Estive lá , na primeira noite de novena , em honra a N.Sra. da Penha. Escutei a fé do povo, e o seu desligamento também. Como ovelha desgarrada , contemplo o templo e a noite. A praça é dos nosso netos. Estamos na Igreja , esperando a bênção do Padre, as graças da Penha , e os dobrados da banda Municipal.
Passei na ala onde acontecerá o bingo , e quase comprei uma cartela. Amanhã volto para fazê-lo. De longe vi as luzes de um parque de diversão, no lugar de sempre. Petisquei coisas da terra, senti os ares de agosto, ainda fesquinhos, e despedi meu olhar do centro da praça, onde não acharia ninguém do passado.
- Os tempos mudaram. Dizer que no meu tempo era bem melhor é redundância , e não daria colorido aos tempos atuais. Uma opinião de quem já viveu noutras épocas não tem eco , na vida de quem começa.
O que restou da nossa festa ?
- A festa !
Um comentário:
Restou a saudade...
Do vestido novinho com laços de fita. Restou a correria da criançada para a roda gigante. O cachorro-quente mais delicioso da noite. O vai e vem das pessoas apressadas. Mulheres com os véus no rosto em respeito a Santa e os homens esperando na calçada a hora do leilão. E o momento maior, a coroação de Nossa Senhora da Penha, toda em ouro e pedras preciosas feita pelo meu bisavô.
Restou Socorro Moreira que não deixa morrer a saudade dos nossos corações.
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