Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Livro do Cariricaturas - Edição e Lançamento





Um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamond - altura : 12) - Temática livre ( crônicas, contos e poemas).
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento poderá ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima )
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas as seguintes adesões:

01. Claude Bloc *
02. Magali Figueirêdo *
03. Carlos Esmeraldo *
04. Maria Amélia de Castro#
05. Ana Cecília Bastos *
06. Assis Lima *
07. Socorro Moreira *
08. Stela Siebra de Brito *
09. Wilton Dedê *
10. João Marni *
11. Rejane Gonçalves *
12. Rosa Guerrera *
13. Heladio Teles Duarte *
14. Edilma Rocha *
15. Emerson Monteiro *
16. José Flávio Vieira *
17. João Nicodemos *
18. José do Vale Feitosa *
19. Liduina Vilar *
20. Elmano Rodrigues #
21. Carlos Rafael #
22. Armando Rafael #
23. Bernardo Melgaço *
24. Domingos Barroso *
25. Roberto Jamacaru *
26.Dimas de Castro *
27.Joaquim Pinheiro *
28.Edmar Lima Cordeiro*
29.Hermógenes Teixeira de Holanda #
30.Olival Honor *
31.José Nilton Mariano*
32.Marcos Barreto *
33.Isabela Pinheiro *
34.José Newton Alves de Sousa *
35 -Jorge de carvalho Alves de Sousa *
36.Vera Barbosa . *

37. Rogério Silva #

38.Corujinha baiana #

39.Lupeu Lacerda #

40. Ulisses germano #



* Escritores que já enviaram material para edição.
# Escritores que ainda não enviaram material para edição



Lembrem-se:

O envio dos textos será até 05.02.2010
Email : sauska_8@hotmail.com ou cbbloc@uol.com.br
Outras informações :
Tiragem : 1.000 exemplares
Distribuição entre autores : 20 para cada
Saldo : será transformados em ingressos para cobrir as despesas da festa de lançamento : coquetel, convites, divulgação, banda,decoração, etc
Se houver saldo de livros será redistribuído entre os autores.
Preço do livro por unidade : 20,00
A edição foi orçada em 6.000,00 ( já considerados todos os descontos possíveis).
Número de páginas : 260 ( aproximadamente).
O valor da contribuição por escritor ( 200,00) será depositado numa cta do Editor (Emerson Monteiro) a ser informada por e-mail. Em contrapartida será enviado respectivo recibo.
Atentar para as datas limite de envio do material ,e de pagamento :
Data limite para depósito : Até maio de 2010.

Claude e Socorro Moreira

Oração e Pecado

Deus, no delírio da carne eu cedi,
Cedi, pois o lábio rubro e trêmulo, infecto de pecado
É doce na boca de quem o beija.
Cedi aos olhos de uma medusa dos lábios em brasa,
Do passo leve como flocos de neve, de folhas
Que pairam caindo no chão.
Fraquejei ao tato-veludo, ao hálito de rosas,
Aos olhos-grilhões sobre meu ser que tão forte era
Forte até a hora de vê-la, fulgás em desejo,
Eterna em meu coração.
Cedi e minhas preces no meio do efêmero do gozo,
Da lascívia trêmula das carnes em delírio não me foram ouvidas.
Tentei, mas quanto mais tentava,
Mais o céu aparecia-me nas carnes, nos beijos, nos olhos...
Pois se o céu não for amor e não mais sei
O que poderia ser.

Foto: Carlos Hauck

O Amor Vai Longe...(Para refletir).

Quando alguém morre se diz às criançãs: "foi para o céu",
é uma das estrelinhas que a noite brilham no infinito...
Sendo assim: existe uma verdadeira população de entes
queridos que se tornaram estrelas. E no nosso coração adulto
como fica esta separação, esta cisão? Permanece a energia
cósmica deixada por aquelas pessoas; entranhada em nosso ser,
fica a lembrança das falas, das brincadeiras, das risadas, do bom
exemplo, do mau exemplo, das divergências, das conivências.
Isso quando se chega a perder pessoas por morte biológica. Pois
existem aqueles(as) que perdemos e no entanto permanecem aqui
no Planeta Terra. É o que chamamos de morte fenomenológica.
Pois a pessoa está viva, mas não nos fala mais, não nos sorri mais e
e não mais nos abraça consequentemente. Portanto, vamos conser-
var amorosamente as pessoas vivas/vivas e Amar carinhosamente
a lembrança das que foram ao encontro do Criador.

Vitrine virtual - Claude Bloc

Foto a partir de uma câmera de celular (2.0).

Uva não, mas se fosse juá - Por A. Morais


Poucas pessoas de nossa Várzea-Alegre são tão alegres, espirituosas e bem humoradas quanto é a minha prezada amiga Fafá de Fático.

Outro dia encontrei a Fafá num consultório de um dentista amigo. Conversa vai, conversa vem e, ela passou a contar uma consulta que fez com uma nutricionista. Dizia ela, que a nutricionista selecionava os alimentos recomendados e perguntava você gosta? De acordo com a resposta a doutora confirmava na lista do receituário.

Determinada hora a Doutora perguntou: e Uva você gosta? Fafá respondeu: Doutora uva não, porque nunca provei agora se fosse Juá, eu diria que não. Perto de lá de casa, no Buenos Aires, tinha um frondoso pé de Juazeiro que botava cada um do tamanho de uma pitomba, eu comia bastante, más lhe asseguro que não gostava.

Sabemos que era uma prosa da amiga Fafá, uva hoje em dia, é mais fácil de encontrar do que a frutinha do juazeiro.

A. Morais

A Vingança - Por A.Morais

Em Várzea-Alegre, dois proprietários de padarias, que não vou falar os nomes para não haver queixas e ninguém se melindre, produziram uma destas historias que cabe bem o velho ditado: Só na Várzea-Alegre mesmo!

Vou identificar os personagens como: senhora e senhor. Na falta de matéria prima, farinha de trigo, a Senhora tomou emprestada ao Senhor uns sacos do produto enquanto recebia uma remessa encomendado em Crato.

O tempo foi passando, passando, e a Senhora esqueceu de devolver o que tomou emprestado ao Senhor. O Senhor bastante irritado mandou avisar que estava precisando da mercadoria. A Senhora informou que não estava lhe devendo nada. O Senhor ficou bastante aborrecido e a Senhora, diariamente, fazia caminhada passando sempre bem em frente do estabelecimento do Senhor.

Um belo dia o Senhor observou de longe a sua concorrente toda paramentada, fazendo sua caminhada e, não conteve sua raiva dizendo: Eu gostaria de ser um potó para chupar uma melancia bem grande e depois dar uma mijada em cima desta Senhora.

Veja a originalidade dos de Várzea-Alegre, se um potó com poucos pingos já faz o maior estrago, imagine depois de chupar uma melancia grande e dar um banho completo!

A.Morais

Ùltimas de Lisboa - recebida por e-mail.

Gêmeo tenta se suicidar e mata o irmão por engano'
DISK FINADOS
Lançaram em Portugal, o novo serviço por telefone, é o Disk-Finados... Você telefona e ouve um minuto de silêncio!
ACIDENTE
Um avião caiu no cemitério em Portugal. O acidente foi horrível já retiraram 35.000 mortos!
CURVA PERIGOSA
O português estava dirigindo em uma estrada, quando viu uma placa que dizia:
Curva Perigosa à Esquerda'. Ele não teve dúvidas: virou à direita!
AGENDA DE TELEFONE
Porque os portugueses usam somente a letra 'T' em suas agendas de telefone?
Telefone do Antonio, telefone do Joaquim, telefone do Manoel, ...
LOJA DE SAPATOS
O Manuel foi, na segunda-feira, a uma loja de sapatos. Escolheu, escolheu e acabou se decidindo por um par de sapatos de cromo alemão.O vendedor entregou o sapato, mas foi logo advertindo-o:-Sr., estes sapatos costumam apertar os pés nos primeiros cinco dias.-Não tem problema. Eu só vou usá-los no domingo que vem.
NO SEXO-Manuel, você gosta de mulher com muito seio?-Não, pra mim dois já tá bom.
NO TRABALHO
Conversa entre o empregado e o chefe, ambos portugueses:-Chefe, nossos arquivos estão super lotados, posso jogar fora os que tem mais de 10 anos?-Sim, mas antes tire uma cópia de todos.
NO CHUVEIRO
Manuel está tomando banho e grita para Maria:- Ô Maria, me traz um shampoo.E Maria lhe entrega o shampoo. Logo em seguida, grita novamente:- Ô Maria, me traz outro shampoo.-Mas eu já te dei um agorinha mesmo, homem!!!- É que aqui está dizendo que é para cabelos secos e eu já molhei os meus.
MANOEL JOAQUIM
Manoel Joaquim dos Santos, nascido em Trás-dos-Montes, no extremo bem extremo Leste de Portugal, ganhou seu primeiro lápis de colocar na orelha, quando tinha 2 anos.Aos 15 anos, já no primário, ganhou sua primeira caneta-tinteiro de orelha. Aos 32 anos, descobriu que caneta também servia para escrever.Hoje,já informatizado, está com orelha de abano, por causa do peso do mouse...
SORTE
O português vê uma máquina de Coca Cola e fica maravilhado.Coloca uma fichinha e cai uma latinha. Coloca 2 fichinhas e caem 2 latinhas.Coloca 10 fichas e caem 10 latinhas. Então ele vai ao caixa e pede 50 fichas.Diz então o caixa:-Desse jeito o Sr. vai acabar com as minhas fichas.-Não adianta, eu não paro enquanto estiver ganhando.
Telma Saraiva, a grande mulher!
- Claude Bloc -
.
Cheguei lá de mansinho. Ela se despedia de visitas. Queixou-se das dificuldades para andar, mas com leveza deslizou pela casa e cumpriu seus destinos de dona de casa. Ali é seu reino, seu (re)canto e mais que ninguém sabe tocar cada espaço com delicadeza. Telma, Telma Saraiva, essa tão pequenina grande mulher!

Falou de papai. De como chegava assoviando e perguntando da sua lida. Da pergunta sobre como conservava sua beleza. E ela perspicazmente respondendo: me conservo no quarto escuro (onde revelava as fotos).

Rimos com a brincadeira. E eu sorri duas vezes mais pela presença de espírito daquela mulher ali na minha frente.

Nas paredes, Telma brilhava em diversificadas poses. Todas lindas. Algumas me tocaram mais. Detive-me na expressão do olhar. Um carisma inigualável. A incorporação do personagem ali expresso.
Telma e sua arte. Telma Saraiva!

Telma em tantas faces...

A personagem tão sua...

A delicadeza feminina.


Simplesmente Telma
Meu Te(l)ma de hoje.

Claude Bloc

Stardust

Glenn Miller story

Glenn Miller



Alton Glenn Miller (Clarinda, 1 de Março de 1904 — 15 de Dezembro de 1944) foi um músico de jazz estadunidense e bandleader na era do swing. Ele foi um dos artistas de mais vendas entre 1939 e 1942, liderando uma das mais famosas big bands.

Após ter estudado na Universidade de Colorado, em 1926 Miller transformara-se num trombonista profissional na banda de Ben Pollack. Por volta de 1930, já era um reconhecido músico independente de Nova Iorque. Mais tarde transformou-se num organizador de orquestras ligeira masculinas, sobretudo das dos irmãos Dorsey, iniciada em 1934, e de Ray Noble, organizada em 1935. Depois de ter tentado infrutiferamente formar a sua própria orquestra em 1937, acabou por o conseguir no ano seguinte e em finais de 1939 era já um famoso director de orquestra ligeira. Ingressou no exército americano durante a 2.ª Guerra Mundial, tendo-lhe sido dado o posto de capitão, sendo promovido mais tarde a major e a director da banda da força aérea do exército dos Estados Unidos na Europa. Ao voar de Inglaterra para Paris, desapareceu; não tendo os corpos nem os destroços dos ocupantes do avião em que viajava sido avistados ou recuperados.

Os triunfos de Miller nos salões de dança basearam-se em orquestrações doces executados meticulosamente. O som do trombone de Miller, imediatamente reconhecível e muito copiado, baseava-se em princípios musicais muito simples, como foram todos os seus grandes sucessos, incluindo a sua própria composição, "Moonlight Serenade" que nasceu de um exercício que tinha escrito para Joseph Schillinger. Os seus dois filmes realizados em Hollywood, Sun Valley Serenade, de 1941, e Orchestra Wives, no ano seguinte, não deixaram de contribuir para aumentar a sua reputação, mas o factor mais importante para a continuação do seu reconhecimento foi a saída, em 1953, do filme biográfico, um pouco aligeirado The Glenn Miller Story.

Alguns críticos afirmam que o contributo do jazz para a música da sua orquestra foi insignificante, mas outros consideram que o seu som representa o paradigma da música popular do seu tempo.[carece de fontes?]

Após sua morte, a Glenn Miller Orchestra foi reconstituída sob a direção de Tex Beneke, saxofonista, cantor e um dos amigos mais próximos de Miller. Anos depois a família de Miller, tendo seguido caminhos distintos de Beneke, contratou Ray McKinley (baterista da banda da Força Aérea do Exército estadunidense liderada por Miller) para organizar uma nova "banda fantasma" em 1956, banda esta que continua a se apresentar até os dias de hoje.


Portal Arte Portal Música Portal Estados Unidos

Acende uma Lua no Céu


Acende Uma Lua No Céu
Toquinho
Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes
.
Acende uma lua no céu
E muitas estrelas no olhar,
E deixa-te linda e sem véu
Envolta num brando dossel de luar.

Semeia de flores teu chão
E abre a janela aos perfumes do ar,
E esquece tua porta entreaberta,
Porque na hora certa
Verás teu poeta surgir
E entrar e abraçar-te chorando
E amar-te até quando
Tiver que partir.

Filhos da madrugada - Vinícius de Moraes

Djavan- Nobreza

Macumba

Certa noite
Painho me disse
após beijar-me a cabeça
que era injusta minha peleja:

"Como pode um pobre mortal
contra as façanhas de uma entidade?"

Painho apiedou-se da minha alma
trêmulo, ofegante
sussurrou aos meus ouvidos:

"A partir de agora teu sofrimento
é a lâmina do meu punhal,
ouro dos meus dentes ..."

Sei que depois daquele sonho
nunca mais acordei ansioso

com a boca espumando
e o coração apertado.

Painho também me dissera
que logo voltaria a ser feliz
do meu jeito:

taciturno,
fora do plano celestial.

E que jamais o vinho
roubaria meus segredos:

cascos de bode,
asas de borboleta,

escamas de peixe,
veludo de urso,

presas de javali,
ventre de tubarão.

De fato,
faz tempo
que não abro
uma garrafa
em alto mar.

Todas enterradas na areia,
após um olhar discreto
dos orixás.

Quanto aos meus segredos:
é difícil guardar um poema
do úmido silêncio das paredes.

Vitrine Virtual - by Mônica Cabral


A Chapada é o convite ... A luz é a festa ... O olhar o poeta ... A beleza é a poesia !



Flocos de lua
Feixe de luz
Coração no olho de quem vê
além de todas as serras
e descobre que na paz
existe muito amarelo.

Teto celeste
Luz artificial
O Divino é mistério
O Humano é complexo !




Quando a noite chega com nuvens condensadas de versos , uma luz acende o poeta , que inibido com o encanto da lua, procura o escuro , que ainda resta.
.
Texto : socorro moreira
Fotos: mônica cabral

A Poesia de Lupeu lacerda

Esqueço o calendário.
Depressa.
Certeza de procurar uma resposta,
Qualquer uma.
Nada a ver com essa dor no peito.
Nada a ver com a constatação absoluta e intrínseca
dos meus defeitos com cheiro
de camomila e vinho.
Procuro o vidro com as anfetaminas.
Vontade de ir assim sem sim.
De verdade? não conheço o cara da minha identidade.
E você foge com seus delírios mal vestidos.
Com seus vestidos cor de nada.
Com suas flores de plástico
de garrafas pet.
Nada a ver com essa ânsia.
Nada ver com a discordância das notas
desse piano.
De onde veio a merda desse piano?
eu mastigo os seios dos meus medos.
Talvez assim, porque
Eu detesto olhar pra trás.

por lupeu lacerda

Alamedas
(Os sentidos do tempo)
- Claude Bloc -
.

Sim, o tempo passa! Anos passaram ligeiro, impiedosos, às vezes. Vitimam muitas lembranças. É verdade, tudo passa e tanto passa que eu ainda não decorei o meu papel. O que serei agora?

Pois é, já decorei o passado: infância, fantasias, pessoas, encanto, magia... Cheiro! Sim, infância tem cheiro... Cheiro de boneca nova. Cheiro de bombom. Cheiro de café torrado no caco de barro. Rapadura adoçando a boca. Cheiro preso nesse tempo, lá atrás.

A infância também tem cor, sabor... Sabor de comida. De baião-de-dois com pequi, de capote, de tapioca com coco. E as cores? Cores de mato depois da chuva, crescendo verdinho com cheiro de felicidade. Sim, cores do arco íris na alma da gente... Lembranças!

E vem a saudade! Saudade daquela menina que chegava no escritório da fazenda, bem devagarinho, para datilografar nas máquinas de lá. Esboços, nomes “desenhados” com X, poemetos pobres e pueris... Brinquedos tão lindos ela tinha... e a bicicleta que passeava pelos alpendres deixando as marcas das rodas para trás.

E os banhos de açude? Passeios a cavalo, moagem, farinhada? O cheiro das primeiras chuvas, dos primeiros sonhos...

Como falei, o tempo passa. O tempo passa e passou, mas ainda não decorei meu papel. Só meu passado está decorado nessas lembranças. Além de tudo, além de mim, o tempo passa e guarda em suas gavetas nossos afetos. Amizades mantidas, amizades aladas, retomadas. E essas lembranças todas com sabores e cheiros. Novidades e encantos! Passeios nas alamedas do tempo.

Claude Bloc
.

Bolo Lady Vandama - criação de Socorro Moreira


Ingredientes :

1 xi de fubá de milho
1 xi de aveia
1 xi de farinha de trigo
1 xi de ovomaltine
5 ovos
200 gr de manteiga
1 copo de leite
2 xi de açúcar
1 colher dee pó royal
ameixas picadas ( umas 8)
maças picadas.( duas ou 3)
canela para polvilhar.


Método
Bata o açúcar com os ovos e a manteiga. Adicione as farinhas alternando com o leite. Acrescente as frutas picadas. Coloque numa forma untada e polvilhada . Por último polvilhar canela e açúcar. Forno pré aquecido.
Obs: o pó royal deverá ser agregado às farinhas .

Capuccino à minha moda
1 xi de café forte

1 colher de canela

2 colheres de chocolate

3 xi de leite

açúcar à gosto.

4 gotas de licor da sua preferência

Servir com chantlly ou sorvete de creme.
P.S. Dá direiro ao SUS

Por Ana Cecília

Mãe e filha : O sorriso de Ana Cecília em Ana Clara !
Neta , Ana , Clara ternura , entre os avós ( pessoas queridas ) : Dr.Zé Newton e Dona Rute.
"Ela é o meu mais belo poema. Quando nasceu, por uma coincidência, a notícia saiu no boletim do conselho federal de psicologia. Agora, num piscar de olhos, tornou-se psicóloga.
Quase digo que não vi o tempo passar, mas vi, sim! E digo que cada minuto vale e valeu. Agora sou eu quem aprende com a força que vem dela.

Felicidades, filhinha!


Que Deus te abençoe, sempre.
Com amor,


mamãe. "
(Ana Cecília)

Um caderno amarelo e vôos


A infinita alegria do amarelo. Esta janela que se abre, este avião, tantos vôos. A cada dia, o mesmo material, as mesmas imagens, recorrências.
Fluência prestes a se desatar. Repouso em palavras que leio. Em mim, ainda o silêncio da impossível transcrição. De outras poéticas. Do que realizo, missão que cumpro, quase que um legado.

Venho ao Crato, desatando, à primeira vista, estranhamentos. Registro de afeto, subjacente, como se o tempo não transcorresse. Agora espero sobrevoar o Cariri, seu céu amplo, seguro como um abraço.

Dentro de mim, ainda, meu olho esquerdo que não posso arrancar.

por Ana Cecília

Histórias ...Histórias - por Rosa Guerrera


Vez em quando gosto de sair dirigindo sem rumo certo , à toa , no vagar irregular das estradas, minhas velhas companheiras. É como se todo o meu Eu precisasse desse parêntese , dessa libertação, de uma pausa diferente para o cotidiano tantas vezes antipático.
Paro numa praça, desço do carro, chuto pedrinhas nas calçadas, perco o relógio, passo em frente a uma Igreja , penso nas poucas crenças e nos muitos deuses, olho os bares cheios de homens vazios , dou um sorriso para um moleque que me observa ...e continuo andando .
Penso nas muitas histórias de vida que me contaram, nos amores que vivi, nas promessas escutadas,nas injúrias recebidas,e fico surpresa com a minha neutralidade.
Sento depois num banco de praça e acendo absorta um cigarro. Dou três ou quatro tragos e resolvo joga-lo fora , olhando distraída a fumaça que desaparece no vento.
Um edifício cresce a minha frente!
E parece me contar histórias de um monte de tijolos, pás, andaimes e cimento.
Amanhã moradores desse “ espigão” terão também outras histórias para contar .
Contrastes da vida ! Paradoxos sem explicações !
Uma canção chega aos meus ouvidos., vinda de um rádio distante : “Esse beijo molhado /escandalizado/ que você me deu/” ... ( até que alguns beijos a gente nunca esquece mesmo.)
Vinicius me vem a mente : “Porque foste na minha vida/a ultima esperança/e encontrar-te me fez criança “/... De onde será que Vinicius colheu a história dessa música ?
Vida, vida ....ponto irregular entre o tudo e talvez o nada!
Esse meu caminhar hoje à toa , essa mania infantil de procurar histórias nas ruas, essa paisagem diferente em forma de carro estacionado,cigarro jogado fora, relógio perdido , músicas, saudades , praças vazias ...
De repente alguém perturba o meu silêncio ou a minha história , colocando no mais alto volume no som de um velho Corcel parado defronte a um bar , um sambinha que eu não o escutava faz um tempão : “ Tire o seu sorriso do caminho/ que eu quero passar com a minha dor “/
Resolvo voltar para casa!
Ligo o carro e dirigindo bem devagar , vou cantarolando bem baixinho :
“Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar /com a minha dor / hoje pra você eu sou espinho/ espinho não machuca a flor .....
Histórias ... histórias !
por rosa guerrera