Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sugestão de Graduação

Estão abertas, até dia 18 de maio, as inscrições para o vestibular de Design Gráfico do Instituto Infnet.

O processo seletivo acontece entre os dias 19 e 20 de maio de 2010. A prova é escrita e é o aluno quem escolhe o melhor dia para a realização da prova. A taxa é apenas um 1 kg de alimento de alimento não perecível.

Vejam o site www.infnet.edu.br/esdd

Golf X Yacht



Matozinho estava em festa. Envergara roupa de gala para a solenidade. Cordas de bandeirolas cortavam diagonalmente as ruas , amarradas em palmas de coqueiros, fincadas espaçadamente ao chão, bordeando a rua em toda sua extensão. . A banda cabaçal do maestro Bizarria , periodicamente, cruzava as calçadas, acompanhada de um bando de meninos, entoando cocos e marchas. Fogos ribombavam nos céus, como em noite de São João. A praça da matriz estava atapetada de barracas que vendiam passa-raivas, filhoses , roletes de cana, bolo de puba e outras iguarias em meio ao exército de garrafas de aguardente nas prateleiras. O esboço de um parque de diversões se estendia para as ruas laterais com canoas, carrossel, roda gigante, gangorra. Era o início das comemorações dos vinte e cinco anos da emancipação política da cidade. A programação preparada pela prefeitura era diversificada e caótica. O sacro e o profano faziam-se o verso e o anverso da mesma medalha. Missas, bingos, novenas, sambas, água benta, corrida de bicicleta, pau de sebo, discursos oficiais.
Fechando as festividades que se iniciaram na quinta feira, o domingo prometia : um jogo de futebol sensacional, uma espécie de FLa-FLu da região que envolvia as equipes do Milionários Golf Clube de Bertioga e o valoroso e querido Juventus Yacht Ckub de Matozinho. O clássico que ficou conhecido popularmente como MI-JU . Um embate histórico de antecedentes trágicos preocupantes. Nos últimos vinte anos, sempre que as duas equipes se encontravam, o saldo de feridos , mortos e desaparecidos terminaram por tornar o evento quase que inviável. Fato furado, tripa arrastando pelo chão, canela trincada, pescoção, unha arrancada, de um tudo já se tinha visto nos jogos entre os dois times. A coisa ficou tão feia que até se pensou em mudar a modalidade para vale-tudo, ao invés de futebol. Coisa de deixar um Hooligan indignado.
Pois bem, mas Matozinho é no Brasil e aqui o esporte preferido é o futebol. Até porque a infra-estrutura é simples: uma bola que pode ser confeccionada até com meia, umas traves improvisadas, um terreno baldio... A organização do evento cuidou para que os riscos pudessem ser minimizados. Mandou que se limpasse o campo cuidadosamente, roçando e arrancando as pedras mais pontudas; remodelou as traves com madeira nova e gastou mais de três quilos de cal para demarcar os pontos básicos: grande e pequena áreas, meio do campo, marcas dos pênaltis, perímetro total do campo. Cuidou ainda para que os atletas do Juventus tivessem a melhor alimentação, se concentrando na fazenda do Coronel Serapião Garrido, chefe político local. Simplesmente porque o time não poderia perder, já que se comemorava uma data festiva de Matozinho e um resultado desfavorável seria uma desonra irreparável para a história gloriosa da vila. A primeira grande enrascada veio rápido. Quem seria o juiz de uma partida tão disputada e de tantos e previsíveis riscos? Foram aventados vários nomes, Serapião, no entanto, deu a palavra final. O melhor seria convocar Dr. Irineu Carrera. Não era só por causa do sobrenome do homem , não! Dr. Irineu era o primeiro médico daquelas brenhas, atendia toda a região -- pobres, remediados e ricos -- , além de tudo todos o admiravam pela simplicidade. O esculápio contava incontáveis compadres e comadres nas cidades vizinhas. E mais, frisou Serapião, tem autoridade! Quem diabos vai querer brigar com ele ? E se adoecer no outro dia, meus amigos, de quem vai se valer?
Procuraram um Carrera ocupadíssimo nos seus afazeres e que relutou na missão. Não entendia muito de futebol, não tinha preparo físico para agüentar, apesar do sobrenome, correr campo acima, campo abaixo por noventa minutos. Serapião, no entanto, fincou pé, não era homem de levar um não para casa e o doutor não teve outro jeito a não ser enfronhar-se no campo minado. Quando a comissão deixou o consultório ele ainda pensou com sua bata: era mais fácil tentar resolver aquela pendenga lá na Faixa de Gaza!
O nome do juiz foi aceito com entusiasmo lado a lado. Sabia-se da sua autoridade indiscutível, além de tudo, teriam o médico ali perto, em pleno campo de batalha, pronto a encanar os braços quebrados, pontear as cabeças lascadas, atender os traumas múltiplos e esperados.
No domingo, o estádio improvisado fervilhava de gente. Todas as árvores ao redor curvavam-se ao peso dos torcedores, como se fora uma espécie de cadeiras numeradas. Convencionou-se que o time da casa jogaria de camisa e o Milionários, apesar do nome, nu de cintura para cima, para facilitar a identificação dos jogadores. Às três da tarde as equipes já estavam em campo, prontas a começar o embate. Um estrado mais alto foi posto de um dos lados para acomodar as autoridades locais : o delegado, o juiz, o padre; Sindé Bandeira, o prefeito e o velho Serapião Garrido. Após a execução do hino Nacional pela bandinha, Juvenal fogueteiro atiçou o estopim de umas dez dúzias de fogos. De repente, percebeu-se uma falha: Cadê o Dr. Irineu? Nada do juiz adentrar em campo. A organização , rápido, soltou meia cento de vaqueiros atrás do homem. Corre prá lá, pergunta de cá, terminaram encontrando o cabra, meio capotado, da farra do dia anterior. Estava com uma ressaca de matar, na casa de uma teúda e manteúda sua ali na rua do Caneco Amassado. Avisaram da urgência : só estava faltando ele, todas as autoridades esperavam impacientes. Carrera informou que estava impossibilitado de apitar por conta da ressaca, não tinha nem condições de se mexer na rede, como diabos é que ia correr noventa minutos no sol e ainda soprar apito? No campo, a galera já se agitava e as autoridades num calor digno de Terezina, já se coçavam. Convocaram, então, Serapião que teve que usar técnicas dignas da NASA. Botou um chapéu grande na cabeça do doutor , montou-o num burro e levou-o ao campo. Convocou um menino para puxar a alimária . Carrera, então , montado no burro, puxado pelo menino, de chapéu na cabeça e apito no beiço, passou a cumprir suas funções legais. O time atacava , o menino puxava o burro no sentido da trave adversária; a defesa desarmava, o menino dava meia volta e puxava o burro, com o juiz, no sentido contrário. Um sobe e desce infernal.
O pau comeu solto. No começo do segundo tempo, já haviam sido expulsos nove jogadores da Juventus e oito do Milionários, isso sem falar nos outros sete que saíram contundidos. O resultado, para desespero de Matozinho, continuava 0 X 0. Os matozenses ansiosos percebiam que aquele placar terminaria por anuviar a beleza da Festa de Bodas de Prata da cidade. O que se esperava terminar com Chave de Ouro, corria o risco de escorregar para flandres ou latão. De repente, a tragédia. O Center-ralf, “Zé Bigorna” da Juventus, derrubou, na pequena área, o Center-forward do Milionários: “Tiziu”. Faltavam exatamente dois minutos para o fim da partida. Irineu , o menino e o burro, estavam em cima do lance e o juiz não teve dúvida: apitou a penalidade máxima contra o time de Matozinho. O estádio manteve um silêncio sepulcral, parecia o Maracanã em 50, após o gol de Giglia.
Num átimo a população percebeu o tamanho do holocausto: a festa se acabava, a honra da cidade maculava-se definitivamente e, perdendo dentro do terreiro, serviriam de magofa para todo o sempre na região. Ninguém nunca imaginou que o MI-JU terminasse numa hecatombe daquelas.
No camarote, o Coronel Serapião demorou a entender o que se estava passando. Percebeu, no entanto, que existia alguma coisa errada. Não entendia nada de futebol, mas pela cara da torcida, pressentiu tudo. Chamou “Marreco”, seu assessor direto, e perguntou o que estava acontecendo. “Marreco” com voz entrecortada tentou explicar, inconformado:
--- Tamo lascado, Coronel, o juiz marcou um pênalti contra a gente e o jogo já tá quase acabando...
Garrido, pediu mais detalhes:
--- E que diabo é que é pênalti, homem de Deus ?
“Marreco” sussurrou aclarando a questão:
--- É uma falta contra nós. Eles vão botar a bola naquela marquinha ali perto do gol e vão chutar contra nossa trave !
O Coronel insistiu em mais detalhes:
--- E nós vamos botar quantos cabras na barreira pra ataiar a bola, seu “Marreco” ?
“Marreco” , então, o pôs a par do tamanho da bronca:
--- Num tem barreira não, Coronel, bate é direto... É difícil não ser gol... Vamos perder dos Milionários, será possível ? o Senhor vai deixar bater esse pênalti, coronel ?
Serapião respirou fundo, meio capiongo e falou:
--- Direto... pois a coisa é feia, seu “Marreco” ! Mas juiz é juiz, autoridade é autoridade, nós temos que respeitar, num tem jeito... Vai ter que bater o tal do pênalti sim !
“Marreco” aflito, perdeu as esperanças:
--- Tamo fudido então! Vamos perder! Mas como é que pode, coronel? Um desaforo desses dentro da casa da gente !
Neste momento, Garrido levantou-se de garrucha na mão e fechou questão:
--- Não! O juiz apitou vai ter que bater! Não desfaço autoridade de ninguém. Agora vai bater o pênalti do outro lado, contra o “Milionários”! Do lado de cá não tem fila da puta nesse mundo que bata pênalti, ou eu não me chamo Serapião Garrido! Joviu, seu Marreco ?




J. Flávio Vieira

Amanhã, 23 de Abril é dia de São Jorge Guerreiro




São Jorge Guerreiro

Este culto extraordinário tem origens muito remotas uma vez que seu sepulcro em Lida, na Palestina, onde o Mártir foi decapitado no início do século IV, era alvo de peregrinações já na época das cruzadas, quando o Sultão Saladino destruiu a igreja construída em sua honra. A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão, difundida na idade média, faz ver a origem da lenda, criada sobre este Mártir e contada de várias maneiras em suas muitas paixões.

Diz a lenda que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo ca Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

Também o fim deste Glorioso Mártir tem o sabor de lenda. Foi condenado a Morte por ter renegado aos deuses do império. Os Algozes Infligiram-lhe no corpo os mais atrozes tormentos. Ele parecia de ferro. Diante de sua invicta coragem e de sua Fé, a própria mulher do Imperador se converteu. Muitos Cristãos, amedrontados diante dos carrascos, encontraram a força de dar testemunho a Cristo com o extremo holocausto de suas vidas. Por fim, também São Jorge inclinou a cabeça sobre uma coluna e uma espada Super afiada pôs fim a sua jovem vida.

Igreja de São Jorge Praça da Glória, 04 – Parque Chuno – Jardim Primavera CEP 25.222-330 – Duque de Caxias – RJ. Tel. (0xx21) 2778-8285 - e-mail: pe.atanael@uol.com.br

Amanhã é o Dia do Choro... Se liguem !

Pixinguinha escreveu, aproximadamente, duas mil músicas. Foi um dos mais férteis compositores da MPB.



Principais sucessos:

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Ainda me recordo, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1946)
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A vida é um buraco, Pixinguinha (1930)
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Carinhoso, Pixinguinha e João de Barro (1917)
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Carnavá tá aí, Pixinguinha e Josué de Barros (1930)
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Chorei, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1942)
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Cochichando, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1944)
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Fala baixinho, Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho (1964)
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Gavião calçudo, Pixinguinha e Cícero de Almeida (1929)
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Ingênuo, Pixinguinha, B. Lacerda e Paulo César Pinheiro (1946)
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Já te digo , Pixinguinha e China (1919)
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Lamento, Pixinguinha (1928)
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Mundo melhor, Pixinguinha e Vinícius de Moraes (1966)
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Naquele tempo, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1934)
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Os cinco companheiros, Pixinguinha (1942)
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Os Oito Batutas, Pixinguinha (1919)
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Página de dor, Pixinguinha e Cândido das Neves (1930)
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Patrão prenda o seu gado, Pixinguinha, Donga e João da Baiana (1931)
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Proezas de Solon, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1946)
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Rosa, Pixinguinha e Otávio de Souza (1917)
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Samba de fato, Pixinguinha e Cícero de Almeida (1932)
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Segure ele, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1929)
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Seresteiro, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1946)
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Sofres porque queres, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1917)
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Um a zero, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1946)
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Vou vivendo, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1946)
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Yaô, Pixinguinha e Gastão Viana (1938)

Pixinguinha



Pixinguinha (Compositor, instrumentista e arranjador brasileiro) 23-4-1897, Rio de Janeiro (RJ) 17-2-1973, Rio de Janeiro (RJ)

Alfredo da Rocha Vianna Filho ou Pixinguinha, nome que mistura o dialeto africano "Pizin Din" (menino bom), dado por uma prima, com "Bexiguinha", por ter contraído bexiga, foi um dos músicos mais importantes da fase inicial da Música Popular Brasileira (MPB). Com um domínio técnico e um dom de improvisação encontrados nos grandes músicos de jazz, é considerado o maior flautista brasileiro de todos os tempos, além de um irreverente arranjador e compositor. Entre suas composições de maior sucesso estão Carinhoso (1923), Lamento e Rosa. Neto de africanos, começou a tocar, primeiro cavaquinho, depois uma flautinha de folha, acompanhando o pai que tocava flauta. Aos 12 anos, compôs sua primeira obra, o choro Lata de Leite. Aos 13, gravou seus primeiros discos como componente do conjunto Choro Carioca: São João Debaixo D'Água, Nhonhô em Sarilho e Salve (A Princesa de Cristal). Aos 14, estreou como diretor de harmonia do rancho Paladinos Japoneses e passou a fazer parte do conjunto Trio Suburbano. Aos 15, já tocava profissionalmente em casas noturnas, cassinos, cabarés e teatros. Em 1917, gravou a primeira música de sua autoria, a Valsa Rosa, e, em 1918, o choro Sofres Porque Queres. Nessa época, desenvolveu um estilo próprio, que mesclava seu conhecimento teórico com sua origem musical africana e com as polcas, os maxixes e os tanguinhos. Aos 20 anos formou o conjunto Os Oito Batutas (flauta, viola, violão, piano, bandolim, cavaquinho, pandeiro e reco-reco). Além de ter sido pioneiro na divulgação da música brasileira no exterior, adaptando para a técnica dos instrumentos europeus a variedade rítmica produzida por frigideiras, tamborins, cuícas e gogôs, o grupo popularizou instrumentos afro-brasileiros, até então conhecidos apenas nos morros e terreiros de umbanda, e abriu novas possibilidades para os músicos populares. Na década de 1940, sem a mesma embocadura para o uso da flauta e com as mãos trêmulas devido à sua devoção ao uísque, Pixinguinha trocou a flauta pelo saxofone, formando uma dupla com o flautista Benedito Lacerda. Fez uma parceria famosa com Vinícius de Moraes, na trilha sonora do filme Sol sobre a Lama, em 1962.


NetSaber

Correio Musical

Pérolas dos bastidores ...


Blogger Rosemary Borges Xavier disse...

Mandacaru (Cereus jamacaru P. DC. )
Acredito que Sertão se escreva com C
Pois mandacaru faz Chover
E nenhuma planta perecer
Presenciando dos olhos do meu bem querer
A última lágrima escorrer
Vou voltar pro Sertão!
Pra mudar esse Chão!
Já no próximo Verão
Tentarei levar a Canção
Mas se não der levarei apenas Trigo para repartir o Pão


Rose

Blogger Ana Cristina disse...

Reencontrar hoje o Fruto do Mandacaru pelas tuas palvras me fez contemplar o ontem com um respeito profundo. Comunguemos sempre de frutos como este:fluindo compartilhamento, generosidade e porque não dizer de vez - amor.
Um grande beijo com sabor de fruto maduro de Mandacaru.

Blogger Stela disse...

Quanta beleza junta, hein Socorro?
Ontem vocÊ viveu um dia em comunhão com a natureza sagrada. E deixou isso bem expresso na poesia vivida com todos os sentidos.
A beleza da terra mãe traduzindo a beleza divina em cada ser vivo, nos minerais, nos animais, nos vegetais, enfim... tudo é reflexo da beleza maior e infinita.

Foto de Cristina Diogo

Recuperando a Nossa História


Maria Gabriella Federico Nasceu no Cairo em 30 de março de 1961.

Com quatro anos de idade vai, com os pais para Itália, todos descendentes de Italianos. Em 30 anos de residência fixa em Roma, especializa-se em Restauração, Fotografia e Esculturas em barro, pintura sobre cerâmica com cozimento, micro jato de areia e douração. Cursa também decoração de paredes e falso mármore.

Sempre com um olhar pelo Brasil realiza seu sonho em 1993, aonde vem pela primeira vez como curadora de uma exposição de Arte Moderna no Rio de Janeiro. A partir de 1996, mantém fixa suas raízes por aqui.

Na Itália restaura várias obras como afrescos do século dezenove, escultura de madeiras do século dezoito, molduras e poltronas com douração e entre outros como as esculturas de mármore do Jardim interno do Palácio Real de Torino, pela ‘Sovrintendenza di Belle Arti’, importante órgão cultural na Itália.

No Brasil começa restaurações de peças particulares no Rio Grande do Sul, depois Rio de Janeiro, onde restaura um painel de azulejos com 19m², em Vitória-ES obras particulares e em São Paulo trabalha com várias obras do Arquiteto Ney Marcondes.

Nos últimos seis anos trabalha no estado do Ceará. Primeiro mantendo Fortaleza como residência permanente e depois de trabalhar no Crato, restaurando as primeiras obras suas no Cariri, apaixona-se mais ainda pela cultura local e muda-se decisivamente para a cidade.

Entre as obras restauradas por aqui estão: Quatro imagens da Igreja da Sé do ano de 1920, ‘Nª Sª da Penha com São Simão’, ‘São José’, ‘Nª Sª do Coração de Jesus’ e ‘Santa Margarida a La Coque’, ‘Nª Sª da Conceição’, do século XVI e ‘Menino Jesus’, ambas em madeira policromada, pertencentes ao acervo particular do Bispo D.Fernando Panico. E ‘NªSª da Conceição, do século XIX, em madeira policromada, em estilo barroco do acervo particular do Pe. Francisco Edmilson, Pároco da Cadetral da Sé.

Em Missão Velha restaura ‘São José’, tamanho natural pertencente à Igreja Matriz.

Em Mauriti, restaurou a ‘Nª Sª da Conceição’, em madeira policromada do século XIX de estilo clássico e origem brasileira, pertencente à Igreja Matriz e a imagem de ‘Santana’, também em madeira policromada do século XVIII, da Igreja Santana de Mauriti.

Maria Gabriella Federico atualmente trabalha na restauração do Patrimônio Histórico do Museu do Crato.

Maiores informações no endereço eletrônico:

esculturaserestauros.blogspot.com

Aucy Ventura, Música do Cariri

Ao som do violão, o pé de mandacaru cochilou ...
Cruzes, credo... e a paz do campo !
Mantras , no caminho ...
..." e no entanto é preciso cantar ..."

Fotos de Cristina Diogo



Uma paradinha no "Café Cariri" ( do Múcio Duarte): irresistível !


Aberto para o café da manhã , e café nos fins de tarde,e na boca da noite ... Sucos, tapioca, omeletes, do jeito que a gente gosta !





Fotos de Gabriela

O "Bloguinhojuriti" , já está no ar ...



Cristina Diôgo: endereço do bloguinho para ser visitado:http://bloguinhojuriti.blogspot.com

*Agrademos ao Dihelson Mendonça , os primeiros passos para estruturá-lo ... Agora estamos por conta dos colaboradores mirins , aqueles que fazem a festa do único Circo-Escola do Cariri. Projeto estupendo , que caiu nas graças do Planeta !
(Socorro Moreira)

foto de Gaby

COMPOSITORES DO BRASIL


OS GRANDES FESTIVAIS

Por Zé Nilton

A Música Popular Brasileira recebeu forte impulso, nos anos 1960, com as edições de festivais. A TV Record foi a campeã em realizações de festivais, começando, em 1960, com o Primeiro Festival da Música Popular Brasileira, indo até 1969 com o quinto da série. Inda teve a primeira Bienal do Samba, em 1968.

A Globo tentou reviver o clima dos festivais a partir dos anos 1980 e em 2000, sem muito sucesso, embora contribuindo para o aparecimento de novos talentos.
Nesta quinta-feira vamos dar início a uma série de apresentações dos mais importantes festivais da MPB no Programa Compositores do Brasil.

Do primeiro festival, ocorrido em 1960, realizado pela TV Record não temos nenhum registro das músicas. Acredito ter sido um festival morno, pois seus compositores e intérpretes não eram tão conhecidos como o do ano de 1966, o segundo Festival de Música Popular Brasileira que, de cara, houve dois primeiros lugares: A Banda, de Chico e Disparada, de Vandré e Theo de Barros.

Vamos falar e ouvir as músicas do 2º. e do 3º. Festivais, e igualmente da Primeira Bienal do Samba, realizados pela Record, São Paulo.

Eis a programação:

2º. FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
TV.Record – SP – 1966.
1º. Lugar
A Banda, de Chico Buarque, com Chico Buarque & Nara Leão
Disparada, de Geraldo Vandré e Téo de Barros, com Jair Rodrigues, Trios Maraiá e Novo.
5º. Lugar
Ensaio geral, de Gilberto Gil, com Gilberto. Gil (interpretada originalmente por Nara Leão)

3º. FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
TV. RECORD – SP. 1967
1º lugar
Ponteio, de Edu Lobo e Capinam, com Edu Lobo, Marília Medalha & Quarteto Novo.
2º lugar
Domingo no Parque, Gilberto Gil, com Gilberto Gil & Os Mutantes
3º.lugar
Roda Viva, de Chico Buarque, com Chico Buarque e o conjunto MPB4.
4. lugar
Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, com Caetano Veloso e o conjunto Beat Boys
5. lugar
Maria, Carnaval e Cinzas, de Luís Carlos Paraná, com Roberto Carlos e o Grupo
1ª. BIENAL DO SAMBA – TV. Record – S.P – 1968.
1º. Lugar
Lapinha, de Baden Powel e Paulo.C. Pinheiro, com Elis Regina
2. lugar
Bom Tempo, de Chico Buarque, com Chico Buarque
3. lugar
Pressentimento, de Elton Medeiros e Hermínio Belo de Carvalho, com Marília Medalha.
4º. Lugar
Canto Chorado, de Billy Blanco, com Os Originais do Samba (originalmente com Jair Rodrigues)
5º. Lugar
Tive, Sim, de Cartola, com Cyro Monteiro

Quem ouvir, verá!

Programa: COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri
Todas às quinta-feiras, às 14 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Apoio: Centro Cultural Banco do Nordeste.

Fotos de Cristina Diogo - Ensaio fotográfico: pé de mandacaru e o fruto dos nossos mistérios !


Cristina Diogo, como se não bastasse, no seu relevante papel social, é fotógrafa da melhor qualidade ! ( foto de Gaby)
Fincados na terra , encaixados num projeto maior , na direção do infinito , nossos olhos se acham ,na convergência de um ponto . A s almas adoram certos intinerários !
E o fruto está lá... Esperando o bico de um passarinho.
Numa casa abandonada , duendes fazem a sua morada.
Costurado, pintado e esmaltado por uma luz especial : os olhos do artista , captam !
Entre a Terra e o Céu , nuvens, doces condensados, pairam !

Socorro Moreira

Tenho tudo quando quero ? Nem sempre, mas às vezes passa da conta do imaginar...

"Um cantinho e um violão ..."
Fumaça na chaminé... Panela de barro preparando o guisado ...
Uma rede na varanda , pra embalar os sonhos ...
Amigos pra não nos deixar falando sozinhos... Amigos pra pintar de verde os caminhos...Falar e ouvir , desentortando as tristezas ... Aliviando o coração com o bálsamo do sorriso.
A luz continua em mim... A natureza viva, em todas as suas formas , encanta a silhueta da vida !

Fotos de Cristina Diogo

A romana Gabriela ( nossa Gaby)- Restauradora de Arte Sacra.




Eu bendigo as mãos que recupera o belo perdido !

Fotos de Cristina Diogo

O Fruto do mandacaru - por Socorro Moreira

Foto de cristina Diogo

Eu estou perdendo a fórmula poética ... Eu estou sentindo a poesia , em todos os átimos da vida !
-Ontem foi um dia leve e mágico !
Subi a serra com amigos , andei nas trilhas da floresta , buscando identificar os matinhos floridos.
Esbarrei no velho mandacaru, "que só flora na seca , quando a chuva chega ", e me deparei com seus frutos ... Exuberantes, lindos ! Pedimos licença aos duendes, fadas, e todos do encantamento, e colhemos aquelas bolinhas ( nem tão pequenas) vermelhas, incandescentes ! Descasquei, provei a entre casca, e descobri um miolo bárbaro, mas nele estanquei, e pensei : dá pra fazer uma máscara de beleza... ; as sementinhas serão jogadas à ermo, devolvidas ao chão , que a gente chama de mãe .
Nas voltas , a tarde se despedia.
Barulhos urbanos não se ouviam
A paz dos feriados
deslizava, se infiltrava, e corria...
Como um rio , em tudo que se via.
Banhei-me nessas águas ,
e fechei o dia com uma noite morna ,
serena e sem curvas tortuosas...
Respirei no alívio de um pesadelo findo,
e de um sonho colorido
com frutos do mandacaru,
ainda inteiros, vivos !

Bom dia !

Caquinhos de Saudade
- Claude Bloc -

Foi coisa de momento, chuva passageira, uma cena tão simples, uma dor sem motivo, um motivo sem dor...

Olhei pro tempo e veio-me a emoção de estar ali contemplando um passado que não foi meu. A cidade estava prenha de água e de tristeza.

Olhei pra rua e seus brocados. A cena me tocava. Me parecia estar ouvindo vozes não sei de quem. Uma mãe acalentando sua cria. Um pai ralhando com o filho. Um cheiro de café no ar. E a chuva teimando em molhar tudo pra esconder minhas lágrimas por cima dos telhados, nas cumeeiras das casas, no fundo dos quintais.

Hojé é quinta-feira. Minha alma está em pedaços. Juntei esses caquinhos de saudades e não consegui saber de onde eles vinham. Se de dentro de mim ou se dessa cidade que nem é minha.