Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 27 de março de 2011

Ás vezes, tudo - Emerson Monteiro


Viajar por dentro das veias e colher algumas lembranças dos lugares e sentimentos. Olhar pelas janelas dos hotéis da vida; silenciar nos voos longos da alma aos tetos do firmamento; deslizar com as nuvens; saracotear acrobacias nos riscos dos pássaros experimentando as variações da brisa. Apalpar as vísceras; sondar quanto tempo mais o muro resistirá à ação dos elementos. Esfregar os olhos, nos desejos de ver a estrutura dos monumentos esverdeados nos parques, nos momentos frios das manhãs nubladas. Esses tique-taques de pedras rolando no inverno das encostas mexem com os nervos tensos da gente, atiçam as paixões antigas, desesperadas saudades, que foram embora irresponsáveis, nos sulcos dos velhos discos de músicas amareladas. Tantos amigos, lugares, vibrações, esperanças e sonhos sumiram simplesmente. As horas molhadas da véspera insistem nas palavras que construíram as inúteis ilusões. Vontade poderosa de convencer a mim próprio de escutar o interior, no seio das criaturas e elevações de pensamentos.
Tais descrições matemáticas de abstratas sensações servem na medida, quais moedas de troca entre as partes do corpo, no solo do organismo. A visão solitária do projeto pessoal quer falar entre os dedos, sem, contudo, ganhar dimensões que satisfaçam a tranquilidade necessária da alegria. E prossegue o esforço de aclimatar o temporal do coração, esse ser ansioso que dói feito urtiga na pele interna da gente. Refletir as memórias, eliminar sofrimento a qualquer custo, anestesiar os impactos destas ciladas esplendorosas de viver e permanecer intacto, querer fugir de conter a dor no território.
Ondas sucessivas de pulsações indicam presenças de seres existentes no caos da memória. Animais impacientes querem dominar os cascos impetuosos que desfilam durante a longa procissão dos aflitos e catam companhia em viveiros abandonados. Um a um, alimentam o vazio, a preencher de novos anseios. Descem, sobem as ladeiras da filosofia à procura de justificar movimentações de tapetes mágicos que deslizam sempre à frente da orientação inevitável. Vêm dúvidas, bloqueios, esquecimentos, insistências, no entanto prosseguir do jeito que puderem as pernas ou a imaginação.
Quisesse, haveria chances de continuar. A todo custo evoluir. As marcas ocultas das solidões agressivas retorcem na boca do estômago de pensar em reunir forças para estabelecer o padrão da viagem. Juntar peças de bagagens e notar que daqui nada presta, apenas o direito de existir, que fala na altura certa dos expectadores do drama que nós somos, bólides acesos de contradições e aventuras. Chegar aqui vindos de longe. Frases. Períodos. Blocos de íntimas amarguras, as quais ninguém conhece. Tão único instante de buscas frutíferas e doces, o enlevo no processo dos significados a quem lê, vê e ouve dizer que tudo mostra possibilidades, acalma, conquanto o século das luzes habita o bairro do ser em si, na vila feliz dos amores adormecidos na alma.

27 de Março - Dia do Circo

Comemora-se o Dia do Circo em 27 de março, numa homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nessa data, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo.
Considerado por todos que o assistiram como um grande palhaço, se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. Seus contemporâneos diziam que ele era o pai de todos os que, de cara pintada e colarinho alto, sabiam fazer o povo rir.

COMO SURGIU O CIRCO

É praticamente impossível determinar uma data específica de quando ou como as práticas circenses começaram. Mas pode-se apostar que elas se iniciaram na China, onde foram encontradas pinturas de 5 000 anos, com figuras de acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Esses movimentos faziam parte dos exercícios de treinamento dos guerreiros e, aos poucos, a esses movimentos foram acrescentadas a graça e a harmonia.
Conta-se ainda que no ano 108 a.C aconteceu uma enorme celebração para dar as boas-vindas a estrangeiros recém-chegados em terras chinesas. Na festa, houve demonstrações geniais de acrobacias. A partir de então, o imperador ordenou que sempre se realizassem eventos dessa ordem. Uma vez ao ano, pelo menos.
Também no Egito, há registros de pinturas de malabaristas. Na Índia, o contorcionismo e o salto são parte integrante dos espetáculos sagrados. Na Grécia, a contorção era uma modalidade olímpica, enquanto os sátiros já faziam o povo rir, numa espécie de precursão aos palhaços.

NO PALCO DA HISTÓRIA

Por volta do ano 70 a.C, surgiu o Circo Máximo de Roma, que um incêndio destruiu totalmente, causando grande comoção. Tempos depois, no ano 40 a.C, construíram no mesmo lugar o Coliseu, com capacidade para 87 mil pessoas. No local, havia apresentações de engolidores de fogo, gladiadores e espécies exóticas de animais.
Com a perseguição aos seguidores de Cristo, entre os anos 54 e 68 d.C, esses lugares passaram a ser usados para demonstrações de força: os cristãos eram lançados aos leões, para serem devorados diante do público.
Os artistas procuraram, então, as praças, feiras ou entradas de igrejas para apresentarem às pessoas seus malabarismos e mágicas.
Ainda na Europa do século XVIII, grupos de saltimbancos se exibiam na França, Espanha, Inglaterra, mostrando suas habilidades em simulações de combates e na equitação.

O CIRCO MODERNO

A estrutura do circo como o conhecemos hoje teve sua origem em Londres, na Inglaterra. Trata-se do Astley's Amphitheatre, inaugurado em 1770, pelo oficial inglês da Cavalaria Britânica, Philip Astley.
O anfiteatro tinha um picadeiro com uma arquibancada próxima e sua atração principal era um espetáculo com cavalos. O oficial percebeu, no entanto, que só aquela atração de cunho militar não segurava o público e passou a incrementá-la com saltimbancos, equilibristas e palhaços.

O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, obrasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.

QUANDO O CIRCO CHEGOU AO BRASIL

No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século
dezoito, eles eram perseguidos. Aqui, andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista.
Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa.
Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.

CIRCO CONTEMPORÂNEO

Circo contemporâneo é o que se aprende na escola. Fenômeno conseqüente das mudanças de valores na sociedade e suas novas necessidades. Grande parte dos profissionais do circo mandaram seus filhos para a universidade, fazendo com que as novas gerações da lona trabalhem mais na administração.
Em fins dos anos 70, começam a aparecer as primeiras escolas de circo, no mundo inteiro. Na França, a primeira a surgir foi a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini, em 1979, com o apoio do governo francês.
No Canadá, ar
tistas performáticos têm aulas com ginastas e, em 1981, é criada uma escola de circo para atender à necessidade desses novos acrobatas.
Interessante lembrarmos, no entanto, que essa importância que o circo assume no mundo capitalista já era cultivada na ex-URSS, desde a década de 20. Data de 1921 a criação de uma escola de circo na União Soviética, que coloca o circo no patamar de arte, com inovação dos temas e das formas de apresentação.

ESCOLAS E GRUPOS BRASILEIROS

No Brasil, a primeira escola de circo foi criada em São Paulo, em 1977, com o nome de Piolin (que é também o nome de um grande palhaço brasileiro). Funcionava no estádio do Pacaembu.
No Rio de Janeiro, surge em 1982 a Escola Nacional de Circo, abrindo oportunidades para jovens de todas
as classes e vindos de diferentes regiões do país. Eles aprendem as novas técnicas circenses e, uma vez formados, montam seus próprios grupos ou vão trabalhar no exterior.
São muitos os grupos espalhados pelo Brasil afora. Citamos a Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli e a Nau de Ícaros.

NOSSOS PALHAÇOS

Carequinha, "o palhaço mais conhecido do Brasil" - ele mesmo se intitula assim - diz que os melhores palhaços que ele conheceu na vida foram Piolin, Arrelia e Chicarrão. Essa notoriedade de George Savalla Gomes, seu verdadeiro nome, se deve muito à TV. Comandou programas de televisão, gravou vários discos, e soube tirar dessa mídia o melhor proveito. A TV, para ele, não acabou nem vai acabar nunca com o circo. Segundo Carequinha, o circo é imortal.
"Sou contra circo que tem animais. Não gosto. O circo comum, sem animais, agrada muito mais."
Carequinha.

Denominado o "Rei dos Palhaços", o senhor Abelardo Pinto morreu em 1973 e era conhecido no meio circense e no Brasil como o palhaço Piolin (era magro feito um barbante e daí a origem do apelido). Como Carequinha, Piolin trabalhou em circo desde sempre. Admirado pela intelectualidade brasileira, participou ativamente de vários movimentos artísticos, entre eles, a Semana de Arte Moderna de 1922.

"O circo não tem futuro, mas nós, ligados a ele, temos que batalhar para essa instituição não perecer"
Frase dita por Piolin, pouco antes de morrer

Palhaço Piolim

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

Parabéns Adriana - Parabéns Amanda !


A gente percebe que o tempo passa...


 quando nossos/as afilhados/as completam 40 anos



quando nossa babá tá de cabelinho branco (e a gente também, mas disfarça)

 

quando as aniversariantes se sentem crianças (e são)



 quando as crianças já adolesceram...


quando a gente dança e o pé não responde (porque doi).... 


quando os manos estão grisalhos....


quando a alegria ainda existe e persiste


quando "a festa é sua, quando a festa é nossa, é de quem quiser e vier..."


Fotos: 
1. Claude e Adriana (aniversariante)
2. Claude e Mundinha
3. As aniversariantes Adriana e Amanda
4. Marcelo (filho de Adriana e Marcos) /  Marcos / Felipe (filho mais velho)
5. "Artistas" dançando" - Dinha, Claude e Bibica
6. Amigo, François (meu mano) e Zé do Óleo (Zé Firmino pai de Adriana) 
7. Gilvany e visitas amigas
8. O bolo delicioso... 
Ano que vem tem mais.
Claude Bloc

FIQUE ALERTA! - Gabriela Federico


Fique alerta !
Nem para a frente
Nem para trás.
Parada.
O círculo se aperta ?
Até virar um ponto escuro,
na pele,
espreme e pula fora.
Tudo de ruim que acumulou.
Sensação liberatória ?
Em mover a dor,
de quando imaginava.
A pele limpa agora,
dá para se mexer,
sair da frente do espelho,
embora,
parar de olhar dentro de si mesma.
Tomar na cara
o vento fesco da noite.
É primavera.
Só assim, pode vê-la
verdadeira,
sincera.

Ficha Limpa, decepção! - Por José de Arimatéa dos Santos

A lei da Ficha Limpa só vai valer para as eleições do ano que vem. O sentimento que fica para a sociedade brasileira é a frustração pela não aplicabilidade nas eleições de 2010. Acredito que o STF marcou mais um gol contra a maioria do povo brasileiro que quer moralidade na vida pública. Para os que tem ficha suja só alegria e certamente banana para o povo. Coisa que sempre fizeram para nós e que pensam que o dinheiro público não tem dono. Com essa decisão o STF ajuda mais ainda naquele conceito que todo político é igual e que todos são corruptos.
É inacreditável o disparate nessa questão da Ficha Limpa, pois o que passa para todos nós é que os políticos podem fazer tudo, não precisam de antecedentes na vida pessoal e pública e quando estão investidos em algum cargo público, invariavelmente são ditadores na resolução dos problemas. Não dão satisfação do dinheiro do contribuinte e ainda o nepotismo corre solto país a fora. Por que somente o cidadão comum que é o verdadeiro patrão dos políticos precisa provar sempre que é honesto e ter ficha limpa?
Fico triste com a decisão de adiar a validade da lei da Ficha Limpa. Esse foi o ótimo momento para começar a banir da vida pública figuras carimbadíssimas notoriamente comprometidas com a atos errados e reprovados pelo cidadão consciente. Mas acredito que todo esse empurrão com a barriga só faz todo cidadão começar a ver os políticos com um outro olhar. Fiscalizar e cobrar ética dos políticos. Esse é o segredo e o verdadeiro sentido de cidadania.

O poeta como anjo




                                                               
EU ERA UM ANJO

Eu era um anjo.
As asas me doíam no dorso cansado.
Os pássaros do sol
descansavam nos meus ombros.

Eu era um espantalho no milharal.
As palavras caíam dos meus bolsos.
Não havia mais nada a dizer,
eram palavras gastas pelo uso.

As árvores balançavam ao vento.
Os pássaros caíam como folhas secas.
Eu me deitei no húmus aconchegante
com as feridas expostas. 


CIÊNCIA

Estou só no universo.
Estou nu, exponho-me.
Ninguém me vigia,
ninguém dá por mim.

Penso quem sou,
infindavelmente.

Um campo de trigo,
dourado ao sol,
espera-me.

Ouço o moinho do tempo,
ensurdecedor.
Deus sabe-me,
                   mas, sábio, cala.