Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

UMA MÁGOA INESQUECÍVEL - POR PEDRO ESMERALDO


A população cratense sofre de mágoas contundentes estimuladas pelas autoridades do Estado, vez que esquecem do Crato nas horas mais precisas no período chuvoso.
Hoje, 28 de janeiro de 2012 fez um ano do vexame que o Crato passou diante de uma chuva torrencial que causou terror durante a madrugada. O comércio dilacerado pela avalanche das águas do Rio Granjeiro acarretou grande prejuízo ao comerciante que suportou com paciência esse descaso.
Muitos desses comerciantes ficaram atônitos com o prejuízo dos seus estabelecimentos.
Foi um Deus nos acuda quando se depararam com esses problemas, visto que alguns deles ficaram em desespero, pois não acreditavam nessas autoridades que costumeiramente desprezam o Crato, já que não têm a quem apelar, permanecem de braços cruzados, somente aguardando a bondade de Deus.
Se não fosse a boa vontade do senhor prefeito junto com o vice-governador, que se interessaram para conseguir verbas especiais a fim de contornar em parte esta situação degradante da cidade do Crato, não teria conseguido uma verba mesmo minguada de quatro milhões de reais, medida (paliativa) que mal dava para sanar em parte o controle do Rio Granjeiro nos dias das enchentes das grandes chuvas.
Não podemos narrar quanto foi o prejuízo dessa cidade, mas temos o pensamento bem obscurecido devido o desinteresse de algumas autoridades do Estado que tudo fazem para prover o Crato de grandes melhoramentos. Tudo negam para esta cidade e não nos deixam esperançosos quando queremos solucionar os problemas.
Até hoje não sabemos por que motivo não concluem pelo menos o remendo do canal. Porque motivo as obras desse canal estão paralisadas. Isto é uma amostragem séria e realista que as autoridades do Estado só desejam dilacerar o Crato, visto que, vez por outra, têm como objetivo deixar o Crato esvaziado em favor do outro município.
Não há razão para isso. Deviam respeitar o Crato, não tirando nada daqui. Por sua vez o povo cratense tem um pensamento negativo diante dos descasos que sempre foram motivados pelos grandões do Estado.
Vivem marginalizando constantemente a nossa cidade e depois ficam de beiço torcido quando há protesto do povo cratense que pede mais apoio e mais dignidade com esta cidade.
Alguns deles só vêm aqui receber homenagem, por certo merecida devido aos poucos serviços que nos prestaram.
Crato foi a cidade precursora do desenvolvimento nacionalista e enquanto hoje, que o seu desejo é riscar a cidade do mapa da história do país.
Até quando vamos suportar esse desprezo? Já temos gritado tanto: não sabemos por qual motivo somos esquecidos, e quando ainda um simples retorno são retirados das margens da estrada Crato Juazeiro.
Ah Senhor, isso que estamos sofrendo é dose para elefante e não podemos mais suportar esse descaso.

Crato-CE, 28/01/2012.

Autor: Pedro Esmeraldo

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

UM BREJO DESLEMBRADO - Por Pedro Esmeraldo

Nesses últimos dias tenho andado muito de trem partindo do Crato para a estação do São José. Muito desorientado, convivendo com uma tristeza sem fim devido o abandono dos brejos cratenses que há muito vêm sendo desprezados pelos agricultores devido a falta de apoio técnico e financeiro.
Percebo que por meio desse abandono há um sentimento negativo dos agricultores, visto que facilmente entregam os pontos. Não esboçam reação. Alguns deles pararam de trabalhar, acarretando sérios prejuízos, pois a falta de produção agrícola traz o desespero do cidadão e por certo não há no momento desenvolvimento agrícola.
Constantemente, trago em minha memória a grandeza da produção canavieira do passado que formava uma riqueza que fazia gosto de ver, pois mesmo com aspecto rudimentar, conduzia o homem do campo para o emprego que seria a base favorável e assegurava o cidadão a sua terra natal.
Antigamente, via-se um canavial verdejante, agitado pelo vento úmido que soprava em direção à Chapada do Araripe e deixava o agricultor inebriado pelo conforto que trazia pela sua útil produção, advinda do seu patrimônio equilibrado.
Infelizmente, veio o desuso do consumo da rapadura, trazendo desânimo para o agricultor caririense, devido a falta de modernização no trato da cana, que por sua vez, não houve também a tecnologia das máquinas que favoreceriam na tecnologia da produção canavieira.
Os empresários que vieram observar se seria viável ou não a expansão e a modernização no trato da cana-de-açúcar da região do Cariri, não satisfizeram. Convém notar que foram semelhantes a uma faca de dois gumes, tudo que faziam era favorável somente para eles. Por isso, nada foi adiante e nada produziam com sinceridade, visto que não avançaram no sentido agrícola e da produção canavieira. Nesse ínterim, houve o arrefecimento do homem rural, visto que afirmo que sua permanência na região do Cariri foi efêmera e houve um distúrbio de comportamento limitado dos rurícolas caririense e afirmando ao mesmo tempo que esses empresários não vieram para ficar.
Agora, a título de sugestão, tem que haver consolidação no solo agrícola, voltando a estimular a produção agrícola por meio de incentivo financeiro e técnico, dando orientação ao homem, trazendo uma tecnologia avançada com estímulo para que o agricultor volte a produzir e aproveitar os brejos com produção adequada e vantajosa para que volte apto a produzir como no tempo passado. Porém, essa produção tem que ser adequada com a tecnologia.
  
Crato-CE, 28 de Janeiro de 2012.

Autor: Pedro Esmeraldo

MOMENTO DA POESIA - Por Claude Bloc


Escolhas

Em cada um de nós
 há um mundo de escolhas
que nos interrogam continuamente
 e escrevem nossa história...
A poesia também é isto: um escrever
nessas folhas que já estão escritas
nesse mundo encantado das palavras
onde nos cabe viver... 


Claude Bloc

domingo, 29 de janeiro de 2012

EVANDRO ONOFRE (filho ilustre de Assaré)


Artigo publicado no Jornal do Commercio - PE

Postagem publicada a pedido de Evaldo Braga Brilhante
Amigos amores, amados, paixões e casos!


Queria agradecer mais uma vez pela linda Terreirada de ontem! Que público fantástico! A nossa banda da Terreirada! As participações especiais, maravilhosas! Luiza SalesMiguel Fridman GarciaIrineu FernandesYuri Villar,Márcia GuzzoKarina Neves, Romulo Frazão! Entre outros de sempre! As novas parcerias com Aline Brufato e o Semente da Música Brasileira!



Essa história começou com Elizabeth FernandesPaloma Fraga, Isabel Viana, Ranier Oliveira,Flauberto Gomes, e tantos outros parceiros! Essa galera tem todos os méritos do que somos hoje! Desde Grupo Tá Na Rua, com o Cigano, (rsrsrs) o CTO, Casa Gira Mundo... E vamos seguimos caminho! Cada vez mais desenvolvendo um trabalho mais amplo, muito além do forró! Passeando pela música brasileira e universal! Inovando sem perder a essencial da nossa música, no terreiro, dos folguedos, da celebração da vida!

Vem aí o carnaval e teremos a Terreirada à Fantasia, em março ja voltamos com a Terreirada Cariri, e ainda esse semestre iniciaremos a Terreirada especial, mensalmente, em uma espaço ainda maior com convidados e tudo! Salve o Ceará, meu Cariri, e salve o Rio de Janeiro! Isso é Brasil!

Atualmente! Somos Julia Guimaraes, Geraldo Junior, Beto LemosGabriel PontesCláudio Lima,Joana Araujo e Felipe Rodrigues! Mas passaram por aqui e deixaram sua contribuição: Filipe MüllerMarcelo Müller,Flauberto Gomes, Ranier Oliveira, Luiza Sales, Francisco Gomide, Maria Gomide, João Bittencourt e tantos outros, também!

É isso, vim dizer aqui que nada é graça! Essa construção é como qualquer outra coisa na vida na qual agente se doa! Tem amor e carinho, seja um jardim, uma poesia, uma canção, um Terreiro... Hoje vamos colhendo as flores plantadas por cada um de vcs! Principalmente o público!

Tenho orgulho em repetir:

- Somos uma festa independente, um espaço alternativos!
Desenvolvemos aqui uma expressão artística, não apenas uma reprodução da música de mercado ou da cultura de massa! Isso é uma conquista! Que venham muitos outros anos pela frente! 

Amigos, somos agradecidos por vcs escreverem essa história conosco!Continuem compartilhando literalmente, digitalmente, fisicamente, espiritualmente, essa alegria conosco!


Beijos e abraços,


Terreirada Cearense!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Perfumes da saudade pelo ar - Emerson Monteiro

Nas manhãs cinzentas dos invernos, essa brisa suave colhe a gente bem na surpresa dos abraços de antigamente, do tempo em que as flores murcharam leves nos jardinas abandonados. As luzes chegavam aos olhos molhados em gotas de lágrimas dos que se amam e vão sumindo na longa estrada dos dias enegrecidos pelo tempo veloz. Gosto amargo de ausência travava na saliva o íntimo da boca, peito dorido e vazio nos espaços em redor. Desejo imenso de controlar o movimento dos barcos um pouco mais, porém restava pouco de perfume do passado que virava forte saudade descomunal goela adentro. E fiapos de músicas engoliam últimos acordes das notas vazias, românticas, esgotadas nos frouxos véus, traços lentos, indiferentes do Destino com letra maiúscula.

Falas de pessoas agora rumorejam as salas de portas abertas, porém prenhes das ausências de quem se foi nas asas do nunca mais. Há promessas nisso de sucumbirem às doces lembranças quais sementes plantadas nas colinas adormecidas de festas alegres, caprichosas, fugidias. Um pedido de clemência clama aos sonhos interrompidos belas frases, lindos sorrisos, cores intensas, e só desencantos afinal. Aos deuses, as sentenças ao ostracismo de viagens mitológicas jamais receberão revisão.

Pisar, assim, solto no vácuo dos desaparecimentos injustificados no senso comum parece recordações intermitentes, reclamações desse processo exótico, contudo acontecendo a todo instante. Os pobres réus apenas enxugam o rosto sem possibilidades, porquanto a quem não sabem apelar. Rezam, é do direito dos desvalidos. Controlam a duras penas o instinto de sofrer da raça. Retêm ao máximo o impulso das vertigens apelo dos abismos profundos. Param e refletem no caminho à procura dos olhares iluminados que lhes apagaram momentamente os seus, na pedra de memórias arcaicas.

Casos de amor por vezes devoraram as entranhas das gentes e caíram nessa estranha vila das sensações de eternidade a remoer o coração, esfregar na cara as práticas felizes dos adjetivos desnecessários, constâncias permanentes, ainda que contassem tudo aos ouvidos lá internos, na alma teimosa das pessoas, no sonho de ser feliz, a somar cordões de longas esperas aos idos da experiência inesquecível.

Baixa Rasa...Uma Festa no Miolo da Chapada Com a Brisa de Janeiro-Wilson Bernardo.

Wilson Bernardo-fotografia

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mundo de sonhos - Emerson Monteiro

Nos mistérios da Natureza, os sonhos ocupam lugar privilegiado. Tal qual pensamentos independem da pura vontade dos que pensam, sonhos se apresentam na medida do sono e ninguém escapa dos encaminhamentos instigantes que formam noites a fora. Há estudos mil quanto aos sonhos. Na Ciência, busca persistente aprofunda respostas a isto, desde o passado remoto, e ainda permanece presa ao campo nebuloso das cogitações, circulando o tema de olhos atentos, porém precisando de maiores esclarecimentos que a todos convençam. Admirável esse universo sempre novo dos sonhos.

A propósito, lembro de história que, um dia, ouvi de certo antropólogo americano, não lhe recordo o nome, que viajava pelas tribos da Amazônia e entrevistara velho pajé a respeito dos sonhos. Na entrevista, perguntou ao indígena do poder que as pessoas possuem de entrarem nos sonhos das outras.

Sem titubear, o feiticeiro respondeu que sim, as pessoas podem entrar nos sonhos das outras pessoas, acrescentando em seguida que iria demonstrar, na prática, ao pesquisador, o que estava afirmando naquele momento. Que entraria em um dos seus sonhos para provar o que dissera.

Depois de o professor seguir a outros locais de estudos, retornou à região alguns meses transcorridos desde então. Ali, de novo, se avistou com o pajé da entrevista. Nessa hora, o próprio selvagem foi quem tomou a iniciativa de lembrar o mesmo assunto dos sonhos, e perguntou:

- O senhor recorda de um sonho que outro dia teve, e que nele apareceu uma onça pintada em movimento dentro da floresta?

Após concentrar o pensamento, confirmou o antropólogo aquele sonho que, com clareza, vivenciara no intervalo de tempo após haver encontrado o pajé pela primeira vez.

- Pois aquela onça era eu – assim e naturalmente retribuiu o índio antigo.

Observo, contudo, a margem infinita dos conhecimentos em adquirir, nas jornadas da experiência, o domínio de si sob os mistérios que, a todo o momento, surgem nas portas da transformação, espaço do crescimento individual comum e fértil.

E concluo indagando aquilo mesmo que quis saber do índio o estudioso americano:

- É possível a uma pessoa entrar nos sonhos das outras pessoas?

NA RUA


Tua namorada;



namora na lua,


na morada nua,


mora na rua,


na morada tua.


Karla Sanchez

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

 A noite
(Claude Bloc)


Meu olhar pousa na serra. Um pensamento cego grita quando o silêncio noturno se instala e se mascara em sorriso.

Nada fica solto, nessa hora tardia em que o sol se revela e parte - como tudo que parte.
Os pássaros voam pro sul, a noite se perde no azul... perfumando-se na cor de todas as flores, desfazendo-se num céu de sangue.

E o silêncio permanece. O mistério pousa nesse olhar cerrado que carrego quando a noite se fecha. Corro para dentro da noite! E cada vez que meus olhos se abrem e entrevejo o sonho que se acorda. Lá aonde os pensamentos vão se encontrar.

Claude Bloc

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O ANALFABETO POLITICO




El peor enemigo de la revolución es el burgués que muchos revolucionarios llevan adentro
(Mao Tse Tung)

O ANALFABETO POLITICO
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
(Bertold Brecht)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

História de um menino de rua – por Pedro Esmeraldo

Em uma cidade chamada Catolé da Serra, pertencente ao maciço nordestino, havia uma horda de garotos com tendência a serem marginais. Foi interrompida a sua vida de marginalidade pelo juiz da comarca local, que teve a ideia, “após várias tentativas de controle”, de melhorar a vida dessas crianças, doando aos fazendeiros locais para corroborar com seus estudos a fim de se tornarem homens de bem.

O juiz muito rígido não teve complacência com as mães e arrebatou as crianças entregando-as aos fazendeiros. Por esse motivo a população dessa cidade andava apavorada com o procedimento educativo dessas crianças, vez que praticavam coisas absurdas com tendência a roubos e a ociosidade.

Com insistência das mães das crianças, visto que elas era consideradas “mães-solteiras”, além de muito pobres,  tiveram elas que aceitar a medida austera desse juiz, conformando-se porque seus filhos teriam um bom procedimento no futuro.

Catolé da Serra era uma cidade pequena e calma, agradável, muito bonita, situada no pé de Serra denominado de Macavi. Sua população era ordeira e muito bairrista. Rivalizava-se com a outra cidade de nome Marmeleiro, esta última briguenta, entopercente, cheia de pieguismo que dava o que falar ao pessoal estranho à vida monástica. As duas brigavam entre si. Cada qual queria ser melhor do que a outra, quando disputava partidas de futebol era um Deus nos acuda. A briga troava que fazia medo a gente se colocar de lado. Ninguém suportava tantos palavrões daquele  povo fantasioso. Após a partida de futebol havia muita gozação, mas todos ficavam bem entre si.

Um dia esse juiz convocou um senhor de respeito e bem sucedido agricultor, proprietário de engenho e ofereceu um desses meninos para acabar de criar. Esse senhor não teve alternativa e aceitou o menino por nome Francisco Brunelly, nome italiano, provavelmente de seu pai, que era italiano.

Após a chegada desse garoto em sua casa, levado pelo soldado Miúdo, o dito menino foi entregue ao senhor do engenho, a mandado do juiz. Antes, porém, o soldado Miúdo deu conselhos a Brunelly, dizendo: “Tome cuidado e siga em frente. Esse senhor é muito bom e pode fazer de você um bom cidadão”. Após passar alguns dias, Brunelly não atendeu o conselho do soldado e fugiu de casa. Novamente o juiz tomando conhecimento, mandou entregar o menino Brunelly na casa do fazendeiro. O soldado Miúdo deu outra saraivada de conselhos a Brunelly, dizendo: “A coisa aqui é séria; o juiz não tá de brincadeira não, ou você se ajeita ou vai parar em outro local muito ruim, pior do que você quando vivia na rua, rabo de tatu, passando fome, sem estudar, caminhando para a marginalidade e por isso você deve tomar jeito de homem sério.”

Esse menino não deu para o estudo e o senhor fez várias tentativas para prepará-lo e ser um cidadão de bem. Mas ele não obedecia aos rigores da escola e não passava de ano.

O patrão aborrecido mandou Brunelly ir para a roça trabalhar com o pessoal destinado ao trabalho pesado.

Brunelly, já rapaz, passou a gostar de uma moça muito bonita com o nome de Ceiça Tomazelly. Após o casamento de Brunelly, deram a ele uma carroça de tração animal para a sua manutenção permanente.

Brunelly teve vários filhos com Ceiça e que se criaram juntos até a morte prematura da mãe.

Brunelly não se habituou a viver sozinho com os filhos e arranjou outra moça para se casar. Depois do casamento, Brunelly abandonou os filhos e foi viver com outra mulher chamada Nazareth e constituiu vários filhos com essa digna moça.

Brunelly ainda vive no sítio, aposentado, viúvo, vive solitário com os filhos de Nazareth, convém notar que os filhos da primeira mulher se afastaram do pai, deixando arredio, dizendo eles que o pai os abandonou quando pequenos.
             

Momento da Poesia - Por Claude Bloc

A  vida em pleno

( Claude Bloc)


Minha poesia
 Não esconde nada:
Nem as palavras
Nem o silêncio
Nem a saudade
Nem o encanto.

Minha poesia
Só espelha minha voz no tempo
E o desejo de ser feliz
E celebrar a Vida em pleno.
 
Claude Bloc

O MAZOMBO


Significado de Mazombo:

Era a a forma depreciativa pela qual os portugueses nascidos no reino (reinóis) denominavam os filhos de portugueses nascidos na colônia.



O MAZOMBO

(Do livro Bandeirantes e Pioneiros de Vianna Moog)

E os mazombos que se quedavam no Brasil? 
O título de mazombo, esse caducou e desapareceu. Não assim a personagem que lhe deu origem. Ainda em fins do século passado o Brasil pululava de mazombos. Apesar de quatro séculos de civilização, apesar de já haver resolvido de certo modo o seu problema racial, apesar das lutas vitoriosas contra o invasor francês e holandês, a despeito das revoluções de afirmação da nacionalidade, a despeito do Primeiro, do Segundo Reinado e da República, da extinção da febre amarela e da crescente importância do país nos mercados e nos concílios internacionais, o Brasil ainda continuava infestado de mazombos. Mazombos conscientes, mazombos inconscientes, mas sempre mazombos. Até começos deste século a expressão ainda circulava. "Sou brasileiro, mazombo ou mestiço" dizia João Ribeiro em notável página de crítica, como a sintetizar a formação étnica e social do Brasil.
E em que consistia esse mazombismo brasileiro? Tal como nos primeiros tempos coloniais, consistia essencialmente nisso: na ausência de determinação e satisfação de ser brasileiro, na ausência de gosto por qualquer tipo de atividade orgânica, na carência de iniciativa e inventividade, na falta de crença na possibilidade de aperfeiçoamento moral do homem, e descaso por tudo quanto não fosse fortuna rápida e, sobretudo, na falta de um ideal coletivo, na quase total ausência de sentimento de pertencer o individuo ao lugar e à comunidade em que vivia. O belonging dos americanos não existia no mazombo.
No fundo, o mazombo, sem o saber, era ainda um europeu extraviado em terras brasileiras. Do Brasil e da América, de suas histórias, de suas necessidades, de seus problemas, nada ou pouco sabia, porque vivia no litoral, mentalmente de costas voltadas para o país. Iam mal as coisas no Brasil? Ah, isto não era com ele. Ademais, que poderia fazer, se era só contra todos. Na vida pública como na vida privada, nunca seria por sua culpa ou negligência que isto acontecia. A culpa seria sempre dos outros. E assim, recusando-se, racionalizando, contradizendo-se, não participando, reduzindo ao mínimo os seus esforços físicos, espirituais e morais para o saneamento e elevação do meio em que vivia, pagando para não se incomodar, quando se tratava do interesse coletivo; lisonjeando, transigindo, corrompendo, revolvendo céus e terras quando se tratasse de seus próprios interesses, ninguém como ele para contaminar o ambiente de tristeza, imoralidade, indiferença e derrotismo. Inesgotáveis como eram suas reservas de má vontade para com tudo quanto se referisse ao Brasil, vivia a escancarar as suas simpatias para tudo quanto fosse europeu.
Em princípios do século passado, o mazombo era espiritualmente português, e vivia zangado com o Brasil, por não ser o Brasil a cópia exata de Portugal. Em fins do século, como as simpatias de Portugal se tivessem volvido para a França, vivia zangado com o Brasil porque a cultura brasileira não era a projeção exata da cultura francesa.
Desligado do que lhe ia em derredor para viver imaginativamente do outro lado do Atlântico, se lhe dissessem que as populações sul-americanas em geral e as brasileiras em particular eram das mais mal alimentadas do mundo, ou que já sofriam de fome crônica, ou que os índices de mortalidade infantil no Brasil só podiam ser comparados com os da Índia, isso não lhe daria o mais mínimo abalo. Para vê-lo comovido seria preciso algo mais: seria preciso falar, em começos do século atual, na fome que passaram as crianças européias na primeira guerra. Pobres das crianças belgas! Pobres das crianças francesas! E Vive Paris! E Vive la France! O, lá France, la France éternelle!
Cultura só a França a tinha, e sabedoria; e patriotismo, e finess e savoir-faire. No mundo, a Europa; na Europa, a França; na França, Paris; em Paris, Montmartre. Decididamente, sem uma viagem a Paris não se completava nenhuma formação cultural digna desse nome.
E fosse alguém timidamente arriscar que na América do Norte também se inventava, que entre cada dez inventores pelo menos cinco eram americanos, que a América produzia já uma literatura bastante razoável, por vezes até apaixonante, talvez a mais apaixonante do nosso tempo; que tinha um teatro soberbo, superior até ao francês; que reunia do que havia de melhor no mundo em todos os ramos do conhecimento e do conforto! O mazombo, medularmente europeu, tomaria a afirmação como desconsideração à sua pessoa.
...Pela lógica, com esta sua paixão por tudo o que era francês, o mazombo devia ser politicamente um espírito liberal, amante do trinômio liberdade, igualdade, fraternidade.... Mas no Brasil, com a ignorância crassa da maioria da população, uma população de mestiços, isto não era possível. Igualdade política? Era só o que faltava! Onde é que se viu o seu voto valer tanto quanto o do seu lacaio ou o da sua lavadeira?
Não, o mazombo não era pela igualdade política e muito menos pela igualdade social. Era antes, rasgadamente, pelo privilégio, contanto, naturalmente, que o privilégio fosse para ele. ...E ai de quem lhe negasse o que pleiteava! Ficava tomado de ódio e de ressentimento, um ressentimento tanto mais terrível para o seu equilíbrio emocional quanto acabava refluindo contra ele mesmo.
Ganhar no jogo, eis uma das boas alegrias do mazombo. De resto, na vida, entre os seus prazeres, destacavam-se estes dois: jogar e ganhar; jogar e perder. Contanto que estivesse sempre jogando. Jogar, para ele, sem que o soubesse, era ainda um modo de procurar simbolicamente o veio de ouro, lutar contra o destino, de novo a luta de um contra todos, de todos contra um, como na procura da mina.
...O puritano via a marca do Senhor naquele que prosperava. O mazombo via a marca do destino naquele que acertava. Na aventura, na vida, no jogo, na loteria, na roleta, o essencial era acertar.
Outra paixão do mazombo: a caça indiscriminada à fêmea. Assim como no mundo da inteligência ninguém tinha espírito senão ele e os seus amigos - Null n'aura d'esprit hors nous et nos amis - no mundo da moral, mulher alguma teria honra, virtude e decência a não ser as de sua família e, por vezes, em casos de especial deferência, as da família de seus poucos amigos.
O ar impudente com que examinava uma mulher na rua! Certo, o examinar mulheres e deleitar-se com a sua beleza sempre foi um prazer universal, "uma festa para os olhos", mas para despir as mulheres com o olhar não havia como os nossos mazombos. Nisto a Europa e os Estados Unidos tinham de curvar-se ante o Brasil.
No mais, nem bom, nem mau. Apenas sorumbático, macambúzio, taciturno. Nada mais do que um ressentido com insofrido e histórico desejo de afirmação, a espera de uma cultura em que pudesse normalmente realizar-se.

Materia e foto retiradas da internet.(www.tecselecta.com/)

Nos ombros do destino - Emerson Monteiro

Esse um novo livro de Geraldo Ananias Pinheiro, autor caririense que resolveu mergulhar no espaço urbano para revolver as contradições dos tempos prenhes de matizes apocalípticos, ao estilo dos contadores de histórias. Anda nas aglomerações com a mesma fluência que caracterizou os livros recentes, de locações sertanejas, superpondo ações e personagens com a leveza de quem traz o jeito de conduzir
aonde pretende; assinala dramas interiores e dificuldades ambientais, aventureiro do inesperado e da frieza das instituições sociais, em estruturas metálicas de sítios geométricos enigmáticos.

Nas trilhas da cidade grande envoltas nas sombras, no enxameio de máquinas apressadas, coisas misteriosas acontecem, grifadas nas impressões psicológicas que remexem as almas, a suprir solidões de becos escuros, na metrópole. Sentimentos se atritam dentro das madrugadas insones, fortes amores despertam em plenos expedientes e nas mesas dos restaurantes de luxo, seres esquisitos, fantasmas petulantes.

Nisso, a atualização das expectativas pouco satisfeitas de amores, amizades, companheirismo, aos moldes do que o romance permite na sua imprevisibilidade constante. Ananias sabe disso. Contundente, machuca feridas abertas pelos gestos incompreendidos. Uma surpresa sobrevoa todo tempo as peças do jogo, num ritmo frenético. A familiaridade com que conduz seu bloco de protagonistas revela habilidade que comunica e diverte.

Na força do romance, enxerga a ótica dos autores de produzir existências através da velha ficção. Desponta horizontes onde antes nada havia; com isso, desvela mundos e abre portas. Escrever páginas das histórias guardadas nas regiões mentais obscuras funciona qual psicanálise de cada época. A fúria dos que se descobrem fazedores de romances gera meios ao dizer dessas fases das sociedades, e as páginas vão abrindo espaço às emoções, aos papéis que avolumam relacionamentos nas palavras e nos contextos.

Neste seu quarto livro, Geraldo Ananias cresceu no amadurecimento e nas interpretações do espontâneo que prende a atenção e quer usufruir dos valores vindos nas calhas da criação literária.

Quando chega ao misterioso, o que houve também no livro anterior, Levado ao vento, abre as perspectivas reencarnacionistas, solução dos inúmeros espantos humanos das afinidades, idiossincrasias, tendências, no resgate das possibilidades tantas vezes consignadas, e pouco atendidas, dos impasses e contradições da vida. Indica, sem, no entanto, coagir. Insinua, sem confrontar crenças ou conceitos estabelecidos. Pisa as páginas do futuro qual explorador cuidadoso, circunstante, abrindo frestas às visões particulares das marcas deixadas em todo coração.

domingo, 22 de janeiro de 2012

LANÇAMENTO DO CLIP DA BANDA NIGHTLIFE



Há 9 anos na estrada, a banda sul cearense NIGHTLIFE vem fazendo a diferença por onde tem andado. Tocando e encantando uma galera sem limites de idade, passeia pelo rock e pelo pop com um estilo único, transformando qualquer evento em uma verdadeira festa, onde a alegria e a descontração são a tônica.

Em sua mais recente fase, dessa vez em parceria com a Sertão Pop Produções, está preparando o seu primeiro disco de músicas autorais, e já vem com um grande sucesso que está fazendo a cabeça da moçada. "THE PASSION", é a música de trabalho do CD que promete estourar na região do Cariri e certamente por esse Brasil afora. Está sendo lançado também um clip com a música e outras mudanças para melhor estarão acontecendo ao longo dessa nova fase da banda.

link do nosso clip no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=XNfOsPOmPOk

Em breve disponibilizaremos todo esse material aqui para vocês.

Nossos contatos:

SERTÃO POP PRODUÇÕES:
Rua Araripe 163 - Centro - Crato-Ceará. - CEP: 63.100-380
Telefones: (88) 3521.5398
9666.9666 - TIM
8824.2131 - OI
8102.4051 - VIVO
9231.0991 - CLARO
De: Sertão Pop Cariri

Cantoria na Malhada - Por Claude Bloc


Recebi um convite para participar de uma aula/reunião de Soraya Piancó, na Malhada, bem próximo a Ponta da Serra. Fomos acolhidas por Guri, sobrinho de João Soares, antigo morador da Fazenda Serra Verde (CE). Coincidentemente era aniversário do dono da casa, que nos acolheu com iguarias bem sertanejas e de sabor inigualável.


À noitinha, uma surpresa: uma cantoria, depois de uma tarde de conversas com alunos, vizinhos, visitas circulando pela casa. 

Silvio Granjeiro e Francinaldo
Prestigiando a plateia...
Um pequeno improviso em versos...
Matheus Soares - prata da casa (sobrinho de Guri) - músicas sertanejas.
Uma platéia atenta...
Uma acolhida simpática e serena de Aparecida... (dona da casa).

A simplicidade de todos e a simpatia em todos foi o ponto máximo desse encontro. Que me desculpem os cidadãos por demais urbanos, mas esse calor humano é pra lá de benfazejo.


Claude Bloc

sábado, 21 de janeiro de 2012

Uma noite flutuante -- por Pedro Esmeraldo

Um rapaz emagrecido causado pelo sofrimento, não conseguia dormir à noite. Amargurado, semelhante a um ser desnaturado ficava atribulado procurando encontrar terapia para fugir das canseiras do seu serviço.

Seu maior problema foi a situação crítica que teve com os companheiros de serviço quando executava a sua tarefa. Não correspondia ao trabalho que havia de concluir com urgência em tempo determinado. Por falta de ordem disciplinar desentendeu com os companheiros. Não cumpria satisfatoriamente suas obrigações em tempo hábil. Aflito, teve de se retirar mais cedo afastando de suas obrigações a fim de se recolher à sua residência para readquirir disposição total e recobrar seu estado emocional. Quando chegou à sua casa não pôde concentrar-se com intuito de refletir a mente partida devido o desgaste que o deixava atormentado.

Apesar dos esforços que fez, teve a sorte de se controlar, continuando sempre com aporrinhação e mal-estar provocado pelos aborrecimentos do dia. Por este motivo privou-se do sono e não conseguiu acalmar-se até altas horas da noite.

Nada pôde fazer a não ser deslocar-se para a rua tentando amenizar as canseiras da mente e pudesse readquirir o seu sono preferido, ansiando encontrar objetividade no pensamento.

Esforçava-se para sair desse desencanto, visto que ficava atoleimado por horas a fio e ficava quieto mergulhado nas águas turvas que escorrem das favelas da cidade.

Nesse período, perambulava pelas ruas um grupo de rapazes alegres e embriagados que desapontavam os cidadãos com sua desatenção, dizendo palavras inócuas e incompatíveis com o ambiente.

Seguia em frente no seu caminho, mergulhando no desespero de causa, até encontrar outro bêbado na calada da noite andando cambaleando pelo meio da rua e submergido na loucura desvairada com conversas dilacerantes e com aborrecimento. Não foi possível tolerar esse bêbado imundo, que falava palavras desordenadas: “não tenho mais senso de responsabilidade e não consigo entrar na estrada do bom senso.” Continuava andando pelas ruas da periferia, encontrava um porco, vindo da banda da Quixabeira fuçava, numa lama podre que vinha dos esgotos das residências da favela local. Ficou indignado com esse ato de desprezo dos animais, pois tudo isto é um descaso das autoridades que não ligam para o problema solitário da cidade.

Para forçar coragem e fugir desse bêbado, evitou conversas desnecessárias. Continuava andando sem direção. Encontrou com o guarda noturno, apitando, fazendo perguntas, desejando saber de sua identidade. Livrou-se desse senhor que o aconselhava a ir para casa, dizendo que ali não era ambiente para ele.

Seguiu em frente, tristonho pela mesma rua; antes de entrar em outra favela deparou com a ronda policial. Foi vistoriado e seguindo o pensamento do guarda com alvoroço. O guarda liberou e mandou ir para casa, aconselhando a não andar mais para aquelas bandas, que eram perigosas para os jovens de sua idade. Retornou para sua casa e lá encontrou seus familiares preocupados com a sua fuga. Vá dormir e fique tranqüilo, disseram os seus familiares.

             

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O casamento de Diana e Leonardo Por João Marni

Agora sim, vencemos. Casa-se hoje o nosso filho caçula. O horizonte verticalizou-se e descortinou-se. Chegamos. O último dos nossos maravilhosos filhos não mais ficará sozinho. Parabéns para nós dois, Fátima. Obrigado. Quer casar comigo novamente?
Queridos Leo e Diana, a vida em comum oferece momentos marcantes como na música _ ... “É pau é pedra”.../...“Quero a alegria de um barco voltando”..., ou na poesia _ ...” E agora, José” ?...
A verdade é que vocês têm que ter a confiança do Andarilho sobre as águas e a entrega d ’ Ele ao Senhor, sempre. A vida não é um abismo. É apenas uma estrada, longa e tortuosa. Assim, em momentos de dissabores, façam como dedo de topada: sarado, pedra esquecida, estrada passada.
O casamento é a consagração de um chamado, eco dos sons de dois corações. Entre desejos, a paixão cede o lugar para o amor - eis o pomar que exige dedicação e renúncia. Todo homem (e toda mulher) que compreender isso o mais rapidamente, colherá frutos inigualáveis. Terão quebrado o relógio da solteirice e trocado-o por uma aliança, símbolo do compromisso firmado entre a terra e o céu. E não se deve desdenhar do que Deus abençoa, pois se um causar o adeus, certamente Ele não soltará a mão de nenhum.
Leonardo, você está vivendo a época de ouro da sua vida. Agora, é hora do homem revelar-se maduro e dizer para o que veio. Procure jamais errar a porta da sua casa, lugar sagrado da família, palco das maiores alegrias e também das grandes preocupações. Pelo jeito e pressa terão, você e Diana, muitas: filhos!
Que a vida seja de renovações constantes entre juras e perdões, e entre abraços e beijos. Sejam desapegados pelo que for material, mas não a ponto de lhes faltarem. Usem sim, de forma generosa e até esbangem no dia a dia, das palavras segundo o conceito do médico e escritor Moacyr Scliar: “As palavras servem para estabelecer laços entre as pessoas e para criar beleza – Pelo que a elas devemos ser eternamente gratos”. Respeitem-se. Façam um milhão de amigos.
Querido Leonardo, valorize a atividade profissional da sua esposa Diana (por sinal a mesma da sua brilhante mãe, Fátima), e a incentive sempre, estimulando-a a prosperar. No mínimo, ela saberá cuidar das feridas, sobretudo as do coração...
Querida Diana, eis aqui mais um peito amigo. Não precisa esconder suas tristezas, porque saberei encontrá-la e acalentá-la. Use a cozinha para fazer as mamadeiras dos filhos (passada a fase da amamentação, claro) ou um lanche rápido. Não se detenha por muito tempo diante do fogão, como o fez minha pobre e sofrida mãe. Por outro lado, faça como ela, não procurando colecionar o que não irá usar, pois muitas mulheres descalças e andrajosas estarão à espera de um gesto seu. A caridade é a chave para o Grande Portão. Procure manter essa simpatia cativante e não se distancie de si jamais. Sejam intolerantes com a injustiça, não a permitindo nunca. Deus irá admirá-los muito, por isso.
É bom sempre lembrar que o maior legado que Ele nos concedeu foi a própria vida, seja a telúrica, bela e efêmera, mas principalmente a prometida ao Seu lado. Todos os sonhos acabam-se, à exceção desse, não é mesmo? Isso é unanimidade até entre os incréus à hora da morte!
Pois é, vencermos aqui todas as suas etapas é o grande desafio, mas a conclusão sempre será a mesma: papai e mamãe tinham razão! Tudo renova-se na união com amor.
Sejamos gratos a Nosso Senhor, o grande “corta-jaca” de vocês dois e que apadrinha a esta completude, há tanto esperada e desejada. Que bom, nossa família ficou bem maior e melhor.

Com nossas bênçãos, beijos e abraços,
João Marni, Fátima, Monalissa, David, Tassiana, Breno e Maria Alice.

Crato, 21.01.2012

Utilidade providencial do trabalho - Emerson Monteiro

Ganhar este mundo com o suor do próprio rosto, quanto de sabedoria existe nisso. Esquecer a inutilidade através da identificação naquilo com que ocupar o tempo e a vida, no querer utilizar a riqueza das horas para elaboração das fortunas pessoais, a todo o momento. Quão poucos descobrem em essência esta lição magistral... Uns através da necessidade e da sobrevivência, outros por meio da vocação, dos talentos, dons, interesses...

Ouviu-se que em mente desocupada o Diabo faz tricô. Andar desocupado, aventurando a vida nos trapos de perversão, olhar em torno e fazer nada, que pouca imaginação representa. Vagar solto no vento, nem os pássaros, que a cada dia elabora a moldura dos lugares com sua alegria e volteios de beleza rara, entre nuvens e folhagens, à cata de onde adormecer e, ao despertar, tonificar de harmonia os mistérios da mãe Natureza.

Malandrar qual quem se perdeu as pernas no desespero da dor e da inutilidade, nos depois. Trabalhar jamais arrancou pedaço da alma da gente. Os acomodados, doentes de preguiça, dão notícia de possíveis fugas do compromisso das responsabilidades. Todavia sofrem desse torpor de olhar o alheio de lábios vazios. E felicidade rima com atividade, espinha dorsal das melhores aspirações. É tanto que, quando param as engrenagens do trabalho, pensamentos seguem funcionando, mostrando meios de planejar outras horas prósperas.

Isso de crescer sobre as bases sólidas do ritmo de trabalhar e sonhar, sonhar e trabalhar, representa o eterno movimento das ações e dos sistemas. Sociedades felizes nascem, pois, das festividades coletivas do trabalho, conhecimento da efetiva produção de novos elementos na soma dos antecedentes, dos valores armazenados no decorrer das histórias, nos grupos humanos.

Descobrir a importância facilitadora de trabalhar cresce a personalidade e os diversos instantes da jornada terrena, tesouro precioso das pessoas, fonte da paz realizadora.

Bem fácil revelar o primor desses pequenos gestos internos, experiência que, por vezes, só aprendemos no declinar das energias, e que tanta qualidade boa ocasionaria vinda no seio da rica juventude.

Há um conceito especial que ganhou campo nas escolas atuais que diz ser apenas nos dicionários onde a palavra sucesso vem antes de trabalho. Aplicar, em consequência, esta orientação significa norma de mais absoluta das verdades.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PINTURA ACRÍLICA - Por Edilma Rocha


A tinta acrílica é um dos mais modernos médiuns da pintura. Criada no final da década de 40, vem sendo aperfeiçoada desde aquela época e constitui, hoje, a escolha preferida de muitos artistas. profissionais.
Ao longo dos tempos, artistas e fabricantes de tintas têm procurado o veículo ideal para pintura, ou seja, o aglutinante líquido do pigmento, do qual dependem o brilho, durabilidade e as características de manuseio de uma tinta.
O veículo do acrílico é uma emulsão líquida de consistência cremosa. Quando úmida, você pode diluí-la em água: depois de sêca, deixa de ser solúvel em água, formando uma camada plástica, que se torna transparente como vidro.
A característica mais importante da tinta acrílica é a rapidez com que seu conteúdo de água evapora. A maioria das tintas acrílicas secam totalmente e ficam prontas para receber outra camada depois de trinta minutos, ao passo que a tinta a óleo demora horas e as vezes dias para secar.
Depois de secas, as camadas de tinta acrílica ficam bem ligadas entre si e são extremamente duráveis; portanto, não exigem que você se preocupe muito com a ordem e a espessura em que devem ser aplicadas. Além disso, o acrílico não é tóxico, não racha e seca homogeneamente.
Outra grande vantagem é sua versatilidade. Ela pode ser diluída para produzir aguadas fluidas transparentes como as da aquarela, ou usada sem diluição, com espátula ou pincel, para formar camadas de impasto.
As tintas acrílicas podem ser empregadas em quase tudo. Papel, pranchas de madeira, painéis, telas. No entanto, as superfícies devem ser preparadas de preferência com gesso acrílico, uma pasta branca e espessa, que é simplesmente passada com pincel ou rolo de espuma e que, depois de secar, forma uma superfície lisa e receptiva.

Tempo pra poesia... Por Claude Bloc

O tempo 
Claude Bloc
O tempo escorre
E esconde
Essas viagens dentro de nós
Silenciadas pelo mundo.
Viagens ao que somos,
Viagens ao que tememos,
Viagens escondidas
no nosso pensamento.
Coisas que só nós sabemos.
Segredos que não confessamos.
Porque há viagens dentro de nós
Que ainda irão acontecer...
Porque amanhã é tarde
Porque hoje é a hora certa
Porque o tempo é incerto
... e amanhã, talvez!
Claude Bloc

CARNAVAL DA SAUDADE 2012



O mais tradicional carnaval realizado no sábado magro, o Carnaval da Saudade vem a cada ano se consolidando como patrimônio do Cariri. Este ano vai realizar um baile a fantasia com concurso de fantasia e com a presença da maravilhosa Orquestra Azes do Ritmo.

OBS: Este evento é produzido e realizado pela diretoria do Crato Tênis Clube.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...
É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos..."

Fernando Pessoa
Imagen:Internet

Reflexão - Aloísio

Reflexão

De grão em grão
Moído, faz-se o pão

Tem alguém com fome?
Não sei o seu nome
Isso pouco importa
Se nos bate à porta
Ou encontro na rua
Pois a vida é crua
Tenho um pouco de siso
Mas ajudar é preciso.

Aloísio

Protestos contra o SOPA saem da web e ganham as ruas dos EUA


Centenas de manifestantes saíram às ruas de Nova York e São Francisco nesta quarta-feira para protestar contra os projetos de lei em andamento no Congresso americano que pretendem dar um basta na pirataria online, mas opositores acusam de serem uma forma de censura na internet. O protesto em Nova York aconteceu em frente aos escritórios dos senadores Charles Schumer e Kirsten Gillibran, apoiadores dos projetos. Em São Francisco, na Califórnia, a concentração se deu em frente à prefeitura.

Os manifestantes denunciaram a influência do dinheiro da indústria do entretenimento e de lobistas para que as leis fossem para a frente. "Essas leis são como um monstro em um filme de terror série Z que continua voltando e temos de colocar uma estaca em seu coração", afirmou o presidente da Internet Society de Nova York, David Solomonoff.

Os protestos ganharam as ruas no mesmo dia em que mais de 10 mil sites realizaram ações em protesto contra o Stop Online Piracy Act (Sopa) e o Protect Intellectual Property Act (Pipa). A versão em língua inglesa da Wikipédia ficou todo o dia fora do ar, enquanto o Google exibiu uma tarja preta em sua página inicial. No Brasil, sites como o do Instituto de Defesa do Consumidor, da Turma da Mônica e do músico Gilberto Gil saíram do ar em protesto aos projetos americanos.

Entenda os projetos
O Sopa de lei permitiria ao Departamento de Justiça dos EUA investigar, perseguir e desconectar qualquer pessoa ou empresa acusada de disponibilizar na rede sem permissão material sujeito a direitos autorais dentro e fora do país. A lei obrigaria aos sites de busca, provedores de domínios e empresas de publicidade americanas a bloquear os serviços de qualquer site que esteja sob investigação do Departamento de Justiça por ter publicado material violando os direitos de propriedade intelectual. Estes provedores, que estão todos nos EUA, teriam que cumprir os pedidos do Departamento de Justiça para evitar serem eles os afetados pela regulação.

Além do Sopa, corre no Senado americano um projeto semelhante, o Protect Intellectual Property Act (Pipa). Os projetos propõem penas de até cinco anos de cadeia para pessoas condenadas por compartilhar material pirateado dez ou mais vezes ao longo de seis meses. As propostas também preveem punições para sites acusados de "permitir ou facilitar" a pirataria. Estes podem ser fechados e banidos de provedores de internet, sistemas de pagamento e anunciantes, em nível internacional. Em tese, um site pode ser fechado apenas por manter laços com algum outro site suspeito de pirataria.

Com informações da Reuters

Entenda como o SOPA afetaria a liberdade na Internet


Por: Dihelson Mendonça

O que é melhor pra cidade ? Mudar um problema que acontece uma vez no ano, ou um que existe todo dia ?


O parque de Exposições é pra ser usado o ano inteiro pela população, e não apenas durante uma semana. Vamos derrubar aqueles muros! O Crato também precisa de novas avenidas perimetrais, ligando do Centro de Convenções ao Grangeiro, por dentro, criando novos bairros e valorizando terras onde hoje é apenas mato!

Dihelson Mendonça

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHCZL7-supZXQEtgT7QaFrTwXWae9uCzSWm-Av2OhnRaC4xTR_eBsalGt6KzHiGQ99AgQza_GYp_SPBWjUOfcFFqnZCxSFbYCENjNCISPn6p7c-8_azbSlTrOSlgyW-aZLU9i1LxW4uIg/s1600/parque02.jpg


Como todos nós sabemos, há uma grande discussão no Crato sobre o que fazer com o Parque de Exposições, que já não comporta o volume de pessoas e investimentos. Alguns são da opinião que deve-se construir um novo parque. Outros são a favor que se amplie o atual. Os motivos são variados. O local se tornou pequeno. Entretanto, pouca gente sabe que apenas 30 a 40 por cento do espaço é utilizado para a Expocrato.

Em 2009, o governador Cid Gomes ofereceu 25 milhões para a expocrato ( Para construção de um novo parque ou reforma do atual ). A prefeitura então, entregou um projeto que já dispunha, de ampliação e reforma, elaborado em 2005/2006 que passa a utilizar os outros 70% da área, e transformaria o parque numa área verde da cidade para uso diário pela população, e não apenas uma vez por ano, como acontece hoje.

O parque ampliado seria um Parque Central Arborizado, uma espécie de IBIRAPUERA Cratense, com Lago, pistas de cooper, anfiteatro, etc, uma área de lazer para ser usada o ano todo pela população. Convenhamos que é muita sem serventia um parque cercado de muros para ser usado apenas só uma vez ao ano localizado em área nobre, no centroda cidade. É preciso derrubar os muros e deixar a população usar, ms não só isso, melhorar a infraestrutura toda.

E o destino da URCA ?

A URCA deveria sair dali, porque causa problemas de infraestrutura o ano inteiro, todos os dias, com dezenas de ônibus atrapalhando e poluindo o centro da cidade, e agora pior, porque não podem trafegar veículos pesados, causando um gargalo no tráfego de veículos. Sou a favor que a URCA se mude para a Cidade Universitária, junto com a Faculdade Católica e o Centro de Convenções, formando o maior aglomerado de educação do Cariri em terras cratenses. O que é melhor para nossa cidade, remover um problema que acontece uma vez ao ano, ou um que acontece todo dia ?

No projeto de ampliação da Expocrato elaborado pela equipe do Prefeito Samuel Araripe, contempla ainda a construção de 5 avenidas saindo do Centro de Convenções por dentro, passando pela expocrato e indo ao parque Grangeiro e Lameiro, que criaria vários novos bairros no Crato, valorizando terras onde hoje é apenas mato. Pois bem, esse projeto já orçado em todos os custos foi entregue ao Governador já por 5 vezes, que deu o silêncio como resposta desde 2009.

Cadê o nosso governador que não sustentou a promessa que fez aos Cratenses ?

Por: Dihelson Mendonça

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

LIXEIRAS AMBULANTES

          
            somos fruto do que vemos, pensamos, sentimos, falamos, ouvimos e tocamos. somos depositários de tudo que de uma forma ou de outra convive conosco. tudo entra e sai de nós. nossos sentidos, visão, audição, olfato, tato e paladar são nossas antenas, nossas portas de entrada e saída através dos quais nos relacionamos com coisas e pessoas. estamos conectados no mundo e nas pessoas com nossos sentidos. portanto, precisamos entender como podemos melhorar a utilização deles na busca de uma vida mais saudável e feliz.

            escutamos besteiras o dia todo e queremos contar e proclamar maravilhas (?). falamos mal de tudo e de todos e queremos receber boas notícias (?). queremos ser elegres, mas só escutamos tragédias e só falamos de desgraças (?). queremos ser equilibrados, mas nossa vida está à deriva. somos o que querem que sejamos. perdemos a capacidade de nos encontrar conosco mesmo. nem mais sabemos que somos. vivemos como bêbados. não conseguimos liderar a nós mesmos, quanto mais a nossos filhos, amigos e colegas de trabalho. quaremos ser livres, mas vivemos escravizados pelo poder da globalização, da desumanização, da imbecialização, da animalização. falamos o que querem que falemos, escutamos o que nos determinam, comemos o que nos impõem, agimos sem pensar, quando pensamos não agimos, emburrecemos para conviver, convivemos para morrer, estamos morrendo sem perceber.

            só converso de problemas. só escuto problemas. durmo e acordo convivendo com problemas. como encontrar soluções se só conheço problemas? em quase todas minhas conversas falo de problemas financeiros, doenças, descrenças, desavenças, falo mal de amigos e inimigos, falo mal de quem não conheço, critico todos e tudo, enfim falo de tanta coisa ruim e depois não sei por que  ando me sentindo meio para baixo. não sei por que estou triste e depressivo. coloco para dentro de mim, todo tempo, lixo e não quero me sentir como lixeira. estou repleto de lixo, como não ser lixeira? estou podre, como não ser fedido? estou nauseado pelo meu cheiro. sinto vontade de me vomitar.

            minha alimentação é baseada em tecido morto. como carne todos os dias. minhas células precisam fazer um esforço sobrenatural para expulsar o que é morto de dentro de mim, afinal parece que estou vivo, mas se coloco tecido podre, putrefato dentro do meu corpo, envelheço mais cedo, morro mais cedo.

            assisto novelas, reality shows e jornais que são puro lixo intelectual, puro e concentrado lixo emocional, lixo social. ora! como com todo esse lixo para dentro de minha mente pretendo ser alegre e feliz? quantas vezes sinto minha vida sem sentido, minha vida sem razão? meus sentidos foram maltratados pela globalização. preciso me proteger de tanto lixo. o meu interior, o meu meio ambiente está contaminado pelo lixo das relações humanas desprovidas de qualquer significado, pelo lixo do desamor, pelo lixo da corrupção, pelo lixo da mentira, da injustiça, e, pior, pelo lixo da falta de esperança.

            sinto-me fedido. sinto-me podre. por onde vou levo meu cheiro de lixo que, pasmem, já nem faz tanta diferença assim porque todos, globalizados que estamos, temos o mesmo cheiro e fedemos da mesma forma. a sociedade está um lixo. perdemos quase tudo de bom, só não perdemos tudo porque, apesar de malcheirosos, resta-nos uma fragrância, um aroma, um perfume de deus, por quem fomos plasmados. porém, nosso olfato não consegue mais sentir o cheiro de deus. nossos sentidos estão doentes, acostumados que estão a sentir o odor do podre, do fétido, das fezes. não só perdemos os sentidos, mas perdemos o sentido de nossas vidas.

            precisamos ter a coragem de mergulhar fundo dentro de nossa lixeira. vamos nos sujar ainda mais, vamos ficar ainda mais fedidos, mas somente com esse mergulho profundo vamos poder reencontrar o melhor cheiro de nossa identidade, o melhor aroma de nossa humanidade, o melhor perfume de nossa sociedade. não dá mais para vivermos assim fedidos como gambás e sujos como porcos. precisamos recuperar o perfume da ética, o aroma da justiça, a fragrância da paz. precisamos recuperar os odores que todos podem sentir, que todos podem usufruir, que todos podem compartilhar.

            quero viver para perfumar. no meu perfume quero me identificar. quero perfumar para alegrar. quero alegrar para compartilhar. quero compartilhar para amar. quero descobrir-me cheiroso e misericordioso. sei que tenho dentro de mim o aroma de deus habitado dentro do meu coração e que pode conduzir aos perfumados caminhos dos valores perenes do amor maior. um amor que desde sempre sentimos, pois fomos esculpidos nele e que hoje podemos continuar sentido através de nossos sentidos: no paladar do jesus eucarístico, no tato de um abraço fraterno, na escuta da lamúria de um pobre, na voz que consola um aflito e na visão de um mundo muito melhor, um mundo de tesouros. tesouros que estão escondidos dentro de nossos corações. um saudável e fraterno abraço.

rubens amaral – rubens@jornaldaorla.com.br
FOT|O DA INT|ERN|ET