Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 5 de setembro de 2010

Em busca da felicidade II – Por Magali e Carlos

* Magali de Figueiredo Esmeraldo
* Carlos Eduardo Esmeraldo

Confesso que a primeira vez em que eu ouvi falar em Tomé-Açu, as bases da minha estrutura emocional balançaram. Estava há dois meses em Belém, trabalhando no setor de orçamento e licitação da Engenorte Ltda, uma construtora paraense, especializada em obras de saneamento. Foi numa manhã de um sete de setembro, quando eu assistia ao desfile militar do sesquicentenário da nossa independência, no 12° andar do prédio onde funcionava o escritório da empresa. Terminado o desfile, o dono da construtora veio ao meu encontro e comunicou que eu iria gerenciar a obra de pavimentação primária de uma estrada entre Tomé-Açu e Paragominas. E laconicamente me disse que eu viajaria no dia seguinte. Aconselhou-me viajar de barco, para melhor apreciar as belezas da mata amazônica. O mesmo barco que iria conduzir os tratores, caminhões e demais equipamentos necessários ao desenvolvimento dos trabalhos.

Na verdade, o barco não era bem um barco, mas um barulhento rebocador, com uma cabine coberta, como se fosse um coxo, onde havia dois estrados nas laterais. Saímos às oito horas da noite, de modo que não foi possível apreciar as belezas da selva amazônica. Assim também, como foi difícil conciliar o sono, com o barulho ensurdecedor do motor do rebocador.

Cheguei a Tomé-Açu pela manhã. Era uma cidade triste, às margens de um rio bastante largo, com construções simples, todas elas de madeira e repleta de rostos orientais. Fiquei sabendo que ali era a terra da pimenta do reino, plantada em grande quantidade pela colônia de japoneses e seus descendentes, radicados no Pará há mais de trinta anos.

No hotel, indicaram-me um certo Osamu, nissei de voz macia e muito simpático, ao qual contratei seus trabalhos de transporte numa Kombi, enquanto não chegava uma picape que serviria para meus deslocamentos.

Osamu conhecia tudo na região. Depressa me mostrou os locais do município, composto por duas vilas: Quatro Bocas da Jamic, onde ficava o aeroporto, a sede da cooperativa dos plantadores de pimenta, a igreja e o padre italiano, com o qual depressa fiz amizade. A outra vila seria Quatro Bocas do Breu, onde ao lado da estrada eu escolhi o local para montar o acampamento.

Enquanto Carlos trabalhava para economizar um pouco para alugar e comprar os móveis da nossa casa, eu terminava meu curso de História em Crato. Para amenizar as saudades, escrevíamos todos os dias um para o outro. Dávamos muito trabalho aos carteiros. Contávamos os minutos e os segundos para chegar esse tão esperado dia. Tínhamos certeza que nossa união ia ser para a vida toda. Seria muito bom que todos os casais pensassem assim, pois haveria menos separações.

Depois de três meses de trabalho em Tomé-Açu, solicitei cinco dias de licença para casar, aproveitando o feriado de oito de dezembro, o final de semana e os dias necessários à nossa viagem. Para minha surpresa, o meu chefe me liberou até o dia vinte de dezembro e me deu a passagem aérea até Fortaleza, como presente. Após nosso casamento, chegamos a Quatro Bocas do Breu no dia 18 de dezembro e no dia seguinte fomos a Belém, pois tinha que participar da licitação de uma obra.

Quando chegamos a Quatro Bocas do Breu, um pequeno povoado no meio da Floresta Amazônica, que pertencia à cidade de Tomé Açu, no Pará, eu fiquei emocionada ao pisar pela primeira vez na casinha branca, toda de madeira, que seria o nosso lar. Após seis dias de casados, três dos quais enfrentando a longa viagem de Crato a Tomé Açu, foi um alívio chegarmos para vivenciar a nova etapa de nossas vidas. Tudo era novo para mim, que chegava ali pela primeira vez. Carlos já estava há seis meses trabalhando e, foi ele que organizou nossa morada. Tudo muito simples, pois ele não sabia até quando ficaríamos ali. Está ainda bem nítido na minha memória como era a casa e o que tinha dentro dela. Uma cozinha com um fogão de quatro bocas e um pequeno armário de madeira rústica, construído lá mesmo. Um pote com água e uma quartinha, pois não havia energia elétrica. A energia chegava só a noite, de um motor da Construtora Engenorte e as luzes se apagavam as nove horas da noite. A sala tinha uma mesa feita também com madeira local envernizada de amarelo e quatro tamboretes. Havia um banheiro. No canto da sala tinha a escadinha que subia para o nosso quarto. Os móveis do quarto eram no mesmo estilo dos da sala. Simples e rústicos. Um guarda roupa e uma cama de casal. Carlos tinha um rádio de pilhas que não pegava durante o dia, somente à noite. Tínhamos também uma radiola portátil de pilhas e alguns discos e livros.

Embora tivéssemos recebido muitos presentes de casamento: pratarias, bandejas de inox, bomboniere, nada disso iria servir para essa vida que levaríamos. Por isso ficaram guardados no Crato, na casa de meus pais.

Havia um único armazém na vila, que era composta por uma pequena rua de casas, que cortava a estrada em cruz, daí a origem do nome Quatro Bocas. O interessante é que no dia seguinte à nossa chegada, fomos abastecer nossa casa nesse armazém. Nele compramos panelas, pratos, talheres, copos e produtos alimentícios. O armazém era muito sortido, quase um mini-mercado dos dias de hoje. Seu proprietário era um japonês muito simpático que também era dono da casinha de madeira onde morávamos.

Mesmo morando nesse pequeno povoado da Floresta Amazônica, vivendo com simplicidade e tendo que tomar toda semana remédios para evitar a malária, eu e Carlos aceitamos a nova vida e enfrentamos os desafios para fazermos a felicidade um do outro. Isto nos provou que podemos ser felizes na simplicidade. A verdadeira felicidade não vem das coisas materiais, do conforto, mas sim do amor, do respeito, da compreensão, da união, do diálogo e da confiança em Deus.

Carlos trabalhava todos os dias e folgava apenas no domingo à tarde. Mas vinha almoçar em casa. Nas tardes de domingo saímos passeando pelos igarapés (riachos), e muitas vezes ele me ensinava a dirigir. Aproveitávamos para ir à missa numa outra vila próximo a Tomé-Açu. Às vezes o padre italiano passava filmes antigos no salão paroquial. Para um lugar que não tinha televisão, mal pegávamos as rádios, era um ótimo programa.

Quando eu ainda estava em Crato, Carlos trabalhando em Tomé-Açu, ele me contou que viu uma onça grande atravessando a estrada em plena selva. Intensifiquei minhas orações pedindo a Deus que o livrasse de todos os perigos. Quando já estávamos casados, o horário dele chegar em casa era sempre seis horas da tarde. Um belo dia, ele teve que atravessar o Rio Capim para acompanhar os trabalhos da estrada próximos a Paragominas, e não pode chegar cedo, nem tinha com me avisar, pois não havia telefone. Passou do horário em que ele costumava chegar. E eu fiquei muito preocupada, pensando ter acontecido alguma coisa, pois já eram nove horas da noite. Chorava e fazia minhas orações pedindo a Deus que Carlos estivesse bem, pois naquele momento estávamos começando a construir nossa vida a dois, em busca da felicidade. Para a minha alegria, Deus ouviu minhas preces e logo ele chegou são e salvo.

Não havíamos completado um mês que nós dois morávamos nessa casinha, quando começaram as chuvas. Chovia tanto, e com tanta intensidade, como jamais eu havia visto na minha vida. Nossos trabalhos foram paralisados, pois até os tratores atolavam no lamaçal em que se transformou o solo paraense. Foi então que recebi pelo malote uma ordem para me apresentar com urgência à direção da empresa em Belém. Pensei que fosse um aviso de demissão. Mas quando lá cheguei, fui convidado para almoçar com o meu chefe em seu apartamento. No final do almoço fui informado que a obra de Tomé-Açu ficaria paralisada até julho e seriamos transferidos para outra estrada em Goiás. Outra viagem, novas aventuras.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo e Carlos Eduardo Esmeraldo
                  Domingo                 

- Claude Bloc -





Hoje me vesti com estrelas.
desliguei as luzes
daqueles dias perdidos
e esperei a chegada do sol.

Andei pelas ruas, entre as folhas.
Me pus a cantar...
Reli alguns livros
me encantei com palavras
com frases lilases
rosas e jasmim.

Hoje eu me vesti de domingo.
e o domingo se vestiu para mim.
como se nunca nos tivéssemos visto...
Quando olhei lá fora
o mundo havia dormido
e o silêncio (de susto) apagou-se:
já era noite.
Claude Bloc

Texto de Marina Silva sobre o filme Avatar






"Teve um momento, vendo Avatar, que me peguei levando a mão à frente para tocar a gota d´água sobre uma folha, tão linda e fresca. Do jeito que eu fazia quando andava pela floresta onde me criei, no Acre. A guerreira na'vi bebendo água na folha como a gente bebia. No período seco, quando os igarapés quase desapareciam, o cipó de ambé nos fornecia água. Esse cipó é uma espécie de touceira que cai lá do alto das árvores, de quase 35 metros, e vai endurecendo conforme o tempo passa. Mas os talos mais novos, ainda macios, podem ser cortados com facilidade. Então, a gente botava uma lata embaixo, aparando as gotas, e quando voltava da coleta do látex, a lata estava cheia. Era uma água pura, cristalina, que meu pai chamava de água de cipó. E aprendíamos também que se nos perdêssemos na mata, era importante procurar cipó de ambé, para garantir a sobrevivência

Me tocou muito ver a guerreira na'vi ensinando os segredos da mata.

Vieram à mente as minhas andanças pela floresta com meu pai e minhas irmãs. Ele fazia um jogo pra ver quem sabia mais nomes de árvores. Quem ganhasse era dispensada, ao chegar em casa, de cortar cavaco para fazer o fogo e defumar a borracha que estávamos levando. A disputa era grande e nisso ganhávamos cada vez mais intimidade com a floresta, suas riquezas e seus riscos.

A gente aprendia a reconhecer bichos, árvores, cipós, cheiros.

Catávamos a flor do maracujá bravo pra beber o néctar, abrindo com cuidado o miolinho da flor. Lá se encontrava um tiquinho de mel tão doce que às vezes dava até agonia no juízo, como costumávamos dizer.


Flores da copioba


É incrível revisitar, misturada à grandiosidade tecnológica e plástica de Avatar, a nossa própria vida, também grandiosa na sua simplicidade. Sofrida e densa, cheia de riscos, mas insubstituível em beleza e força. Éramos muito pobres, mas não passávamos fome. A floresta nos alimentava. A água corria no igarapé. Castanha, abiu, bacuri, breu, o fruto da copaiba, pama, taperebá, jatobá, jutai, todas estavam ao alcance. As resinas serviam de remédio, a casca do jatobá para fazer chá contra anemia. Folha de sororoca servia pra assar peixe e também conservar o sal. Como ele derretia com a umidade, tinha que tirar do saco e embrulhar na folha bem grande, que geralmente nasce em região de várzea. Depois amarrava com imbira e deixava pendurado no alto do fumeiro para que o calor mantivesse o sal em boas condições. Aprendi também com meu pai e meu tio a identificar as folhas venenosas que podiam matar só de usá-las para fazer os cones com que bebíamos água na mata.

O filme foi um passeio interno por tudo isso. Chorei diversas vezes e um dos momentos mais fortes foi quando derrubam a grande árvore. Era a derrubada de um mundo, com tudo o que nele fazia sentido. E enquanto cai o mundo, cai também a confiança entre os diferentes, quando o personagem principal se confessa um agente infiltrado para descobrir as vulnerabilidades dos na'vi. E, em seguida, a grande beleza da cena em que, para ser novamente aceito no grupo, tem a coragem de fazer algo fora do comum,montando o pássaro que só o ancestral da tribo tinha montado,
num ato simbólico de assunção plena de sua nova identidade.

O filme também me remeteu ao aprendizado ao contrário, quando fui para a cidade e comecei a aprender os códigos daquele mundo tão estranho para mim. Ali fui conduzida por pessoas que me ensinaram tudo, me apontaram as belezas e os riscos. E também enfrentei, junto com eles, o mal e a violência da destruição.

Impossível não fazer as conexões entre o mundo de Pandora, em Avatar, e nossa história no Acre. Principalmente quando, a partir da década de 70 do século passado, transformaram extensas áreas da Amazônia em fazendas, expulsando pessoas e comunidades, queimando casas, matando índios e seringueiros. A arrasadora chegada do "progresso" ao Acre seguiu, de certa forma, a mesma narrativa do filme. Nossa história, nossa forma de vida, nosso conhecimento, nossas lendas e mitos, nada disso tinha valor para quem chegava disposto a derrubar a mata, concentrar a propriedade da terra, cercar, plantar capim e criar boi. Para eles era "lógico" tirar do caminho quem ousava se contrapor.

Os embates, a resistência, a luta quase kamikaze para defender a floresta, usando os próprios corpos como escudos, revi internamente tudo isso enquanto assistia Avatar. A ficção dialoga muito profundamente com a realidade. Seres humanos, sem conhecimento sensível do que é a natureza, chegam destruindo tudo em nome de um resultado imediato, com toda a virulência de quem não atribui nenhum valor àquilo que está fora da fronteira estreita do seu interesse imediato. No filme, como o valor em questão era a riqueza do minério, a floresta em si, com toda aquela conectividade, toda a impressionante integração entre energias e formas de vida, não vale nada para os invasores. Pior, é um estorvo, uma contingência desagradável a ser superada.

Encontrei na tela, em 3D e muita beleza plástica e criatividade, um laço profundo e emocionante com a nossa saga no Acre, com Chico Mendes. E percebi que, assim como no filme, éramos considerados praticamente alienígenas, não humanos, não portadores de direitos e interesses diante dos que chegavam para ocupar nosso espaço. É uma visão tão arrogante, tão ciosa da exclusividade do seu saber, que tudo o mais é tido como desimportante e, consequentemente, não deve ser levado em conta. É como se se pudesse, por um ato de vontade e comando, anular a própria realidade. Como se o que está no lugar que se transformou em seu objeto de desejo, fosse uma anomalia, um exotismo, uma excrescência menor.

E, afinal, essa arrogância vem da ignorância e da falta de instrumentos e linguagem para apreender a riqueza da diferença e extrair dela algum significado relevante e agregador de valor. Numa inversão trágica, a diferença é vista apenas como argumento para subjugar, para estabelecer autoritariamente uma auto-definida superioridade. Poderíamos chamar tudo isso de síndrome do invasor, cujo principal sintoma é a convicção cega e ensandecida, movida a delírios de poder de mando e poder monetário, de ser o centro do mundo.

No Acre, nos deparamos com muitos que viam nossos argumentos como sinônimo de crendices, superstição. Coisa de gente preguiçosa que seria "curada" pelo suposto progresso de que eles se achavam portadores. Por outro lado, também chegaram muitos forasteiros que, tal como a cientista de Avatar e o grupo que a seguiu, compreenderam que nosso modo de vida e a conservação da floresta eram uma forma de conhecimento que poderia interagir com o que havia de mais avançado no universo da tecnologia, da pesquisa acadêmica e das propostas políticas de mudanças no modelo de desenvolvimento que eram formuladas em todo o mundo. Com eles, trocamos códigos culturais, aprendemos e ensinamos.

Fiquei muito impressionada como esse processo está impregnado no personagem principal de Avatar. Ele se angustia por não saber mais quem é, e só recupera sua integridade e identidade real quando começa a se colocar no lugar do outro e ver de maneira nova o que antes lhe parecia tão certo e incontestável. Sua perspectiva mudou quando viu a realidade a partir do olhar e dos sentimentos do outro, fazendo com que a simbiose presente no avatar, destinado a operar a assimilação e subjugação dos diferentes, se transformasse num poderoso instrumento para ajudá-los a resistir à destruição.

Pode-se até ver no filme um fio condutor banal, uma história de Romeu e Julieta intergalática. Não creio que isso seja o mais importante. Se os argumentos não são tão densos, a densidade é complementada pela imagem poderosa e envolvente, pelo lúdico e a simplicidade da fala. Se houvesse uma saturação de fala, de conteúdos, creio que perderia muito. A força está em, de certa maneira, nos levar a sermos avatares também e a tomar partido, não só ao estilo do Bem contra o Mal, mas em favor da beleza, da inventividade, da sobrevivência de lógicas de vida que saiam da corrente hegemônica e proclamem valores para além do cálculo material que justifica e considera normais a escravidão e a destruição dos semelhantes e da natureza.

E, se nada mais tenho a dizer sobre Avatar, quero confessar que aquele povo na'vi, tão magrinho e tão bonito, foi para mim um alento. Quando fiquei muito magra, na adolescência, depois de várias malárias e hepatite, me considerava estranha diante do padrão de beleza que era o das meninas de pernas mais grossas, mais encorpadas. Sofria por ser magrinha demais, sem muitos atributos. Agora tenho a divertida sensação de que, finalmente, achei o meu "povo", ainda que um pouco tarde. Houvesse os na'vi na minha adolescência e, finalmente, eu teria encontrado o meio onde minhas medidas seriam consideradas perfeitamente normais."

Marina Silva foi senadora, ministra do Meio Ambiente e é candidata à presidência da república nas eleições de 2010.
Copiado do Blog de Paulode Tarso Barreto A. de Sousa

Por Socorro Moreira

Hoje procurei BOrboletas no BOsque
Troquei BErinjelas por BEijos
BAtida de limão , no BAr , tem não ?
BUstos de BUda
BIruta , essa moça BIcuda, que discursa !

(Camila aprende a ler desse jeito).

E eu reaprendo a entender
a vida que passou por mim ,
intocável e muda.

Se o tempo voltasse
Se o presente fosse o meu Natal ,
e do futuro só pudesse esperar,
bicicletar no ar ... Ah!
Comeria doces
casaria nunca
teria filhos felizes
netos crescidos
Um pai vivo , uma mãe imortal
Um amor sem chorar ...

Série viva .Seria vida ?

Mas eu ganhei uma borboleta azul
no sonho que a tarde deixou

" O Mulherão" - Martha Medeiros



Peça para um homem descrever um mulherão.Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios,na medida da cintura,no volume dos lábios,nas pernas,bumbum e cor dos olhos.Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira,1,80m,siliconada,sorriso colgate.Mulherões,dentro deste conceito,não existem muitas:Vera Fischer,Leticia Spiller,Malu Mader,Adriane Galisteu,Lumas e Brunas.Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar,e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matricula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 Reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta,que malha,que usa salto alto, meia-calça,ajeita o cabelo e se perfuma,mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.Mulherão é quem leva os filhos na escola,busca os filhos na escola,leva os filhos para a natação,busca os filhos na natação,leva os filhos para a cama,conta histórias,dá um beijo e apaga a luz.Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,é quem faz serviços voluntários,é quem colhe uva,é quem opera pacientes,é quem lava roupa pra fora,é quem bota a mesa,cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa,TPM,menstruação.Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos,fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.

LUMAS,BRUNAS,CARLAS,LUANAS E SHEILAS:Mulheres nota dez no quisito lindas de morrer, mas MULHERÃO É QUEM MATA UM LEÃO POR DIA

Martha Medeiros

Luciano Pavarotti


Luciano Pavarotti (Módena, 12 de outubro de 1935 — Módena, 6 de setembro de 2007) foi um cantor (tenor lírico) italiano, grande intérprete das obras de Donizetti, Puccini e Verdi, dentre outros em seu grande repertório. É reconhecido como o tenor que popularizou mundialmente a ópera.

Akira Kurosawa


Akira Kurosawa, em japonês 黒澤 明, Kurosawa Akira, (Tóquio, 23 de Março de 1910 – Setagaya, 6 de Setembro de 1998) foi um dos cineastas mais importantes do Japão, e seus filmes influenciam uma grande geração de diretores do mundo todo. Com uma carreira de cinquenta anos, Kurosawa dirigiu 30 filmes. É amplamente considerado como um dos cineastas mais importantes e influentes da história do cinema. Em 1989, foi premiado com o Oscar pelo conjunto de sua obra "pelas realizações cinematográficas que têm inspirado, encantado, enriquecido e entretido o público em todo o mundo e influenciado cineastas de todo o mundo."

wikipédia

Padarias Espirituais no Cariri - Emerson Monteiro

Recebemos do jornalista e escritor Franco Barbosa um e-mail informando que, nesta segunda-feira (06 de setembro de 2010), chegarão ao Cariri 12 toneladas de livros encaminhados de Brasília por Elmano Pinheiro Rodrigues. Esse material se destina às bibliotecas comunitárias de Juazeiro do Norte, aos assentamentos do Crato e às bibliotecas comunitárias de Mauriti, Barbalha, Araripe e Antonina do Norte CE, dando seguimento ao projeto das Padarias Espirituais iniciado por Elmano Rodrigues em todo o Brasil.
A proposta de Elmano é incentivar a preservação da memória das personalidades locais nas comunidades onde elas viveram e prestaram serviço, as quais, com o passar do tempo, ficariam esquecidas na memória social, adotando seus nomes para as novas bibliotecas fundadas por ele. Um dos exemplos que apresenta: Abelardo Arrais, líder no distrito de Quincuncá, em Farias Brito, o qual, para resgatar memória e obra do líder, realizou na localidade a instalação do que considerar uma padaria espiritual, referência ao movimento literário cearense do final do século XIX, em Fortaleza, capitaneado por vários intelectuais, dentre os quais o escritor Antônio Sales. Tinham preocupação idêntica, de fomentar o gosto pela leitura no seio da grande população, através de constantes atividades de divulgação das obras literárias.
No seu ofício profissional, Elmano Rodrigues se movimenta com desenvoltura junto às editoras e autoridades, tanto na Capital Federal quanto no Sudeste do Brasil, reunindo por doação livros e conseguindo o transporte destes aos lugares mais distantes que sejam do território brasileiro.
Os livros são adquiridos junto a ministérios, editoras, universidades e secretarias, sobretudo no Distrito Federal.
Para iniciar uma padaria espiritual, ele oferece a primeira cota de 500 livros, aos quais depois virá reunir novas publicações, a depender do interesse de quem se dispuser a levar em frente o trabalho inicial.

O Sensitivo - Por Domingos Barroso

Saiba que sou volúpia.
Não há outro conceito.

Os objetos da casa
cheiram ao suor
das minhas sobrancelhas.

E tanto a minha xícara
quanto o teto
exalam volúpia.

Os insetos que vagam
pelas junções das paredes
caminham com meus olhos
esperando o momento apropriado
para cruzarem por minha silhueta
e urrarem de gozo.

Eu faço os insetos do quarto
felizes com meu perfume.

Só poderia ser eu um poeta faminto.
A volúpia é o meu prato predileto:
pele, somente pele.

Meus dedos desatam-se das sandálias
e ao pousarem no chão sentem
um corpo frio de formiga andarilha:
isto é volúpia.

Sobretudo quando o dorso da formiga
curva-se mas não se rompe.

Não há outro conceito.
Não penso em algo grandioso
senão a própria volúpia.

Minha respiração,
meu batimento cardíaco,
meus cílios trêmulos,
minha língua molhada:
é tudo volúpia.

E tento corromper
o que se move

e tento subornar
o inanimado.

 por Domingos Barroso

Súplicas do Entardecer - José do Vale Pinheiro Feitosa

Paracuru, 6 de maio, às 18:08 hs


Oh! Deus do tempo,
Do espaço criado,
Dos vivos colocados,

Dê-me o silêncio dos ventos,
O frio das vésperas da noite,
O farfalhar das folhas,
O rumorejar da água,
O canto da cigarra,
O latido do vira lata,
O choro da criança,
Sedenta do amor materno,

Oh! Deus da narrativa,
Cale a voz do carro de som,
Com seu grito de voto,
Genecias Federal,

Tão banal como a axé music,
O forró desfibrado,
A mentira descarada
Federal, estadual,
E com pouco a municipal.

Oh! Deus do mundo,
Não cale a voz da política,
Emudeça o grito dos farsantes,
Silencie a palavra vazia,
Abra o coração dos enganos,
Chute os templos vendidos,
Solte a consciência do mundo,
O pássaro do claro dia.

Pudim de Milho Verde

Ingredientes:

Para o pudim:
4 a 5 espigas de milho verde médias
1 envelope de gelatina em pó incolor e sem sabor
1 pote de iogurte desnatado
400 ml de água
4 colheres de sopa de leite em pó desnatado
açúcar light (a gosto)

Para a calda:
10 colheres de sopa de água
12 colheres de sopa de açúcar light
8 colheres de chá de canela em pó


Modo de fazer:
• Limpe as espigas de milho verde, coloque-as numa panela (de preferência de pressão) e cubra com água. Tampe a panela e leve ao fogo por aproximadamente 30 minutos ou até que os grãos fiquem macios.
• Retire o fogo, espere esfriar um pouco, retire a pressão da panela, abra, retire as espigas e reserve a água de cozimento. Retire os grãos do milho verde raspando com uma faca. Reserve.
• Dissolva a gelatina incolor conforme instruções do fabricante.
• Dissolva o leite em pó na água de cozimento das espigas (caso não tenha sobrado 400 ml, complete com água filtrada).
• Coloque tudo no liquidificador: os grãos de milho verde, a gelatina, o iogurte, o leite desnatado, o açúcar light e bata por aproximadamente 3 minutos. Coe com uma peneira bem fina, aparando numa tigela.
• Coloque em formas pequenas com furo no meio (devidamente umedecidas) ou numa forma única. Leve à geladeira por no mínimo 3 horas ou até o pudim ficar firme.

• Calda de canela: misture numa panela a água, o açúcar e a canela. Leve ao fogo baixo e cozinhe, sem mexer até obter uma calda não muito espessa. Retire do fogo e leve para gelar.
Quando for servir, desenforme o pudim e regue delicadamente com a calda de canela.

Regina Corrêa – Nutricionista Clínica

Quiche de Bacalhau


Como fazer Quiche de bacalhau
1
Misture a farinha com a margarina a parecer areia. Junte a água com sal e amasse rapidamente de maneira a ficar tudo ligado. Faça uma bola e esmague-a com a mão. Volte a formar bola e a esmagar com a mão. Repita esta operação três vezes. Embrulhe com película aderente e deixe descansar 1 hora no frigorífico.
2
Forre a forma de tarte com a massa, pique o fundo com um garfo e cubra com papel de alumínio. Coloque em cima grãos ou feijões secos e leve ao forno aquecido a 200ºC durante 12 minutos. Depois retire a folha de alumínio e os legumes secos.
3
Entretanto, coza o bacalhau, retire-lhe a pele e as espinhas e desfaça-o em lascas. Coza 2 ovos e depois de cozidos corte-os às rodelas. Retire o caroço às azeitonas e parta-as em tiras. Descasque as cebolas, corte-as às rodelas finas e refogue-as no azeite até ficarem douradas. Junte-lhe o bacalhau e deixe-o refogar mais um pouco. Rectifique o sal.
4
Espalhe o preparado de bacalhau no fundo da quiche e as azeitonas. Por cima coloque as rodelas de ovo. Regue a quiche com os restantes ovos batidos com o leite e temperados com sal e pimenta. Leve ao forno aquecido a 250ºC durante cerca de 25 minutos ou até os ovos estarem coagulados. Sirva bem quente acompanhada de legumes.

Carmen Barbosa - Por Norma Hauer


Foi a 4 de setembro de 1912 que nasceu CARMEN BARBOSA, uma cantora de voz bonita, afinada, que morreu muito cedo, na véspera do dia em que completaria 30 anos. Em 3 de setembro de 1942.

Foi vítima da doença da época: tuberculose. Doença que matou muitos artistas (homens) mas Carmen Barbosa foi uma das poucas mulheres do meio musical atingida por essa doença, então mortal.

Deixou pouca coisa gravada, mas três marcaram bastante sua rápida passagem entre nós: os sambas "Banalidade";"Quando a Violeta se Casou" e "Loteria do .Destino”.

Vou deixar aqui a letra de
LOTERIA DO DESTINO:

Feliz no jogo, infeliz nos amores
É o ditado que diz;
Eu só conheço dissabores
No jogo do amor eu sou infeliz.

Porém na loteria do destino,
P'ra ver a pouca sorte que eu tinha.
Um dia adquiri um gasparinho
Quando acertei, não foi sozinha".

“Gasparinho" era o nome que se dava às frações da Loteria Federal.

Eis a letra de "QUNDO A VIOLETA SE CASOU"

Quando a Violeta se casou
Gostou, gostou
Conseguiu aquilo que sonhou...
Gostou, gostou.

Pois ganhou bangalô
Onde o mar vai cantar.
No quintal, roseiral, todo em flor,
Ai que amor.

E nesse vai e vem
Ganhou neném também.
Qüem, qüem, qüem, qüem, qüem...

Continuo usando o trema. Como diferenciar “qüem” (imitação do choro de criança) de ”quem”, pronome? 

Norma

Freddie Mercury

Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bommi Bulsara (Stone Town, 5 de setembro de 1946 — Londres, 24 de novembro de 1991), foi o vocalista e líder da banda de rock britânica Queen. É considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo.

Auguste Comte

A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas.

Não se conhece completamente uma ciência enquanto não se souber da sua história.

A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.
A. Comte

Saber para prever, a fim de poder.
A. Comte

Superiores pelo amor, mais dispostas a subordinar a inteligência e a atividade ao sentimento, as mulheres constituem espontaneamente seres intermediários entre a Humanidade e os homens.
A. Comte

O progresso não é mais do que o desenvolvimento da ordem.
A. Comte

Ninguém possui outro direito senão o de sempre cumprir o seu dever.
Auguste Comte

Viver para os outros é não somente a lei do dever como da felicidade.
Auguste Comte

Auguste Comte



Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de janeiro de 1798 — Paris, 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo.

Bach


Johann Christian Bach (Leipzig, 5 de setembro de 1735 - Londres, 1 de janeiro de 1782) foi um compositor alemão, o filho mais jovem de Johann Sebastian Bach. Compôs numerosos trabalhos orquestrais e de câmara, além de várias óperas. Viveu um bom tempo de sua vida na Inglaterra, motivo pelo qual ficou conhecido como "Bach Londrino" ou o Bach Inglês.

Ofício do Negro - Por Everardo Norões

O som sobre o descampado
ressoa solto na casa.
Som da explosão de gomos
( incêndio fruta encarnada).

Luz de ébano macia
relampejada entre dedos:
(orquídea ainda em semente
ou flor de noturno medo?).

Respingos de chuva aflita
se ofertando à terra quente
Abrir de nota à semente
( métrica de oculto rio).

O som negro se desvela:
banha de luz os vertígios:
de muros, pedras, arcadas:
( redondo fulgor do frio ...).

No interior de orifícios
( deslocamento de ofídios)
de onde escapam lagartos.
Do solilóquio dos quartos.

O som sobe ao descampado
ressoa solto na casa.
Som de explosão de gomos
( incêndio fruta encarnada).

Na simplicidade do lar, , e entre amigos, Dona Consuelo Tomé Cabral, comemora idade nova

Que Deus lhe cubra de graças, e lhe conceda muitos anos de vida com paz e saúde !


Abraços do Cariricaturas.