Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Rei do Sexo - João Ubaldo Ribeiro


Acho que já passou o período de carência e me sinto à vontade para tocar neste assunto. Antes, não ficava bem, podia parecer que eu estava querendo fazer propaganda de meu último livro. Mas agora creio que essa suspeita não tem mais como ser levantada e não firo a ética profissional, ao contar que me transformei subitamente não só em autoridade sobre qualquer assunto relacionado a sexo, incluindo todo tipo de perversão imaginável, como em fogosíssimo e insaciável amante, o que já demonstrei e continuo demonstrando com senhoras e senhoritas que nunca tive o prazer de conhecer pessoalmente, mas sei por terceiros das proezas eróticas que na companhia delas empreendi e sou obrigado a reconhecer que fico um pouco vaidoso, eis que nunca tinha reparado em como sou imbatível nesse terreno e um perigo gravíssimo para pais, namorados, noivos e maridos de qualquer idade, raça, credo ou extração social.


Claro, há certos dissabores envolvidos nisso, pois a felicidade, como sempre se soube, não pode ser completa. Há pouco mais de uma semana (tenho testemunhas, havia gente a meu lado na hora), por exemplo, uma moça de uma estação de tevê ficou muito zangada comigo. Pelo telefone, me perguntou se eu não podia dar uma entrevista sobre garotas de programa.

— Como assim, garotas de programa?

— Garotas de programa, garotas de programa, um assunto de que o senhor entende.

— Eu entendo de garotas de programa?

— Claro que entende, foi o primeiro nome que nos ocorreu, quando estávamos fazendo a pauta da entrevista.

— Mas eu não entendo nada de garotas de programa. Aliás, se eu já conversei, ou mesmo vi, uma garota de programa, foi sem saber.

— Ah, se o senhor não quer dar a entrevista, é uma coisa, mas entender o senhor entende muito. Nós lemos o livro que o senhor escreveu.

— A única coisa que eu sei sobre garotas de programa foi o que eu vi na Internet e de vez em quando leio nos classificados dos jornais.

— Está certo, tudo bem, o senhor não quer falar nisso, tudo bem, é direito seu. Então podemos abordar outro assunto. O senhor não quer falar sobre prostituição infantil? Disso o senhor não pode dizer que não entende, até porque é nordestino e lá isso é muito comum.

— Sim, eu sou nordestino e de fato dizem que lá isso é muito comum, como tudo mais de tenebroso que acontece no Brasil só acontece no Nordeste, mas acho que também nunca vi uma prostituta infantil, a não ser em reportagens mesmo.

— O quê? Ah, essa não, o senhor está com má vontade.

— Juro a você que não estou com má vontade nenhuma, eu entendo tanto de prostituição infantil quanto de refino de petróleo ou física nuclear. Pensando bem, até um pouco menos.

Silêncio contrariado do outro lado. Senti que, antes de voltar a falar, ela estava silenciosamente me chamando de hipócrita e mentiroso deslavado. Mas profissionalismo é profissionalismo e ela voltou à carga, com tanta paciência quanto conseguiu reunir.

— Bem, agora o senhor não vai poder dizer que não entende nada. Nesse caso, nós fazemos uma entrevista sobre o sexo como passatempo.

— Eu, eu… Sexo como passatempo?

— Sim, passatempo, hobby, entretenimento, disso o senhor não pode absolutamente negar que entende.

— Mas, pelo amor de Deus, o que é que você pensa que eu entendo de sexo como passatempo? Eu pratico sexo como passatempo? Na verdade, em matéria de praticar sexo, como passatempo ou qualquer outra coisa, eu até lamento informar que…

— Está bem, já vi que o senhor se nega a colaborar, a partilhar sua experiência com os outros e ajudar a informar à sociedade. Está certo, o senhor faz o que sua consciência indica, é problema do senhor.

— Eu…

— Passar bem.

Pronto, mais uma inimiga, mais um golpe na minha já combalida imagem pública. Será que eu não devia resignar-me e conceder a entrevista, contando meu projeto de me eleger deputado para defender os interesses das garotas de programa, minhas viagens a Teresina para encontrar menininhas de 13 anos e minhas idas a motéis para passar o tempo com todas as mulheres que encontro? Afinal, vox populi, vox Dei, devo sofrer de um processo mental patológico que me faz esquecer minha devassidão permanente e as bacanais que todo fim de semana promovo aqui em casa, para passar o tempo. É, deve ser isso, vou procurar superar esse problema, parar com esse moralismo ridículo. Logo que saiu o livro, recebi cartas, e-mails e telefonemas de mulheres de todo tipo (inclusive, pelas vozes, jovenzinhas e velhotinhas) a que não dei corda e me ruborizaram um pouco. Só posso ter vergonha desse comportamento deplorável. Estou pensando sério em assumir minha antes imperdoavelmente negligenciada condição de rei do sexo. Meu primeiro passo será marcar horários de atendimento (topo tudo, é claro, embora, como figura pública responsável, que deve dar bom exemplo e não ser espinafrada pelo dr. Serra, sempre de camisinha — puro espírito cívico). Só não aceito convites para posar nu, porque receio que, ai de mim, minha reputação de rei do sexo se veria irremediavelmente abalada. Nós, tarados e atletas sexuais, precisamos preservar certos mitos, como um que não conto porque tenho vergonha, mas minha foto pelado talvez desmoralizasse, não posso jogar pela janela meu futuro.


Publicado por Editor \\ tags: João Ubaldo - 1999

Correio musical - Pra quem sente saudades ...

Correio Musical-- essa eu estou mandando pra mim...

Época Passada

Qual o marujo que não é tragado
pelo canto infernal de uma sereia pervertida?

Assim o poeta lunático
de uma forma mais dolorosa
é atraído não pela lua cheia

mas pelo brilho da espada de São Jorge
e pelo escuro sangue do peito do dragão.

Convenhamos,
sereias pervertidas, luas cheias, dragões:
melhor lavar meu coração com sal grosso e amianto.

Infância - Paulo Mendes Campos

Há muito , arquiteturas corrompidas,
Frustrados amarelos e o carmim
De altas flores à noite se inclinaram
Sobre o peixe cego de um jardim.
Velavam o luar da madrugada
Os panos do varal dependurados;
Usávamos mordaças de metal
Mas os lábios se abriam se beijados.
Coados em noturna claridade,
Na copa , os utensílios da cozinha
Falavam duas vidas diferentes,
Separando da vossa a vida minha.
Meu pai tinha um cavalo e um chicote;
No quintal dava pedra e tangerina;
A noite devolvia o caçador
Com a perna de pau, a carabina.
Doou-me a pedra um dia o seu suplício.
A carapaça dos besouros era dura
Como a vida — contradição poética —
Quando os assassinava por ternura.
Um homem é, primeiro, o pranto, o sal,
O mal, o fel, o sol, o mar — o homem.
Só depois surge a sua infância-texto,
Explicação das aves que o comem.
Só depois antes aparece ao homem.
A morte é antes, feroz lembrança
Do que aconteceu, e nada mais
Aconteceu; o resto é esperança.
O que comigo se passou e passa
É pena que ninguém nunca o explique:
Caminhos de mim para mim, silvados,
Sarçais em que se perde o verde Henrique.
Há comigo, sem dúvida, a aurora,
Alba sangüínea, menstruada aurora,
Marchetada de musgo umedecido,
auna e flora, flor e hora, passiflora,
Espaço afeito a meu cansaço, fonte,
Fonte , consoladora dos aflitos,
Rainha do céu , torre de marfim,
Vinho dos bêbados, altar do mito.
Certeza nenhuma tive muitos anos,
Nem mesmo a de ser sonho de uma cova,
Senão de que das trevas correria
O sangue fresco de uma aurora nova.
Reparte-nos o sol em fantasias
Mas à noite é a alma arrebatada.
A madrugada une corpo e alma
Como o amante unido à sua amada.
O melhor texto li naquele tempo,
Nas paredes, nas pedras, nas pastagens,
No azul do azul lavado pela chuva,
No grito das grutas, na luz do aquário,
No claro-azul desenho das ramagens,
Nas hortaliças do quintal molhado
(Onde também floria a rosa brava)
No topázio do gato , no be-bop
Do pato , na romã banal , na trava
Do caju , no batuque do gambá,
No sol-com-chuva, já quando a manhã
Ia lavar a boca no riacho.
Tudo é ritmo na infância, tudo é riso,
Quando pode ser onde, onde é quando.


A besta era serena e atendia
Pelo suave nome de Suzana.
Em nossa mão à tarde ela comia
O sal e a palha da ternura humana.
O cavalo Joaquim era vermelho
Com duas rosas brancas no abdômen;
noite o vi comer um girassol;
Era um cavalo estranho feito um homem.
Tínhamos pombas que traziam tardes
Meigas quando voltavam aos pombais;
Voaram para a morte as pombas frágeis
E as tardes não voltaram nunca mais.
Sorria à toa quando o horizonte
Estrangulava o grito do socó
Que procurava a fêmea na campina.
Que vida a minha vida ! E ria só.


Que âncora poderosa carregamos
Em nossa noite cega atribulada!
Que força do destino tem a carne
Feita de estrelas turvas e de nada!
Sou restos de um menino que passou.
Sou rastos erradios num caminho
Que não segue, nem volta , que circunda
a escuridão como os braços de um moinho.

Detrás da janela - Everardo Norões

Detrás da janela,
uma lua qualquer.
Prefiro a borboleta girando,
movida a bateria solar:
luz com destino certo,
a marcar
o tom escuro do calendário.
Ele cantou:
‘A saudade não é um rosto que fica,
é trem na montanha’.
Um trem passa.
A montanha permanece
na sua imobilidade primeira.
Sem rosto ou disfarce.
E a borboleta volta a girar.
Enquanto desligam
os últimos tubos da vida
e os aviões procuram
vagos destroços
no mar...
.
Para Armando Lessa (1955-2009), i.m.

Os pecados do Haiti - Eduardo Galeano


A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca idéia de querer um país menos injusto.


O voto e o veto


Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito com um voto sequer. Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe: – Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.


O álibi demográfico


Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Port-au-Prince, qual é o problema: – Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode. E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado. Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas. Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.


A tradição racista


Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis da invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses". O Haiti fora a pérola da coroa, a colónia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das Leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro". Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".


A humilhação imperdoável


Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos tinham conquistado antes a sua independência, mas meio milhão de escravos trabalhavam nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores. A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava do Haiti, ninguém vendia, ninguém reconhecia a nova nação.


O delito da dignidade


Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar conseguiu reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra. Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. A essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indemnização gigantesca, a modo de perda por haver cometido o delito da dignidade. A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.
___


O artigo de Eduardo Galeano foi publicado no site Carta Maior, de hoje:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16342&boletim_id=637&componente_id=10620

"Uma Taça Feita de Um Crânio Humano" - Lord Byron


Uma Taça Feita de Um Crânio Humano

Não recues ! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria.
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
*
Vivi ! Amei ! Bebi qual tu : na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes ! Empina-me ! ... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
*
Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil
-Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.
*
Que este vaso onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender...
Ai ! Quando um crânio já não tem mais cérebro...
Podeis de vinho o encher.
*
Bebe, enquanto inda é tempo, uma outra taça.
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando torturar teus ossos.
*
E por que não? Se no correr da vida,
Tanto mal, tanta dor aí repousa
É bom fugindo à podridão do lado,
Servir na morte, enfim, para alguma coisa ! ..
*
( Tradução Castro Alves )


Quem aceitar o convite de Lord Byron, autor dos versos inscritos em "Uma taça de crânio humano", vai penetrar no universo profundo, escuro, satânico, ao mesmo tempo lírico e sarcástico, de um dos maiores poetas do Romantismo.
*
A figura aventureira de Lord Byron - seja como amante, seja como guerreiro, serviu de inspiração à juventude romântica
de vários países, nessa época, inclusive no Brasil.
*
George Gordon Noel, Lord Byron
22 de janeiro de 1788, em Londres, Inglaterra.
19 de abril de 1824, em Missolonghi, Grécia.

Fontes
www.spectrumghotic.com.br/literatura/autores/byron/taça.htm
Google Imagens

Igreja da Matriz - Por Claude Bloc

O Sol fazia sua prece
na Igreja da Matriz
.
a menina repetia:
"quero tanto ser feliz"

Maria se desvelava
acalentando a menina

e a menina caminhava
de olhos presos na cruz
olhos abertos
acesos
vendo o sol alumiar
as imagens da infância
sua oração de criança
coração emocionado
sonhos
soltos pelo ar.


.
Claude Bloc

Evocação do Recife - Manuel Bandeira - Colaboração da Corujinha Baiana

Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois
— Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
A rua da União onde eu brincava de chicote-queimado
e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas
Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê
na ponta do nariz
Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras
mexericos namoros risadas
A gente brincava no meio da rua
Os meninos gritavam:
Coelho sai!
Não sai!


A distância as vozes macias das meninas politonavam:
Roseira dá-me uma rosa
Craveiro dá-me um botão

(Dessas rosas muita rosa
Terá morrido em botão...)
De repente
nos longos da noite
um sino
Uma pessoa grande dizia:
Fogo em Santo Antônio!
Outra contrariava: São José!
Totônio Rodrigues achava sempre que era são José.
Os homens punham o chapéu saíam fumando
E eu tinha raiva de ser menino porque não podia ir ver o fogo.


Rua da União...
Como eram lindos os montes das ruas da minha infância
Rua do Sol
(Tenho medo que hoje se chame de dr. Fulano de Tal)
Atrás de casa ficava a Rua da Saudade...
...onde se ia fumar escondido
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora...
...onde se ia pescar escondido
Capiberibe
— Capiberibe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
Banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento
Cheia! As cheias! Barro boi morto árvores destroços redemoinho sumiu
E nos pegões da ponte do trem de ferro
os caboclos destemidos em jangadas de bananeiras


Novenas
Cavalhadas
E eu me deitei no colo da menina e ela começou
a passar a mão nos meus cabelos
Capiberibe
— Capiberibe
Rua da União onde todas as tardes passava a preta das bananas
Com o xale vistoso de pano da Costa
E o vendedor de roletes de cana
O de amendoim
que se chamava midubim e não era torrado era cozido
Me lembro de todos os pregões:
Ovos frescos e baratos
Dez ovos por uma pataca
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
A vida com uma porção de coisas que eu não entendia bem
Terras que não sabia onde ficavam
Recife...
Rua da União...
A casa de meu avô...
Nunca pensei que ela acabasse!
Tudo lá parecia impregnado de eternidade
Recife...
Meu avô morto.
Recife morto, Recife bom, Recife brasileiro
como a casa de meu avô.


por Corujinha Baiana

O Fusquinha da Corujinha


Já disse um comercial que do primeiro sutiã ninguém nunca se esquece. E do primeiro Fusca ? Eu, pelo menos nunca vou esquecer do meu.

Motorista recém formada ... carteira novinha em folha ... só faltava o carro.

Mas havia um dilema.Qual deveria comprar ? É claro que teria de ser um carro popular ... um carro de preço acessível ao meu bolso.

Também teria de ser um carro que fosse em primeiro lugar fácil de colocar numa vaga. Afinal, suei muito para aprender a fazer baliza.

Também queria um que fosse econômico ... de fácil manutenção ... peças fáceis de encontrar...

Não havia dúvida . Só havia um carro que preenchia todo esses requesitos:

O Fusca da “Wolkswagen” – “O carro do povo”. A única coisa boa que aquele "Führer" lunático fez na sua passagem por esse mundo, e que o presidente Juscelino Kubitschek trouxe para o Brasil.

Branquinho, pequeno, delicado, o motor no ponto certo, assim era o meu primeiro Fusca.

Convivi bem com meu fusquinha, por exatos dois anos.

Mas aconteceu o inesperado. Depois que eu adquiri confiança no volante e no acelerador, comecei a achar o meu fusquinha um pouco devagar ...

Então, resolvi trocar o meu fusquinha por um Fuscão.Não era um "fuscão preto", era de um azul clarinho, meio cinza.Esse sim, era bom na arrancada. Deixava muito carro "chic" pra trás. Mas tinha um grande defeito. Era viciado em gasolina. E meu bolso começou a reclamar.Não durou muito o nosso relacionamento:-Troquei de carro.

Que saudade do meu fusquinha!



Postado por Corujinha Baiana

feliz 2010 ! - Elisa Lucinda




A vida não tem ensaio
mas tem novas chances
Viva a burilação eterna, a possibilidade,
o esmeril dos dissabores!
Abaixo o estéril arrependimento,
a duração inútil dos rancores.
Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos:
a vida inédita pela frente
e a virgindade dos dias que virão!


A Poesia de Adélia Prado

Bucólica Nostálgica

Ao entardecer no mato, a casa entre
bananeiras, pés de manjericão e cravo-santo,
aparece dourada. Dentro dela, agachados,
na porta da rua, sentados no fogão, ou aí mesmo,
rápidos como se fossem ao Êxodo, comem
feijão com arroz, taioba, ora-pro-nobis,
muitas vezes abóbora.
Depois, café na canequinha e pito.
O que um homem precisa pra falar,
entre enxada e sono: Louvado seja Deus!


Momento

Enquanto eu fiquei alegre, permaneceram
um bule azul com um descascado no bico,
uma garrafa de pimenta pelo meio,
um latido e um céu limpidíssimo
com recém-feitas estrelas.
Resistiram nos seus lugares, em seus ofícios,
constituindo o mundo pra mim, anteparo
para o que foi um acontecimento:
súbito é bom ter um corpo pra rir
e sacudir a cabeça. A vida é mais tempo
alegre do que triste. Melhor é ser.

Epifania

Você conversa com uma tia, num quarto.
Ela frisa a saia com a unha do polegar e exclama:
‘assim também, deus me livre’.
De repente acontece o tempo se mostrando,
Espesso como antes se podia fendê-lo aos oito anos.
Uma destas coisas vai acontecer:
um cachorro late,
um menino chora ou grita,
ou alguém chama do interior da casa:
‘o café está pronto’.
Ai então, o gerúndio se recolhe
e você recomeça a existir.

Verossímil

Antigamente, em maio, eu virava anjo.
A mãe me punha o vestido, as asas,
me encalcava a coroa na cabeça e encomendava:
‘canta alto, espevita as palavras bem’.
Eu levantava vôo rua acima.

A Flor do Campo

Mais que a amargosa pétala mastigada,
seu aspro odor e seiva azeda,
a lembrança antiga das camadas do sono:
há muito tempo, foi depois da missa,
eu e mais duas tias num caminho, as pernas delas
na frente, com meia grossa e saias.
No ar os cheiros do mato, as palavras cordiais,
o céu pra onde íamos, azul,
conforme as palavras de Nosso Senhor,
os lírios do campo, olhai-os,
a flor do mato, a infância.

Registro

Visíveis no facho de ouro jorrado porta adentro,
mosquitinhos, grãos maiores de pó.
A mãe no fogão atiça as brasas
e acende na menina o nunca mais apagado da memória:
uma vez banqueteando-se, comeu feijão com arroz
mais um facho de luz. Com toda fome.

Stacatto - por Ana Cecília S.Bastos


É o verão que se insinua.
É a gota de sangue na letargia da tarde.
O aconchego das nuvens ao entardecer.
Rosas e azuis.

Não vi o semblante das ruas e pessoas.
Talvez alguns passos.

Não vi o suor ou a lágrima colados ao humano.
O dia é cor de shopping e estou morta.


Publicado em A Impossível Transcrição (De tudo fica a poesia).
Abstrato. Foto de MVítor.

TARGINO GONDIM - Por Marcos Barreto de Melo


Um dos mais expressivos nomes do nosso autêntico e verdadeiro forró, aquele plantado por Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro ainda nos anos 40, o sanfoneiro, cantor e compositor Targino Gondim acaba de lançar o seu mais novo CD intitulado Cancões de Luiz, onde reune uma coletânea de músicas cantadas pelo rei do baião, de quem Targino é um confesso admirador e um dos seus seguidores.
Na estrada desde 1996 quando gravou seu primeiro disco, Targino Gondim hoje conta com mais de 15 discos gravados além de dois DVD's, o último também lançado recentemente. Autor de vários sucessos, já teve algumas de suas músicas gravadas por Gilberto Gil e Elba Ramalho, a exemplo de "esperando na janela" e "pra se aninhar".
Pernambucano da cidade de Salgueiro, Targino Gondim reside em Juazeiro-Ba desde os dois anos de idade, quando sua família mudou-se para esta cidade ribeirinha. Durante um período de sua vida Targino também residiu e estudou na cidade de Crato.
Recentemente recebeu o título de cidadão baiano outorgado pela assembléia legislativa da Bahia.
Sempre fiel às lições dos mestres Gonzagão e Dominguinhos, Targino Gondim tem seu estilo próprio de cantar e de puxar a sua sanfona, sempre a nos encantar com ricas melodias que trazem o recheio poético de quem bem conhece o nosso sertão.
Para melhor conhecer este talentoso artista, sugiro acessar o site www.targinogondim.com.br

Marcos Barreto de Melo

SSA-Ba

Em briga de pedra...


Ínvias e tortuosas as veredas do coração. Pascal já se adiantara sobre a relatividade do bom senso e da razão quando diante da imprevisibilidade do sentimento. Entre a sístole e a diástole coexiste todo um universo de percepções desfocadas, como se a realidade sofresse um fenômeno de refração. Talvez tenha sido uma dessas pegadinhas do evolucionismo a cegueira temporária, a loucura transitória, a lombra pontual causadas pelos enlevos da paixão. Defeitos terríveis tornam-se invisíveis, feiúras aterradoras se banham de uma beleza inexplicável , burrices se travestem de ares de inteligência e até a liseira ganha ares de charme e desprendimento. Tentar acordar alguém encantado pelas setas do Cupido é tarefa inglória e perigosa, como se buscássemos despertar a pessoa de um sonho dourado e encantador. Vá lá que é sonho, mas quem diabos prefere a chatice da vigília de todas as horas? Pois aqui vou contar algumas dessas histórias de quem mete os pés pelas mãos e chega carregado de bom senso no terreno pantanoso dos sentimentos, querendo sacolejar e despertar amantes do seu doce e inebriante lombra.
Anos atrás, um querido tio, olhava atravessado para o namoro de um primo. O rapaz se enrabichara de uma coroa meio fuçada e pobre e que ainda carregava do lado o pai velho e cego. O namoro já se arrastava por quase uma década e se prenunciava acabar da pior maneira possível : no altar. Bem, um belo dia correu a notícia que tinham terminado tudo, depois de uma briga de somenos importância. Meu tio se apressou em procurar o primo e abraçá-lo, cumprimentando-o pelo desenlace.
---Parabéns! Finalmente você se livrou daquela coroa enfadada e lisa e , pior, falada na praça , mais rodada que o carrossel do Parque Maia. Não bastasse isso, levava ainda do lado um velho pobre e cego.
Dias depois, para sua surpresa, passa o casal abraçado, do outro lado da calçada. O tio, surpreso, pergunta aos amigos: Oxente, eles voltaram o namoro? Qual não foi o desespero quando ouviu deles a verdade impactante : --- Não , casaram ontem! E aí, como tomar chegada agora , depois das admoestações inconseqüentes?
Outra. Zé Barbosa era casado com Minervina há já uns trinta anos. Trabalhava como um touro no roçado e, como ninguém é de ferro, era chegado a uma caninha nas horas vagas. Num desses dias de feira em Matozinho, voltou a casa mais cheio dos paus que caixa de fósforo. Recolheu-se ao quarto com Minervina e , bêbado como uma cabaça, começou a atacar a esposa, todo infuluído como um garanhão no cio. Minervina o refutava certa do trabalho que teria em realizar o milagre do levantamento de membro anestesiado. Sai Zé! me deixa Zé! O diabo é que casa de pobre não tem lá toda esta privacidade. Paredes baixas e a meio pau, portas finas e semi-abertas. Na sala ao lado, o filho adolescente do casal, Laurentino, ouvia toda a pendenga e começou a se inquietar com o assédio despudorado de Barbosa à sua santa mãezinha. Lá pras tantas, em meio ao “Chega Miné!, Vem cá Minèzinha!” , ele não se agüentou e gritou a todos pulmões:
--- Ei pai, pára com isso ! O Senhor ta querendo é ofender mãe? É , seu tarado?
Laurentino, metia o bedelho em matéria melindrosa. Nem imaginou que estava tentando apagar o fogo que um dia tinha acendido a chama da sua vida.
E , para terminar, vou mandar uma outra história sobre a perigosa arte de meter a colher na sopa quente que envolve homem-mulher. Nos arredores de Matozinho morava Agripino , numa pequena fazenda da sua propriedade. Dessas em que , ano a ano, as roças são tão pequenas que anum atravessa de um só vôo. Casado já quase em bodas de ouro com D. Quitéria, tiveram uma récua de filhos que foram ganhando o mundo e , agora, só restava Isabel com eles, a caçula. A mocinha vinha namorando há uns três anos com Jaime, um gari, funcionário da prefeitura. Agripino começou a se inquietar com o comprimento do namoro e, um dia, colocou o genro na parede, no famoso “é-pra-casar-ou-pra que-é”. Jaime explicou que tinha a melhor das intenções, mas que ainda estava construindo a casinha de morada e , por isso mesmo, ainda não a levara ao altar. O velho, então, do alto da sua experiência, fechou o firo. Ele poderia muito bem marcar o casamento e vir morar, por enquanto, com ele e Quitéria, já que a casa tinha mais de um quarto vazio. Seria até bom para eles que assim teriam alguma companhia por mais algum tempo. As intenções de Jaime para Isabel , de fato, eram as melhores, tanto que o noivo aceitou de bom grado o convite e, dois meses depois, subiram ao altar. Terminada a festinha, Jaime e Isabel se recolheram para a esperada noite de núpcias que naquele tempo ( vejam que coisa mais esquisita) acontecia depois do casamento. Existe coisa mais retrô ? Pois bem, passados alguns minutos, os gemidos de Isabel começaram a ecoar mais forte e se faziam totalmente audíveis através das meias paredes dos quartos. Agripino e Quitéria tentaram conciliar o sono, mas como? Era um ai-ui-ui danado vindo do quarto ao lado , parecia que a lua de mel era de um casal de gatos em cima do telhado. O pai, então, ciente que não conseguiria dormir, resolveu utilizar sua autoridade e acabar, de vez, com a histeria da filha. Levantou-se, dirigiu-se até a porta do quarto ao lado e falou grosso para Isabel:
--- Menina! Que latonia miserável é essa! Se não podia com o pote pra que pegou na rodilha! Acabe com essa besteira, esse ui-ui-ui e resolva logo isso de vez, Zabé!
Lá de dentro, em meio aos soluços e as lágrimas , ouviu uma voz baixinha e chorosa:
--- É... de longe é fácil... num é no cu de pai...!
Como bem dizia D. Quitéria, no dia seguinte, comentando a sinuca de bico de Agripino: Em briga de pedra, garrafa não entra !


J. Flávio Vieira

o meu relicário

É uma pena
que tenha aberto
as portas da matéria
e não se preocupado
com o que acontece
subitamente
além do vazio e do nada.

É uma pena que tenha vivido
a bajular os orixás lhes dedicando
rituais sinistros, tais como:
"uma colher, um torrão de açúcar e água."

Depois só ver a alma
mordendo a própria língua.

É uma pena que sempre se valha
de uma palavra debaixo da língua.
Assim nunca será um santo epiléptico.

É uma pena que tenha se assustado com o aneurisma
tão somente nas horas de impasses e espasmos.

E não praticado
quando convinha
meditação e piedade.

É uma pena que a morte
nunca lhe chega aos pés.
Nunca lhe assombra as noites.
Nunca lhe cinge de vez os cílios
com a remela dos enfermos.

É uma pena o seu suspiro
assemelhar-se tanto a seu soluço.

Enlouqueço não saber
se é cansaço
ou tristeza.

É uma pena
que não tenha tido
uma companheira
que entendesse:

seus ossos
ainda que exumados
cheiram bem.

Psicose Sustentável.


"No Cerrrado psicótico
todo Rio é bipolar
e o mato fica, sem recato,
em franca mania.
Na seca: o Rio deprimido,
sofre fazendo areião,
esconde-se das cores do Ipê,
da Eritrina, da Sibipuruna...
Nas águas: o Rio atravessa
a todos, inundando tudo.
E o Mato, sem perder a pose,
derrama-se em verdes."
A autora é Florianita Braga, psicóloga, doutora em Saúde
e professora da UNIFESP.

Metamorfose - por Socorro Moreira




Tudo se transformou
da noite pro dia
Turva natureza
casa vazia
Meus sonoros pigarros
de repente, calaram
Isso é vida ou utopia?
Vou viver no preto e branco
mais uns anos...
Eu quero água...
Água das nascentes
pra lavar o que ficou guardado
Meu sonho adormecido,
embotado de fumaça,
agora se espreguiça,
apagado de saudade!


Kaika Luiz no Programa Cariri Encantado


O carnaval é um dos mais típicos festejos do Brasil. Do Oiapoque ao Chuí, essa festa popular, feita pelo povo, para o povo e de povo, é celebrada com alegria e descontração contagiantes. No Cariri não é diferente, apesar de já termos tidos carnavais mais brilhantes em tempo outrora. Mas, tudo que é legítimo e representativo, pulsa e resiste. Há alguns anos, existe toda uma movimentação visando resgatar os saudosos carnavais da região. No Crato, esse movimento tem como uma das suas principais lideranças, o promotor cultural Kaika Luiz, um dos produtores do carnaval da Saudade, realizado no sábado magro de carnaval, no tradicional Crato Tênis Club. O baile está prestes a completar sua quinta edição consecutiva e se constitui num dos principais símbolos da retomada do carnaval cratense.

O Programa Cariri Encantado une-se a esses entusiastas idealistas e nesta sexta-feira fará ecoar o grito de carnaval já incontido no peito dos foliões locais. Para tanto, contará com a presença de Kaika Luiz que falará sobre a produção do baile Carnaval da Saudade e as perspectivas de realização de uma grande e alegre programação momina na região.

O programa Cariri Encantado é levado ao ar todas as sextas-feiras, das 14 às 15 horas, pela Rádio Educadora do Cariri AM 1.020, com retransmissão pela Internet através do site cratinho.blogspot.com. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias e apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste.

Se ligue!

Vale do Cariri - por Socorro Moreira






A expiação é jiló, sal amargo.
O homem, em seus lugares torturados
O jardim desfolhado; o vestido que virou trapo
Os olhos perdidos, numa chuva que não passa
O silêncio de quem não sabe pedir
A fragilidade de quem não pode fazer
A displicência de quem não enxerga, o tudo a ver.
Tristeza no ar...
Moitas nativas,
rasgadas por um propósito descabido
Magoam com o olhar, o canto que amamos
Sorriso amarelo, no verde que aspiramos.
A natureza chora por nós...
Vale da madrugada,
nem tudo está perdido!




Leonel Brizola


Saiba quem foi Leonel Brizola
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da Folha de S.Paulo

Leonel de Moura Brizola nasceu em 22 de janeiro de 1922 no povoado de Cruzinha, que pertenceu a Passo Fundo (RS) até 1931, quando passou à jurisdição de Carazinho (RS). Seu pai, o lavrador José de Oliveira Brizola, morreu na Revolução Federalista de 1923, lutando nas tropas de Joaquim Francisco de Assis Brasil, que combatiam os republicanos de Borges de Medeiros.

Alfabetizado por sua mãe, Onívia de Moura Brizola, começou na escola primária em 1931, em Passo Fundo. Em 1936, matriculou-se no Instituto Agrícola de Viamão, perto de Porto Alegre, formando-se técnico rural em 1939. Nessa época, trabalhou como graxeiro numa refinaria em Gravataí (RS).

Em 1940, mudou-se para Porto Alegre e obteve emprego no serviço de parques e jardins da prefeitura. Para continuar seus estudos, matriculou-se no Colégio Júlio de Castilhos para fazer o curso supletivo. Em 1945, começou a cursar engenharia civil na Universidade do Rio Grande do Sul, formando-se em 1949.

PTB

Simpatizante do presidente Getúlio Vargas, Brizola ingressou no PTB em agosto de 1945, integrando o primeiro núcleo gaúcho do novo partido. Em 19 de janeiro de 1947, ele foi eleito deputado estadual, participando da elaboração da Constituição gaúcha. O PTB, que tinha a maioria na Assembléia, aprovou (com o apoio de Brizola) a instituição do regime parlamentarista no Estado --governado por Válter Jobim, do PSD--, mas o STF decidiu que essa decisão era inconstitucional.

Em 1º de março de 1950, Brizola casou-se com Neuza Goulart, irmã do então deputado estadual João Goulart. O padrinho do casamento foi o próprio Getúlio Vargas --que, em 3 de outubro, foi eleito presidente da República. No mesmo pleito, Brizola foi reeleito deputado estadual. Em março de 1951, Brizola tornou-se líder do PTB na Assembléia Legislativa e pouco depois se candidatou a prefeito de Porto Alegre. Perdeu o pleito, em 1º de novembro, por pouco mais de 1% dos votos.

Em 1952, ele foi nomeado secretário de Obras do governador Ernesto Dornelles (PTB). Dois anos depois, foi eleito deputado federal pelo PTB em outubro de 1954. Tomou posse na Câmara em 1955, mas ficou pouco tempo na Casa: em outubro de 1955, foi eleito prefeito de Porto Alegre. Sua gestão foi marcada pela construção de escolas primárias e melhoria dos transportes coletivos na cidade.

Em outubro de 1958, foi eleito governador gaúcho, com mais de 55% dos votos. Empossado em janeiro de 1959, criou a Caixa Econômica Estadual e adquiriu o controle acionário do Banco do Rio Grande do Sul. Criou a Aços Finos Piratini e a Companhia Riograndense de Telecomunicações e pressionou o governo federal a instalar uma refinaria no Estado. Encampou a Companhia Telefônica Rio-Grandense, uma subsidiária da ITT. No setor de educação, construiu 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios e escolas normais.

Em 1960, apoiou as candidaturas do general Henrique Lott (PSD) à Presidência e de João Goulart (PTB) para vice. Lott perdeu, mas Goulart foi eleito vice de Jânio Quadros.

Ideologia

A história do Rio Grande do Sul e do menino pobre se misturam no perfil intelectual de Leonel Brizola.

Além da herança trabalhista de Getúlio Vargas, Brizola cultuava a tradição republicana e laica de Júlio de Castilhos (1860-1903), ex-presidente (o equivalente a governador) do Rio Grande do Sul.

''No exílio, ele andava sempre com um manifesto de Júlio de Castilhos no bolso', diz João Carlos Guaragna, antigo colaborador.

Em 1986, ao receber do economista Roberto Mangabeira Unger alguns livros sobre ciência política, Brizola foi à estante e voltou com um volume que resumia o ideário de Castilhos.

"Vamos fazer uma coisa: eu leio os seus (livros) e você lê o meu", disse para Unger, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Os clássicos do pensamento socialista nunca desfrutaram do mesmo prestígio. Brizola comparava o marxista a alguém que trabalha com um microscópio, que "enxerga a molécula de uma folha mas não distingue a floresta".

Pensamento

Embora de origem católica, Brizola deixa transparecer outra marca do passado: a influência do pastor metodista Isidoro Pereira.

Ainda adolescente, Brizola morou na casa de Isidoro durante dois anos. Chegou a fazer pregações na igreja do pastor.

"As falas do Brizola são recheadas de imagens rurais, de inspiração bíblica. Ele fala através de parábolas", comentou certa vez o então vereador Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio e atual senador do PT.

Ante eventuais contestações ao domínio que exerce no PDT, Brizola costumava utilizar uma de suas imagens favoritas. Dizia que os dissidentes estão "costeando o alambrado" referência aos bois que estão prestes a ultrapassar as divisas de uma fazenda.

Em dez anos, pularam a cerca da fazenda de Brizola, entre outros, todos os quatro últimos prefeitos do Rio: Saturnino e Jamil Haddad (ambos foram para o PSB), Marcello Alencar (hoje no PSDB) e César Maia, eleito pelo PMDB e atualmente no PFL.

Se Isidoro significou para Brizola o acesso a um conhecimento mais cultivado, as primeiras letras, diz ele, com orgulho, aprendeu com a própria mãe.

Oniva era a viúva do maragato José Brizola, morto em 1923 na luta contra os chimangos de Borges de Medeiros, então no poder no Rio Grande havia 20 anos.

Em 1936, Brizola ganha uma passagem da prefeitura de Carazinho e vai estudar em Porto Alegre, onde trabalha como engraxate, trocador de farmácia e ascensorista.

Ingressa no curso de Engenharia da Universidade do Rio Grande do Sul em 1943, mesmo ano em que se filia ao PTB.

Deputado estadual já em 1947, Brizola conclui o curso só em 1949. Jamais exerceu a profissão. Optou pela política.

Marília Pêra



Marília Marzullo Pêra (Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1943) é uma atriz, cantora e diretora brasileira.

É conhecida por sua versatilidade, pois, além de intérprete, canta, dança e atua também como coreógrofa, produtora e diretora de peças e espetáculos musicais.

Filha dos atores Manuel Pêra e Dinorah Marzullo, Marília pisou no palco de um teatro pela primeira vez aos quatro anos de idade, ao lado de seus pais, que integravam o elenco da companhia de Henriette Morineau.

Dos catorze aos 21 anos atuou como bailarina e participou de musicais e revistas, entre eles, Minha Querida Lady (1962), protagonizado por Bibi Ferreira, e O Teu Cabelo Não Nega (1963), biografia de Lamartine Babo, no papel de Carmen Miranda.

Voltaria a viver o papel da cantora no espetáculo A Pequena Notável (1972), dirigido por Ary Fontoura; no A Tribute to Carmen Miranda no Lincoln Center, em Nova Iorque (1995), dirigido por Nelson Motta, e no musical Marília Pêra canta Carmen Miranda (2005), dirigido por Maurício Sherman.

Em 1964 derrotou Elis Regina num teste para o musical Como vencer na vida sem fazer força. Logo depois, em 1975, gravou o LP Feiticeira, lançado pela Som Livre.

Sua primeira aparição na televisão foi em Rosinha do Sobrado, na Rede Globo, em 1965) e, em seguida, em A Moreninha. Em 1967 fez sua primeira apresentação em um espetáculo musical, A Úlcera de Ouro, de Hélio Bloch.

Em Fala baixo senão eu grito, de 1969, um drama de Leilah Assumpção, interpretou a complexa personagem Mariazinha, além de estrear como produtora. Por sua atuação, ganhou os prêmios da Associação Paulista de Críticos Teatrais (Troféu APCT), o Governador do Estado e o Prêmio Molière.

Marília é a atriz que mais atuou sozinha nos palcos, conseguindo agradar ao público na difícil arte do monólogo. Além de Carmen Miranda, desempenhou nas telas e no palco papéis de mulheres célebres, como Maria Callas, Dalva de Oliveira, Coco Chanel e a ex-primeia dama do Brasil Sarah Kubitschek. Sua estréia como diretora aconteceu em 1978, na peça A Menina e o Vento, de Maria Clara Machado.

Casou-se pela primeira vez aos dezessete anos, com o primeiro homem a beijá-la, o músico Paulo da Graça Mello, morto num acidente de carro em 1969. Aos dezoito, foi mãe de Ricardo Graça Mello. Mais tarde, foi casada com o ator Paulo Villaça, seu parceiro em Fala Baixo Senão Eu Grito, e com Nelson Motta, com quem teve as filhas Esperança e Nina.

Nos anos 60, Marilia Pera chegou a ser presa durante a apresentação da peça Roda Viva (1968) de Chico Buarque e obrigada a correr nua por um corredor polonês [1]. Foi presa uma segunda vez, visto que era tida como comunista, quando policias invadiram sua residencia, assustando a todos, inclusive seu filho de sete anos, que dormia.[2]

Em 1992 fez o musical Elas por Elas, para a TV Globo. Ao lado da cantora Simone [3] e de Cláudia Raia tornou público o apoio ao candidato Fernando Collor de Mello [4]., nas eleições de 1989.

Em 2008, foi protagonista do longa-metragem, Polaróides Urbanas, de Miguel Falabella, onde interpreta duas irmãs gêmeas.

Desde 1998, está casada com o economista carioca Bruno Faria. Marília é irmã da atriz Sandra Pêra e neta da atriz Antonia Marzullo.


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Maysa Matarazzo





Maysa Figueira Monjardim Matarazzo nasceu no Rio de Janeiro (Botafogo) em 6 de junho de 1936. Com três anos mudou-se para São Paulo. Seu pai, Alcebíades Monjardim, Fiscal de Rendas, havia sido transferido para São Paulo. Maysa morreu no Rio de Janeiro, vítima de um acidente na Ponte Rio-Niterói, em 22 de janeiro de 1977.

Cantora. Compositora. Filha de Inah e Alcebíades Monjardim, de uma rica e tradicional família do Espírito Santo, aos 18 anos casou-se com André Matarazzo - um dos herdeiros da família Matarazzo (milionários industriais paulistas descendentes do Conde Matarazzo), quase 20 anos mais velho do que ela.

O envolvimento com a música, no entanto, veio muito antes, pois desde a adolescência já gostava de cantar em festas familiares, compor algumas músicas (aos 12 anos compôs o samba-canção "Adeus"), além de tocar piano.

Em 1956, já grávida de seu único filho, Jayme (que se tornaria o diretor de telenovelas da Rede Globo e da Rede Manchete Jayme Monjardim), conheceu o produtor Roberto Côrte-Real que, encantado com sua voz, quis contratá-la imediatamente para gravar um disco.


Maysa pediu então que ele esperasse o nascimento de seu filho. Quando este completou um ano de idade, a cantora gravou o primeiro disco, lançado a 20/11/56 pela RGE, que então deixava de ser um estúdio de gravações de jingles publicitários para se tornar uma das mais importantes gravadoras brasileiras. Depois de dois anos de casamento, Maysa e André Matarazzo, que se opunha à carreira artística da esposa, se separaram. O fim do casamento abalou profundamente a cantora, levando-a à depressão. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a se relacionar com a "turma da bossa nova". Namorou o produtor Ronaldo Bôscoli. Foi a responsável pelo fim do noivado de Bôscoli com Nara Leão, ainda no Aeroporto do Galeão, na volta de uma tournée que fez à Argentina. Numa entrevista coletiva, anunciou seu noivado com o jornalista/compositor, para decepção de Nara, que estava no aeroporto.

A partir dessa época, começou a ter problemas com a bebida e a se envolver em casos amorosos explorados pela mídia. Conheceu seu segundo marido, o advogado espanhol Miguel Azanza, quando fazia uma temporada na Europa. Depois de se casar, fixou residência na Espanha. Separada de Azanza, teve relacionamento amoroso com o ator Carlos Alberto, e, depois, com o maestro Júlio Medaglia. Em janeiro de 1977, faleceu em um trágico acidente de automóvel na ponte Rio - Niterói, aos 41 anos, quando se dirigia ao município de Maricá, onde tinha uma casa, plantada nas areias, ao lado das residências do ator Carlos Alberto e do crítico Ricardo Cravo Albin. Foi precisamente dirigindo-se à casa desse último que sofreu (numa manhã de sábado ensolarada) o desastre de carro que a vitimou, quase ao chegar à antiga capital fluminense.


Correio musical - Uma canção que lembra uma mãe cantando, no seu sorriso e voz ...

Guarânia da Despedida
Moacyr Franco
Composição: Moacyr Franco

.
Deixo você ir se você quer assim
Deixo você rir e esquecer de mim
Deixo o coração pra você brincar
E minha emoção pra você chorar

E se não dar certo quero estar por perto pra você me achar
Pelo sim ou não deixo meu perdão pra você voltar

Deixo o violão pra te acompanhar
Deixo uma Canção pra te ninar
Deixo a solidão pra você pensar
E qualquer razão pra recomeçar

E se não dar certo quero estar por perto pra você me achar
Pelo sim ou não deixo meu perdão
Pra você voltar

Deixo você ir se você quer assim
Deixo você rir e esquecer de mim
Deixo o coração pra você brincar
E minha emoção pra você chorar

E se não dar certo quero estar por perto pra você me achar
Pelo sim ou não deixo meu perdão
Pra você voltar


* Na década de 60 todos gostáavamos de Moacir Franco !

UM AVIÃO NO ESPAÇO AZUL por Rosa Guerrera


Um avião passeia pelo espaço saudando com o seu ronco os homens que passam indiferentes pelas ruas. Algumas crianças levantam os olhos para o alto e gritam bobagens que se perdem também no vento.
E o avião continua o seu rumo, ignorando o que se passa aqui embaixo...enquanto eu vou sentindo uma vontade imensa de ser também esse pássaro metálico , que voando no espaço azul segue um caminho apenas por ele conhecido. È curioso como as vezes sentimos uma vontade enorme de sermos outra coisa que não seja nós mesmos.Lembro minha infância de menina de subúrbio que quando escutava o ronco de um avião , saía correndo e apontando para o alto gritava bem alto : “ Lá vai um avião “... “lá vai um avião” !
E o avião passava no seu balé modulado , rasgando o espaço vaidoso, sem imaginar que uma boba menina batia palmas de alegria para ele.
Hoje seria ridículo se ao vê-lo , eu saísse à rua gritando : “ Lá vai um avião”. ( No mínimo diriam : “ coitada é uma louca !”)
Como sofrem os adultos por não poderem ser espontâneos ! Como as coisas mudam com o passar vertiginoso do tempo ! Só o avião continua indiferente as trilhas dos anos e dos destinos !
Talvez seja justamente por essa indiferença que eu o invejo nesse instante.
Rasgar os céus , conhecer de perto o sabor das nuvens , atravessar mundos , ignorar os problemas dos que caminham em campos minados de dor, adejar livre, completamente livre por sobre casas, homens, ambições e sofrimentos . Totalmente liberto, isento de leis, de ritos ... um avião apenas.
Acredito que poucas pessoas irão entender esse meu texto ! Afinal , todo poeta tem seu lado louco !E hoje dentro dessa insanidade poética ou ridícula eu cismei de ser um avião .

Lições de Sabedoria

Arte de Caíssa

Os meus dados continuarão sendo lançados
E as peças desse xadrez infindo,
Nos cavalos em "L",
Nos bispos em diagonais,
Nas torres imponentes,
Continuarão a moverem-se em minha defesa.

Embora a saudade brilhe,
Como ponta de facas sob a luz do sol
Assim brilham os dentes dos eqüinos
Que defendem-me, tal qual rutilam as
Torres de marfim.

Eu, cá, do alto do tabuleiro,
Até onde posso, movo o jogo
Mas não hei de negar, que pelo
Impulso de um par de olhos
Negros, ou azuis,
Por um par de pernas morenas
Ou um rosto níveo,
Talvez,(para não dizer certamente)
Já tenha me deixado
(ou já me deixei) levar pela brida
Irracional e irremediável
Das delícias das paixões.

Pois cá elas estão.
Entre a sorte dos dados
E o fio da razão,
Na guerrilha de Caíssa.

Foto: Julio Pinotti

Cecil B. DeMille



Cecil B. DeMille.Cecil Blount DeMille(Ashfield, Massachusetts, 12 de agosto de 1881-- 21 de janeiro de 1959). Foi um cineasta americano, um dos 36 fundadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Diretor, por "O Maior Espetáculo da Terra" (1952).
Recebeu 2 indicações ao Oscar, na categoria de Melhor Filme, por "O Maior Espetáculo da Terra" (1952) e "Os Dez Mandamentos" (1956). Venceu em 1952.
Ganhou um Oscar honorário em 1950, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como Reconhecimento aos seus 37 anos de carreira.
Ganhou o Prêmio Irving G. Thalberg, Em 1953, concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Diretor, por "O Maior Espetáculo da Terra" (1952).
Ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, por "Aliança de Aço" (1939).
[Editar] Curiosidades
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Chegou a sofrer um ataque cardíaco Durante as filmagens de Os Dez Mandamentos. Ele ficou alguns dias afastados do ajustar de filmagens, mas logo retornou ao trabalho, contrariando uma orientação dos médicos.
Interpretou ele mesmo filme não premiado Sunset Boulevard (em portugês, Crepúsculo dos Deuses), de 1950, direção de Billy Wilder.
DeMille já era uma figura conhecida quando migrou para o cinema, pois já vinha com uma vasta experiência do rádio, onde começou sua carreira. A sua voz era inconfundível ea usou para narrar o trecho do filme os Dez Mandamentos em que Moisés é expulso do Egito e vaga pelo deserto. Ao dirigir sua obra mais ousada (Os Dez Mandamentos), já quase no final da vida, era DeMille considerado um dos mais importantes diretores da história do cinema até então, pois já havia mais de 40 anos que ele estava em plena atividade. DeMille já dirigia filmes quando o cinema ainda era mudo, com trabalhos grandiosos como uma primeira versão de Os Dez Mandamentos de 1923.


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Crônica de Martha Medeiros - colaboração de Fátima Esmeraldo


Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.

Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!

Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas,

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: mas agora eu to comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?

quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.

Até que algo sensacional aconteceu...

Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???

Martha Medeiros


"NASCEMOS E MORREMOS SÓS...........POR ISSO A NOSSA VIDA ESTÁ EM NOSSAS MÃOS...É UMA BAITA SACANAGEM DEIXAR PRO OUTRO A RESPONSABILIDADE DE NOS FAZER FELIZ, POIS SOMOS TOTALMENTE RESPONSÁVEIS PELA VIDA QUE OPTAMOS TER!!!!"


"Nunca se deve engatinhar quando se tem o impulso de voar"

Dia de São Sebastião - fotos de Heládio Teles Duarte

A passagem do Santo.
A Fé e os folclore lado a lado.

Igrejinha de São Sebastião , totalmente recuperada.

Verdades
- Claude Bloc -
.
Rente ao muro
Acima do telhado
o sol caminha
de luz encharcado


e vou falando verdades
caminhando pelas ruas
cantarolando baixinho,
caminhando, caminhando
até terminar o dia
até encontrar a noite.


Claude Bloc