Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Sonhamos
mesmo quando não lembramos
e esses sonhos vão brotando
como folhas
folhas e sonhos
fundindo-se
nas tramas
da imensa árvore
da nossa vida
Nossos sonhos humanos.
.
Claude Bloc

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e a chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

Dona Noêmia e Suas Guloseimas Na Parça da Sé. Por Liduina Belchior.

"Quem não conhece Dona Noêmia chic, chic que montou uma barraca para a vida melhorar"...Pois bem, há treze anos passados uma senhora cujo nome é Noêmia Maciel colocou sua famosa barraca de teto azul, ainda acanhada, mas com comidas regionais deliciosas.Hoje é impressionante o volume de gente que chega cedo para logo ser atendida"prum" jantarzinho bem cratense. Vem pessoas de tudo que é lugar. Estudantes de Moreilândia, de Exú, de Nova Olinda, de santana, etc...Tanto vai para lá a turma estudantil, como
aqueles funcionários que terminaram sua carga horária no comércio ou em outros setores ali perto.Vizinho a barraca já existe um banco da própria Praça, onde cada um pega seu pratinho e senta para deglutir. Eu mesma, uma ou duas vezes por semana,quando termino mais cedo meus trabalhos no consultório, saio correndo prá lá para enfrentar uma fila.Na barraca azul tem paçoca, baião de dois, carne de sol, galinha ao molho pardo, vatapá, creme de galinha, lazanha e sanduiche de forno é a parte; mungunzá, canjica, bolo de macaxeira, e por ai vai.Uns preferem levar a quentinha prá casa. Eu não. O melhor é sentar no tal banco e comer, conversar e rir.Rir, conversar e comer. O mais interessante é que é sempre tem gente diferente, que nunca vimos antes. Ai começa o papo:"Ei mulherzinha tu és de onde? Faz o que?"E tome papo...E depois de um dia de trabalho cansativo ou não a prosa é boa! Eu aconselho...O atendimento nem se fala é VIP.Tia Noêmia (como alguns a chamam) é uma simpatia só! Sempre com um sorriso nos lábios assim com seus ajudantes também. Sua barraca fica em frente a parada dos taxistas. E na minha opinião, Dona Noêmia já entrou para os anais do folclore alimentício da história do nosso Crato.Mulher simpática, corajosa e guerreira.

Não resisti ...!



Os jovens que me perdoem , mas a saudade do meu pai moveu a postagem !

João Cabral de Melo Neto



O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

João Cabral de Melo Neto

Chão de estrelas - por Norma Hauer

CHÃO DE ESTRELAS

Ele nasceu no dia 7 de maio de 1894 em Vila Isabel, bairro que na época não era mais do que algumas fazendas, mas que se tornou berço do samba e das serestas. Afinal ali nasceu ORESTES BARBOSA, que com seu “Chão de Estrelas”, fez as estrelas iluminarem o chão de Vila Isabel.

. Autor de versos maravilhosos, muitos musicados por Francisco Alves (14), outros por Sílvio Caldas (também 14) e inúmeros outros por vários compositores.
Musicaram versos de Orestes, Nássara (Caixa Econômica); Ary Monteiro (Canário); Ataúlfo Alves (O Negro e o Café) e centenas de outros.
ORESTES foi autodidata e muito cedo começou no jornalismo, sendo sempre um lutador pela democracia, a ponto de, em 1945, fundar um jornal exatamente com o nome de "Democracia", que não durou muito, mas foi combativo quando estávamos saindo da ditadura Vargas e enfrentaríamos as primeiras eleições livres.
Quando do centenário de seu nascimento (7 de maio de 1994) a Caixa Econômica, pelo fato de Orestes ter uma composição com esse nome, fez uma homenagem especial a Orestes, em sua agência no Boulevard, na qual Sílvio Caldas, já com 86 anos, interpretou "Chão de Estrelas"(o óbvio) e "Serenata"(outra belíssima valsa da dupla Orestes e Silvio Caldas, de difícil interpretação). Foi a última vez que vi Sílvio Caldas e penso que foi sua última apresentação em público.
Nessa mesma festa, Roberto Barbosa, neto de Orestes, lançou um livro sobre seu avô, com o nome de "Passeio Público", no qual se podem conhecer as várias etapas da vida de Orestes e a relação de todas suas composições.
Ali vemos que a primeira gravação de uma composição sua foi "Flor do Asfalto", com J.Thomaz, gravada por Francisco Alves(1928), que só passou a fazer parceria com Orestes em "Abelha da Ironia"(1932). A primeira parceria com Sílvio Caldas foi em 1934, com "Soluços", gravação de Floriano Belham.
Somente em 1936, Sílvio gravou "Santa dos Meus Amores",seguindo outras ("Chão de Estrelas" foi em 1937) até o ano de 1938, quando gravou "Suburbana".

Nesse ano (1936) Sílvio e Orestes tiveram uma desavença e a valsa "Vestido das Lágrimas", da dupla, foi gravada por Floriano Belhem., assim como "Soluços".
Somente em 1952 Sílvio gravou "Vestido das Lágrimas" ( em seu primeiro LP de 10") que recebeu o nome de "Saudades".
Foi, também, o primeiro LP de um cantor brasileiro.

Francisco Alves, morto em setembro de 1952, não chefou a gravar LPs.
Todas as composições de Orestes gravadas por Francisco Alves o foram em 78 rotações, como "A Mulher que Ficou na Taça" , "Não Sei"; "Meu Companheiro"; "Romance"; "Ciúmes"; "Dona da Minha Vontade"...

Fugindo do óbvio, quero deixar aqui a letra de uma composição de Orestes, com Newton Teixeira, gravada por Carlos Galhardo.

TENS RAZÃO

Tens razão nessa vaidade
Eu sei que toda a cidade
Delira com teu olhar!
Perdoa, essa gente louca,
Que é louca por tua boca,
Morango do meu jantar.

O meu olhar te procura,
No meio dessa loucura,
Dos olhos das multidões.
Dos olhos dos desgraçados,
No teu vestido pregados
Pregados como botões

Oh, minha avenca nervosa,
De unhas pintadas de rosa,
E olheiras de tanto amar!
Olheiras de violetas,
Tarjando essas borboletas
Noturnas do teu olhar...

Para abanar-te a beleza,
Pedi à delicadeza,
Um leque bem singular.
E tonto na imagem tua,
Quis por um cabo na lua,
Só para ir te abanar.

Na capa do livro de Roberto Barbosa tem o manuscrito de "Chão de Estrelas", que desmente uma informação que Sílvio Caldas
gostava de repetir dizendo que o nome "Chão de Estrelas" fora dado à composição por Guilherme de Almeida, porque a música chamar-se-ia "Sonoridade que Acabou".

Conversando a esse respeito com Roberto Barbosa, ele disse que Sílvio gostava de "inventar" histórias.

Orestes Barbosa faleceu em 15 de agosto de 1966, aos 72 anos.


Norma
DIA 11.05.2010 SESC JUAZEIRO DO NORTE-CE - 19H



OS SONHADORES
Dois jovens do interior do Ceará, alunos do Circo Escola de Ecocidadania, sonham em participar do Cirque du Soleil. O primeiro, Sandro é selecionado por sua diretora de formação e ingressa na Escola de Circo em Montreal - Canadá, o outro, Hugo, se prepara para correr em busca do seu sonho.

A CATADORA DE PEQUI
Tereza é uma catadora de pequi da Chapada do Araripe, que perde sua filha recém-nascida no meio de uma floresta. Durante dez anos, Tereza chora a perda da criança que acredita ter sido devorada por uma onça. Agora, com uma nova vida e um novo trabalho, uma surpresa a aguarda.

Doces lembranças - por Socorro Moreira


Corro atrás das efemérides diárias. Acendo a luz dos artistas: do cinema, da música, da dança, literatura, poesia, pintura...! Hoje duas figuras me comoveram, sobremaneira: Orestes Barbosa e Gary Cooper.
O primeiro pelo clássico da MPB "Chão de Estrelas”, tão tocada, na radiola da minha infância. Tocada e repetida, em todos os cantos da casa. Fecho os olhos e escuto a voz bonita do meu pai... Boêmio e seresteiro inveterado!
Gary pelos seus papeis nos filmes caubóis. Meu pai o desenhava, e caprichava nos aparatos do cavalo, e no figurino country e heróico do artista!
Mas o que me encheu os olhos d'água foi escutar Tchaikovsky, na sua famosa página: Conserto nr. Um!
Cine Educadora. Escurinho. Coração adolescente disparando, no primeiro aperto de mãos... Essa emoção é patente da minha geração!
Uma sucessão de fitas e presenças desfilam, nas saídas do coração... : Noviça Rebelde, Sabrina, Dio, come te amo...
É só abrir a gaveta das lembranças, e a música acorda momentos breves que se fizeram eternos!

Socialismo: uma questão de fé? - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Vou postar aqui nos blogs da região, por sugestão de Dihelson Mendonça, entre dois e três textos, sobre o assunto do Socialismo hoje. Pretendo, de cara, superar aquele velho debate da Guerra Fria em que se apresentavam as vantagens e desvantagens do sistema de produção capitalista e do sistema de produção socialista. O assunto é histórico e as opções em história nunca são atos de fé e tampouco, uma fabulação de como deve funcionar o mundo.

Um fato central é que ao se discutir o socialismo, necessariamente se debate a superação do capitalismo que historicamente o precede. Por uma questão filosófica, na raiz do pensamento socialista histórico, a sua emergência se daria pelas contradições entre os detentores de capital (capitalista, ou classe burguesa) e os trabalhadores explorados pelo capital (operários) e que resultaria noutra forma de organização da produção, distribuição e consumo de bens.

A análise histórica, também, tem demonstrado que tanto a formulação dos objetivos políticos dos partidos socialistas, quanto a realidade transformadora, tem se acelerado com base nas crises do próprio capitalismo. Estas crises cíclicas do capitalismo geraram conflitos armados de intensidade, revoluções políticas e, também, a emergência de certo radicalismo assentado na estrutura do Estado Capitalista, que são os regimes fascistas no século XX. Observação: não inclui no mesmo bolo os regimes soviéticos e chineses, pois de algum modo não eram capitalistas no sentido liberal de sua raiz.

Portanto, não se falou, até aqui, em atos de fé, em catecismos ou em um idealismo meramente espiritual. Tudo se encontra na base da vida material das pessoas, na economia como se reconhece desde o século XIX. E por isso que as crises do capitalismo se mostram tão agudas como momentos transformadores.

Agora mesmo, no caso dos EUA, da Grécia, o comportamento errático das bolsas; a Letônia, a Romênia e outros que começarão a ser notícia nas próximas semanas; em tudo campeia a contradição. Revoltas nas ruas de Atenas. Nos EUA pelo menos dois atentados, aquele do avião e este em Time Square não se originam no surrado terrorismo islâmico, mas na frustração do homem médio americano com a crise. Mesmo este caso do Paquistanês, não passa de um americano frustrado. Além do mais a ultra direita americana tem se tomado de um protagonismo que deixa de joelhos o velho modelo da democracia liberal.

O mais crítico é que a contradição é entre o capitalismo financeiro e a social democracia que pretendia reformar o capitalismo antes que este evoluísse para a forma socialista. Esta contradição, no que se costuma identificar como Neoliberalismo, significou um retrocesso histórico fundamental, o capitalismo é incompatível com os chamados direitos sociais (incluindo previdência, serviços públicos, trabalhistas etc.).

As lições políticas, os objetivos e as ações adquirem feições ao longo da agudeza contraditória. Por exemplo, nas ruas da Grécia a queima de bancos com a morte de três pessoas. A frustração popular com o próprio parlamento, que aprovou, por maioria, o sacrifício popular, enquanto gritavam nas ruas. Do mesmo modo que se viram a queda dos regimes comunistas no leste europeu, o movimento popular é capaz de subverter a ordem como se encontra estabelecida.

Isso irá piorar pela inflexibilidade do sistema financeiro, todo ele corroído por falsidades, com uma necessidade insuperável de mais juros e lucros. Além do mais a interligação entre os bancos, arrastando para a cena política os próprios Estados Nacionais que, ou bem atendem aos bancos ou ao povo nas ruas. Além do mais nesta altura o valor dos negócios, efetuados em bolsa de valores, estão absolutamente sem parâmetros. A verdade é que um simples “erro de digitação” pode levar a bolsa de N. York a um novo crash. Ontem os prejuízos de certos investidores foram imensos e a credibilidade desta bolsa está comprometida.

Para sintetizar este clima, vou apresentar um trecho de entrevista do Rapper, Mano Browm ao responder sobre o que achava de um dos candidatos (as) à presidência da república, o qual omito o nome para não reduzir a argumentação a esta disputa eleitoral em curso:

“O(a) fulano(a) ? O(a) fulano(a) é um(a) cara neutro(a), é um(a) cara neutro(a). Se ela(e) tiver uma criança pobre magra e uma criança rica gordinha e ela(e) tiver um sanduíche, ela(e) joga para o alto e faz aleluia. Ele(a) não dar para o pobre. Esse é o tipo de justiça que ele(a) faz. Esse é a(o) Fulana(o), malandro. Não espere dele(a) um sentimento que um negro teria, um cara operário. Ela(e) é um(a) cara de classe média da ...., filho de ...., que trabalhou, lutou muito também, que dar muito valor pru dinheiro, pru status que ela(e) alcançou, e pela luta da família pobre .... dele.”

Pensamento para o Dia 07/05/2010


“Quando alguém está envolvido no mundo, apenas pensamentos mundanos surgem durante seus últimos momentos. Para aqueles que anseiam sinceramente pelo Senhor, o Senhor se apresentará. Pode-se amar seus amigos e parentes, respeitá-los e mantê-los de bom humor enquanto se move pelo mundo. Mas, enquanto estiver no mundo, é preciso oferecer amor e fidelidade abundantes por toda vida somente ao Senhor, ninguém mais.”
Sathya Sai Baba

Retrato de mãe !

Lídia e Nazaré Lima Silvestre ( sobrinha e tia)

Nazaré é a matriarca da família Lima . Casta de mulheres fortes, sensíveis , maternais !
Prima-irmã da minha mãe , tem o meu carinho e admiração , nesta proximidade do dia 09.05.2010.

Foto do acervo de Lídia Lima Batista

A vida é eterna assim como o hoje se materializando em futuro - Por José do Vale Pinheiro Feitosa

Nem todos renunciam ao evento mais certo da vida. Carregam uma carga tão opressiva que desejam o fim. Outros, por dificuldades de leitura do próprio processo de viver, sufocante nesta interpretação, terminam promovendo a própria morte.

Os que não desejam o certo momento - que não é calendário, portanto não é destino, apenas acontecem numa data, como todo evento certo de acontecer no cosmo, - têm uma relação dual com esta ocasião. Sabem que é certo, mas procuram negar. Negam não apenas na subjetividade da mente, mas na materialidade dos termos da vida. Sabem que acontecerá até por regra dos limites de tempo de geração das pessoas.

Esta dualidade, no entanto, é plena de esperança, de continuidade e até de superação dos limites. E não fala da continuidade óbvia da fé na alma eterna, mas da projeção da soma entre passado e presente em relação ao futuro. As elaborações de modo racional e as construções de fundamentos como ação material, em face do futuro, são a mais consistente prática de superação dos limites deste evento mais certo da vida.

Os filhos, os jovens, os que nascem, se inserem como elementos de superação da morte. E o mais certo desta construção de eternidade, tendo o futuro como guia, não se encontra no futuro, pois isso seria apenas idealismo. Na verdade se faz na prática é a permanência do hoje, mesmo quando este é superado. O hoje, como desdobramento num tempo que ainda não existe, mas temos certeza que existirá, pela própria existência do hoje como natureza inalienável do mundo. O hoje é o acontecimento possível e que possui as condições “sine qua non” para existir no universo ou, de modo mais regular e compreensível, na natureza do planeta terra.

Então, é por isso, que seja pela fé num espírito eterno ou sem ela, estamos igualados nos mesmos termos gerais. O futuro existirá porque o passado e o hoje existem. Mas com isso não congele a história da humanidade. O hoje se mostrou diferente, por que a história muda, as civilizações têm compreensões distintas do mundo e da sua própria sociedade. A civilização entra em decadência e com ela a compreensão que se tem do hoje. Considere que talvez compreensão seja um termo genérico, que melhor seja dizer algo como o modo como é organizado o hoje na vida material e “espiritual” das pessoas.

Agora considerem a situação de um amigo. Ele já se aproxima dos sessenta anos. Desde muito anos que se descobriu como tendo uma má formação congênita no cérebro, que é inoperável, e que pode desencadear, até mesmo quando em repouso, um acidente vascular cerebral. É uma situação extrema na relação com o momento certo.

Quando pensa no futuro, imagina que tem de se agarrar a um hoje imponderável, na beirada de um precipício. O hoje dele é o potencial de sonegação do futuro. É uma subtração subentendida. Um tropeção na linha dos eventos por acontecer. Mas acorda e já tem sessenta anos e nada aconteceu. Construiu o futuro com os elementos de seu passado e, mesmo, no âmago da incerteza, está pleno de certezas, tem uma família, filhos, patrimônio material e todo dia faz caminhada.

Não faz sozinho. A mulher sempre ao lado. Ele não quer de repente sofrer o acidente vascular e ficar solitário agonizando no meio da rua. Ela é médica, quem sabe poderá algo, mesmo que não possa. Mas ambos podem e agora mesmo, são 8:27 da manhã e ambos caminham inventando o futuro e, quando seria a exceção ao modelo antes descrito, é exatamente a afirmação dele.

A poesia de Alexandre Lucas - Coletiva Camaradas



Escorro meu prazer em teus braços,
Corro pra teu gingado, sorriso mágico
Lençol branco bordada, teu corpo, teu abraço
Sou clandestino de fato, meu prazer é privado
Tenho a fraternidade, como lealdade
Ah...neve, Ah nave.....
Percorro o vôo,
No espaço templo de nossos segredos
Sou ave...
Que segue o teu canto suave.

Alexandre Lucas

Georges Moran - por Norma Hauer


De Georges Moran pouco se fala...
Ele nasceu em 5 de maio de 1900 na cidade russa de São Petersburgo. De família judia, veio para o Brasil depois da primeira guerra mundial e da revolução bolchevique.
Sua família já estava sentido a perseguição aos judeus e resolveu tentar a vida aqui no Brasil.

No final dos anos 30 ele se "enturmou" com nossos compositores e cantores, passando a compor como se brasileiro fosse.
Ainda assim, muitas de suas composições relembram sua terra, como "Kátia" e "Ninotchka" (gravadas por Sílvio Caldas); " Zíngaro" e "Balalaika"(gravações de Orlando Silva);"Katucha" (gravada por Dircinha Batista) e "Exilado" (gravação de Carlos Galhardo.

Mas Georges Moran não foi só nostalgia.
Com Oswaldo Santiago compôs "Perfume de Mulher Bonita" (gravação de Carlos Galhardo). O mesmo Galhardo gravou "Dois Navios";"Confissão";"Indiferença;"A Mulher que eu Tanto Adoro";"Aconteceu Assim"; "Dia há de Chegar";"Linda Butterfly";" Silvio gravou "Não voltarás,nem Voltarei";"Meu Amigo Violão";"Se Tu Soubesses"; Vicente Celestino gravou "Madona"; Orlando Silva gravou "Como Tu, Ninguém"; e Francisco Alves lançou "Ainda Serás Minha"...

Foram muitas as músicas de Georges Moran que fizeram sucesso. Outros cantores também gravaram composições suas, mas quero deixar aqui registrada a letra de "Dois Navios", feita em parceria com Manuel da Nóbrega, o mesmo que na TV lançou "Praça da Alegria", hoje continuada por seu filho Carlos Alberto Nóbrega, onde Ronald Golias era a principal estrela.

Para lmarcar o repertório de Gorges Moran, deixo no item abaixo a letra de "Dois Navios", gravada por Carlos Galhardo. Na face B do disco de 78 rotações, Galhardo gravou outra composição de Georges Moran:"Confissão".

Vamos a
DOIS NAVIOS
Quando dois navios em alto mar se encontram.
Fitam ventos, almas que se defrontam.
Seja noite, dia, sol, estrela luar...
Eles sentem a mesma atração.

Certa vez no alto e grosso mar desta vida.
Encontrei alguém igual a mim, tu querida.
Era noite dia, sol , estrela, luar...
Nós sentimos a mesma atração.

Eu segui meu caminho,
Nunca mais te esqueci
Eu perdi teu carinho
Teu amor, perdi
Hoje eu vivo sozinho
Onde vives não sei
Não fizemos o ninho
Ninho que eu sonhei.

Norma

Klécius Caldas - por Norma Hauer

Há dias foi o aniversário de nascimento de Armando Cavalcanti e hoje é de Klécius Caldas.
Eles estão tão ligados como compositores de nossa música, que é difícil falar de um, sem citar o outro.
Mesmo “Palavras Amigas”, gravado por Francisco Alves, embora não seja do estilo da dupla, é de sua autoria.

Como Klecius viveu mais, ele se entrosou com outros compositores, como Brasinha, Rufinaldo .
Com Brasinha, compôs “Alegria de Pobre”, gravado por Emilinha Borba; “Ponha a Mão na Consciência”, gravação de Dircinha Batista ; com Rufinaldo, compôs “Quebrando”, gravação de Cauby Peixoto.

Mesmo vivendo muito mais que Armando Cavalcanti, quase todo seu repertório é com aquele compositor, também oficial do Exército, local onde trabalharam juntos, mas se conheceram no edifício onde ambos moravam..
Assim, “Maria Candelária” :”Maria Escandalosa”; ”Marcha do Gago”; ”Papai Adão”; “A Lua é dos Namorados” e baiões como “Sertão do Jequié”, gravado por Dalva de Oliveira ou “Boiadeiro”, com Luiz Gonzaga, também são da dupla.
“Boiadeiro”, que Luiz tornou seu prefixo musical e que muitos pensam ser de sua autoria, também é da dupla Kécius Caldas e Armando Cavalcanti.

Quando completou 80 anos, em 6 de maio de 1999 foi homenageado por Ary Vasconcelos em um belo espetáculo na ABI.

Klécius Caldas faleceu em 22 de dezembro de 2002, após sofrer um enfarte, aos 83 anos.

Norma

Pérola da MPB

Elizeth Cardoso




Elizeth Moreira Cardoso (Rio de Janeiro, 16 de julho de 1920 — 7 de maio de 1990) foi uma cantora brasileira.

Elizeth, A Divina, é considerada como uma das maiores intérpretes da canção brasileira e um das mais talentosas cantoras de todos os tempos, reverenciada pelo público e pela crítica.

Nasceu na rua Ceará, no subúrbio de São Francisco Xavier, e cantava desde pequena pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando ingresso (10 tostões) das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino. O pai, seresteiro, tocava violão e a mãe gostava de cantar.

Eva Péron




María Eva Duarte de Perón, conhecida como Evita, (província de Buenos Aires, 7 de Maio de 1919 — Buenos Aires, 26 de Julho de 1952) foi uma atriz e líder política argentina. Tornou-se primeira-dama da Argentina quando o general Juan Domingo Perón foi eleito presidente.

Gary Cooper



Gary Cooper (Helena, 7 de maio de 1901 – Los Angeles, 13 de maio de 1961) foi um ator anglo-estado-unidense duas vezes vezes vencedor do prêmio Oscar de melhor ator. Sua carreira durou desde a década de 1920 até o ano de sua morte, tendo atuado em mais de cem filmes. Ele era reconhecido por seu forte estilo de atuação, e pelos vários papéis que teve em filmes do gênero Western.

Orestes Dias Barbosa




Nasceu no bairro carioca de Vila Isabel. Depois de seu nascimento sua família morou na ilha de Paquetá, mudando-se para a Gávea quando ele tinha sete anos. Seu pai chamava-se Caetano Lourenço da Silva Barbosa e era major. Sua mãe chamava-se Maria Angélica Bragança Dias Barbosa. A família passou por dificuldades financeiras ao longo de toda a sua infância. Por causa disso não freqüentou a escola. Aprendeu a ler sozinho, vendo os letreiros de bondes e manchetes de jornais com a ajuda de um vizinho, Clodoaldo de Moraes, pai de Vinícius de Moraes, que também lhe ensinou as primeiras lições no violão, quando ele tinha dez anos.

Em 7 de maio de 1902, o jornalista João Guedes de Melo registrou no jornal "O Paiz", o aniversário do menino: "Aniversaria hoje Orestes Dias Barbosa, meigo e talentoso menino que se faz estimar por quem o vê, tão clara e reveladora é a sua inteligência." Entrou para a escola aos 12 anos, O Liceu de Artes e Ofícios, onde aprendeu o ofício de revisor. Aos 13 anos, venceu um concurso literário na revista "Tico-tico". Em 1907, então com 14 anos, empregou-se como revisor do jornal "O Século", dirigido por Rui Barbosa. Aos vinte anos, tornou-se repórter do "Diário de Notícias", também sob a direção de Rui Barbosa. Além de repórter, trabalhou como revisor, secretário e cronista, exercendo todas as funções dentro de um jornal. Uma das manchetes criadas por ele, a pedido de Rui Barbosa, tornou-se célebre: "Cortou o mal pela raiz", anunciava um caso policial em que a esposa cortara o órgão sexual do marido que a havia traído. Trabalhou nos periódicos "A gazeta de Notícias", "A Manhã", "O Radical", "Opinião", "O Mundo", "A Hora", "O Avante", "A Folha", "A Noite", "O Dia", "A Notícia", "O Globo", "Diretrizes", "A Pátria" e "A Imprensa".

Em 1913, quando trabalhava para o jornal "A Noite", de Irineu Marinho, liderou um grupo de repórteres na instalação, no Largo da Carioca, de uma roleta de papelão com o seguinte cartaz: "Jogo é franco - Roleta com 32 números - só ganha freguês". O jornal fazia campanha contra a jogatina desenfreada que ocorria na capital do país, insinuando a conivência das autoridades. Foi esse episódio que inspirou a famosa letra do samba "Pelo telefone", de Donga e Mauro de Almeida: "O Chefe da Polícia pelo telefone mandou avisar/ Que na Carioca tem uma roleta para se jogar...".

Estreou como poeta em 1917 com o livro "Penumbra sagrada". Em 1920, foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga e encontrou-se com Guerra Junqueiro. Foi um jornalista destemido, escrevendo artigos sobre acontecimentos e críticas aos políticos de então. Por causa disso, esteve preso várias vezes. A primeira prisão foi em 1921, quando escreveu artigo denunciando o Grêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono. Ainda em 1921, publicou o primeiro livro de crônicas intitulado "Na prisão", onde conta casos de dentro do cárcere, além de "Água-marinha", seu segundo livro de poemas. Foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal "A Manhã", em meados dos anos 1920. Durante o governo de Artur Bernardes (1922-1926), esteve preso novamente. Apesar disso, continuou escrevendo e publicando livros em prosa: "Bam-bam-bam" (1923), "Portugal de perto!"(1923), "O português no Brasil"(1925) e "O Pato preto" (1927).

Em 1933, fundou, junto com o amigo e parceiro Nássara, o jornal "A Jornada", que tinha a seguinte epígrafe: "Não quero saber quem descobriu o Brasil; quero saber quem é que bota água no leite." O jornal, que durou poucos meses, dedicava-se a artigos sobre a língua brasileira e a campanhas contra a Light, empresa canadense de energia elétrica. Noel Rosa inclusive, compôs o samba "Não tem tradução", inspirado em uma crítica publicada em "A Jornada", que falava das particularidades do idioma falado no Brasil. Ainda em 1933, publicou um livro de crônicas intitulado "Samba", que em estilo telegráfico registra o aparecimento do samba urbano.

Memória da MPB

Pyotr Ilyich Tchaikovsky




Piotr Ilitch Tchaikovsky (em russo: Loudspeaker.svg? Пётр Ильи́ч Чайко́вский, por vezes, transliterado Pyotr Ilyich Tchaikowsky); Kamsko-Wotkinski Sawod, actual Tchaikovsky, 7 de maio de 1840 - São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo.

Embora não faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) de compositores nacionalistas daquele país, sua música se tornou conhecida e admirada por seu carácter distintamente russo, bem como por suas ricas harmonias e vivas melodias. Suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas do que aquelas de seus compatriotas, uma vez que ele utilizava elementos internacionais ao lado de melodias populares nacionalistas russas. Tchaikovsky, assim como Mozart, é um dos poucos compositores aclamados .