Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sábado, 26 de fevereiro de 2011

PARABÉNS, EDILMA

PARABÉNS, EDILMA !!!


 
 
Lembro-me de uma menina magrela, esperta, meiga que cresceu em meio à minha família... Vivemos muitos momentos especiais nessa época: Serra Verde, Crato... Também tivemos, nesse período, muita influência dos nossos pais, assistindo às produções de arte, passo a passo, escutando os comentários e as "dicas" de como proceder para tal e tal técnica. Tal e tal cor se misturando com aquela outra...enfim, coisas que a nossa mente fértil fez fomentar o gosto pela arte.
 
Como já falamos, o tempo nos afastou, a vida nos deu uma pausa, mas ao nos reencontrarmos a amizade guardada e bordada de saudades (re)fez-se com a mesma intensidade.
 
Hoje esta menina das Artes brilha pelo Brasil e caminha para o mundo através do seu talento... Virou gerreira Cariri. Abriu seus horizontes.
 
A ela meu abraço amigo e fraterno de sempre
A ela nosso abraço Cariricaturense
 
Claude

Feliz Aniversário Edilma Rocha

Parabéns, Felicidade e muita Paz para você

Sentimentos - Paulo Viana

O espectro do amor tem sentimentos
Que nem mesmo os poetas descobriram
São afetos que amantes já sentiram
No calor dos seus relacionamentos
Quem viveu entende meus pensamentos
Sabe que os prazeres ou as dores
Nascem de várias formas e sabores
E é verdade que algumas emoções
Nem os médicos da alma têm noções
Mesmo sendo os mais sábios doutores

Paulo Viana

Entre o som e o silêncio - Emerson Monteiro


No enquanto da tarde imensa, buscava, no sono, o conforto, quando trovões sacolejaram de ribombos vagas distantes, entrecortando o canto intermitente de um sabiá na mata. Por dentro, porém, calma não veio, deixando apenas de si perguntas e a vontade de escrever, atender ao instinto da sintonia de pensamentos e frases, resposta prudente. Sem alternativas, deixei a rede e cheguei neste porto de papel.
Diante das muralhas intransponíveis das realidades em cada minuto, os dramas e as comédias. Velórios e folias, cascalhos e flores. Os verdes lodos, a crescer dos tijolos, brilham intensos das folhas, no verde das construções antigas. Luzes veludosas prorrompem as faixas de cor suave, em volteios de alegres pássaros nos arvoredos ainda molhados, penetrando curvas e caminhos de seus perfumes silvestres.
Aparências de matéria se acalmam, e, com isso, a fome preguiçosa das respostas e os gritos das farpas e do coração. Só o trilho e as peças do movimento agitando as entranhas. Trocar de passo no sabor dos ventos. Apreciar a paisagem de desenhos multiplicados, que chegam pelo sempre de toda vez que aparece. Agitação, tecnologia de janelas inúmeras, matemáticas, e pessoas chorosas ou sorridentes, nas ruas da lembrança. Enredos, montagens de espetáculos efetivos através das galerias acesas, nos finais de tardes transcendentes. Portas abertas da feroz imaginação; ubres espaçosos e leite derramado. Filhos nascendo e naves partindo a todo o momento.
Com isso, bruxos ou sacerdotes desfibram velas nas catacumbas, ao som de monótonas cantigas espalhadas no amplo firmamento. Catedrais dadivosas envolvem de mistério as maiores dimensões, na possibilidade arquitetônica das divinas ofertas. Natureza reluzente, e o pátio do infinito, onde, azuis, homens e feras vadias, envoltos em flores, amor e prudência, pastam felizes, silenciosos. Um paraíso de sonhos aberto aos viventes, que lhe sobrevoam e descem de olhos atentos ao segredo das árvores, dos rios, florestas e mares, calmos e fiéis ao Ser Supremo.
Nenhuma dúvida mais atiça o desejo realizado, de tudo, o nada absoluto, agora pleno de fragor, arfa satisfeito. Entregam-se, pois, das ondas às areias, guerreiros livres de tribunais e prisões; ausentes das abandonadas conquistas; o prazer completado no fastio. Dali, a convergência no ponto único da plenitude.
Após reunir tais palavras em sentimentos, vórtice impetuoso de energia sacudindo os anéis da garganta chegou cá fora, nessa colagem de versos, pelas cordas sonantes dos dedos nas teclas. Fluir das histórias de dentro em imagens presentes nos céus.
Ribombam trovões, nessa tarde, e um sabiá alimenta de chilreios o ar, maestro exclusivo, na vegetação sertaneja.

POEMA PARA ERMANO MORAIS - por Ulisses Germano

O SER DE SER HUM MANO

POETA QUE É POETA
NASCE FEITO, NASCE PRONTO
TEM NO PEITO UMA SETA
QUE INDICA O CONFRONTO
ENTRE A IDÉIA E O SENTIMENTO
NO RIMAR DO BATIMENTO
ZABUMBANDO NO DESCONTO

TEM GENTE QUE NASCE FEITO
TEM GENTE QUE NASCE PRONTO
TEM GENTE QUE TEM NO PEITO
UM PONTO QUE AUMENTA O CONTO
HERMANO TEM NO TUTANO
O SER DE SER HUM MANO
VERSEJANDO SEM CONFRONTO

Ulisses Germano Leite Rolim
Crato, 02/08/2010 
 
 

Governos de conveniência - Emerson Monteiro

A onda que varre dos comandos governantes de países árabes deixa no ar uma séria lição, qual seja: o capitalismo ocidental brincou em serviço quando apoiou a maioria desses ditadores que o próprio tempo se encarrega de eliminar, atitude que demonstra por demais a irresponsabilidade das democracias ricas em relação aos países atrasados deste mundo. Ninguém avalie, portanto, sua posição acima do mal e do bem, como agem detentores da riqueza, nas poderosas economias nacionais.
Depois da crise do petróleo, verificada com a Guerra dos Seis Dias entre árabes e judeus, no ano de 1967, os países detentores das reservas decidiram aumentar o preço do barril do ouro negro a níveis pouco imagináveis. As nações árabes descobriam, enfim, o quanto vale o subsolo nesta civilização contemporânea. O Ocidente, principal consumidor, instalava, naquelas economias crescentes, através dos ardis de bastidores, líderes que lessem nas suas cartilhas, para, mais adiante, dado o despreparo da maioria deles, haver de exterminá-los ao preço das dores civis, notícias que, antes, vieram do Afeganistão, do Iraque, e, agora, num rastro de pó e sangue, das ditaduras de conveniência que afundam, impostas que foram às nações em crise pela barganha dos potentados capitalistas.
Eis uma história marcada, programada de longo prazo. Nas décadas de 60 e 70, as Américas sofreram da mesma fórmula, que serviu, durante 20 ou mais anos, ao pretexto de manter a ordem nesta parte do chão. Os custos disso, atraso na maturidade dos povos, taxa elevada em termos de aperfeiçoamento histórico negativo, subserviência e alienação de gerações inteiras.
Tais exercícios de intervenção alimentaram elites reacionárias e corruptas, ocasionando consequências perversas de vazios profundos no futuro, visando o lucro das conquistas do mercado imperialista.
Essa crise fenomenal que ora elimina titulares carimbados no Egito, na Tunísia, e se espraia pela Líbia, pelo Iêmen e outros países, representa, pois, a derrocada dos esquemas absolutistas impostos pelos ocidentais a povos do Oriente, engordando famílias e governos ilegítimos, quais novos cônsules da Antiga Roma dos césares.
Os resultados da ação equivocada sujeita, com isso, perder a humanidade, expondo conquistas democráticas, devido à injustiça que contagia vizinhanças e domínios equilibrados, pondo risco, por exemplo, na estabilidade da Europa, comunidade que, através dos séculos, ficava distante das convulsões da Ásia e da África. Já que existem, porém, nos tempos atuais, o excesso populacional e as facilidades do deslocamento das massas humanas, o Velho Continente sofre com as angústias do futuro., nuvens escuras crescem das bandas do Nascente, na geopolítica internacional, e, queira Deus, uma autocrítica honesta de quem responsável motive rumos novos aos tristes acontecimentos verificados.

AO ESTILO DE ALOÍSIO - Por Claude Bloc



Abra o riso
Lace o tempo...
Abrace seu sentimento...

Claude Bloc

ALEM DA LENDA CONTADA

Foto: Dihelson


Conheço um tal de Mané
Que nasceu lá em Jardim
Vivente como ele é
Talvez se lembre de mim
Prá ele compus um samba
Do viver da corda banba
Nas cordas do bandolim

        Fiquei sabendo que o Mané de Jardim costumava fazer uma pergunta para deixar algumas  pessoas aqui do Crato meio que embaraçadas. Com seu jeito elétrico de pirlimpimpim, indagava:
           -Você sabe o que é idiossincrasia?
           -Não - respondia o incauto. 
           Então, imediatamente o Mané revidava:
          -Vá estudar!!!