Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
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sábado, 11 de setembro de 2010

Desafio - SERENO



Sereno da madrugada,
Sereno o teu semblante
E no sereno da noite
Sou noturna viajante.

Se eu saio no sereno
Em pleno mês de setembro
Encontro se bem me lembro
Um clima fresco e ameno.

Suave dia sereno
Suave noite silente
Sereno, doce veneno
De sabor tão diferente.

Serena, serenamente
Termino meu versejar
E deixo a ESPERANÇA
Na sua vez de rimar.

Por Claude Bloc

SERENO - por Socorro Moreira


"Sereno da Madrugada
Carlos Gonzaga


Sereno da madrugada
Caindo no meu caminho

Na rua abandonada
Eu ando triste sozinho

Sereno a minha amada
Se encontra
Em outro ninho e não no meu

Sereno da madrugada
Amigo que Deus me deu "

Esse mote
que o carteiro 
na minha noite pingou
é sereno , o meu  amigo,
um poeta de louvor !

Sereno me surpreende
quando o flagro numa flor
mas o sereno  Aloisio
não perde nunca um repente
quando cumpre um desafio

Agora mudando a prosa
eu falo da  serenata
com a música do Gonzaga
que a minha infância encantou
Começo a cantarolar
lembrando  a praça  molhada
quando uma estrela chorou

Considerando as estrelas
na contagem sideral
eu pergunto ao  Deus do céu
pelo lenço que o sereno
não gosta nunca de usar
e fico embevecida
vendo a planta embriagada
de versos, rima e luar !
.
E antes do fechamento
eu lembro a velha canção
que o poeta da vila
deixou pra gente cantar
ele fala como a gente
que também se diz boêmio
e gosta de versejar :

"Sou do sereno
Poeta muito soturno
Vou virar guarda noturno
E você sabe porque
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto do piano
Estes versos prá você"(Noel Rosa)


Deixo uma nova palavra
pra  alguém considerar
dentre as estrelas que vejo
uma delas é um olhar 
que começa a serenar!


Carteiro- Por Aloisio


Carteiro

Este mote de encomenda
Sugere muitas poesias
Com cartas todos os dias
Para o carteiro entregar
Pessoa muito aguardada
A qualquer hora e lugar
Por quem espera notícias
De alguém que longe está

O carteiro quando passa
Parece que é só de pirraça
Aqui só entrega encomendas
Pedidas através dos correios
Ou então as contas pra pagar
De quem endividado está
Pois nas cartas de hoje em dia
Já não existem mais poesia

Quando quero ler poesia
Busco em alguma livraria
Ou busco na internet acesso
E quando nas letras tropeço
Eu me vejo fazendo versos
E por agora me despeço
E mando abraços daqui
À comunidade Cariri.

- . -

Mas seguindo neste tema
Alguém me mande um poema
Com a palavra SERENO
Que é coisa “mui bueno”

11 de setembro de 2010 21:04

"Um dia de fúria" - José Nilton Mariano Saraiva

No filme americano “Um dia de fúria”, o bom ator Michael Douglas interpreta um cidadão comum que, desempregado e atormentado por problemas familiares (separação da esposa e perda da guarda dos filhos), de repente se vê preso em um monstruoso congestionamento de transito, na sempre febricitante e movimentada cidade de Los Angeles.
Visivelmente transtornado com o calor sufocante e o estridente som de dezenas de buzinas, sem poder ir avante ou retornar em busca de vias alternativas, toma uma decisão radical: abandona o veículo ali mesmo, no meio da rua e segue a pé, já que compromissado com o aniversário da própria filha. Só que, a partir daí seus problemas geometricamente crescem, porquanto vítima de uma tentativa de assalto e testemunha ocular de diversas pequenas ocorrências patrocinadas por pessoas outras (estupros, roubos, etc), ao longo do percurso. Ao final, extenuado, apoplético e vencido pelo cansaço, acaba por envolver-se numa briga fatal.
A reflexão acima vem a propósito do atual caótico transito da quinta capital de maior população do país (Fortaleza), um teste para as coronárias de qualquer cidadão, verdadeiro martírio para os que necessitam enfrentá-lo. Ou será que é normal você gastar 50 minutos para vencer míseros 1,5 quilômetros ??? E o pior é que, se você conseguir escapulir (a muito custo), para uma das vias laterais, pensando numa melhor fluidez, literalmente quebra a cara, porquanto todas se acham entupidas de carros; isso em razão das nossas estreitas ruas e avenidas terem sido projetadas para absorver um determinado número de veículos e não oferecerem condição de alargamento, como seria necessário; junte-se a isso uma sinalização comprovadamente deficiente, e a conclusão é que não dá pra vislumbrar qualquer solução no curto ou médio prazo (lembremo-nos que o metrô, uma obra caríssima, dificilmente terá o destino e a quilometragem necessárias para atender a todos).
Assim, como as pessoas necessitam locomover-se à busca do ganha pão diário e/ou para atendimento de outras necessidades, há que se submeter aos caprichos e a eterna má vontade do insensível empresariado dono de frotas de veículos sem a mínima condição de conforto e agilidade (estão sempre em atraso); uma das alternativas seria utilizar o transporte público para tal desiderato, mas este, além da frota reduzida, peca por praticamente inexistir. As pessoas se vêem, assim, obrigadas a circular em condução própria, daí os monumentais engarrafamentos verificados.
Pra completar, os últimos números disponibilizados pelas revendas de automóveis de Fortaleza (mês passado), são de arrepiar: nada menos que 3.265 carros novos foram despejados nas ruas, além de 2.213 motos e 101 caminhões (e a média mensal é mais ou menos essa).
Onde vamos parar ???

Quem são essas moçoilas?

NOITE ESPECIAL PARA CLAUDE BLOC- Por Edilma Rocha

Como o serviço do Buffet foi a francesa
lembrei muito de você com os ensinamentos da sua saudosa mãe Janine                       


União das famílias Magalhães Benevides e Pessoa de Araújo

Festa no Athénée Buffet em Fortaleza

Claude, Gabriela filha de Ricardo e sua mana Edilma

Leci Brandão



Leci Brandão da Silva (Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1944) é uma cantora, compositora brasileira e umas das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira.

Começou sua carreira no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a participar da ala de compositores da Mangueira.

Ao longo de sua carreira, gravou 20 álbuns e três compactos. Participou do Festival MPB-Shell promovido pela Rede Globo, em 1980, com a música Essa tal criatura. Em 1985, gravou Isso é fundo de quintal. Em 1995 foi a intérprete do samba-enredo da Acadêmicos de Santa Cruz durante o carnaval.

Atuou na telenovela Xica da Silva da TV Manchete, como Severina.

Atualmente, além de se dedicar à carreira musical, é membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Desde 2003 também vem exercendo a função de comentarista dos desfiles de escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, pela Rede Globo. Em 2010, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil.

wikipédia

Geraldo Vandré



Geraldo Vandré, nome artístico de Geraldo Pedroso de Araújo Dias Vandregísilo, paraibano, (João Pessoa, 12 de setembro de 1935) é um cantor e compositor brasileiro. Seu sobrenome é uma abreviatura do sobrenome do seu pai, José Vandregísilo, de quem ele herdou o sobrenome abreviado para Vandré, com o qual tornou-se famoso, pelas suas músicas que exprimiam a oposição ao regime militar imposto em 1964, como "Porta Estandarte" ou com mais apelo à luta de classes como "Aroeira". O sucesso maior veio com "Disparada", vencedora de fato do Festival de Canção da Record em 1966. Vandré, magnânimo, solicitou que "A Banda" de Chico Buarque dividisse o primeiro lugar com "Disparada". Em 1968 ao defender "Para não dizer que não falei de flores" criou um dos hinos da resistência ao regime militar que ficou conhecido pela primeira palavra: "Caminhando". Após, o exílio, compôs "Fabiana", em homenagem às Forças Aéreas Brasileiras. Geraldo Vandré abandonou a vida pública e, vive afastado do mundo artístico. A sua personalidade reservada permitiu que se reproduzissem duas lendas. A primeira, mais difundida, a de que fora preso, torturado, castrado e, consequentemente enlouquecido. A segunda, de que fizera acordo com os órgãos de repressão na sua volta e, para tanto compusera "Fabiana". Nenhuma das duas versões tem qualquer base real, porque nos poucos momentos que concedeu entrevista, sempre lúcido, negou que fora preso, simplesmente abandonara o país pela perseguição que sofria.

wikipédia

Recado
Composição: Gonzaguinha

Se me der um beijo eu gosto
Se me der um tapa eu brigo
Se me der um grito não calo
Se mandar calar mais eu falo
Mas se me der a mão
Claro, aperto
Se for franco
Direto e aberto
Tô contigo amigo e não abro
Vamos ver o diabo de perto
Mas preste bem atenção, seu moço
Não engulo a fruta e o caroço
Minha vida é tutano é osso
Liberdade virou prisão
Se é amor deu e recebeu
Se é suor só o meu e o teu
Verbo eu pra mim já morreu
Quem mandava em mim nem nasceu
É viver e aprender
Vá viver e entender, malandro
Vai compreender
Vá tratar de viver
E se tentar me tolher é igual
Ao fulano de tal que taí

Se é pra ir vamos juntos
Se não é já não tô nem aqui




Gonzaguinha é demais !

Recado- Por Socorro Moreira

Recado mandei por anjo
Dos Anjos também levou
Carta selada eu não abro
Na vista de quem mandou

Mas por aqui tudo é farra
brincadeira a toda hora
tem gente que é calado
mas sabe mandar recado
num verso improvisado.

Menina que é de recado
ganha doce ou um trocado
quando o assunto é do agrado
do moço que encomendou

Pois eu digo que esse moço
Tem costume de doutor
Pra ele mando  agarrado
no abraço e no recado
um cheiro doce e uma flor!


Mas lhe digo intimidada
que o mote sugerido
lembra cartinhas de amor.
Portanto deixo um pedido
pro meu amigo, Doutor ...
Chame  logo um "CARTEIRO"
e mande aquela  carta
praquele amor derradeiro
que no passado ficou.

socorro moreira

Pecado- Por Aloísio


Pecado

É do alto que vem o pecado!
Dito assim dessa maneira
Até que parece asneira
Mas lhe mando este recado
Está mais que aprovado
Pois a fruta quando nova
Caída no chão, eis a prova
Do que foi acima afirmado

Todos tipos de pecado
Nascidos na consciência
De quem por pura indecência
Cometeu-os e deixou-os de lado
Estes vêm de qualquer lugar
Qualquer um pode mostrar
Ou querendo bem esconder
Mais um dia vai pagar

Pecado que cometi
Pecado que confessei
Por isso me arrependi
Do erro que pratiquei


Depois de paga a conta
Do pecado cometido
Deixo a palavra “recado”
Para o mote requerido

Por Aloisio

Bravo, Aloísio !

Desafio - Vento

Claude
Taí gostei da brincadeira
Abraços
Aloísio


Vento

Cantou Dorival Caymmi
“Vamos chamar o vento...”
Nas suas canções praieiras
E o vento chegando leve
Como uma brisa primeira
Naquela flor na rameira
Passando primavera, verão
Chegando na sua estação
Virou fruta lá na feira.

Continuo a brincadeira
Indico para os leitores
“Estação” é a palavra
Para que tem rima na lavra.

Vicente Celestino


Antônio Vicente Filipe Celestino (Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1894 — São Paulo, 23 de agosto de 1968) foi um dos mais importantes cantores brasileiros do século XX.

Maurice Chevalier




Maurice Chevalier (Paris, 12 de setembro de 1888 – 1 de janeiro de 1972) era um ator, cantor e humorista francês. Chévalier compôs muitas músicas famosas como "Louise", "Mimi", e "Valentine."

Tânia Alves

Tânia Maria Rego Alves (Bonito de Santa Fé, 12 de setembro de 1953) é uma atriz, dançarina, cantora e empresária brasileira.

O trabalho mais recente de Tânia Alves como atriz foi na minissérie Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, na Rede Globo. Atua como empresária desde 1999, e é mãe da também atriz Gabriela Alves.

Tânia Alves hoje é a proprietária de um spa em Nova Friburgo, RJ, o qual controla junto com sua filha.

Anthony Perkins


Anthony Perkins (Nova Iorque, 4 de abril de 1932 — Los Angeles, 12 de setembro de 1992) foi um ator estadunidense.


Era filho de um famoso ator da Broadway Osgood Perkins, que atuou em Scarface, clássico de 1932 - ano em que Anthony nasceu - e que morreu quando ele tinha apenas cinco anos. Foi criado pela mãe, que ele mesmo definiu uma vez como "muito possessiva e bastante problemática".

Subiu ao palco pela primeira vez aos 14 anos e estreou no cinema em 1953 no filme Papai Não Quer, dirigido por George Cukor. Em 1956 foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel em Sublime Tentação de William Wyler.

Entrou para a galeria dos grandes nomes de Hollywood ao interpretar Norman Bates (um assassino em série da obra Psycho, de Alfred Hitchcock), em 1960. O filme teve duas continuações, uma em 1983 e outra em 1986.

A partir de Psicose ele passou a interpretar só personagens neuróticos ou atormentados, com grandes problemas psicológicos como em Crimes de Paixão, de 1984, ou Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de 1989.

O ator foi casado com a irmã da atriz Marisa Berenson, Berinthia, teve dois filhos, mas nunca negou ter sido homossexual. Morreu aos 60 anos, vítima de complicações de saúde decorrentes da AIDS.



Eleazar de Carvalho


Eleazar de Carvalho (Iguatu, 28 de julho de 1912 — São Paulo, 12 de setembro de 1996) foi um regente brasileiro. Seus pais eram Manuel Afonso de Carvalho e Dalila Mendonça.

José Lins do Rego



José Lins do Rego Cavalcanti (Pilar, 3 de junho de 1901 — Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1957) foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era "o último dos contadores de histórias." Seu romance de estreia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.

José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de Engenho, Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Sua obra regionalista, contudo, não encaixa-se somente na denúncia sócio-política, mas, como afirmou Manuel Cavalcanti Proença, igualmente em sua "sensibilidade à flor da pele, na sinceridade diante da vida, na autenticidade que o caracterizavam."

José Lins nasceu na Paraíba; seus antepassados, que eram em grande parte senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo rural do Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostalgicamente e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances. Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na Faculdade de Direito do Recife, ampliou seus contatos com o meio literário de Pernambuco, tornando-se amigo de José Américo de Almeida (autor de A Bagaceira). Em 1926, partiu para o Maceió, onde reunia-se com Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Quando partiu para o Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a imprensa, escrevendo para os Diários Associados e O Globo.

É atribuído a José Lins do Rego a invenção de um novo romance moderno brasileiro. O conjunto de suas obras são um marco histórico na literatura regionalista por representar o declínio do Nordeste canavieiro. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na "obtenção de um ritmo oral", que foi tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. Sua magnum opus, Fogo Morto (1943), é visto como o "romance dos grandes personagens." Massaud Moisés escreveu que esta obra-prima de José Lins "é uma das mais representativas não só da ficção dos anos 30 como de todo o Modernismo."

wikipédia

* 13 DE SETEMBRO, JUAZEIRO: espetáculo teatral "Mi Muñequita"



Sinopse:

Mi Muñequita é a história de La Nena, uma menina que para crescer precisa se libertar da violência de sua família desajustada: La Madre, El Padre e El Tío. Para tanto ela conta com a ajuda de La Huerfanita, sua boneca preferida. El Presentador é o mestre de cerimônias que nos conduz através desse show de variedades perverso, engraçado e surpreendente. A família de Mi Muñequita está no palco para nos divertir com seu drama.

Ficha Técnica:

Mi Muñequita

De Gabriel Calderón – Tradução Esteban Campanela

Direção Renato Turnes

Direção de Produção Renato Cristofoletti

Produção Milena Moraes

Realização Ponte Cultural Escritório de Produção

Elenco

Alvaro Guarnieri (El Padre), Malcon Bauer (El Tío), Milena Moraes (La Madre), Monica Siedler (La Nena), Paulo Vasilescu (El Presentador), e Sabrina Gizela (La Muñequita)



Direção de Arte e Figurinos: Loli Menezes

Cenografia: Marcelo Nuernberg Schroeder

Confecção de Figurinos: Ligia Baleeiro

Hair Designer e Make-up: Robson Vieira

Assistente: Hildo Santos

Designer Gráfico: Felipe Gheno

Desenho de Luz: Daniel Olivetto e Renato Turnes

Iluminador: Gilbas Piva

Trilha Sonora: Renato Turnes e Javier Venegas

Criação de Trilha Original, Arranjos e Preparação Vocal: Javier Venegas

Técnico de Som e Luz: Marco Aurélio Ribeiro da Silva

Operador de Luz: Gilbas Piva

Fotos: Cleide de Oliveira / Cristiano Prim




"O horário político é o único momento em que verdadeiros ladrões ficam em cadeia nacional".

Colaboração de Babo Jr.

Assalto a banco ...



- Aqui é o ladrão.
- Desculpe, a telefonista DEVE ter se enganado, eu não queria falar com o dono do banco.
Tem algum funcionário aí?
- Não, os funcionários tá tudo refém.
- Há eu entendo,. Afinal, eles trabalham quatorze horas por dia, ganham um salário ridículo, levando esporro e não pedem demissão porque não encontram outro emprego, né? Vida difícil ... Mas será que eu não poderia dar uma palavrinha com um deles?
- Impossível. Eles tá tudo amordaçado.
- Foi o que pensei. Gestão moderna, né? Se fizerem qualquer crítica, vão pro olho da rua.
Não haverá, então, algum chefe por aí?
- Claro que não mermão. Quanta Inguinorança ! O chefe tá na cadeia, que é o lugar mais seguro pra se comandar assalto!
- Bom ... Sabe o que é? Eu tenho uma conta .....
- Tamo levando tudo bacana, ô. O saldo da tua conta é zero!
- Não, isto eu já sabia. Eu sou professor! O que eu queria mesmo era uma informação sobre juros.
- Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno. Assalto banco, vez ou outra um seqüestro. Pra saber de juro é melhor tu liga pra Brasília.
- Sei, sei. O senhor tá na
informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto hoje em dia ..... Mas, será que não podia fazer um favor pra mim? É que eu atrasei o pagamento do cartão e queria saber quanto vou pagar de taxa.
- Tu tá pensando que eu tô brincando? Isso é um assalto!
- Longe de mim pensar que o senhor está de brincadeira! Que é um assalto eu sei perfeitamente, ninguém no mundo cobra os juros que cobram no Brasil. Mas queria saber o número preciso: seis por cento, sete por cento?
- Eu acho que tu não tá entendendo, ô mané. Sou assaltante. Trabalho na Intimidação da base e da chantagem, saca?
- Ah, já tava esperando. Você vai querer vender um seguro de vida ou um título de capitalização, né?
- Não .... Já falei ... Eu sou ... Peraí bacana ... Hoje eu tô bonzinho e vou quebrar o teu galho.
(um minuto depois)
- Alô? O sujeito aqui tá dizendo que é oito por cento ao mês.
- Puxa incrível, que!
- Incrive por quê? Tu achava que era menos?
- Não, era que achava mais ou menos isso mesmo. Tô impressionado é que, pela primeira vez na vida, eu consegui obter uma informação de uma empresa prestadora de serviço pelo telefone em menos de meia hora e sem ouvir "Pour Elise" e... -obrigado por esperar!
- Quer saber? Fui com a tua cara. Acabei de dar umas bordoadas no gerente e ele falou que vai te dar um desconto. Só vai te cobrar quatro por cento. tá ligado ?
- Não acredito! E eu não vou ter que comprar nenhum produto do banco?
- Nadica de nada, já tá tudo acertado!
- Muito obrigado, meu senhor. Nunca fui tratado dessa ....
(De repente, ouvem-se tiros, gritos)
- Ih, sujou! Puliça!
- Polícia? Que polícia? Alô? Alô?
(sinal de ocupado)
- Droga! Maldito Estado: quando o negócio começa funcionar, entra o Governo e caga tudo!


Luís Fernando Veríssimo

Abraços Babo Jr.


Colaboração de Francisco Babo

Um trecho de "O Poder do Agora"

Por mais de trinta anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise.
Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:

– Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.

– Não, não tenho – disse o estranho. – O que tem nesse baú debaixo de você?

– Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.

– Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.

– Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!

– Dá uma olhada dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.

O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar ao ver
que o velho caixote estava cheio de ouro.

Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro.
Não de uma caixa, mas sim de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado:
"Mas eu não sou um mendigo!"

Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza
– a radiante alegria do Ser e uma paz inabalável – são mendigos,
mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer,
a provação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si,
que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.


Título: O Poder do Agora
Autor: Eckhart Tolle
Editora: Sextante
Edição: 1
Número de Páginas: 224

Conta - por Socorro Moreira


No faz de conta da vida
eu faço a conta do mês
sobra um bocado de prosa
e uns trocados de rima
pra feira do outro mês.

Na conta dos meus amores
o vermelho é bem pintado
mas no azul dos meus sonhos
meu amor é desenhado
Ficam na ponta das nuvens
as contas do meu rosário.

E no ajustar destas contas
o dito  é bem delegável
Mas se promessa é dívida
Tô me sentindo afogada
Amasso o papel da conta,
ou faço um barco na praia,
pra  minha prosa remar ?

Aloisío diz que tem,
uns is...
na grafia do seu nome
Eu boto os pingos nos is
e acerto a nossa conta !

Conta do verbo contar
Conta do verbo narrar
Conta  que aprendi a somar
conta que aprendi a gastar
Mas duvido que uma conta
eu não consiga pagar !

As contas do outro mundo
eu fecho os olhos, e penso
Se Deus  é tão complacente
já descontou dividendos
e quando o dia chegar
meu juízo é quem dirá
se o pagamento no céu
é uma conta perdoada
E se arrependimento matar
eu vou continuar bem viva
pra pecar mais um bocado !

socorro moreira


Alegria do pecado às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu 

 Moska e Zélia Duncan

A palavra é  PECADO

Por Aloisio !


Próximo Mote: Conta


Contrito com o coração quase parado
Chega sorrateiro, quase chorando
O Sertanejo suas promessas vai pagando
Em frente ao oratório ajoelhado
Naquele templo há muito abandonado
Sai dali com o espírito aliviado
Leva a mão ao bolso tira uns trocados
Entra na primeira birosca que encontra
Bebe alguns goles e não se dá conta
Da conta pra pagar no outro lado.

Bravo, Aloisio !

Moça na Cama - Adélia Prado

Papai tosse, dando aviso de si,
vem examinar as tramelas, uma a uma.
A cumeeira da casa é de peroba do campo,
posso dormir sossegada. Mamãe vem me cobrir,
tomo a bênção e fujo atrás dos homens,
me contendo por usura, fazendo render o bom
. Se me tocar, desencadeio as chusmas,
os peixinhos cardumes.
Os topázios me ardem onde mamãe sabe,
por isso ela me diz com ciúmes:
dorme logo, que é tarde.
Sim, mamãe, já vou:
passear na praça em ninguém me ralhar.
Adeus, que me cuido, vou campear nos becos,
moa de moços no bar, violão e olhos
difíceis de sair de mim.
Quando esta nossa cidade ressonar em neblina,
os moços marianos vão me esperar na matriz.
O céu é aqui, mamãe.
Que bom não ser livro inspirado
o catecismo da doutrina cristã,
posso adiar meus escrúpulos
e cavalgar no topor
dos monsenhores podados.
Posso sofrer amanhã
a linda nódoa de vinho
das flores murchas no chão.
As fábricas têm os seus pátios,
os muros tem seu atrás.
No quartel são gentis comigo.
Não quero chá, minha mãe,
quero a mão do frei Crisóstomo
me ungindo com óleo santo.
Da vida quero a paixão.
E quero escravos, sou lassa.
Com amor de zanga e momo
quero minha cama de catre,
o santo anjo do Senhor,
meu zeloso guardador.
Mas descansa, que ele é eunuco, mamãe.

Os versos acima, publicados inicialmente no livro "O Coração Disparado", foram extraídos de "Adélia Prado - Poesia Reunida", Editora Siciliano - São Paulo, 1991, pág. 175.

Galeria do Mário Vítor - Visitem-na !



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De biblioteca- Por Everardo Norões



- Vim procurar uma palavra perdida num texto de Joaquim Cardozo, no Livro do Diário...
O poeta me recebe num exíguo escritório, entre arquivos de aço, recortes, livros ensebados.
Na parede, um poema de sua autoria: “Seção de Obras Raras”. Deveria ser fixado nas paredes de nossas bibliotecas. Fora, o parque Treze de Maio: galhos e raízes rasgam céu e terra, num emaranhado de vísceras: poemas de Alberto Cunha Melo.
Queixa-se dos vencimentos, fala de biblioteca, discursa sobre Horácio, um de seus preferidos.
E eu, que procurava apenas uma palavra fugida de um ensaio do poeta do Signo Estrelado sobre Manuel Bandeira.
Não a encontrei. O tipógrafo havia podado uma das frases. Não era o x da equação de um poema de Cardozo, mas qualquer coisa que faltasse a algum de seus textos era tijolo faltante de uma casa.
- E agora, Poeta?
- Pode inventar.
Toda palavra é uma mentira de Deus.


 por Everardo Norões

Ofgicialmente Velho - Por Leonardo Boff


Neste mês de dezembro completo 70 anos: diz Leonardo Boff.

Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira.

Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas.
De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas.

Mas há um outro lado, mais instigante.
A velhice é a última etapa do crescimento humano.
Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino.

Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer e, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer; quando então entramos no silêncio e morremos.

A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer.
Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: "NA MEDIDA QUE DEFINHA O HOMEM EXTERIOR, NESTA MESMA MEDIDA REJUVENESCE O HOMEM INTERIOR"(2Cor 4,16).

A velhice é uma exigência do homem interior.
Muitas vezes perguntamos: Que é o homem interior?
O homem interior é o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical. Identidade esta que devemos encará-la face a face.
Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe.
Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis:
Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, (inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano), submetido ao "silêncio obsequioso" e outros papéis mais. Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Quando então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos:
Afinal, quem sou eu?
Que sonhos me movem?
Que anjos que habitam?
Que demônios me atormentam?
Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério?
Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações vem à lume o homem interior e a resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.
Este é o verdadeiro desafio para a etapa da velhice.
Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina.

Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida.
Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria.
É ilusão pensar que esta sabedoria vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.

Por fim, o que importa preparar o grande Encontro.
A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte.
Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia.
Aí saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: "contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade".

Por fim, este jovem ancião alimenta dois sonhos: o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue; e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa:
"eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver". Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus.
Parafraseando Camões, completo: Mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.

Leonardo Boff

Cuidado com o açúcar - Emerson Monteiro

O principal motivo são os prejuízos que acarreta ao organismo, além de viciar quem o consome. Numa aparência de inofensividade, aquela história do lobo em forma de carneiro, o açúcar invade os lares numa sem-cerimônia de causar espanto, gerando males físicos destruidores, pousando de inocente qual o mais suave dos alimentos.
A natureza sempre oferece, em todos os meios, a glicose nas proporções certas à nutrição dos sistemas biológicos, contudo, após a febre mercantil das grandes navegações, altas concentrações de sacarose foram levadas à mesa dos europeus e virou peça inevitável. Holandesas, ingleses, franceses, espanhóis e portugueses fizeram a festa, das Antilhas e ao Brasil, ocasionando celeumas internacionais por conta do frenesi ocasionado pela mania do açúcar refinado, elaborado nas usinas espalhadas nas colônias, e transmitido ao resto do mundo com uma das grandes descobertas modernas.
Hoje, nos aniversários e outros eventos similares, o bicho corre solto, no afã de entupir crianças indefesas com o açúcar fantasiado pela técnica da ilusão, destruindo dentes e o apreciado equilíbrio original do corpo, diante da inocente emocionalidade de pais coniventes, para, depois, danificar a dosagem dos elementos no sangue e abrir espaço ao perigo da dependência de um fator químico considerado agressivo agente cancerígeno aos olhos da ciência.
Tudo, no entanto, avalizado pela indústria e o comércio dos lucros galopantes.
Sem uma consciência alimentar, as pessoas tornam-se vítimas indefesas da ignorância e da fragilidade. Qual bomba letal de efeito retardado, no princípio saboroso e de aparências inofensivas, a droga do açúcar vira vício.
Há três ou quatro décadas, bem menos casos de obesidade e diabetes dominavam clínicas e hospitais, o que neste tempo chega às raias do desengano. A invasão, porém, dos refrigerantes, sorvetes, chocolates, bolos, bombons, etc., em volumes exagerados, sujeita a desorganizar os padrões alimentares dos consumidores. Daí, numa velocidade galopante, ocorrências de prejuízos na qualidade de vida viram coisa comum. E esse vilão pegajoso, carreador de formigas e baratas, impõe-se no escore elevados de doenças e desnorteia o território da saúde pública, ainda assim não desmascarado e denunciado em iguais proporções pelas autoridades.
Cuidado, pois, com os efeitos causados pelo açúcar, mazela que, quando usada nas doses excessivas, qual acontece nos dias atuais, torna-se dos piores inimigos da saúde.
Seja astuto, conforme ensina Jesus, livre-se das consequências do prazer pelo prazer. Contenha-se nas tentações e busque jejuar de sabores que lhe custam preços elevados da tranquilidade orgânica tão preciosa do seu corpo.

Lindo ! Obrigada, Emerson !

Vento - por Aloiso



Vento

Cantou Dorival Caymmi
“Vamos chamar o vento...”
Nas suas canções praieiras
E o vento chegando leve
Como uma brisa primeira
Naquela flor na rameira
Passando primavera, verão
Chegando na sua estação
Virou fruta lá na feira.

Continuo a brincadeira
Indico para os leitores
“Estação” é a palavra
Para que tem rima na lavra

Aloiso
.............................................................
Cariricaturas
estação da cultura
transitam por ti
a sensibilidade humana
poesia nos olhos
no pincel
nas rimas
que se registram
e ficam,
como flores  que não murcham,
e exalam seus colores.
Sou viciada no teu veneno poético
na teia que entrelaça
tanta gente benfazeja
Só peço a Deus que nos mostre
o caminho amoroso
que liga e fortalece
os afetos verdadeiros !

Socorro Moreira


"Você entrou no trem
E eu na estação
Vendo um céu fugir
Também não dava mais
Para tentar
Lhe convencer
A não partir...

E agora, tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado
naquela estação ..."


( João Donato / Caetano Veloso / Ronaldo Bastos)

A próxima palavra  é "PRIMAVERA" 

Pérola dos bastidores- por Domingos Barroso

Minha amada mãe,
Beatriz Alves Barroso
desde o início do blog Cariricaturas
demonstrara fascínio
pelos escritos
de uma alma mágica
(a quem me acostumei chamar-lhe
de Sacerdotisa).

Há pouco
soube do encontro entre
essas duas mulheres encantadoras,
minha mãe e Socorro.

Ambas as almas revestidas
de fulgurante brilho
lançaram-me agora
ao meu quarto
raios, pétalas
e todo o frescor
das asas de borboletas...

(meu olhos lacrimejam)

Beijos e abraços carinhosos
...

Do filho e poeta,
com doçura.



Postado por Domingos Barroso no blog Cariricaturas



Poetas são pecadores 
Pecado divino
criar rimas nas noites

Velo  os olhos que te velam
Também tenho a vela materna
doada pelo divino

Beatriz  é delicada,  elegante
como lembro a tua mana,
como sei  do teu  destino.

Chegou de saltos  moderados
meias finas ,
olhos levantados
chispando amor e lucidez.

Já nos conhecíamos
Já nos tornáramos  fraternas
Almas  se esperam...
No encontro
recompoêm elos...
Eternos !

Amo  a tua  solidão 
Vazio que acontece,
em átimos ,
da tua preguiça poética.
No mais
tudo é verso
alma  vulcânica
serenada pela poesia
lava pródiga
que jorra , e nos encaminha !

Por Socorro Moreira


Estopim



Um pastor evangélico, de uma pequena igreja em Gainesville nos EUA, protagonizou, nestes dias, uma cena que evidencia, claramente, o poder midiático no mundo atual. Chama-se Terry Jones nosso cowboy e, até hoje, era um ilustre desconhecido a pastorear seu rebanho de cinqüenta fiéis, na pouco conhecida Igreja Evangélica Alemã, na Flórida. Pois bem, amigos, Jones havia desencadeado uma nova cruzada ao criar o “Dia internacional da Queima do Alcorão” a ser comemorado neste sábado, 11 de Setembro, no nono aniversário da queda do World Trade Center. O ato simbólico desencadeou uma verdadeira onda de protestos em todo o mundo. Vários líderes mundiais se posicionaram contra o ato , temerosos da reação da comunidade islâmica internacional. Bento XVI falou publicamente daquilo que considera um desrespeito ao livro sagrado da maior religião do planeta. Obama abriu canais de comunicação com o pastor, impulsionado por Hillary Clinton e setores militares que temiam represárias e atos terroristas, quando a mídia focasse o Alcorão sendo engolido pelas chamas. Além disso , talvez o início de um amplo recrutamento de soldados para uma nova Jihad . Nesta última quinta-feira, finalmente, após pressões incontáveis, Terry, meio a contragosto, resolveu cancelar o ato simbólico. De alguma maneira, no entanto, Jones havia conseguido seu intento, ao ver focados sobre ele, por tanto tempo, os holofotes da imprensa mundo afora.
Vamos afastar um pouco o limo mais visível que é a notícia em si, para tentar perceber o que se esconde abaixo do ato aparentemente impensado e tresloucado do pastor. Os EUA têm a liberdade de pensamento como um dos pilares mestres da civilização. A liberdade pessoal, nos EUA, é inegociável. Pena que eles não consigam ampliar este ideário para a convivência com os outros países. Para manter a liberdade e felicidade internas , vale tudo ! Pouco importa quantos morram ou sofram do lado de lá de suas fronteiras. O ato de Jones, assim, na cabeça do norte-americano médio, é perfeitamente normal: um ato de liberdade. Além de tudo, pesquisas mostram que quase a metade da população ianque tem a pulga de trás da orelha quando se trata do Islã. Por trás do protesto do pastor, há uma outra questão bem mais polêmica. Existe um projeto de construção de um Centro Cultural islâmico, em Nova York, próximo ao Marco Zero, onde as torres gêmeas desabaram em 2001, encabeçado pelo clérigo muçulmano Feisal Abdul Rauf. Aparentemente , o projeto impulsionou Terry Jones no seu protesto e, nisso, ele não está sozinho, dois terços dos americanos, em pesquisa, são contrários à construção. Seria como se, após a batalha, o Islã estivesse fincando sua bandeira e fazendo-a tremular indicando vitória. Terry Jones, na verdade, é apenas um peão insignificante neste grande jogo de xadrez. Definitivamente os pastores Jones, nos EUA, não trazem bons augúrios. Um outro, chamado de Jim, levou ao suicídio de mais de novecentos fiéis, na Guiana, em 1978.
O certo é que o planeta equilibra-se instavelmente na corda bamba da política mundial. Os ventos das nossas diferenças étnicas, religiosas, culturais, econômicas, políticas , a cada instante, nos ameaçam jogar precipício abaixo. A humanidade precisa, urgentemente, perseguir caminhos éticos que transcendam estas diferenças. Se a gente reparar direito , o somatório de tantos homens-bomba tem como resultado um planeta-bomba de estopim aceso, próximo à hecatombe final . A vingança definitiva do homem contra seu maior inimigo: o homem.

J. Flávio Vieira