Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 23 de agosto de 2009

Curiosidades

Os bolos de aniversário surgiram na civilicação grega.


A tradição de sempre festejar a data em que uma pessoa completa mais um ano de vida não é totalmente seguida no mundo. No Vietnã, por exemplo, tal comemoração não se dá na data específica do nascimento, mas na passagem do ano novo, de forma coletiva.

As festas de aniversário surgiram no Ocidente. Desde a Antiguidade, os romanos já comemoravam o dia do nascimento de uma pessoa, conhecido como "dies sollemnis natalis". Os tradicionais bolos de aniversário surgiram na civilização grega, quando os adoradores da deusa da fertilidade, Ártemis, passaram a oferecer em seu templo um preparado de mel e pão, no formato de uma lua.

As velas colocadas em cima do bolo também surgiram na época dos deuses antigos, pois as pessoas acreditavam que a fumaça das velas levava as preces dos fiéis até o céu, além de proteger o aniversariante de espíritos ruins e garantir sua proteção para o ano vindouro.



Não se sabe ao certo como a lua se originou, mas existem inúmeras teorias que relatam seu aparecimento em órbita. A teoria mais aceita hoje diz que a lua se formou através de uma colisão entre o planeta Terra e um corpo do tamanho de Marte, há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.

Acredita-se que o choque entre os dois corpos aconteceu na última fase do processo de formação da Terra, quando parte do seu núcleo se perdeu. Uma nuvem de poeira se formou sobre a Terra em razão da colisão.

A parte perdida do núcleo sofreu um processo de condensação e se aproximou do plano da eclíptica, que fez com que este núcleo condensado entrasse em órbita. Sua temperatura após a condensação explica a ausência de compostos voláteis nas rochas lunares.


http://www.brasilescola.com/curiosidades/aniversario.htm

O DIA DO ARTISTA


O que poderia definir com ser um artista?
Alguém diferente, comum, inquieto, paciente, sonhador, realista e criador? São todos esses predicados em um só dependendo da maneira como ele e os outros o sentem.
A superioridade do homem está no seu pensamento e na sua capacidade de criação. A arte é um luxo e como luxo é supérfluo, mas desejado e cobiçado. Poderia dizer que é supérfluo, mas desperta a cobiça e faz vibrar a humanidade. São produtos de uma civilização no tempo e se tornam objetos preciosos para a cultura de um povo. E esta arte nos diferencia dos animais irracionais. A arte até virou indústria para uma dimensão do homem. A nossa criação é superior a razão. Interessam-nos a natureza, o corpo humano, os objetos, até a exploração da própria alma, no belo, no feio ou nos sonhos. A prática de pintar tem o poder de nos libertar e afastar dos temores e submissões. A arte tem o poder de nos distinguir dos outros, mas também de nos aproximar discretamente com força e idealização. A criação artística é como um amor carnal, como uma luta constante. A sociedade recusa qualquer novidade que não compreende neste mundo enlouquecido. Pintar ou escrever podem ir, voltar e ver, voltar e viver. A arte impõe-se a vida. E para nós a pior censura é aquela feita por nós mesmos. Depois de realizá-la foge ao nosso próprio domínio. O artista limita-se a trabalhar sob o impulso do seu coração. Quadros encomendados raramente nos dão o prazer na criação.
A arte é antes de tudo uma comunicação. Ninguém pinta para si próprio, a arte é para ser apreciada e criticada para atingir um objetivo, o expectador. Um quadro deve inspirar meditação e contemplação penetrando no universo oferecido pelas formas e cores.
A arte está acima de problemas sociais...
A arte não é uma ciência exata...
A arte é liberdade...
Acredito na força das escolas como um entrosamento dos artistas. Não acredito no artista solitário, ele necessita de contato com a sociedade.
Se a vida dá vida e a beleza promove, cada obra de arte deve possuir a vitalidade suficiente para assegurar a sua criatividade.

Edilma Rocha

O papel do ASPONE - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Algum senso de despeito existe ao se pronuncia “Assessor de Porra Nenhuma”. Se um desocupado se der ao luxo, encontrará no dicionário que “assessor” se origina do verbo latino “assidere” que significa ‘estar ao pé de; junto de’.

E assim é. Ninguém nega. Em ambiente de uma Secretaria Municipal de Saúde de algum município do médio Paraíba, no Rio de Janeiro. Nada mais acrescento a não ser que é formado por duas palavras e que a primeira começa com um B.

Estava de férias. Uns minguados reais por acréscimo no salário por conta do cargo. De férias quando o Secretário cai e outro sobe. Suspende o direito ao gozo remunerado, afinal está ao pé do gabinete em que se tem a paralaxe maior do poder.

Volta xingando a si própria. A chuvarada de palavrões sobra para os colegas. Corredores, mobiliários e arquivos. A porra da vida estava correndo sem nenhuma altercação. Sem a porta do “batente” e o cartão de ponto por disputa.

Tem de se apresentar à nova autoridade. Não sem um nó de angústia na esquina da covardia face à necessidade da verba do cargo. Banho tomado, perfume renovado, bate na porta com os dedos de luva e a voz firme do poder novo ordena que entre.

Apresenta-se. Conversa. Desconversa. Acresce e diminui. Multiplica efeitos e subtrai os adversários. Fala da infância, foram criados na mesma rua. Tem as palavras que iguala todos os patrícios. Uma lembrança, doce elogio da vivacidade dele quando criança. Alguma memória que torna engraçado aquelas brincadeiras infantis que tanto raiva dava enquanto ocorria ao vivo e a cores.

Ao final a grande tarefa do dia. O verdadeiro papel da assessora. Eis que o poder público zela pela cadeia de comando. Não deixará que fatos secundários tomem conta da hombridade da autoridade. E a assessora é rápida ao menor perigo. Quando estava prestes a se despedir, mostra o seu o valor e a grande dimensão da sua função.

- Tu vais receber mais alguém? – alerta a autoridade sobre a agenda do dia.
- Sim.
- Olhe tem uma casca de feijão nos dentes molares da esquerda.

A audiência que estava prestes a se encerrar, mas se desdobra em fatos novos. Ela assiste ao movimento da língua do recém empossado feito um escovão por baixo dos lábios. Ora em sentido horário e noutra ao contrário. Finalmente a operação se encerra. Ele abre a boca, expõe a dentadura e pergunta:

- Saiu?
- Não.
- E agora?
- Faça uma massagem com dedo sobre o lábio do local. – A assessora existe para tentar alternativas de solução para os problemas.

E novamente a operação recomendada é realizada. Termina e então:

- Saiu?
- Não! – agora já há uma exclamação na resposta. A situação ficou crítica. Não existe palito na sala de despacho do Secretário Municipal de Saúde. Mas a criatividade da Assessora justifica todo o seu potencial. O que mais abunda no ambiente burocrático além de grampos e clipes? Você sabe. Caneta Bic.

A Assessora mostra a sua capacidade operacional. Toma a tampa da caneta e ela mesma e com vantagem de observar a operação de frente, vai à cavas entre os dentes e num rápido e eficiente golpe extrai aquela casca indigesta.

A audiência se encerra como um apoteose ao exercício do poder civil. Ao comentar com uma colega sobre a grande realização do dia, ela provoca:

- E se a secretária dele entra bem na hora da operação de extração da casca do feijão?

Olga Benário Prestes - 1908-1942



Espiã stalinista alemã. Olga Gutmann Benário nasceu em Munique, na Alemanha, em 1908, numa família judia de classe média alta. Em 1923, com quinze anos de idade, iniciou sua militância junto ao movimento comunista alemão. Em 1926, tornou-se membro do Partido Comunista Alemão.

Nesta época, trabalhou em Berlim, capital da Alemanha, na representação comercial da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Neste período, a URSS era governado pelo ditador Josef Stálin. Olga, em 1926, é feita Secretária de Agitação e Propaganda da Juventude Comunista.

Por duas vezes Olga ajudou na fuga de Otto Braun, um alemão preso em seu país por espionar para a URSS, e amante de Olga. Em 1928, após apontar arma para a cabeça de um juiz para dar fuga a Otto Braun, Olga refugiou-se com ele em Moscou.

Lá Olga participou do V Congresso da Juventude Comunista. Em 1929, volta à Alemanha, então vivendo a democracia da República de Weimar, e fica presa por três meses, sob a acusação de atividades subversivas. Libertada, volta à URSS e passa a trabalhar no Comintern, uma organização internacional criada por Stálin para dominar o movimento marxista mundial e perseguir pensadores e correntes dissidentes, como os anarquistas e os trotskistas.

Em suas atividades de espionagem, Olga adotou diversas identidades e nomes, como Frieda Wolf Behrendt, Olga Sinek, Eva Kruger, Maria Bergner Vilar, Ivone Vilar, Olga Meireles e Maria Prestes.

Em 1934, recebeu do Comintern a missão de acompanhar Luís Carlos Prestes, que vivia na URSS desde 1931, de volta ao Brasil, com o objetivo de promover uma insurreição armada. Nesta época, o Brasil estava sob o governo provisório de Getúlio Vargas, que chegara ao poder através da Revolução de 1930.

Com o fim de disfarçar a missão de Olga, ela chegou ao Brasil já casada com Luís Carlos Prestes. Para a "lua-de-mel" o Comintern também enviou o alemão Arthur Ernst Ewert, o estadunidense Victor Alan Baron, o belga Léon Jules Vallée, e o argentino Rodolfo Ghioldi - todos eles experientes agentes do ditador Josef Stálin.

O casal chegou em 1935 e manteve-se inicialmente na clandestinidade. Em novembro deste ano um levante ocorreu em Natal, e Prestes e Olga tentaram sem sucesso ampliá-lo para o resto do país, mas só haviam conseguido infiltrar-se em algumas instituições militares.

O governo de Vargas conseguiu reprimir o movimento. Enquanto Olga e Prestes tentavam esconder-se da polícia de Vargas, na URSS Josef Stálin intensificava a sistemática eliminação de seus reais e imaginários opositores, um período entre 1936 e 1938 que resultaria em milhões de mortos e de prisioneiros em campos de trabalho forçado.

No Brasil, em março de 1936, Prestes e Olga foram capturados. Na busca por eles, a polícia de Getúlio Vargas descobriu que o Partido Comunista montara um "Tribunal Vermelho" para julgar uma mulher brasileira chamada Elvira Cupelo Colônio, de 18 anos, de codinome Elza Fernandes, ou Garota. Ela fora interrogada pelo belga Léon Jules Vallée e depois assassinada por dirigentes do partido comunista de Luís Carlos Prestes, sob a acusação de traição.

Prestes foi acusado por este assassinato. Rodolfo Ghioldi, preso primeiro, denunciou para a polícia Victor Allen Baron, Léon Jules Vallée e Olga, cuja existência era desconhecida até então. Depois de presa, embora apelasse em todas as instâncias judiciais, Olga foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal - que negou por maioria ao seu pedido de habeas corpus - a ser deportada a seu país natal, a Alemanha, nesta época sob governo nazista.

Entregue à Gestapo, em setembro de 1936, Olga Prestes, que estava grávida, foi recolhida a campo de concentração, onde deu à luz Anita Leocádia Prestes, que posteriormente foi entregue à sua avó paterna. Em 1937, com o golpe do Estado Novo, Vargas obteria poderes ditatoriais. Em 1940, o líder comunista judeu Léon Trotsky que vivia refugiado no México é morto a picaretadas por um agente enviado por Stálin àquele país.

Em 1942, Olga foi executada em câmara de gás, em Bernburg, na Alemanha, pelos nazistas. Antes da execução de Olga, os seus companheiros sobreviventes desta aventura de Luís Carlos Prestes foram culpados pelo fracasso da missão e executados após chegarem à URSS.

Leia também:

MORAIS, Fernando. Olga. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

Água

Sei que louvando a Poesia
estou a adorar um único Deus

embora a Poesia pareça
ao mesmo tempo
com tantas coisas

sob a mesma luz
tantas sombras.

Sei que corro um risco danado
de ser a Poesia

uma assombração medonha
atrás da porta

um bicho-papão debaixo da cama

um abismo infindável no fim do corredor

mas não tenho outra Verdade
não consigo beber doutra Fonte

então não tenho medo
e continuo acendendo

uma única vela
para tantos deuses.

Getúlio Vargas - "Saio da vida para entrar na história "- Aniversário de morte : 24 .08.2009- 61 anos


Getúlio Dornelles Vargas (19/4/1882 - 24/8/1954) foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. De origem gaúcha (nasceu na cidade de São Borja), Vargas foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo.

Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo seguintes, caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda ) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo.
Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário , esposa do líder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.

Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.
GV investiu muito na área de infra-estrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE ( Instituto brasileiro de Geografia e estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.

Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do " Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás.

Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente marcado pelo investimento no Brasil. Além de criar obras de infra-estrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores. Foi na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua política econômica gerou empregos no Brasil e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores brasileiros.

Getúlio era chamado, pelos seus simpatizantes, de "pai dos pobres" (título tirado do livro de Jó 29,16), e, por pessoas próximas, de "Doutor Getúlio". A sua doutrina e seu estilo político foram denominados de getulismo ou varguismo. Os seus seguidores, até hoje existentes, são denominados getulistas.

Suicidou-se, em 1954, com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Getúlio Vargas foi o mais controvertido político brasileiro do século XX. Sua influência se estende até hoje. A sua herança política é invocada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Assumiu então a presidência da república, no dia 24 de agosto, o vice-presidente potiguar Café Filho, da oposição a Getúlio, que nomeou uma nova equipe de ministros e deu nova orientação ao governo.

Com grande comoção popular nas ruas, seu corpo foi levado para ser enterrado em sua terra natal. A família de Getúlio recusou-se a aceitar que um avião da FAB transportasse o corpo de Getúlio até o Rio Grande do Sul. A família de Getúlio também recusou as homenagens oficiais que o novo governo de Café Filho queria prestar ao ex-presidente falecido.

Getúlio deixou duas notas de suicídio, uma manuscrita e outra datilografada, as quais receberam o nome de "carta-testamento".

Uma versão manuscrita da carta testamento, assinada no final da última reunião ministerial, somente foi divulgada ao público, em 1967, por Alzira Vargas, pela Revista O Cruzeiro, por insistência de Carlos Lacerda que não acreditava que tal carta manuscrita existisse. Nesta carta manuscrita, Getúlio explica seu gesto:

"..Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus…"

Uma versão datilografada, feita em três vias, e mais extensa desta carta-testamento, foi lida, de maneira emocionada, por João Goulart, no enterro de Getúlio em São Borja. Nesta versão datilografada é que aparece a frase "Saio da vida para entrar na história". Esta versão datilografada da carta-testamento até hoje é alvo de discussões sobre sua autenticidade. Chama muito a atenção nela, a frase em castelhano: "Se queda desamparado". Assim, tanto na vida quanto na morte, Getúlio foi motivo de polêmica.

Também fez um discurso emocionado, no enterro de Getúlio, na sua cidade natal São Borja, o amigo e aliado de longa data Osvaldo Aranha que disse:

Nós, os teus amigos, continuaremos, depois da tua morte, mais fiéis do que na vida: nós queremos o que tu sempre quiseste para este País. Queremos a ordem, a paz, o amor para os brasileiros"!

Oswaldo Aranha, que tantas vezes rompera e se reconciliara com Getúlio, acrescentou:

Quando, há vinte e tantos anos, assumiste o governo deste País, o Brasil era uma terra parada, onde tudo era natural e simples; não conhecia nem o progresso, nem as leis de solidariedade entre as classes, não conhecia as grandes iniciativas, não se conhecia o Brasil. Tu entreabriste para o Brasil a consciência das coisas, a realidade dos problemas, a perspectiva dos nossos destinos".

No cinqüentenário de sua morte, em 2004, os restos mortais de Getúlio foram trasladados para um monumento no centro de sua cidade natal, São Borja.

Há quem diga que o suicídio de Getúlio Vargas adiou um golpe militar que pretendia depô-lo. O pretendido golpe de estado tornou-se, então, desnecessário, pois assumira o poder um político conservador, Café Filho. O golpe militar veio, por fim, em 1964. Golpe de Estado que os partidários chamam de Revolução de 1964, e que foi feito, essencialmente, no lado militar, por ex-tenentes de 1930.

Para outros, o suicídio de Getúlio fez com que passasse da condição de acusado à condição de vítima. Isto teria preservado a popularidade do trabalhismo e do PTB e impedido Café Filho, sucessor de Getúlio, por falta de clima político, de fazer uma investigação profunda sobre as possíveis irregularidades do último governo de Getúlio.

E, por fim, o clima de comoção popular devido à morte de Getúlio, teria facilitado a eleição de Juscelino Kubitschek à presidência da república e de João Goulart (O Jango) à vice presidência, (JK) , em 1955, derrotando a UDN, adversária de Getúlio. JK e João Goulart são considerados, por alguns, como dois dos "herdeiros políticos" de Getúlio.

No dia seguinte ao suicídio, milhares de pessoas saíram às ruas para prestar o "último adeus" ao pai dos pobres, chocadas com o que ouviram no noticiário radiofônico mais popular da época, o Repórter Esso. Enquanto isso, retratos de Getúlio eram distribuídos para o povo durante o dia.

Carlos Lacerda teve que fugir do país, com medo de uma perseguição popular.

Anos mais tarde, em 1962, na 6ª faixa do disco LP: Saudades de Passo Fundo, Teixeirinha homenageou o presidente gaúcho Getúlio Vargas, com a faixa de nome: 24 de Agosto, lembrando o impacto popular que foi a morte repentina do então presidente do Brasil.

Um trecho da música de Teixerinha mostra claramente este fato:


Vinte e quatro de agosto
A terra estremeceu
Os rádios anunciaram
O fato que aconteceu,
As nuvens cobriram o céu
O povo em geral sofreu
O Brasil se vestiu de luto
Getúlio Vargas morreu!

…Seu nome ficou na história
Pra nossa recordação
Seu sorriso era a vitória
Da nossa imensa nação
Com saúde ele venceu
Guerra e revolução
Depois foi morrer a bala
Pela sua própria mão.

Wikipédia

Festa da Penha - 241 anos- de 22 de Agosto a 1o. de Setembro


Estive lá , na primeira noite de novena , em honra a N.Sra. da Penha. Escutei a fé do povo, e o seu desligamento também. Como ovelha desgarrada , contemplo o templo e a noite. A praça é dos nosso netos. Estamos na Igreja , esperando a bênção do Padre, as graças da Penha , e os dobrados da banda Municipal.

Passei na ala onde acontecerá o bingo , e quase comprei uma cartela. Amanhã volto para fazê-lo. De longe vi as luzes de um parque de diversão, no lugar de sempre. Petisquei coisas da terra, senti os ares de agosto, ainda fesquinhos, e despedi meu olhar do centro da praça, onde não acharia ninguém do passado.

- Os tempos mudaram. Dizer que no meu tempo era bem melhor é redundância , e não daria colorido aos tempos atuais. Uma opinião de quem já viveu noutras épocas não tem eco , na vida de quem começa.

O que restou da nossa festa ?

- A festa !

Paulo Leminski - Poeta concretista



I

Confira
tudo que
respira
conspira

II

Tudo é vago e muito vário
meu destino não tem siso,
o que eu quero não tem preço
ter um preço é necessário,
e nada disso é preciso

III

Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi

IV

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

V

O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique


Paulo Leminski nasceu aos 24 de agosto de 1944 na cidade de Curitiba, Paraná. Em 1964, já em São Paulo, SP, publica poemas na revista "Invenção", porta voz da poesia concreta paulista.

Casa-se, em 1968, com a poeta Alice Ruiz. Teve dois filhos: Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela. De 1970 a 1989, em Curitiba, trabalha como redator de publicidade. Compositor, tem suas canções gravadas por Caetano Veloso e pelo conjunto "A Cor do Som".

Publica, em 1975, o romance experimental "Catatau". Traduziu, nesse período, obras de James Joyce, John Lenom, Samuel Becktett, Alfred Jarry, entre outros, colaborando, também, com o suplemento "Folhetim" do jornal "Folha de São Paulo" e com a revista "Veja". No dia 07 de junho de 1989 o poeta falece em sua cidade natal. Paulo Leminski foi um estudioso da língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Sua obra tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Seu livro "Metamorfose" foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Em 2001, um de seus poemas ("Sintonia para pressa e presságio") foi selecionado por Ítalo Moriconi e incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", Editora Objetiva — Rio de Janeiro.

* Projeto Releituras
Arnaldo Nogueira Júnior

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Paulo Leminski

Erra uma Vez

Não discuto

Profissão de Deus

Quatro dias sem te ver ...

Quero a vitória ...

Um Bom Poema

Um homem com um dor ...

With The Man
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Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri:
Antigamente eu era eterno.

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Tarde de vento.
Até as árvores
querem vir para dentro.

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INCENSO FOSSE MÚSICA

isso de querer ser
exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

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nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

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AMOR BASTANTE

quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante

basta um instante
e você tem amor bastante

um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto
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RAZÃO DE SER

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski

Algo

Quantos crepúsculos
e cantos de pássaros
meus olhos avistaram
meus ouvidos escutaram
e nada da felicidade etérea
e nada da morte concreta
somente sonhos,
topadas,
insônias.
Do colar de búzios
o cordão de nylon apenas
dentro de um cinzeiro de barro.
Já fui pajé outrora.
Minha recompensa a lua cheia.
Mas agora sinto minha alma madura
lá no alto da mangueira
e não cai a casca
e não fertiliza o solo.
Quantas janelas abertas
e nunca tive a decência
de convidar o crepúsculo
de convidar os pássaros
para um cigarro furtivo
e uma dose.

Amores de internautas - Por Socorro Moreira


Escrevemos sobre fatos da infância e adolescência , e pulamos para o presente .
Entre os meus 25 e 50 anos tenho histórias de tórridas paixões , que a lua do tempo esfriou. A paixão é tão cansativa e corrosiva , que deixa seus registro cansado, esvaziado...E mesmo as paixões poéticas , elas se perdem , nos novelos das rimas.
Os amores que vivi são personagens de novela , com finais definidos, bem resolvidos.
Praticamente não vivi nenhuma paixão neste século. Estive aberta, mas não rolou. Meu coração não é esperto , mas é amadurecido , e se encanta na dose certa. Meus encantos se expandiram, deixaram de fixarem-se num só ponto, abstraíram-se , num amor amigo.
Benditos os que só viveram o calor de uma única paixão, transformada no amor /destino.
Se uma cigana tivesse me dito , que eu terminaria a vida com grandes amores, e sozinha, eu teria enlouquecido de desgosto. Hoje esse amores identificados ou não é a taça da minha vitória afetiva.
Imagino como a internet mexeu com as emoções humanas.
Em 1997 , adentrei no mundo virtual, e com toda vulnerabilidade, vivi pelo menos duas paixões . As nossas ilusões e fantasias ganham pano, agulha e linha. Em pouco tempo , entendemos que a nossa alma ficou nua , e que o outro fotografou a nossa essência , sob todos os ângulos. A arte copiando a vida, e vice-versa. Depois da segunda experiência, e última , o jogo de sedução virtual perde o encanto, e a gente recupera as próprias rédeas. Agora, nem se a gente quisesse !
Muitos como eu viveram essa experiência, na realidade, de um amor simbiótico com o próprio ego. Não chamaria o processo de insane, mas quase o considero !
O primeiro morava no Canadá , algo um tanto irreal. Cheguei a tirar passaporte para conhecê-lo. Ainda bem que o sonho foi desfeito.
O outro era um poeta carioca , com quem troquei milhas de versos.No final, restou-nos um livro poético. Essa história valeu a pena , mas é tão irreal quanto àquela.
Agora estamos na era dos blogues. Ressuscitando o passado, e de pés no chão, vivendo o presente, sem as teias dos sentimentos ilusórios.
Viva a amizade , que prescinde da fantasia , mas é generosa no carinho.
O internauta é navegador cósmico.Um tanto viciado nas teclas , mas objetiva construções reais, possíveis e felizes como a expansão dos seus domínios de informações , e o exercício humano do afeto.

Adoração

Só sou gente
quando escrevo.

No exato
e improvável momento
em que escrevo.

Fora isso,
sou um verme

e ninguém tem culpa
dos meus sobressaltos

nem pai nem mãe nem filho
nem os meus fantasmas prediletos

pois desde criança
exultava-me
com as paredes
e as sombras do quarto
meu futuro encantado -

esse vazio revelador
tão vistoso e altivo.

Respiração

ou uma criatura trôpega,
portanto minha poesia é míope,
imperfeita, longe da estabilidade.
Tiro dela sangue, lágrima, hálito, gases.
Não me preocupo
com os ruídos,
com as imagens desfocadas,
com a truculência da rima ausente.
Minha Poesia é pagã -
um poço de crenças.
Errante
ainda caminho
levando nos olhos ciscos
e fungos no couro cabeludo.
De madrugada,
enquanto as corujas do teto me olham,
a mão doce adormece meu lado mau
e uma asinha de borboleta é refletida
na ponta da unha, já disse:
aquela que nunca cresce.

Seminário Cariri Cangaço - Kaika , convida.

'I SEMINÁRIO CARIRI CANGAÇO' em Cafe Historia
Venha pra o Cariri Cangaço

Horário: 22 setembro 2009 às 17:00 a 27 setembro 2009 às 14:00
Local: Crato - Juazeiro - Barbalha e Missão Velha - Cariri Cearense
Organizado por: Manoel Severo


Descrição do evento:
O Brasil se notabiliza por sua extensão continental; repleto de manifestações culturais, tradições e raízes que o tornam um dos países mais encantadores do mundo. O nordeste se configura como uma região de uma gente forte, um povo de fibra que se acostumou a desafios: e como já destacava o grande Euclides da Cunha – “O nordestino é antes de tudo um forte”. Esse mesmo povo que vence desafios é o mesmo povo que mostra sua bravura e destemor em muitos episódios da vida de nossa nação; foi assim nos momentos de revolta e luta com a Insurreição de 1817 e a Confederação do Equador; foi assim no movimento inesquecível de Canudos, Baixa Dantas, Caldeirão e Pau de Colher, foi assim nos momentos vivos de fé em São José do Egito e em particular em Juazeiro do Norte do meu Padim Cícero Romão Batista, e foi assim no fenômeno do Cangaço de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo: Lampião.

O Cangaço se configura como um dos fenômenos mais intrigantes da história do povo nordestino. Com uma duração de quase 80 anos, teve no Cariri um de seus principais cenários. As cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Jati, Jardim, Aurora, Porteiras e Missão Velha, fizeram parte importante dessa história que teve seu auge na figura de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.

O Cariri cearense, a partir das cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, irão receber no mês de setembro de 2009, as maiores autoridades sobre o tema Cangaço, no Brasil. Pesquisadores, historiadores, escritores, ensaístas e cineastas, estarão no triângulo do Crajubar, discutindo um dos fenômenos mais controversos da história do nordeste brasileiro e suas implicações e ligações com nossa região.
O encontro se realizara nas três principais cidades do cariri cearense, com palestras, discussões, estudo do tema, oficinas, apresentações artístico-culturais e visitas técnicas aos principais cenários da história cangaceira no Cariri, se configurando como a maior mesa de debates itinerante do país sobre o fenômeno Cangaço.

Estarão no Cariri cerca de 30 personalidades, entre pesquisadores, escritores e historiadores, com destaques para o Dr. Antônio Amaury, Dr. Honório de Medeiros, Dr. Kidelmy Dantas, Dr. Paulo Gastão, Escritor José Peixoto Junior, Escritor Ângelo Osmiro, Documentarista Aderbal Nogueira, Dr. Iaperi Araujo, Dr. Napoleão Tavares Neves, Dr. Magérbio de Lucena, Escritor Anildomá Williams, Professor Daniel Walker, Professor João de Sousa Lima, Escritor Francisco Vilela, Professor Francisco Pereira, Escritora Vilma Maciel, Professor Jairo Luis, dentre outros; além de um público estimado para os quatro dias de evento de cerca de duas mil pessoas, público notadamente formado por estudantes, universitários, admiradores do tema e formadores de opinião.

A iniciativa é da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, e das prefeituras de Crato, Juazeiro e Barbalha.



Ver mais detalhes e RSVP em Cafe Historia:
http://cafehistoria.ning.com/events/event/show?id=1980410%3AEvent%3A210579&xgi=20613Tf

No dia do internauta...

Mensagem falsa espalha boato sobre aproximação de Marte e Terra

Recebemos nos comentários de hoje uma comunicação esclarecedora da parte de Valmir M. de Morais . Achamos por bem esclarecer aos nossos amigos do Cariricaturas, sobre um fato que vem ocorrendo repetidamente no mês de agosto, em anos seguidos. Este assunto vem sendo veiculado (anos a fio) distorcendo a realidade.

Agora, de fonte fidedigna seguem os esclarecimentos necessários para que não passemos mais a dar atenção a esta informação que não procede. O assunto é o caso das duas luas que deveriam supostamente aparecer dia 27 de agosto em nossos céus noturnos.

Leiam e informem-se:


Caras Claude Bloc e Socorro Moreira

A informação é falsa!

Esse boato disseminado mundialmente na net desde 2003, é comumente repassado à medida que o mês de agosto se aproxima.

Para vocês terem uma idéia sobre quão falsas são essas informações:

a) O tal "Planetário Internacional de Vancouver" não existe;

b) Marte, no dia 27, não "será a estrela mais brilhante do céu". O planeta, na verdade, só se distinguirá das demais estrelas unicamente por sua cor avermelhada. Esse "título" caberá ao planeta Vênus, que, na noite, estará 100,02 vezes mais brilhante que o planeta vermelho;

c) Marte, no dia 27 de agosto, estará 4 vezes mais distante de nós que o divulgado no boato (55,75 milhões),ou seja, estará a cerca de 243 milhões de quilômetros da Terra;

d) Marte e Lua, no dia 27, nem estarão visíveis no mesmo céu.

e) Verifiquei (utilizando software astronômico apropriado) que no ano 2287 o planeta Marte estará mesmo a uma de suas menores distâncias de nós (55,71 milhões de quilômetros da Terra), mesmo assim ainda não será visível do tamanho da Lua e nem será o astro mais brilhante do céu. Marte terá um tamanho aparente 73,15 vezes menor que o da nossa Lua e seu brilho será novamente inferior ao do planeta Vênus.

Enfim, não esperem ver "duas Luas" no céu na noite do dia 27 de agosto.
Nunca (e eu nem gosto desta palavra) Marte será visível, da Terra, do tamanho da nossa Lua. Como dito acima, tudo não passa de um boato lançado na net.

Grande abraço e felicidades,

Valmir Martins de Morais
Estação Astronômica PieGise
Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil

http://astropiegise-ultimasobservacoes.blogspot.com/

Mensagem falsa...
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FELIPE MAIA
da Folha Online

Não espere ver "duas Luas" no céu na noite desta quarta-feira (27). Ao contrário do que prega um e-mail falso que circula na internet, Marte estará bem longe da Terra e não vai rivalizar com o satélite pela supremacia do brilho no céu.

O boato pela rede é tão intenso que afetou o índice das notícias mais lidas da Folha Online, colocando uma notícia de 2003 na lista. De acordo com a mensagem, que circula em vários idiomas, Marte "parecerá tão grande quanto a Lua cheia". O e-mail afirma ainda que o planeta estará a cerca de 55,76 milhões de km da Terra.

Reuters

Marte está a 360 milhões de km da Terra, mas boato na internet diz que são 55,76 milhões de km e prega visão de "duas Luas" no céu
"É uma notícia falsa e requentada. Na verdade, Marte está agora se afastando da Terra", afirma Roberto Boczko, professor doutor de astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo).

Na realidade, o planeta vermelho está hoje a cerca de 360 milhões de km. A mais recente grande aproximação entre os dois planetas ocorreu no dia 24 de dezembro de 2007 --88 milhões de km. E a próxima está marcada para 27 de janeiro de 2010, quando a distância será de cerca de 100 milhões de km.

Em agosto de 2003, a distância entre Marte e Terra chegou a 55,7 milhões de km, oferecendo uma oportunidade única de observação. Foi a maior aproximação em praticamente 60 mil anos --recorde que vai se manter até 28 de agosto de 2287.

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Na avaliação de Boczko, o fenômeno "não tem grande importância do ponto de vista da astronomia". "Todo ano Marte se aproxima bastante. Em 2003, foi mais do que de costume. Mas é algo corriqueiro".

Mesmo com essas distâncias, diz o professor, é impossível que os habitantes vejam duas Luas. "Marte nunca chega a ter um brilho que rivalize com a Lua", diz. Ele explica que, geralmente, o Planeta Vermelho tem um brilho menor que a maior parte das estrelas no céu. Quando há grandes aproximações, essa luminosidade é equivalente, no máximo, à de grandes estrelas.

Um papo virtual , no dia do Internauta - Por: Socorro Moreira


O virtual é um laboratório, onde nossa essência também estagia e depura-se, através das boas trocas, interagindo energias. Nele o caminho é livre.Não precisamos marcá-lo com miolos de pão como fez João e Maria.Marcamos nossa presença na leveza das instenções, expressas com ternura Sou mesmo uma borboleta virtual.Quando chove por aqui , quero ser nuvem.

Outro dia ( já faz tempo) entrei numa sala de chat , e começei a teclar com uma velha amiga. Gostamos muito de música , e começamos a aproveitar pedaços de versos , entabulando um diálogo musical. A brincadeira foi salva . Ei-la :


" -Se o oceano incendiar, arrasa o meu projeto de vida, pois a rima que a rosa sabe dar,só encontro no mar da tua vida.

- Só mesmo o tempo pode revelar o lado oculto das paixões.Eu solto a voz na estrada, e já não quero parar.



- Esqueci de tentar te esquecer, já não dou risadas pro grande amor, já não sorrio quando a dor me tortura...Tristeza tem fim ! Existe vento soprando a felicidade sem cessar, e essa ternura tão antiga, enfeita a noite do meu bem.

- Lua meio marota, se flutua, é gota: caia na minha boca. Uva, lua, recheio, um bombom pelo meio: caia na minha boca. Se cair, feito um doce, vai adoçar o meu coração ruim. Mas, se cair feito estrela, vai rabiscar o seu nome em mim." (Meio marota - Saul Barbosa/Orlando Sant'Helena).



- Eu quero a rosa mais linda que houver, quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida. Como o nosso, que eu não esqueço e que teve seu começo numa festa de São João, com balões e fogos de artifício colorindo o céu. Um amor puro, que olhava a lua, doce colombina nua. Mas, hoje, eu tenho apenas uma pedra no meu peito...

- O coração tem razões que a própria razão desconhece... Eu sei que vocês vão dizer que é tudo mentira, mas, quem disse que eu te esqueço ?

- Mas a vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim. Talvez eu seja o último romântico, mas vou vivendo e aprendendo a jogar. Afinal, as águas de março já fecharam o verão. Então, eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim, como se fosse o sol desvirginando a madrugada... E canto, porque é preciso cantar e alegrar a cidade!

- Mas se não for amor, não diga nada por favor.Um dia a gente se encontra seja aonde for.Eu, você , nós dois, num terraço à beira mar com todas as canções, e inclinações musicais. Se a vida é um moinho, no vento que balança a natureza, quero me deixar levar, e um tempo de estio e elegia, verei em seu olhar.

- De todas as maneiras que há de amar, nós já nos amamos. Tomamos emprestadas todas as canções, já que certas delas cabem tão dentro de nós e perguntar carece: como não fui eu que fiz? Já te levei ao Corcovado e fotografei você com minha Roller Flex. Tivemos um sábado em Copacabana, navegamos no barquinho e tivemos brinquedos de papel machê. Comemos no tabuleiro da baiana, flertamos na Baixa do Sapateiro , pegamos conchinhas em Itapuã. Sem falar nas noites de luar lá do sertão, com rede na varanda do nosso rancho fundo... Ah! Que saudade eu tenho da Bahia!

- A poesia tem cadeira cativa.Ela canta o amor.Quando os versos se quebram, ela chora de dor.



- Ah! Se eu pudesse entender o que dizem seus olhos- poesia oblíqua, difusa, que me confunde!


-Se alguem perguntar por mim, diz que eu fui por aí...Que a morena boca de ouro era uma falsa baiana, viciada em chicletes com banana.A todos ela intimida.Faz coisas que até Deus duvida.Não sei se vou aturar esses seus abusos. Tantas ela fez, que eu até fiquei , curtindo uma doce amargura.

- Mas não faz mal, está tudo bem, pois alguma coisa acontece no meu coração. E eu rondo a cidade a te procurar, hei de encontrar! Na Paulista, os faróis já vão abrir e um milhão de estrelas prontas pra invadir... Você é isso, uma beleza imensa, estrela matutina, luz que descortina um mundo encantador. Se você quiser, eu vou te dar um amor desses de cinema! Case-se comigo antes que amanheça !

- A linguagem do olhar é truncada, e ao mesmo tempo tão clara, que os mistérios de Clarissa, ela pode desvendar.


- Fecho os lhos de saudade e caminho entre os canteiros que me fazem lembrar você. E, por mais que eu durma, eu não descanso. Por mais que eu corra, eu não te alcanço!


- Amar, dar tudo, não ter medo. Tocar o mundo, pôr o dedo no lá. Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ter mais, mas sabe menos do que eu. Eu sou assim. Quem quiser gostar de mim, eu sou assim. Vivo sonhando, sonhando, mil horas sem fim. Sabe você o que é amor? Sabe o que é um trovador? Sabe!


- Já sei olhar o rio por onde a vida passa, sem me precipitar e nem perder a hora. Você foi um rio que passou em minha vida... Vieste na hora exata, com ares de selva e luas de prata. Você foi o meu sorriso de chegada e a minha lágrima de adeus. Ah, quantas lágrimas eu tenho derramado! Mas não há de ser nada, eu vou por aí... eu vou por aí. (A minha estrada, ainda, corre por seu mar!)

- Bem, agora, deixe-me ir, preciso andar. Vou por aí a procurar rir pra não chorar. Sabes que a língua do povo é contumaz, traiçoeira. Eu desconfio que o nosso caso está na hora de acabar. Esquece o nosso amor, vê se esquece... Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga se você me quer ou não... Diga que vocÊ me adora, que vocÊ lamenta e chora a nossa separação! Que eu te perdoo por fazeres mil perguntas que, em vida que andam juntas, ninguém faz. Mas que eu vou voltar, sei que ainda vou voltar. Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto! Porque você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci. Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter. Leve na lembrança a singela melodia que eu fiz pra você...

- Vamos! Vem andar comigo numa beira de estrada, nesse lado ensolarado que eu achei pra caminhar! Por você, eu largo tudo: carreira, dinheiro, canudo! Vou dizer que o amor foi feitinho pra dar, porque coisa mais bonita é você. Assim... justinho, você, eu juro! Eu eu não ando só, só ando em boa companhia!

- Boa noite ! Fiquem na paz. O amor está no ar...É só aspirar ! "



As falas não eram direcionadas entre si, mas evocavam sentimentos mil.

A gente usa a música como pombo correio.Um pombo que não volta com a resposta . Cantar é um desabaço , e um prazer. O palco pode ser o banheiro , uma varanda com rede armada ou uma cadeira de balanço. No virtual, também se faz serenatas.

Naquele dia cantamos e lembramos as músicas que sabíamos , na memória da emoção.



Vera Barbosa , amiga querida , você é craque em lembrar canções.

Zé Nilton , nosso artista , fazendo aniversário hoje. Parabéns , grande !




23 de Agosto - Dia do Artista e do Internauta

È meu povo artista, meu povo internauta, nesse domingo, 23 de Agosto, em que se comemora o dia do Internauta e do Artista, não vai escapar ninguém como homenageado.
Com muita alegria, venho a perceber que é essa a minha tribo, escolhida pelas afinidades e pelo coração.
Em todos os lugares por onde andei, encontrei a arte, nos olhos de um artista.
Poderia recordá-los, e dizer que não os esqueci... Mas são tantos! Eles sabem como fui feliz.
Sem esse grupo especial de humanos , a vida não teria sentido.

Feliz dia para todos !

Socorro Moreira

O poeta Carlos Rafael Dias , no homenagem ao dia do Artista


Quatrocentos séculos só
Queria ficar só
Somente o silêncio para aturar
Ou um barulho aleatório ou um som qualquer
Seja o latido de Apolo, meu cão
Ou a música que desejo ouvir na solidão

A solidão é solícita ao momento
De pura e plena solitude
A música que desejo agora é o silêncio
Queria lambiscar algo
Mas estou doente

É uma simples gripe
Cíclica e inoportuna
Logo neste fim de semana
Quando as fogueiras começam a arder

O silêncio que quero ouvir
É a ausência do sussurro da amada
E o vazio deixado pelos filhos
Que foram festejar São João

O que preenche ainda
São as lembranças boas
Que cultivo feito hortaliças
Na gaveta da geladeira

(...)

Passou-se meia hora desde que preenchi a casa vazia
E neste ínterim nada de muito importante aconteceu
Nem um latido de Apolo, meu fiel cão
Nenhum som aleatório a desviar minha atenção

Se eu quisesse me abstrair no tempo
Pensaria no medievo ou na antiguidade
Sempre o passado, jamais o futuro
Não desejo nunca o incerto
Mas sempre o ocorrido


Carlos Rafael

*

Esse menino é cheio de talentos.Nos conhecemos desde a década de 80, quando eu morava em Mauriti, e ele por lá aportou , em companhia de Geraldo Urano ( meu primo). De lá para cá foram muitos os encontros , e sempre com muito carinho. Não sou a sua melhor amiga ( o lugar é de Fran), mas sou sua amiga com todo o meu encanto e admiração !

Socorro Moreira


Cleivan Paiva , no homenagem ao Artista


Cleivan Paiva - Guerra e Paz

"Cleivan Paiva é de Simões, Piauí. Cearense por destino. Em sua primeira arribada pousou, de viola em punho, no Cariri cearense. Em Crato, início dos anos setenta, uniu-se a poetas do Grupo de Artes Por Exemplo-principalmente ao poeta Rosemberg Cariry.
Nasceram as primeiras parcerias e vieram os tempos dos "Ases do Ritmo", grupo local de bailes, e as apresentações, como compositor, no movimento artístico da região. No violão e na guitarra, Cleivan tecia o fio de sua trajetória musical. Tudo lá, registrado no seu fraseado: do toque seresteiro-herança paterna- à batida de bossa nova; do ponteio da viola de feira àquela escala ao modo de um velho blue; beatlemania, bandas cabaçais, jovem-guarda, rodas de maneiro-pau e tropicália; balacubaco geral que o artista mais atento e inquieto incorpora sem copiar e devolve sob a forma de composições de extrema originalidade.
Tudo, enfim, sem render-se aos modismos das chamadas "indústrias de cultura". "Guerra e Paz" é isto aí: uma mostra da materialização dessa longa trajetória sonora, vivenciada na geografia de díspares regiões. Nos anos 70, Cleivan formou, ao lado de Bá Freire, Isânio Santos, Audizio (Tapioca) e Bill Soares (ex- Papa Poluição) - o Ave de Arribação.
O grupo arribou mesmo e, fatalmente, atuou em São Paulo; shows no metrô, nas praças e nos teatros da periferia. Quando desfeito, seus integrantes buscaram outros rumos musicais. Cleivan fez (faz) de tudo no ramo; desde gravações, como acompanhante em estúdios, até apresentações em casas noturnas. Também atuou em festivais: na Tupi classificou "Perímetro Urbano" (Nota: Na ocasião defendida por Marku Ribas) , incluída nesse disco (nele rende tributo a Victor Assis Brasil, tocando-a com arranjo do genial saxofonista). Antes disso, participou do Festival Universitário de SãoPaulo, com trabalhos de parceria com Rosemberg Cariry e Ivan Alencar.
Conhecíamos Cleivan através de inúmeras fitas que caíam em nossas mãos, neste circuito ultramarginal, revelador das mais ricas reservas musicais que não estão no mercado. Mas, por aí a obra fica escondida e só os mais chegados tem o privilégio de ouvi-la. É necessário, então, romper o cerco imposto pela indústria fonográfica multinacional, aliada a certos impérios da comunicação vendidos aos seus interesses.
E pinta o inevitável disco independente ou alternativo. Guerra e Paz é mais um nesta desigual batalha contra os "gigantes" que anunciam um certo "marasmo cultural"no atual momento brasileiro e tiram do colete rendosos modismos musicais que vem "salvar"o país desta suposta indigência criativa . Toda esta farsa se passa na terra de Vandré, Hermeto, Elomar, Cego Oliveira e Chico Maranhão; isto sem falar em tantos outros músicos e compositores de extraordinário talento que só tem suas canções registradas nos cassetes da vida.
São os passageiros daquele trem que avança, conforme escreveu Marcus Venícius, "sem chegar a nenhuma estação/de rádio/sem fazer nenhuma parada/de sucesso!" Até quando permanecerá este boicote contra a mais legítima música popular brasileira ? Sabemos apenas que é preciso teimar na resistência, na lutra contra este imperialismo cultural."

Texto de Firmino Holanda escrito em 1984. Atualmente Cleivan Paiva mora no Crato, CE.


CLEIVAN PAIVA - GUERRA E PAZ
Participações especiais de Luanda (voz) e Vitor Assis Brasil (arranjo de base da música
"Perímetro urbano"
Músicos: Marcos Juan, Proveta, Gil, Demontier, Ubaldo, Isânio Santos, Tapioca, Rubens Quinin e Cacá. Cleivan Paiva toca violão e guitarra, além dos vocais.
Lado A:
1-Raso da Catarina (Cleivan Paiva)
2-Santa Cruz de Capibaribe (Oswaldinho)
3-Rosa (Cleivan Paiva)
4-Canudos (Cleivan Paiva/Rosemberg Cariry)
5-No sertão e na cidade (Cleivan Paiva/Rosemberg Cariry)
6-Para cantar o amor distante (Cleivan Paiva/Rosemberg Cariry)
Lado B:
1-Guerra e Paz (Cleivan Paiva/Rosemberg Cariry)
2-Angorá (Cleivan Paiva/Luanda)
3-Perímetro urbano (Cleivan Paiva/Aloísio Silva)
4-Procura (Cleivan Paiva/Getúlio Oliveira)
5-Incenso (Cleivan Paiva/Rosinha de Canãa)
6-Serenidade (Cleivan Paiva/Geraldo Urano)
Fonte : Música do Ceará
* Até um dia desses, Cleivan era meu vizinho. Cruzávamos no dia a dia, nas calçadas e na bodega da esquina. Conheço e admiro o seu trabalho desde nem sei quando.
Quando mudou de endereço , a rua sentiu falta daquele violão no batente, quando a noite fazia silêncio.
Sem dúvidas , um dos mais talentosos violonistas brasileiros !
E pensar que ele é nosso , mora no Crato... Merece ser prestigiado e homenageado com todo o nosso entusiamo.
Socorro Moreira


Projeto Água pra que te quero ! - Nívia Uchôa


Curiosidades da Língua Portuguesa

ORIGEM DE "PALAVRAS CRUZADAS"

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(Márcio Cotrim)

Seu antepassado mais remoto foi descoberto em 1930 nas ruínas da cidade de Pompéia, arrasada ao pé do Vesúvio em 79 d.C. Arqueólogos encontraram um quadrado com cinco letras de cada lado, no qual as mesmas palavras apareciam nos sentidos horizontal e vertical. Hoje, palavras cruzadas são um dos mais populares passatempos do mundo, diversão para milhões de pessoas que não têm coisa melhor para fazer. No Brasil, são vendidas, por mês, mais de três milhões de revistas do gênero. Uma curiosidade: no Canadá, onde o inglês e o francês são idiomas oficiais, resolver palavras cruzadas dá trabalho em dobro, já que muitos jogos são bilíngües: as definições em francês referem-seàs respostas horizontais, que devem ser escritas em inglês, enquanto as definições em inglês orientam as respostas verticais, mas em francês, já imaginou que confusão?!


ORIGEM DA PALAVRA "BISSEXTO"

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2000 é um ano com 366 dias. O último ano bissexto foi 1996. O astrônomo Alexandre Cherman, da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, explica a origem do termo bissexto: "Na época em que Júlio César encomendou a reforma do calendário ao astrônomo grego Sosígenes (45 a.C.), os meses eram divididos em três partes: calendas, nonas e idos. O primeiro dia de um mês era chamado "kalendae" (que deu origem ao termo calendário), e os demais eram contados de trás para a frente, num curioso e intrincado sistema. O dia 2 de janeiro, por exemplo, era "antediem IV nonas januarii". Ao decidir incorporar um dia ao mês de fevereiro, Júlio César não criou um novo dia (assim como foi criado o dia 29 de fevereiro), mas preferiu repetir um dia já existente (algo como 28 de fevereiro e 28 de fevereiro novamente). Esse dia repetido, em latim, chamava-se "bis VI antediem calendas martil" ou, simplesmente, "bissextum".
ORIGEM DE "MULA-MANCA"
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(Márcio Cotrim)

Sabe aquele tipo de blusa ou top feminino popularmente conhecido como mula-manca? Aquele que deixa nu um dos ombros da mulher e, num corte diagonal, destaca transversalmente a linha dos seios? Pois fique sabendo que a origem da expressão vem de Roma, onde as mulheres mais abonadas, as patrícias, usavam e abusavam do traje sensual chamado nulla manga, sem manga, que virou essa divertida mula-manca entre nós - provavelmente porque lembra o animal que, doente, claudica no caminhar. O sofrido muar, aliás, inspirou gostosa marchinha de Carnaval que dizia assim: "Que me importa / que a mula manque / eu quero é rosetar!..."

ORIGEM DE RECORD/RECORDE
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O "NÚMERO RECORDE"

Thaís Nicoleti de Camargo

A leitura dos jornais freqüentemente dá ensejo a comentários sobre o uso das estruturas gramaticais. Numa linguagem que se aproxima da fala, mas que procura manter o padrão culto da língua, tudo pode acontecer.

Tomemos um exemplo, extraído de uma publicação de São Paulo: "A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo começou bem o ano de 2005. Atingiu o número recorde de assinaturas em relação ao ano passado".

Em que reside a estranheza do trecho? Ora, o "número recorde" é o maior número já atingido até o momento. Que quer dizer, então, o redator com "número recorde (...) em relação ao ano passado"? Ou o número é superior ao do ano anterior (estabelece-se, assim, uma relação entre os números de dois anos subseqüentes), ou o número é recorde e, portanto, supera o de todos os anos anteriores, não apenas o do ano imediatamente anterior.

Temos, assim, duas possibilidades de redigir esse texto: "A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo começou bem o ano de 2005. Atingiu número recorde de assinaturas" ou "A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo começou bem o ano de 2005. Atingiu número de assinaturas superior ao do ano passado". A construção mais adequada será a que contiver a informação correta, coisa que, apenas com a leitura desse fragmento, não temos como saber.

Curiosamente, na mesma página da publicação, lemos outro fragmento em que se emprega o termo "recorde". Observe a diferença: "O Metrô de São Paulo fechou as contas de 2004 registrando R$ 40 milhões em receita 'não-tarifária' --que não vem da bilheteria, como publicidade e aluguel de espaços promocionais. O valor é recorde e representa 5% do total da arrecadação da empresa". Agora a palavra foi corretamente empregada, ou seja, o valor foi o maior já registrado.

Não é demais relembrar a correta pronúncia desse termo. Embora comumente pronunciada como proparoxítona ("récorde"), a palavra é uma paroxítona, isto é, a sua sílaba tônica (mais forte) é "-cor-". E a oscilação de pronúncia não pára por aí. Basta lembrar o nome de conhecida emissora de TV de São Paulo: a TV Record (lê-se "recór"), cuja pronúncia é francesa.

Na verdade, a palavra tem origem latina (do mesmo radical de "recordar", "concordar", "cordial", "cardíaco" etc.) e é pelo francês que chega ao inglês para, finalmente, desembocar no português. "Cor" (lê-se "cór"), em latim, quer dizer "coração". Daí "concordar" significar "pôr os corações juntos" e "discordar" significar "separar os corações". Um abraço "cordial" é um abraço "de coração", uma parada "cardíaca" é uma parada "do coração". Saber uma lição "de cor" é sabê-la de memória. Por quê? Porque se acreditava, no passado, que a memória residisse no coração. E que tem isso tudo que ver com "recorde"? "Recorde" é a melhor marca atingida por um atleta em uma atividade esportiva; é, portanto, uma marca "memorável" ou inesquecível. Daí "recorde". Como se vê, o sentido da palavra ampliou-se figurativamente. Seu emprego tem claro valor enfático.


[Folha de S. Paulo, 7 jan. 2005.]
.

Anjo - Por Claude Bloc


O tempo encurva-se sobre mim
Reflexo do que sou e do que fui
Complexo anjo delirante
De asas rotas
De aura amarfanhada
Anjo de outras eras
Em desalinho
E de solitária busca pelo sonho.

O tempo toca o sonho represado
Inconsciente dos limites
Do seu corpo
E do silêncio
Que apascenta as noites toscas
Nas fartas águas de tantas lembranças.

Calo-me nas curvas desse tempo
Sorvo nele o néctar da saudade
Calo-me afásica e me solto sem ritmo
Sorvo o travo de tantas palavras...
(Palavras que não guardo).

Estendo então as asas em protesto
Anjo torto, exangue.
Em tempo azul.


Texto: por Claude Bloc

Em 27 de Agosto - Duas luas no céu


O Planetário Internacional de Vancouver, da British Columbia - Canadá, calculou a precisão em que Marte estará orbitando perto da terra. Será no dia 27 de agosto de 2009..

Todavia, o mais interessante de tudo é que isto estava previsto em um código Maya, encontrado na piramide ao lado do Observatorio Estrelar em Palenque, Chiapas -México.

Com este cálculo matemático Maya, agora os Mayas estão sendo vistos como os gregos da América, e orgulho da Guatemala.

Pelo menos, quatro ou cinco gerações da humanidade não voltará a ver este fenomeno natural, e poucas pessoas sabem até o momento, embora tenha sido noticiado em 11 de maio de 2009.

Duas Luas no Ceu

No dia 27 de Agosto, a meia noite e meia, olhe para o ceu,

O planeta Marte será a estrela mais brilhante do ceu, e será tao grande quanto a lua cheia, e estará a 55,75 milhões de kilometros da terra.

Não perca!!

Será como se a terra tivesse duas luas, e este acontecimento só se produzirá no ano de 2287.

( recebida por e-mail)

23 de Agosto- Dia do Artista- Homenagem a João do Crato