Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 16 de março de 2011

Doses amargas - Emerson Monteiro

Diante de alguns desses acontecimentos recentes que chegaram aos nossos pousos em forma de matérias televisivas, perguntas se misturam com desencantos. Onde antes havia segurança técnica e bonitas paisagens, cresceram ondas de gravetos sacudindo a tranquilidade relativa de populações inteiras. Mares e chãos reverteram ordens estabelecidas no país silencioso, pondo para vagar sem destino atônitos sobreviventes.
Espécie de susto parece tomar conta dos noticiários, numa sucessão de atividades naturais imprevistas, quando as indagações tradicionais ainda nem respondiam as nuvens de inocência das mentalidades, por isso dominando o espetáculo do momento. Chuvas, marés, tremores de terra, e, para completar a bizarrice dos medos atuais, usinas atômica expelem radioatividade no céu; além de queda, coice. Tudo o que os japoneses menos queriam, depois dos dramas medievais de Hiroshima e Nagasaki, aos fins da Segunda Guerra, seria lidar, outra vez, com aquela maldade tenebrosa das chagas invisíveis que intoxicam os ares.
Outro dia, no consultório do dentista, uma professora explicava, a propósito das mudanças do clima da Terra, avaliando existirem interesses secretos na divulgação das supostas transformações da natureza, na intenção de alarmar para o uso indiscriminado dos recursos originais. Grupos dominantes reservariam a si o domínio desses recursos; o restante da humanidade ignora seus frutos e benefícios. Enquanto isto, a mídia alimenta o pacto da ignorância das massas.
Paro e penso o quando seres humanos caminhariam distantes do controle desses fenômenos naturais. A casa comum do Planeta às vezes dá sinais de exaustão e indica sérias mudanças além das previsões oficiais. Gelo derrete nos polos, rios secam abaixo das médias conhecidas, tragédias impõem custos de vidas humanas, secas, deslizamentos e inundações trocam de lugar nas colinas quando menos esperados, uma série de ocorrências exóticas no clima que sacoleja as bases do eterno, forçando apreensões e ocasionando sustos.
Filosofar numa fase destas virou exercício de conformação, reconhecimento das urgentes necessidades dos aspectos religiosos da cultura. Há milênios, as civilizações impõem as suas normas aos fatores da Terra, sem, contudo, acreditar pudessem atingir os limites da tolerância. Porém nesse turno, quando impactos chegam quase em tempo real aos restaurantes, lares, supermercados, a cores de cristal líquido, no mínimo levam arrepios a percorrer espectadores desconfiados, nas tamanhas reviravoltas impacientes, tragédias anunciadas que afundam o palco de onde muitas verdades saíram para bem longe de grandes certezas agora abandonadas.

"Stabat Mater - postado por Armando Lopes Rafael


Estamos na Quaresma, tempo de penitência e oração...
Nesta quadra do ano é oportuno lembrar o frei Jacopone de Todi, figura lendária na história da literatura franciscana. Antes de ser frade, Jacopone de Todi foi escrivão, advogado, procurador legal, poeta importante, nobre, vaidoso e muito rico.
Converteu-se em 1268 e passou a ser um grande penitente, tendo entrado na Ordem franciscana em 1278. Sua conversão foi atribuída à descoberta de que sua mulher Vanna, tinha sido uma penitente. Muito bonita, Vanna era usada por Jacopone para exibir sua riqueza em festas e bailes, onde, como contam alguns, ia forçada, mas dançava animadamente. Um dia, o chão afundou com os pulos e o ritmo das danças e, entre os feridos, só Vanna morreu.
Foi então que Jacopone descobriu que ela estava usando cilícios embaixo das roupas ricas. No convento Jacopone compôs um longa poesia, Stabat Mater (Estava a Mãe), escrito em Latim e traduzido para dezenas de idiomas.
Este poema foi musicado por muitos compositores, como Antonio Vivaldi, Rossini, Dvořák e Pergolesi, Giovanni Pierluigi da Palestrina, Marc-Antoine Charpentier, Joseph Haydn, Emanuele d'Astorga, Charles Villiers Stanford, Charles Gounod, Krzysztof Penderecki, Francis Poulenc, Karol Szymanowski, Alessandro Scarlatti (1724), Domenico Scarlatti (1715), Pedro de Escobar, František Tůma, Arvo Pärt, Josef Rheinberger, Giuseppe Verdi, Zoltán Kodály, Trond Kverno (1991), Salvador Brotons (2000), Hristo Tsanoff, Bruno Coulais (2005), Anorexia Nervosa (banda de rock black metal), e mais recentemente Karl Jenkins.
Abaixo, excertos do poema Stabat Mater, de Frei Jacopone de Todi (século XIII)


Estava a Mãe dolorosa
Junto à Cruz, lacrimosa
Da qual pendia o seu Filho
...
Banhada em pranto amoroso,
Neste transe doloroso,
A dor lhe rasgava o peito.
...
Estava triste e sofria
Porque ela mesma via
As dores do filho amado.
...
Quem não chora, vendo isto,
Contemplando a Mãe de Cristo
Em tão grande sofrimento?
...
Dai-me, ó Mãe, fonte de amor,
Que eu sinta a força da dor,
Para que eu chore contigo.
...
Fazei arder meu coração
Do Cristo Deus na paixão,
Para que eu sofra com Ele.
...
Quero contigo chorar
E a cruz compartilhar,
Por toda a minha vida.
...
Por Maria, amparado,
Que eu não seja condenado
No dia da minha morte.
...
Ó Cristo, que eu tenha a sorte,
No dia da minha morte
Ser levado por Maria.
...
E no dia em que eu morrer,
Fazei com que eu possa ter
A glória do Paraíso. Amem.
(Fontes de Pesquisa: livro "Sete Dores de Nossa Senhora", publicação dos Arautos do Evangelho, 2011, e Wikipédia)

Pensamento para o Dia 16/03/2011


“Temos muito a aprender com os outros. Não é preciso duvidar desse fato. Aqueles que se recusam a aprender desse modo declaram-se tolos. Você pode aprender com os outros qualquer coisa que possa promover seu progresso espiritual e absorvê-lo ao máximo, de acordo com as linhas previstas para seu próprio progresso, em seu próprio caminho moral ou Dharma. Você deve viver como você mesmo, não como outra pessoa. Esteja imerso em seu Deus, em suas próprias crenças e sentimentos, na bem-aventurança que brota de seu próprio coração e no prazer derivado de sua prática espiritual (Sadhana). Se outros tentam impedi-lo de fazer isso, qualquer plano que teçam ou artifícios que empreguem, resista a eles. Não negue a si mesmo a consciência do Divino e do Êxtase Divino. Derrube as barreiras que se interpõem no caminho e obstruem o livre fluxo de divindade, doçura e força do fundo de seu coração.”
Sathya Sai Baba

FESTA DA MENTIRA - no Pink Floyd Bar


Comemorar o dia da mentira? Normalmente esse dia é comemorado enviando-se alguma mentira para alguém. São brincadeiras feitas para se rir depois do efeito da mentira. As brincadeiras, algumas delas às vezes bastante pesadas, fazem alguém que a recebeu ficar com cara de bobo. No entanto vimos que a data está um pouco esquecida, ou "não se fazem mais Dia da Mentira como antigamente!". Pensando nisso, a Sertão Pop Produções resolveu reavivar a data, mas de uma forma diferente. Não mais com "mentiras verdadeiras" ou chacotas, mas sim com muita diversão e alegria.
Para isso programou a "FESTA DA MENTIRA", numa alusão à data. Cotratou as duas melhores bandas de rock, pop e blues do Cariri cearense, e utilizou o material gráfico para brincar de mentirinha. No cartaz diz que a festa será aberta pelo saudoso Chacrinha, e que bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin, Beatles, etc, e artistas como Michael Jackson, Tim Maia, Cássia Eller e outros, estarão presentes na festa. As bandas que farão o som da festa são NIGHTLIFE E LOS THE OS, porém no cartaz diz que elas não estarão na festa. Tudo mentira, é claro. A única verdade é que o som vai rolar e será uma noite muita divertida. Outro detalhe do cartaz da festa é a presença do personagem "Pinóquio", personagem infantil de Walt Disney que dá ênfase à brincadeira.

Monges beneditinos visitam Barbalha – por Napoleão Tavares Neves (*)



Nestes dias de Carnaval, os monges beneditinos do Mosteiro São Bento de Salvador, Bahia, vieram fazer uma visita à Barbalha, sendo hóspedes da Casa de Férias e Veraneio das irmãs beneditinas do Hospital-Maternidade São Vicente de Paulo, encravada nas proximidades do Caldas. Não é preciso dizer que os monges se encantaram com o Cariri, com o Hospital São Vicente, com o clima e o verde luxuriante da nossa paisagem. Eram doze frades.

No domingo, dia 6, celebraram uma Santa Missa na capela do próprio Hospital São Vicente. A celebração foi presidida pelo Prior do Convento, frei Rafael, todos em vestes talares. Na homilia do celebrante ficou patenteada a preocupação da Igreja Católica com os perigos da Internet, manuseada por jovens, crianças e adolescentes sem a vigilância dos pais.

Muito bem fundamentada aquela homilia, pronunciada por um frade realmente ungido por Deus, simples, humílimo e culto, uma cativante figura. Na sua homilia falou duas vezes na figura do Padre Cícero. Depois da Santa Missa, a Irmã Eva Maria, Superiora Beneditina em Barbalha, lhes disse: – “Se os senhores quiserem saber sobre o Padre Cícero e o Cariri, temos aqui o nosso mais antigo médico deste hospital, Napoleão Tavares Neves, que se dispõe a falar para os senhores monges”.
Eles aceitaram a sugestão e durante uma hora disse-lhes o que sabia sobre os temas do Cariri: Padre Cícero, Cariri, Chapada do Araripe, Lampião, fontes que brotam na Chapada do Araripe, fósseis, riqueza histórica e geográfica, romarias do Padre Cícero, clima e solo da nossa região, e – após as mais variadas perguntas – convergindo tudo para a polêmica figura do cratense Padre Cícero Romão Batista.
Assim, foi uma proveitosa visita para todos. Com lucros culturais bilaterais...
(*) Napoleão Tavares Neves é médico, escritor, memorialista, historiador e cronista. Reside em Barbalha.