Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 29 de outubro de 2011

A política de Samuel Araripe mais uma vez investe contra Almina Arraes - José do Vale Pinheiro Feitosa

Acabo de ler no blog do Azul Sonhado uma carta de Almina Arraes. Encontrei se dando ao trabalho de salvaguardar seus argumentos contra a SAEC diante da palavra fácil do vereador George Hugo Macário de Brito. Ele teria a acusado de caduca para proteger a administração de Samuel Araripe. Por isso ao considerar a distância dos detalhes do ocorrido fica o extrato do que realmente aconteceu: o estilo debochado e virulento de uma situação política que administra o Crato há oito anos. E em que pese o ácido do vereador, todo ele tem uma nascente e ela é Samuel Araripe. Foi em defesa de sua administração que a caduquice argumentativa do vereador se manifestou no plenário da câmara.

Eu tive contato com o George Macário pessoalmente e à distância por três vezes. A primeira foi numa reunião na Fundação Araripe quando o Pierre e a Violeta (irmã de Almina) o apresentou. Acho que ele teria algumas habilidades que poderiam ajudar a Fundação. A segunda quando tendo feito um texto para recordar as imagens de criança com os aviões da Real pousando no aeroporto do Crato e ele me cobrou não ter citado o avô que era o agente da Real no Crato. Ora meu texto não era um trabalho de pesquisa para esgotar o assunto, era um trabalho sentimental embora com pesquisa, mas não citar o avô dele não havia problema nenhum. Acho que ele queria dar a informação, mas o modo como o fez me pareceu arrogante e depois o li algumas vezes com argumentos que foram a marca dos agentes da administração Samuel em blogs e manifestações orais. Por último, por um amigo comum o Bruno Pedrosa, que demonstrou carinho por ele, inclusive pelo seu viés artístico.

Então fica o registro que pouco conheço o George Macário para fazer um julgamento dele em razão desta fala desrespeitosa e desqualificadora de uma cidadã em defesa dos seus direitos. Aliás, até me surpreendeu. O pai dele, Humberto Macário é muito amigo da família Arraes, até por que se casou com uma filha de Aline, filha de Alexandre Arraes e muito próximos de Dona Benigna, a mãe de Almina. A admiração e amizade de Ernani Silva e do próprio Humberto com a família inclusive causou-me um problema operacional na época de estudante. Então o diretor de um grupo de teatro estudantil que ensaiava o Auto da Compadecida, iríamos nos apresentar em Juazeiro e Humberto avisou à família que se fôssemos seríamos todos presos por subversão. Isso me valeu a perda de dois atores chaves no elenco filhos de Almina. Tivemos que improvisar a substituição de última hora.

Não sei se os filhos e netos estão mais arrogantes por que foram criados num mundo de abundância. Seria possível que aconteça aí o célebre manifesto de oligarquias que se sucedem no poder e acham que todos ficam muitos níveis abaixo das necessidades desta? O que motiva algo assim para defender uma administração num debate na Câmara de Vereador é no mínimo o demonstrativo da escassez completa de alguma moralidade e algum senso de cuidado em ser representante do povo. Os oligarcas costumam desconsiderar as instituições, pois eles sempre vêm primeiro. Se apresentam na assembléia deliberativa da sociedade como se estivessem num bar entre amigos falando dos outro o que bem entendem ou lhe vem à cabeça após alguns graus de álcool na cuca. Mas o pior é que o neto de Aline, filho de Humberto Macário disse o que disse sobre Almina em nome de Samuel Araripe, outro filho de papai político.

"Zorro" X "Sargento Garcia" - José Nilton Mariano Saraiva

Como não somos de ficar em cima do muro, guardar conveniências ou sair por aí sem tirar o sabão do corpo, já tivemos oportunidade de afirmar, aqui mesmo e em diversas oportunidades, que, lamentavelmente, no Brasil os desmandos afloram e se encontram presentes em todas as esferas do poder constituído (Executivo, Legislativo e Judiciário) e não será um Presidente (a) da República sério e bem intencionado (como o é a Dilma Rousseff) que irá debelá-los da noite pro dia, de uma hora pra outra, usando uma simplória varinha mágica de condão. Isso porque se trata de uma “questão cultural”, estratificada secularmente, arraigada em profundidade e solidamente fincada em terreno rochoso; portanto, demandará tempo, muito trabalho e paciência a fim que seja definitivamente varrida do mapa ou exterminada de uma vez por todas.
Agora mesmo, causou o maior qüiproquó e passou a ser discutido nos lares, bares, na rua, supermercados, motéis, igrejas, entre quatro paredes, nos altos escalões e em qualquer rodinha que se estabeleça no meio da rua, a corajosa declaração da ministra-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, ao admitir que “...há bandidos escondidos atrás da toga”, que “...existe corrupção no poder Judiciário, como existe em todos os segmentos da sociedade brasileira e eu tenho o dever constitucional de combatê-la” e, alfim, ao provocar sarcasticamente: "Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ” (aqui pra nós: qual seria a razão ???).
Ora, todos nós sabemos que não existe no Brasil grupo mais corporativo do que o Poder Judiciário, já que muitos dos seus magistrados se julgam donos da verdade, senhores da razão, intocáveis criaturas, espécie de semi-deuses e, pois, inalcançáveis pelo mortal-comum (talvez em razão da multifacetada cultura adquirida), daí a reação irada e apopléctica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluzo, exigindo um pedido de desculpas formal da magistrada. Ao que esta não titubeou em responder “Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados. Estou atenta às minhas responsabilidades, aos meus deveres constitucionais para que um dia eu possa dizer, depois da minha aposentadoria: nunca mais o despotismo, regerá a nossa Nação”.
Aqui pra nós, a verdade verdadeira é que os “pseudos” donos do poder e da razão (integrantes do Judiciário) não admitem qualquer espécie de controle – externo ou interno - e querem é tirar o poder da corregedoria do CNJ para investigar os crimes (graves e diversos) praticados por juízes, delegando a tarefa aos tribunais regionais (onde eles seriam julgados por seus pares, com resultados pra lá de previsíveis).
Basta que se diga que dos 33 juízes punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, desde a sua criação (em 2005), o Supremo Tribunal Federal já concedeu liminares suspendendo as penas de 15 deles (e neste momento nada menos que 35 desembargadores estão sendo investigados pela corregedoria do CNJ).
E você, aboletado aí em sua poltrona do outro lado da telinha, sorvendo aquela “loura suada” estupidamente gelada e tirando o gosto com panelada (ou lagosta, por que não ???), acha mesmo que “Suas Excelências” (os nossos bravos juízes) devem continuar mandando e desmandado, casando e batizando, fazendo e acontecendo, sem nenhuma contestação ??? É justo isso ???

O CANTO DO SABIÁ - Marcos Barreto de Melo

Toda tarde tu me chegas
Pra cantar no meu terreiro
E eu fico a te procurar
Entre os galhos do oitizeiro
Mas, não é pra te espantar
Quero só te escutar

Sabiá sei que tu cantas
Por querer me alegrar
O meu peito consolar
Só porque me viu chorar
Quando pela estrada andei
Procurando o que deixei

Meu sabiá, eu chorei
E a você vou negar não
Chorei porque não achei
Aquele velho cajueiro
Onde desenhei um coração
Com as iniciais do amor primeiro

Porque não vi o engenho
A doce cana caiana
A garapa, a rapadura
Aquele doce umbuzeiro
O gado no pasto berrando
E o vaqueiro campeando

Sabiá, também chorei
Quando para o curral olhei
E não vi mais a fartura
Do leite cru no capucho
Porque não vi apitando
O carro de boi na estrada

Sabiá, se eu chorei
Foi porque não encontrei
O riacho de água doce
Onde eu ia me banhar
Chorei ao ver os terreiros
Onde eu corria e brincava
E ao lembrar-me dos brinquedos
Que eu mesmo inventava

E do outro lado está cheia? - José do Vale Pinheiro Feitosa

É impossível negar, a carroça da internet não está vazia. Ela está cheia de coisas divergentes e de divergências dentro do próprio discurso. Existe um tipo de texto que se contradiz dentro da própria indignação como este abaixo. Leia com atenção que encontrarão tais contradições.

Fazendo uma interpretação apressada, suponho que seja fruto de muito exercício de leitura, em várias fontes com tendências interpretativas diferentes. Aí a pessoa pega um argumento aqui e junta com outro lá e não percebe a contradição. Mas o importante é que o pessoal está escrevendo muita bobagem, mas reproduz direitinho o que lêem. No texto abaixo somos capazes até de saber as fontes onde o camarada se "instruiu" para fazer sua leitura. Claro que ele também recebe muito spam com coisas iguais.


"Há uma grande conspiração em curso no Brasil. Trata-se da conspiração do PT e da esquerda em geral para assaltar o bolso das famílias, para imporem um modo politicamente correto de pensar, para censurarem o machismo, a homofobia, o sexismo e o nosso direito de andar armados. Essa gente quer assaltar os cofres públicos para nos fazer pagar impostos, com os quais eles só fazem roubar e enriquecer, enquanto eu me sinto vilipendiado e cada vez mais envergonhado. Nunca houve tanta corrupção neste país, nunca. É aquela coisa do pobre que jamais teve algo e que agora se lambuza, minha avó já dizia. Aqui, comediante é levado a sério, só porque é fascista, homofóbico, machista e age contra a lei, enquanto os políticos, ah, os políticos, esses seguem sem ser levados a sério. Por isso eu gosto mesmo é do Bolsonaro, inclusive. Ele vem sendo vítima do festival de autoritarismo e corrupção que assolam este país. Esses petralhas que estão mais preocupados em atacar a liberdade de imprensa do que em governar o país. Sim, porque o país só vai bem graças a Fernando Henrique, que não fosse ele, esses petralhas iam ver. O PT não faz nada que preste e só rouba o nosso dinheiro. O filho de Lula é milionário, Dilma sabe e acoberta Orlando Silva, aquele moleque safado que está podre de rico, caiu porque é culpado, óbvio.

Outro dia um jornal muito importante disse no seu editorial que o país precisava de uma limpeza ética! Eu concordo! Cresce no país a consciência de que chega de tudo isso que aí está! E ainda querem mais imposto para a saúde, e fraudam até provas de ensino médio, que são de alta importância para os nossos filhos! Como eles terão certeza de que entrarão por seus próprios méritos na Universidade? Não basta ter direitos negados pelas vagas dadas de presente – às nossas custas – a quem se diz negro (como se houvesse racismo no Brasil, ora essa!), aos desqualificados das escolas públicas e, pasmem, para indígenas. Chega! Está na hora da nossa marcha, da marcha pela dignidade, contra essa gente que quer mandar em nós, que quer controlar o nosso modo de pensar, que pretende ganhar dinheiro às minhas custas e fazer demagogia com os impostos que eu e minha família e você paga!"

"Padim" forte - José Nilton Mariano Saraiva

Qualquer estrangeiro encrencado com a Justiça do país de origem (ou mesmo de uma outra nação qualquer) e que queira se estabelecer no Brasil sem perigo de ser deportado ou expulso, dispõe de um atalho seguro, magnânimo, fácil e de uma eficiência a toda prova: gerar filhos aqui na terrinha.
Procurado e acusado pela Interpol (espécie de polícia internacional) sob a acusação de tráfico de drogas, extorsão, agiotagem, contrabando, prostituição e jogo ilegal (só isso), e tendo contra si um mandato de prisão emitido nos Estados Unidos, o mafioso israelense Yoram El Al (38 anos) foi preso no Rio de Janeiro em 2006 (sem visto de permanência), do que se valeu o governo americano para solicitar sua extradição.
Esperto, antenado, certamente que podre de rico e assessorado por um desses advogados conhecedores dos meandros das nossas caducas e frouxas leis, um ano após a prisão Yoram El Al apelou para o inusitado: solicitou uma autorização ao Supremo Tribunal Federal para que fosse recolhido seu sêmen na cadeia, a fim de ser usado numa inseminação artificial na companheira, impossibilitada de engravidar pelas vias normais.
Xeque-mate.
Sensibilizado e por demais comovido, o ministro Joaquim Barbosa houve por bem atender ao “coitado” do preso, sem antes salientar em seu despacho, que “...a coleta do líquido seminal do extraditando deve ser feita na própria carceragem, que, de acordo com o próprio peticionário, possui ambiente favorável à coleta, e observadas as devidas cautelas policiais”. Efetuado o procedimento, bingo: nasceram gêmeos.
Resultado de todo esse périplo ??? Mais tarde, Yoram El Al recorreu ao Ministério da Justiça, conseguiu o “visto de permanência” para ele e a companheira e certamente daqui não mais arribarão pé.
Agora, aqui só pra nós: se fosse um “liso” qualquer, um descamisado da vida, um zé-ninguém, será que o ministro-padrinho Joaquim Barbosa iria se preocupar em mandar recolher seu esperma, a fim de que gerasse filhos brasileiros e se livrasse da extradição ??? A troco de quê tudo isso foi feito ???
È por essa (e outras, também cabeludas) que o nosso Poder Judiciário a cada dia mergulha fundo em um mar de incredibilidade. Mas... será que os seus ministros estão preocupados com isso ???