Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 29 de março de 2012

Tudo positivo - Emerson Monteiro

No dia em que chegar à paz definitiva da luz no coração do ciclone, e muito mais, haverá tranquilidade no mundo de em todos nós. Enquanto não vier esse dia radioso, haverá longa estrada de oportunidades sem fim a percorrer os passos, em todos os sentidos externos e internos, a circular o espaço das dimensões. Possibilidades de festa, porém, floreiam esse tempo de espera nas árvores, no luar, nas portas abertas aos meios utilizados em seguir trilhas adentro das dimensões inesgotáveis.

Poucos parágrafos definiriam o céu das criaturas, espécimes na divina formação, sentimentos vivos e fortes, a vontade acesa dos rios de plasma. Observe, pois, neste meio termo de poucas palavras, o potencial valioso de crer na infinitude dos dias solto nas mãos dos indivíduos. Orações pronunciadas de olhos abertos, à luz do dia, pelos peregrinos dessa caravana das estrelas rasgando o véu do Mistério através do sagrado difuso nos campos e cidades, terras e mares. Seres soltos pelo ar, pisadas calmas, no chão das flores no si próprio, emoção boas invés dos batalhões nas guerras cruas e infundadas.

Isto pesa na forma da indignação que machuca a alma quando corrupções e vaidades ferem de mágoa os sonhos. A pouca justiça entre os homens, nas instituições ainda imperfeitas, dos mendigos queimados em praça pública nos pontos de ônibus, nas portas de lojas para não espantar a freguesia nos dias ensolarados seguintes, os políticos infiéis, os traficantes, as falhas no sistema que quer avançar a troco da eliminação das vidas pelo aborto consentido, e passar em branco, que tange ao retorno do que precisam devolver após cobrar os impostos e esquecer-se dos que padecem às portas dos hospitais, com o sofrimento e a fome rompendo a paciência das gentes.

Erguer os olhos por fim de reconhecer necessidades extremas de profundas transformações, mesmo que nessas práticas impiedosas. Pedir, porém agir no íntimo através dos passos à frente, no transcurso precioso das horas de felicidade que aguardam os méritos de milhões, bilhões de criaturas inteligentes vagando por vezes só a esmo, batendo cabeça nas paredes do destino, inconscientes da prudente plantação de sementes melhores, o que somos.

Isto, sim, promover o crescimento da virtude – despertar os valores essenciais à paz coletiva e à tranquilidade, nas consciências das cavernas de nós. Saber acreditar no alvorecer das gerações, agora missão depositada nas mãos desses atuais representantes da colheita presente.

PASSANDO A LIMPO - Por Edilma Rocha


Às vezes nos deparamos  com tantas perguntas,
e que de alguma maneira
terão um dia, de ser respondidas.
Ou pelo menos, ter tentado...
No decorrer do tempo percebemos
quanta luta tivemos  que percorrer no tempo
e depois refletir
se valeu a pena...
Quantos sonhos, quantos sacrifícios,
quantas alegrias e quantos sofrimentos...
Em alguns momentos
seguimos caminhos errados,
mas com a certeza de que foi
tentando acertar...
Se cheguei até este momento
deixei as marcas da dor e da saudade no meu peito.
Marcas que se transportaram até o meu rosto
cansado e maquiado de luz
para continuar sorrindo, apesar de tudo...
Uma base, um lápis, um batom
e um grande sorriso
escondem as amarguras da vida
como se quisessem unir a solidão e a tristeza
com os risos e os aplausos da vitória
perdida na inocência e na juventude...
Os meus olhos refletem a luz que eu não soube ver.
Talvez se voltasse atrás
pudesse novamente sentir o perfume das flores cerradas
Pudesse ouvir através da música da pequena cachoeira
a mensagem verdadeira.
Pudesse ver a lua brilhar no céu escuro
e contar as estrelas.
E durante o dia, proteger meu filho do sol e da chuva.
Lhe oferecer uma cama macia
e aquecer seu coração com amor de mãe...
Iria escolher a árvore mais bonita
para deixá-lo dormir
embaixo da sua sombra.
E ali repousar meu corpo frágil,
sofrido.
E certamente o vento levaria para longe
 o som das cantigas de ninar
conduzindo-o para  o mundo da imaginação.
E agora fico passando a limpo
 uma vida que poderia ter sido diferente e não foi...
Pensar, sentir,
e calar.