Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Para Reflexão - COMPARAÇÕES E TENTATIVA DE HUMILHAÇÃO... - Por: George Macário de Brito



"DAVI TIRANDO ONDA COM GOLIAS"
O reflexo da realidade regional


Este diálogo, no momento, é um dos que servem de consolo para nós cratenses, principalmente, para quem já está cansado de tantas disputas perdidas. Certo dia, um desses "desterrados", que não tem onde viver e nem o que fazer da própria vida, chegou para um cratense, que esperava um transporte de volta, e disse:

- É! O Crato ficou para trás! Não chega nem aos pés de Juazeiro do Norte! Perderam tudo! Estão ficando com o que não nos interessa, só a sobra! O Cariri é o Juazeiro e, por si só, já é o bastante!

O cratense, sem muitos argumentos, apenas comentou:

- O Juazeiro foi, é, e ainda continuará sendo o produto da mente criativa de um cratense! Tão inteligente que se passou por Santo, se fez Santo, é Santo e vocês acreditaram nele, até hoje!

- Respeite Meu Padim! Resmungou o devoto que continuou com a tentativa de humilhação.
- O Crato não possui mais, nem um edifício com mais de quatro andares!

Novamente,"sem querer querendo" a refrega, o cratense responde em cima da bucha:

- Taí! o Senhor está enganado! Possui um maior, mais alto e mais comprido do que os prédios de Juazeiro todos em fila e empilhados, um em cima do outro!

O desafiante ficou meio sem rumo e sem prosa. Coçou a cabeça como quem estava a procura de algo, puxando pela memória ou por outro meio de avivar as recordações visuais, tentando achar a tal edificação no Crato e respondeu:

- Olha meu camarada, isto é mentira sua! No Crato não tem este prédio não Senhor! Quando foi feito? Quem foi o arquiteto? Qual foi o Governo?Qual foi a construtora que construiu um "estrupício" de prédio desse tamanho? E como eu nunca vi ele? Que cor ele é?

Vendo que se tratava de mais um "flutuante", assim como a maior parte do todo, o "roedor de pequi", nascido e criado nestes verdes pés de serra, acostumado a tomar banho de cascata com águas cristalinas, respondeu-lhe, após uma profunda inspiração:

- Olha, meu amigo, já vi que você não conhece o Cariri! Você precisa sair daqui e conhecer melhor o Crato, Barbalha, Missão Velha, Caririaçu, Nova Olinda, Santana do Cariri e os outros municípios que fazem parte desta região. O Cariri não se resume a um só município, por mais rico e forte que ele seja! O que seria do comércio e da indústria de Juazeiro se o povo dos demais municípios decidissem não fazer mais compras aqui? É ilusão sua querer dizer que nós, das outras cidades, é que somos dependentes de Juazeiro! Não é verdade! São vocês que dependem dos outros, inclusive, de mais alguns pequenos do Pernambuco, Piauí, Paraíba e de outros Estados.

E continuou:

- Para que você fique convencido, de uma vez por todas, de que é o Juazeiro que depende dos outros, dos pequenos municípios, dos próximos e dos distantes, depende do Cariri Cearense e até do Cariri Paraibano... Pergunto-lhe: De onde você acha que vem a grande e esmagadora parte destes Romeiros do Padre Cícero, quatro vezes por ano? Já pensou se houvesse deles uma greve de FÉ? Quem perderia com isso?

Com as feições bem apróximadas com as de um "jagunço de 14" - reencarnado - o sujeito, para não perder a pisada, indagou:

- E o tal edifício? Não mude de conversa não! Aquele que você disse que é um "alôpro" de grande! Que é muito mais maior dos que aqueles que a WR já levantou aqui? Conversa fiada rapaz! Não tem não!

- Pois não é que eu já ia me esquecendo da maior obra já construída no Cariri!!! Respondeu o cratense bairrista.

- E qual é esta obra? Perguntou novamente o Romeiro, mais irritado e ainda mais curioso:

- O "edifício" que o Crato tem é Verde! Tão grande e tão alto que faz sombra até no Juazeiro quando o sol se esconde por trás dele! O Bicho é tão elevado que não precisa nem de elevador! Agente sobe nele até de carro! Até faz mudar de temperatura a medida que vai subindo. Lá de cima, dá pra vê o Cariri bem miudinho de tão alto. O Ar condicionado é natural! O "Jardim" é tão grande e tão viçoso que até o Governo, há anos, já tem um pedaço lá e o transformou no primeiro do Brasil. Lá, criamos os animais soltos, até onça tem! Sim! a Construtora responsável pela execução da obra é a maior do mundo, atua em todos os países do Planeta. E o que dizer do arquiteto? Este é magnífico! Ele é perfeito em tudo que faz! Pois, meu amigo, para elaborar um projeto desses, sem passar por licitação, totalmente gratuito e se chegar ao término da obra...Só tendo tido sorte antiga, há milhões de anos, muita sorte e muito merecimento! E, o que é melhor, não somos egoístas como vocês não! Ainda dividimos, em total harmonia, o "condomínio" com Barbalha, Nova Olinda, Araripe, Jardim, parte do Pernambuco, Piauí, abraçando o terreiro de muitos outros lugares. É meu caro, a NATUREZA construiu e DEUS arquitetou a mais bonita obra do Cariri, em todos os tempos, que é a nossa CHAPADA DO ARARIPE. Esta jamais será transportada para cá, nem pelo dinheiro e nem pela politicagem.

Olhá lá ela! Linda e Majestosa! Tenho muito orgulho de ter nascido aos seus pés e aos seus pés morrerei. Mas, antes deste fim, quero viver para ver o Povo do Crato acordar para enxergar tanta beleza!

ACORDA CRATO!!!
George Macário de Brito - Vereador - Artista Plástico - Editor

Por que mudou ??? Mudou por que ??? - Jósé Nilton Mariano Saraiva

“Há tempos o Crato batalha para que o aterro sanitário consorciado da Região Metropolitana do Cariri fique em nosso município, o que traria inúmeros benefícios”.
Este, um dos trechos da matéria divulgada meses atrás num dos blogs da Região do Cariri, tratando de “aterros sanitários” (com o aval positivo do prefeito do Crato), conforme depreende-se da leitura abaixo; num segundo momento, o vice-prefeito do Crato andou pelo sul-sudeste do país, conferindo in loco os “benefícios” que adviriam da implantação de tal instrumento na cidade (também objeto de reportagem do blog, inclusive com fotos).
Hoje, estranhamente, e desdizendo o que dissera antes, a grita é generalizada, todo mundo diz ser do contra, armou-se um verdadeiro circo pra tratar do tema e os cratenses se perguntam atônitos: por que mudou ??? mudou por que ???
No mais, permitimo-nos, ao final, relacionar os “benefícios” (???) que o Crato receberá se aceitar receber tal “presente” (os grifos são por nossa conta).

******************************

(Transcrição – ipsis litteris - de trechos da matéria do blog):

“NE - Os aterros sanitários consorciados são a última palavra em tecnologia de reciclagem de lixo, pois evitam poluir o meio-ambiente. O lixo é colocado em locais onde atravessa inúmeras camadas de diferentes materiais, até ser completamente transformado em substâncias inertes e não nocivas às populações. HÁ TEMPOS O CRATO BATALHA PARA QUE O ATERRO SANITÁRIO CONSORCIADO DO DA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI FIQUE EM NOSSO MUNICÍPIO, O QUE TRARIA INÚMEROS BENEFICIOS. O investimento é da ordem de 12 milhões de reais, e tem como parceiros o Banco Mundial e o Governo do Estado do Ceará”.
“O presidente do aterro consorciado, Samuel Araripe, prefeito do Crato, afirma que já houve avanços representativos em relação ao aterro consorciado. A parte de legislação do consórcio já está pronta, diretoria constituída, e a parte de legislação já passou pelo Poder Legislativo. O prefeito destacou a dificuldade de escolha do terreno, por conta da legislação, que impede que o aterro seja construído a menos de 20 quilômetros do aeroporto. "Isso dificulta a construção do aterro em Juazeiro e parte do Crato", explica”.
”Segundo o prefeito, a maioria das pessoas ainda tem uma idéia equivocada em relação ao aterro. Ele destaca ASPECTOS POSITIVOS COMO A ECONOMIA DE TRANSPORTE PARA A CIDADE QUE SEDIAR O PROJETO, AUMENTO NA ARRECADAÇÃO DO ICMS ECOLÓGICO E PERSPECTIVA DE CONSTRUÇÃO DE UMA USINA DE GERAÇÃO DE ENERGIA, O QUE JÁ SE TORNA FACILITADO”.
Samuel Araripe define como um grande negócio para um Município sediar: "Espero de fato que saia do discurso para a prática, porque o consórcio foi constituído há dois anos", ressalta. Segundo Samuel Araripe, a filosofia de implantação do aterro é perfeita, mas é importante definir a responsabilidade direta de cada integrante. Há três propostas de gerenciamento: na primeira, os próprios Municípios gerenciam; na segunda, a atribuição fica para o Estado; na terceira, entra o setor privado. "Em última instância, como consorciado, afirmo que O CONSÓRCIO DEVE SER ADMINISTRADO PELOS MUNICÍPIOS”, defende êle.

****************************

Aqui, ALGUMAS VERDADES SOBRE OS ATERROS SANITÁRIOS

01) Há necessidade de um grande investimento para sua implantação e manutenção; 02) A fermentação e digestão da matéria orgânica pelos micro-organismos anaeróbios geram gases altamente nocivos à atmosfera, além do chorume, líquido poluente e mal cheiroso. 03) O material plástico, contido no lixo do aterro, que não é biodegradável, permanece incólume, criando bolsões de gases e condições de deslizamento das camadas componentes do aterro; 04) Inutilização de grandes áreas em locais valorizados próximos às cidades que nunca mais poderão ser utilizados, senão para cobertura verde; 05) Necessidade de investimento em equipamentos pesados como tratores, caminhões e retro escavadeiras para operar o aterro; 06) Elevado custo operacional para cumprir as condições operacionais mínimas obrigatórias; 07) Tempo de uso limitado, obrigando a busca permanente de outras áreas para novos aterros; 08) Poluição da atmosfera pela exalação de odores fétidos num raio de vários quilômetros; 09) Riscos permanentes de poluição dos mananciais subterrâneos; 10) Necessidade de permanente incineração dos gases emanados pelos drenos constituídos principalmente pelo gás metano, vinte e uma vezes mais poluente que o gás carbônico.
Outrossim, há que se atentar que a impermeabilização permanente de um aterro sanitário é uma tarefa de engenharia impossível porque, até a presente data, nenhuma tecnologia criou uma superfície capaz de conter a infiltração de forma permanente. A argila forma uma superfície filtrante, deixa passar água e quem nos garante que o lençol de material, através da ação química ou bioquímica provocada pelo contato com o chorume, escorra ? Um determinado material poderá conter a infiltração da água por algum tempo, porém, mais cedo ou mais tarde esta camada de proteção irá ceder, permitindo a passagem da água que irá transportar os metais pesados contidos no lixo do aterro para os lençóis freáticos. Regiões pobres e carentes em recursos hídricos não podem e não devem correr o risco de contaminar, de forma irreversível, os seus já escassos recursos. Assim, os aterros sanitários são soluções paliativas. Visam apenas camuflar o grande problema do lixo, empurrando-o para as gerações futuras, que terão de enfrentar verdadeiras bombas de retardo, detonáveis a qualquer momento.

Boff(e)

Quinca de Liliosa é um jornalista nato sem nunca ter esquentado nenhum banco de escola. Como bom profissional, corre atrás da notícia e tem uma sincronia enorme com os fatos que narra. Invariavelmente – sabe-se lá como --- esteve presente nos acontecimentos de que faz as reportagens, talvez para que isso dê uma confiabilidade maior às matérias. Não foi coisa de ouvir dizer, vi com esses olhos que a catarata ainda há de cegar ! Por mais de uma vez foi pego no contrapé, constatando-se o incrível dom da onipresença: estava em dois lugares diferentes , no mesmo instante, em que teriam havido dois acontecidos diversos. Claro que, como bom jornalista, Quinca punha tempero na reportagem : aumentava um pouco dali, esticava um tanto dacolá, acrescentava tramas paralelas, sabia perfeitamente que sem um pouco de ficção o jornalismo não é possível.

Semana passada , na praça Siqueira Campos – a difusora de Liliosa – ele me chegou com os olhos brilhando. Trazia uma notícia quentíssima. Controlou um pouco a ansiedade, enquanto esperava que a platéia se formasse ao derredor. Depois, quando já havia córum regulamentar, iniciou a narração. Primeiro, como sempre, fez ar de mistério: “ Sei não ! A coisa é séria, amigos, acho que é melhor não contar! Isso pode trazer problemas para mim!” Acostumados com o prefixo de Liliosa, os circunstantes nem tremeram, sabiam do que era preciso e aí começaram a insistir um pouco. Finalmente o nosso jornalista acedeu, não antes que todos jurassem, de pés juntos, que aquela história não ia sair dali: era segredo de estado. Preenchido o contrato que tinha muitas cláusulas leoninas, Quinca respirou fundo e, após um estudado silêncio perfeitamente teatral, desfiou o segredo, guardado a sete chaves como os dos meninos de Lurdes.

--- O Hospital Regional do Juazeiro está abarrotado de acidentados !

A platéia , imediatamente, armou um ar de incredulidade! Já? E o hospital foi feito num foi prá bater retrato, não? Eles atendem gente , lá? É? Pensei que fosse só um estúdio fotográfico! -- Saltou, ironicamente, o velho Zé Idéia de lá do seu canto!

--- Está cheinho, minha gente, foi um acidente terrível. Pernas quebradas, braços retorcidos, cílios arrancados, silicones pelo chão, perucas prá tudo quanto é lado! Só de plumas, paetês e purpurinas retiraram da porta do Regional mais de três caminhões.Sem falar em 2855 plataformas que os carroceiros carregaram. E os gritos de dor são de dar pena. É ver umas dez ambulâncias com os alarmes ligados! UEMMMMMMMMM!

O que teria acontecido? Perguntaram-se todos. Desfile de carnaval não existe nessa época. Alguma confusão em baile de gala? Mas baile durante o dia, com todas aquelas roupas de noite e logo onde? No Juazeiro? Liliosa mantinha o segredo estrategicamente. De onde teriam saído tantas senhoras prontas, em pleno dia e como fora possível um acidente daquele porte, com tanta gente fina e importante junta no mesmo momento? Aos poucos, Quinca foi revelando o resto da história, como se se tratasse de um strip-tease.

Não, não se tratavam de senhoras em stricto sensum. O acidente, na verdade, acometera um incontável número de rapazes alegres. A platéia, imediatamente, associou à Parada Gay do Juazeiro que iria acontecer naqueles dias. Caíra um carro alegórico? A estátua de São Sebastião despencara de um dos carros no meio das moças donzelas? Teria sido mais um ataque da desprezível homofobia ainda tão presente na nossa sociedade? Liliosa, no entanto, mais uma vez, desfez a interpretação rápida da platéia.

--- A Parada Gay de Juazeiro, amigos, só vai se realizar amanhã, fiquem tranqüilos que todos vocês não perderam , não! Ainda vai ser possível desfilar, viu?

O que teria, então, ocorrido? Como teria sido possível tamanho acidente, nas vésperas do evento? As bichinhas aos berros, chorosas, lacrimosas, cheias de escoriações e hematomas? As roupas de gala aos farrapos? Foi no aeroporto que ocorreu o pavoroso desastre! ---esclareceu nosso jornalista. Um acidente aéreo com os GLTS que vinham para a Parada, imaginaram todos.

Quinca, após um breve silêncio, mais uma vez dissuadiu-os. Não, não tinha sido isso! Depois de um silêncio cientificamente programado, Liliosa, por fim esclareceu a causa da calamidade. Estava mais de um milhão de rapazes alegres no aeroporto regional do Cariri esperando os companheiros que chegariam para a Parada Gay do dia seguinte. Todos foram a rigor e se espremiam , num calor infernal, só aplacado pelos incontáveis leques que ritmicamente flanavam. Junto, havia um pequeno grupo de professores que aguardava a chegada do grande Leonardo Boff que vinha, naquele dia, proferir uma memorável e concorridíssima palestra no Ginásio Poliesportivo. Arapuca estava armada, amigos. Sem ter conhecimento da vinda do teólogo, no mesmo vôo, de repente deu-se o estouro da boiada. As bichinhas saíram em desabalada carreira em busca da sala de embarque e foi um pisoteado só: cílios pelo chão, penas de pavão, silicones, perucas, plumas e paetês. É que , inadvertidamente, uma professora ao avistar o Leonardo que já havia desembarcado e se dirigia à sala de embarque, caiu na besteira de gritar:

--- Vejam, o Boff já vem ali, meu povo ! Ele é lindo !

J. Flávio Vieira

O Pensamento do Dia - A Imprensa Golpista - Por: Dihelson Mendonça




"É preciso que o PT comece logo esse negócio de regulação da Mídia, senão não vai sobrar nenhum ministro, porque a Imprensa Golpista está descobrindo todas as falcatruas desse governo. Hoje caiu o quinto ministro do Governo Dilma. Quer mais ? "

Dihelson Mendonça

“Lições de Vida” (Frei Betto)

01) Deixe-me dizer, mesmo com o risco de parecer ridículo, que O VERDADEIRO REVOLUCIONÁRIO É GUIADO POR GRANDES SENTIMENTOS DE AMOR. É impossível pensar num revolucionário autentico sem esta qualidade. É preciso ter uma grande dose de humanismo, no sentido de justiça e de verdade para não cair em extremismos dogmáticos, em escolasticismos frios, em isolamentos das massas. É preciso lutar todos os dias para que esse amor à humanidade viva se transforme em atos concretos que sirvam de exemplo e mobilizem.

02) Quem se deixa dominar pelo medo de pensar, evitando contradições e opiniões divergentes, assimila o pensamento de quem o proíbe de pensar e se alheia da busca da verdade, confundindo-a com a autoridade. Ou pior: julga o seu pobre pensar refletir a verdade lapidar e olvida que HÁ A SUA VERDADE, A MINHA VERDADE E A VERDADE VERDADEIRA. O desafio é buscarmos, juntos, a verdade verdadeira.

03) MINHA GERAÇÃO – A DOS IDOS DE 68 – VIVE AGORA EM DESCONFORTO. Tantos sonhos e sacrifícios, cantos e passeatas, e o olhar altivo de “Che” iluminando nossos ideais, para resultar em filhos que se drogam, detestam política e, de academia, só conhecem as de ginástica. PARA ALGUNS, O CULTO DO CORPO COMPENSA A ATROFIA DO CÉREBRO.

04) ASSIM É A POLÍTICA: horizonte de sonhos para o qual se caminha ao peso de bolas de ferro presas ao tornozelo. Não há rotas lineares; são todas labirínticas, acidentadas. Em cada curva, uma surpresa, obrigando o viajante a mudar de ritmo e refazer o mapa. Nas costas, a sacola atulhada de vaidades intransponíveis, maledicências, frituras e bajulações desmedidas. NELA SE INGRESSA SEM PASSAR PELA PROVA DA COMPETÊNCIA, NEM SE EXIGE ATESTADO DE IDONEIDADE MORAL.

05) HÁ MUITOS MODOS DE ADMINISTRAR A LOUCURA, PORQUE DELA NÃO SE PRESCINDE INTEIRAMENTE. A minha é a arte de tecer letras, combinar vocábulos, consubstanciá-los, garimpar-lhes o significado, aprimorar sintaxes. As palavras me salvam, tornam terrivelmente lúcida a minha demência e dissipam-me as sombras da alma. Tenho com elas uma relação passional, promíscua, lexicofágica. Como-as, bebo-as, respiro-as, são elas que me povoam os meus sonhos. Ao longo de quatro anos de prisão (1969-1973), escrevi a parentes, amigos, confrades, para sublimar o medo, exorcizar demônios, revitalizar a fé. REAJARDINEI MINHA ESPERANÇA ATRAVÉS DA ESCRITA e, sobretudo, emiti meu pálido clamor em meio a tanta atrocidade”.

SOMOS OS NOSSOS ATOS. Na vida, temos a liberdade de apenas escolher as sementes. Depois, haveremos de, inelutavelmente, colher o que plantamos. Isso vale para a vida pessoal, social e política. Por isso, as nossas opções fundamentais são tão importantes. São elas o nosso verdadeiro retrato. Nem ovo, nem galinha. Os dois juntos. O ovo contém a galinha, a galinha bota o ovo. AS PESSOAS MUDAM MUDANDO O MUNDO. MUDADO, O MUNDO MUDA AS PESSOAS.