho.

Mas, neste momento, o absurdo da existência se manifestou mais uma vez na vida de Camus. Após completar o doutoramento e estar apto a lecionar, sua saúde lhe impediu de se tornar um professor. Uma forte crise de tuberculose se abateu sobre ele nesta época. Ele era tuberculoso havia já algum tempo. Esta doença lhe deu a real dimensão da possibilidade cotidiana de morrer, o que é fundamental no desenvolvimento de sua obra filosófica /literária. A tuberculose também o impediu de continuar a praticar um esporte que tanto amava e lhe ensinou tanto: Camus era o goleiro da seleção universitária. Conta-se que um bom goleiro. E seu amor para com o futebol seguiu-o durante toda a vida. E uma das coisas que mais o impressionou quando da sua visita ao Brasil em 1949 foi o amor do brasileiro pelo futebol. Conta-se que uma das primeiras coisas que Albert Camus fez ao pisar no Brasil foi pedir para que o levassem para assistir a uma partida de futebol. Um pedido bastante incomum para um palestrante.


Mudou-se para a França em 1939, pouco antes da invasão alemã. Mudou-se principalmente devido à polêmicas com as autoridades francesas na Argélia. Ele havia publicado uma série de ensaios sobre o tratamento que os árabes recebiam por parte dos franceses na Argélia, pois os árabes não eram considerados cidadãos franceses e portanto eram subjulgados a um governo no qual nem ao menos podiam votar. Crianças árabes morriam de fome, não tinham atendimento médico. Camus nessa época também fazia parte do Partido Comunista, do qual se desvinculou pouco tempo depois. Sua esposa e filhos permaneceram na Argélia e devido à guerra nem Camus pôde voltar à Argélia, nem sua esposa e filhos puderam vir para a França. Ele ficou em Paris durante o começo da ocupação nazista, trabalhando em um jornal. Devido a censura e a vigilância costante dos nazistas a maior parte dos jornalistas franceses muda-se para a região da França de Vichy. Começa a participar do Núcleo de Resistência à ocupação chamada Combat, tornando-se um dos editores do jornal de mesmo nome.

Seu primeiro livro "O Avesso e o Direito" assim como "Bodas em Tipasa" foram publicados quando ele ainda residia na Argélia. Mas durante o tempo da ocupação além de trabalhar em jornais e editar o jornal clandestino Camus se dedicou a outra de suas paixões o Teatro. Ele já havia participado de um grupo de teatro ligado ao partido comunista quando ainda morava na argélia, e ao sair do partido comunista montado um outro grupo que apresentava peças clássicas de teatro aos trabalhadores.

Conhece Sartre em 1942 e tornam-se bons amigos no tempo de pós-guerra. Conheceram-se devido ao livro "O Estrangeiro" sobre o qual Sartre escreveu elogiosamente, dizendo que o autor seria uma pessoa que ele gostaria de conhecer. Um dia em uma festa em que os dois estavam, Camus se apresentou ao Sartre, dizendo-se o autor do livro. A amizade durou até 1952, quando a publicação de "O Homem Revoltado" provocou um desentendimento público entre Sartre e Camus.

Camus morreu em 1960 vítima de um acidente de automóvel. Em sua maleta estava contido o manuscrito de "O Primeiro Homem", um romance autobiográfico. Por uma ironia do destino, nas notas ao texto ele escreve que aquele romance deveria terminar inacabado. Ao receber a noticia da morte de seu filho Catherine Hélène Camus apenas pode dizer: "Jovem demais." Coincidentemente ela também morre no mesmo ano que seu filho: 1960.

Uma curiosidade sobre o acidente de automóvel: Camus não deveria ter feito a viagem para Paris de carro junto com os Gallimard (Michel, Janine e a filha deles Anne). Ele iria fazer esta viagem com o poeta René Char, de trem. Mas por insistência de Michel ele resolve ir de carro com eles. Char também foi convidado, mas não quis lotar o carro, além de já haver comprado sua passagem (Camus também já tinha seu bilhete de trem comprado quando foi convencido a ir de carro). No acidente de automóvel o Facel-Véga de Michel se espatifou em uma árvore. Apenas Camus morreu na hora. Michel morreu no hospital 5 dias depois. O relógio do painel do carro parou no instante do acidente: 13h 55min.

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Lev Davidovich Bronstein - Leon Trotsky


Nascido em família de origem judaica, Lev Davidovich Bronstein, que mais tarde assumiria o nome de guerra de Leon Trotsky, foi preso pela primeira vez aos 18 anos, por seu envolvimento com grupos revolucionários. Passou dois anos em diversas cadeias czaristas.

Em 1900 casou-se com Alexandra Lvovna Sokolovska e foi deportado para a Sibéria. Dois anos depois fugiu e viajou para Londres, onde entrou em contato com Lênin e outros exilados russos. No mesmo ano conheceu Natalya Sedova, que se tornou sua companheira.

Trotsky voltou à Russia por ocasião de levante de operários de São Petersburgo, em 1905. No ano seguinte, foi preso novamente e deportado. Passou por diversos países, chegando finalmente aos Estados Unidos. Ali recebeu a noticia da revolução de fevereiro, que depôs o Czar e instalou um governo provisório na Rússia. Trotsky voltou a seu país, mas antes ficou detido por algum tempo no Canadá.

Quando chegou a Rússia, assumiu um papel ativo na organização de trabalhadores e soldados. No final de 1917, os bolcheviques, liderados por Lênin e Trotsky, deram um golpe de Estado e derrubaram o governo provisório, dando início ao que chamavam de "ditadura do proletariado" e criando uma República Soviética da Rússia.

De 1918 a 1921 Trotsky exerceu o cargo de Comissário do Povo para a Guerra, numa Rússia em guerra civil. Ao contrário do que gostam de admitir seus admiradores, foi um militar linha dura, que não hesitava em usar a violência contra inimigos ou supostos adversários. Esmagou com mão de ferro uma revolta de anarquistas na cidade de Kronstadt em 1921.

Em 1923 aprofundou-se a cisão entre ele e seu companheiro de partido Stalin, provocada pela ascendência deste na crescente burocracia partidária e por divergências políticas relacionadas aos rumos da revolução. Trotsky propugnava a expansão da revolução por outros países, enquanto Stálin formulava a doutrina do socialismo em um país único.

Com a morte de Lênin, em 21 de janeiro de 1924, começou a corrida pela sucessão. No Comitê Central do Partido Bolchevique, iniciou-se o processo de calúnia e difamação de Trotsky promovido por Stalin e seus principais aliados de ocasião, Kamenev e Zinoviev. Em 1925 Trotsky foi proibido de falar em público e em 1929 foi banido da União Soviética.

Ficou no exílio na Turquia até 1933, na França até 1935 e depois na Noruega até 1937. Finalmente, foi para o México, no dia 9 de janeiro de 1937. Nunca deixou de lado o ativismo político, propondo políticas revolucionárias que se opunham às desenvolvidas pelos partidos comunistas que gravitavam em torno da União Soviética em todo o mundo. Em 1938, escreveu o panfleto "Programa de Transição", que é o programa de fundação da 4a Internacional Comunista.

Stalin, porém, considerava a militância de Trotsky uma ameaça real a sua hegemonia sob o movimento comunista internacional. Assim, infiltrou um agente seu na residência mexicana de Trotsky, Ramón Mercader, que o matou a golpes de picareta em 1940. Mercader jamais assumiu ter agido a mando de Stalin.

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Centro Cultural BNB Cariri: Programação Diária



Dia 06, sexta-feira

Especiais - CULTURA NA REDE
Baterias
- Glauber Rocha e o Cinema Brasileiro
- História da rádio no Brasil
- Música Afro X Música Brasileira: Influências

Atividades Infantis - HORA DO RECREIO
Local: E.E.M Plácido Aderaldo Castelo. (Caririaçu)
15h30 A Triste Partida. 20min.

Música - CULTURA MUSICAL
19h30 Banda A Posteriori. 60min.

Rua São Pedro, 337 - Centro - Juazeiro do Norte
Fone (88) 3512.2855 - Fax (88) 3511.4582

Steve McQuen





Steve McQueen (Indianapolis, Indiana, 24 de março de 1930 — Ciudad Juárez, México, 7 de novembro de 1980), foi um ator norte-americano, sempre lembrado pelos filmes de ação que protagonizou.
Steve foi menino de fazenda, conviveu com hippies, delinquentes e transviados. Passou dois anos em um reformatório da Califórnia e aos quinze anos abandonou a família para ser marinheiro, carregador, empregado de posto de gasolina e vendedor. A sorte chegou quando topou ganhar quinze dólares por semana para dizer um pequeno diálogo por noite em um teatro off na Broadway.

Ele mesmo se definia como um indomável cínico, rebelde e nada bonito, e sempre procurou personagens obcecados por uma ideia, nada românticos e sem o estereótipo do galã. Ao chegar a Hollywood, na década de 1950 foi logo saudado como o sucessor de James Dean.

McQueen começou fazendo diversos papéis em séries de TV. Entre 1958 e 1961 estrelou "Procurado Vivo ou Morto", série faroeste para a CBS, que rendeu noventa e quatro episódios. Começou no cinema em um papel não creditado em Marcado pela Sarjeta (Somebody Up There Likes Me, 1956), estrelado por Paul Newman. McQueen continuou a se equilibrar entre o cinema e a TV até que tirou a sorte grande ao conseguir um dos principais papéis de Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, 1960), faroeste clássico de John Sturges, com Yul Brynner comandando um elenco repleto de outros jovens candidatos a astros, como Robert Vaughn, James Coburn e Charles Bronson.

Filmes como Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963), também de John Sturges, O Canhoneiro de Yang-Tsé (The Sand Pebbles, 1966), de Robert Wise e, principalmente, Bullitt (Bullitt, 1968), de Peter Yates, estabeleceram McQueen como o típico durão hollywoodiano, versão anos 1960, papel que ele herdou de Humphrey Bogart, John Wayne e outras lendas do passado e transmitiria a Clint Eastwood, Bruce Willis, Sylvester Stallone etc.

Na década seguinte, o sucesso continuou em diversas películas bem acolhidas pelo público, como Papillon (Papillon, 1973), de Frank J. Schaffner, e Inferno na Torre (The Towering Inferno, 1974), de John Guillermin e Irwin Allen. No entanto, McQueen era um solitário por natureza e sua insociabilidade atingiu o ápice entre 1974 e 1978, quando preferia ficar trancado em casa, bebendo cerveja e engordando. Chegou a recusar convites milionários, como atuar em Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola ou trabalhar ao lado de Sophia Loren. Seu único interesse eram os carros e chegou ao ponto de pedir a seu mecânico para ler os roteiros que recebia e mostrar a ele apenas os mais interessantes. Finalmente, voltou ao cinema no fracassado O Inimigo do Povo (An Enemy of the People, 1978), de George Schaefer, drama adaptado da peça de Henrik Ibsen. Sua última atuação foi no thriller Caçador Implacável (The Hunter, 1980), de Buzz Kulik, já debilitado pela doença que o levaria à morte.

McQueen casou-se três vezes, a primeira com a cantora e dançarina Neile Adams (1956-1972), com quem teve seus dois filhos, depois com a atriz Ali MacGraw (1973-1978), que conheceu durante as filmagens de Os Implacáveis (The Getaway, 1972), de Sam Peckinpah, e por último com Barbara Minty (Janeiro a Novembro de 1980). Os dois primeiros terminaram em divórcio.

O ator foi vítima de um ataque cardíaco logo após uma delicada cirurgia para extrair um câncer pulmonar, aos cinquenta anos de idade. Quando faleceu possuía sua própria empresa cinematográfica, a Solar, e era um dos mais populares astros norte-americanos.

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Ary barroso - Compositor brasileiro



7/11/1903, Ubá (MG)
9/2/1964, Rio de Janeiro (RJ)

Ary Barroso conquistou o mercado internacional com Aquarela do Brasil

Ary Evangelista Barroso, filho de João Evangelista Barroso e Angelina de Resende Barroso, fica órfão ainda menino e passa a ser criado pela avó, Gabriela Augusta de Rezende, e pela tia, Rita, que o ensina a tocar piano.

Aos 12 anos, começa a trabalhar como pianista auxiliar no cine Ideal, em Ubá. Aos 17, recebe uma herança do tio Sabino Barroso, ex-ministro da Fazenda, e muda-se para o Rio de Janeiro com a intenção de estudar advocacia. Começa a faculdade, mas acaba gastando todo o dinheiro em restaurantes, bebidas e roupas.

No ano seguinte, é reprovado e, já sem dinheiro, tem de trabalhar: faz fundo musical para filmes mudos no cine Íris, no largo da Carioca. Em 1923, passa a tocar com a orquestra do maestro Sebastião Cirino, na sala de espera do teatro Carlos Gomes.

Em 1926, Ary consegue voltar para o curso de direito, mas não abandona a atividade de pianista, oferecendo-se para tocar em bailes e festas. Dois anos depois, é contratado pela orquestra do maestro Spina, de São Paulo, para uma temporada em Santos e Poços de Caldas. Durante os oito meses de viagem, compõe várias músicas.

Volta para o Rio em 1929. "Vamos Deixar de Intimidade" é gravada pelo amigo e colega de faculdade Mário Reis e transforma-se no primeiro sucesso de Ary Barroso. Ele conclui o curso de direito e compõe a marcha "Dá Nela". Inscrita no concurso de músicas carnavalescas da Casa Edison para o Carnaval de 1930, a música obtém o primeiro lugar. Com o prêmio (cinco contos de réis), Ary paga algumas dívidas e se casa com Ivone Belfort de Arantes.

Em 1931, produz várias composições para o teatro musicado. Em junho daquele ano, o teatro Recreio encena a revista "É do Balacobaco". A música "Na Grota Funda", de Ary, com letra do caricaturista J. Carlos, é parte do espetáculo. Na estréia, Lamartine Babo, encantado com a música, resolve escrever outra letra para a melodia. Assim nasce "No Rancho Fundo", lançada dias depois no programa que Lamartine comandava na Rádio Educadora do Rio.

Em 1932, Renato Murce convida Ary para trabalhar na Rádio Philips. Além de pianista, Ary se torna locutor esportivo, humorista e animador. Em 1934, depois de ter ido à Bahia como pianista da orquestra de Napoleão Tavares, ele cria na Rádio Cosmos (São Paulo) o programa "Hora H". Compõe "Na Batucada da Vida" (regravada por Elis Regina em 1974).

No ano seguinte, leva seu programa para a Rádio Cruzeiro do Sul (Rio de Janeiro) e compõe "Inquietação", lançada por Sílvio Caldas naquele ano (e regravada por Gal Costa em 1980).

Em 1937, Ary lança outro programa na Cruzeiro do Sul: "Calouros em Desfile" (que, nos anos 1950, será levado para a TV Tupi). O programa exige que os candidatos cantem somente música brasileira e anunciem o nome dos compositores. Nele se apresentarão, entre outros, Angela Maria e Lúcio Alves.

Ary estréia na Rádio Tupi em 1938, como comentarista, humorista, ator e locutor. Compõe "Na Baixa do Sapateiro" (gravada por Carmen Miranda) e chama a atenção do mundo com a trilha sonora do desenho animado "Você Já Foi à Bahia?", de Walt Disney.

"Aquarela do Brasil" é lançada em 1939 no espetáculo "Joujoux et Balangandans", de Henrique Pongetti. Aquele samba-exaltação, de melodia extensa, apoiado em grande orquestra, conquista o mercado internacional e faz sucesso no Brasil na gravação de Francisco Alves. Ele abre com estes versos, dentre os mais famosos da música popular brasileira: "Brasil/ Meu Brasil brasileiro/ Meu mulato inzoneiro/ Vou cantar-te nos meus versos/ O Brasil, samba que dá/ Bamboleio que faz gingar/ O Brasil do meu amor/ Terra de Nosso Senhor/ Brasil!/ Brasil!/ Pra mim./ Pra mim."

Em 1944, Ary vai conhecer os EUA e compõe "Rio de Janeiro" para o filme "Brasil". Fica oito meses lá, ganhando mil dólares por semana e compondo a canção-tema do filme "Três Garotas de Azul". No ano seguinte, volta à América do Norte para musicar o filme "O Trono das Amazonas", que teria 18 composições suas mas não chega a ser concluído (por causa da morte do produtor).

Nas eleições de 1946, candidata-se a vereador na Guanabara pela União Democrática Nacional (UDN) e tem a segunda maior votação da Câmara do então Distrito Federal (só perde para Carlos Lacerda). Em seguida, participa ativamente da escolha do local onde se construirá o Maracanã.

Aurora Miranda (irmã de Carmen) grava "Risque" em 1952, mas é na voz de Linda Baptista que esse samba-canção obterá sucesso. Naquele mesmo ano, Ary compõe "Folha Morta", gravada por Dalva de Oliveira em Londres (para a Odeon) e lançada no Brasil com estrondoso sucesso. Quatro anos depois, a música é regravada por Jamelão, na Continental.

A princípio, Ary Barroso não gosta da Bossa Nova, mas isso não o impedirá de colocar "A Felicidade" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) entre as dez melhores músicas populares de todos os tempos.

Ary Barroso e Heitor Villa-Lobos se encontram no palácio do Catete em 1955, para receber a Ordem do Mérito, concedida pelo presidente Café Filho. Em 1957, Ary é homenageado com o espetáculo "Mr. Samba", produzido por Carlos Machado e montado na boate Night and Day (Rio de Janeiro); o roteiro faz alusão à biografia de Ary, utilizando as próprias composições dele.

Em 1961, Ary adoece de cirrose hepática e vai morar num sítio em Araras (RJ). No ano seguinte, parcialmente restabelecido, retoma o programa "Encontro com Ary" (TV Tupi), transmitido aos domingos. Em 1963, é internado com nova crise de cirrose. Recupera-se no Natal, mas volta a ser internado e morre na noite de 9 de fevereiro de 1964, um domingo de Carnaval, no momento em que a escola de samba Império Serrano entra na avenida com o enredo "Aquarela do Brasil". Em homenagem ao compositor, faz-se um minuto de silêncio.

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Lauro Maia - compositor cearense


Lauro Maia 06/11/1912 05/01/1950



Nascido em Fortaleza, desde cedo se interessou pela música folclórica de sua terra, realizando diversas pesquisa sobre o tema. Foi o primeiro a tentar urbanizar ritmos locais com o lançamento do balanceio ("Marcha do Balanceio", gravada por Joel e Gaúcho, "Tão Fácil, Tão Bom", interpretada pelos Vocalistas Tropicais em meados da década de 40). No começo da década de 40, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde tocou em cassinos da cidade. Sua primeira composição, “Eu Vi um Leão”, de 1942, foi gravada pelo grupo Quatro Ases e Um Curinga, que só viria a fazer sucesso dois anos depois, com outra marcha do músico: “Trem de Ferro”. Com o cunhado Humberto Teixeira, compôs “Só uma Louca Não Vê”, sucesso na voz de Orlando Silva, em 1945. Após sua morte, em 1950, suas músicas continuaram sendo gravadas e fazendo sucesso – Carmélia Alves gravou “Trem ô Lá Lá”, outra parceria com Teixeira, e Raul de Barros, o choro “Faísca”. Até João Gilberto andou gravando suas canções, como em “Trem de Ferro”, interpretada pelo baiano em 1961.

Utilidade pública - colaboração de Nacélio Oliveira

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