Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A primeira paróquia criada no Cariri – por Armando Lopes Rafael




Muitos pensam que a primeira paróquia criada no Vale do Cariri foi a de Nossa Senhora da Penha de Crato, fato ocorrido em 1768. Entretanto, em 28 de janeiro de 1748 -- vinte anos antes da ereção da paróquia de Crato -- foi criada a Freguesia dos Cariris Novos (hoje cidade de Missão Velha), tendo como padroeira Nossa Senhora da Luz. (Ao lado a imagem de Nossa Senhora da Luz, Rainha e Padroeira de Curitiba-PR)

Em 1759, o modesto templo que abrigava a única igreja-matriz do Cariri estava arruinado. O seu vigário, padre Manoel dos Prazeres de Sousa Magalhães, obteve então a autorização do bispo de Olinda, dom Francisco Xavier Aranha, para erguer uma nova igreja, mas – fato curioso – tendo agora São José como padroeiro. Desconhecem-se as razões que motivaram a troca de Nossa Senhora da Luz por São José.

O fato é que Nossa Senhora da Luz, em passado remoto, foi a primeira padroeira oficial das terras caririenses. Infelizmente, nos dias atuais, nada mais resta para lembrar essa devoção, hoje totalmente desconhecida pelas novas gerações missãovelhenses. Com o intuito de relembrá-la, damos a palavra ao historiador Murilo Zampieri.

“Foi em Portugal, no decorrer do século XV, que a devoção a Nossa Senhora da Luz floresceu e, dali, veio para o Brasil. Pedro Martins, simples agricultor da pequena vila portuguesa de Carnide, levava uma existência tranquila com sua esposa. Mas eram turbulentos os tempos em que viviam. As crônicas não relatam exatamente como, mas ele teve o infortúnio de cair prisioneiro dos mouros da África. Do ambiente de afeto de sua família, caiu na desgraçada condição de escravo, sujeito a um regime sem compaixão de trabalhos pesados, sob clima atroz e, sobretudo, privado por completo do conforto da religião cristã. Passavam-se os anos, e nenhuma esperança humana restava ao infeliz cativo. Vendo-se de tal modo desamparado pelos homens, Pedro Martins se voltou então, com mais intensidade do que nunca, para Deus.

“Numa noite, isolado em sua cela, resolveu rezar com mais fervor e fé. Após horas de oração, vencido pelo sono, adormeceu. Então lhe apareceu em sonho uma Senhora cheia de luz, a qual lhe prometeu voltar mais vezes para consolá-lo e, após sua última visita, fazê-lo voltar para Carnide. Acrescentou que, lá chegando, ele deveria procurar algo que pertencia a Ela e fora escondido perto de uma fonte. Deu-lhe também a incumbência de ali edificar uma capela, cuja localização exata Ela lhe indicaria por meio de uma luz.

“Trinta noites consecutivas passou ele consolado pela própria Mãe de Deus! As dores sofridas durante o dia se desvaneciam pela luz e a suavidade das horas passadas aos pés de Maria. No entanto, ele continuava cativo. Ao despertar da trigésima noite, oh surpresa! De modo milagroso e inesperado, estava ele de volta em sua boa aldeia. Tomado de emoção, encontrou-se com os seus entes amados, os quais muito se admiravam por vê-lo salvo.

“Mas ele não se esqueceu do pedido da Virgem, e logo se pôs a procurar aquilo que, segundo a indicação d’Ela, tinha sido escondido “perto de uma fonte”. Na verdade, num local chamado Fonte do Machado, há tempos uma luz misteriosa andava aparecendo, e de toda parte vinha gente curiosa para ver tal fenômeno. Decidiu então Pedro ir à noite, acompanhado de um primo, para ali fazer a busca. Realmente, ao chegar à fonte avistaram uma luz a se mover diante deles. Seguiram-na até um matagal, e ela parou sobre umas pedras. Eles não pensaram duas vezes. Retiraram as pedras e com encanto se depararam com uma lindíssima imagem de Nossa Senhora. A notícia dessa milagrosa descoberta correu por todo o país, e naquele mesmo ano – 1463 – deu-se início à construção de uma capela, conforme fora ordenado pela Santíssima Virgem. Anos mais tarde, ela seria substituída por uma magnífica igreja.

“Atravessando os mares, a devoção a Nossa Senhora da Luz estendeu-se pelo mundo inteiro, frutificando também no Brasil”.

Essa devoção chegou ao Cariri em 1748, com a criação da Freguesia de Nossa Senhora da Luz dos Cariris Novos, a qual, em 1760, receberia a nova denominação de São José dos Cariris Novos.

Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Estações‏ - Paulo Viana

Surgem flores grávidas de novos jardins
E o inverno se despede dos seus dias
A primavera ensaia sua dramaturgia
Escolhendo as cores no camarim
Uma estação diferente muda em mim
Porque havia calor, era verão
Vivi os temporais de uma paixão
Um amor que parecia ser eterno
Mas veio um sombrio inverno
E agora neva em meu coração

O “papa-anjo” de Pau dos Ferros – José Nilton Mariano Saraiva

Em postagem anterior (Coisas da vida...), nos referimos à receptividade, ao calor humano dos seus habitantes e, mui especialmente, à “beleza-brejeira” e à requintada elegância das mulheres da cidade de Pau dos Ferros - RN.
Mas Pau dos Ferros, como toda cidade pequena que se preza, também tinha suas excentricidades, suas esquisitices, suas idiossincrasias, suas legendárias e folclóricas figuras (e bote folclore nisso). E, dentre elas, sem favor nenhum se destacava um tal “papa-anjo” de Pau dos Ferros.
Paraibano, presumíveis 30 e poucos anos de idade, altura mediana, esbelto, educado, conversa agradável, gentil, afável e chegado a uma cervejinha gelada, o colega de trabalho Godofredo (nome fictício, evidentemente) contava também com um “handicap” pra lá de poderoso, em relação aos demais colegas, perante aquelas mulheres monumentais: a maviosidade da sua voz e a competência e destreza com que dedilhava as cordas de seu sonoro violão, de par com um repertório eclético e de agrado de todos.
Nas noites de sexta-feira, por exemplo, em uma churrascaria localizada no então “campo de aviação” da cidade (uma espécie de planalto, onde pousavam os “teco-tecos” da vida), quando toda a sociedade pauferrense se reunia para comemorar a chegada de mais um final de semana, a voz de Godofredo ecoava tonitruante e maravilhosa, desvirginando o sepulcral silêncio da madrugada (vezes sem conta, a nosso pedido ele interpretou “Súplica Cearense”, em tributo ao Ceará que ele tanto admirava); outrossim, se em noite de lua cheia você quisesse surpreender sua amada com um toque de enlevo e romantismo, bastava convidar que nosso amigo sempre se achava disponível para uma seresta maravilhosa, tão comum em cidades interioranas, (evidentemente que “deglutindo” alguma “marvada”, com tira-gosto de siriguela”, em plena três horas da matina); quando de um casamento religioso, se alguém quisesse mais brilho (e sempre queriam), lá estava ele na Igreja, devidamente paramentado, com o seu dileto amigo violão, a entoar a Ave Maria; enfim, não tinha um evento sequer, alguma comemoração, uma reunião oficial, civil, eclesiástica ou particular em que o nosso grande Godofredo não fosse o primeiro a ser convidado para abrilhanta-la. E não se mostrava de rogado; comparecia e mostrava, sempre e sempre, a competência usual. Era, sem favor nenhum, a garantia de inolvidáveis momentos.
Mas...
Godofredo tinha uma esquisitice, uma coisa um tanto quanto difícil de entender, uma preferência que era pura excentricidade: apesar de literalmente disputado “no tapa” pelas exuberantes mulheres da cidade (com as quais se dava muito bem), só namorava (com seriedade e repleto de boas intenções, tanto que durante a semana fazia questão de freqüentar suas casas e conhecer os pais), jovens recém-saídas das fraldas, desabrochando para a vida, cheirando a leite (como ele mesmo gostava de dizer) e que tivessem - NO MÁXIMO - 14 anos de idade (mas não havia, com sinceridade d’alma, nenhuma intenção pedófila; aliás, nem se falava nisso àquela época).
Quando, aos fins de semana, na bifurcação do crepuscular por do sol e o alvorecer da noite, aparecia no principal “point” da cidade (a Sorveteria do Sales), de mãos dadas com uma daquelas meninotas estonteantes que exalavam frescor e inocência por todos os poros, seu sorriso era mais sorriso, sei olhar brilhava intensamente (mesmo que em plena escuridão) e ele parecia flutuar nas nuvens, certamente que ao som de algum canto celestial inaudível para nós outros, mortais-comuns; a impressão que se tinha é que Godofredo se comprazia e parecia querer fazer aflorar em todos nós, pobres-diabos, um dos pecados capitais, a inveja; e assim, só nos restava, ante a visão daquelas formosas e inocentes beldades, humildemente improvisar “babadores” gaigantes, usando as toalhas das mesas para tal fim.
Mas foi aí, depois dele desfilar com tantas formosuras e despertar aquele sentimento em todos nós, que um colega mais expedito “vingou-se” em alto estilo, ao lhe por a alcunha apropriada, perfeita, mortífera: Godofredo, o “papa-anjo” de Pau dos Ferros. O tempo quase que fecha. Foi uma dureza acalmar os ânimos. Mas a coisa “pegou” e Godofredo teve que conviver com aquele “calo”, a partir de então.
Com o passar dos meses situações novas apareceram e Godofredo, transferido para uma cidade maior, finalmente deu de cara com a temida “mulher fatal”, a conhecida “aqui é final de linha”, aquela que lhe colocou nos trilhos, chamou-o à responsabilidade, deu-lhe um solavanco, impôs-lhe uma nova postura, um diferente padrão de comportamento. E a flechada foi tão certeira, seu efeito tão imediato e devastador, que, rendido pelo cupido, nosso amigo deixou até o querido violão de lado, apagou a chama do seu canto, deu um sumiço na maviosidade da voz. Godofredo, literalmente, eclipsou-se. Foi a nocaute (sua esfarrapada desculpa é que cansara daquela vida de “eterna procura”). Acredite se quiser...
Hoje, aposentado, muitíssimo bem casado, pai de filhos e já caducando com os netos, Godofredo tem uma dúvida atroz a persegui-lo diuturnamente, deixando-o meio cabreiro e com uma pulga atrás da orelha: será que os seus descendentes, filhos e netos (todos incrivelmente do sexo masculino), hão de “herdar” os métodos e a incômoda alcunha de “papa-anjo”, que o perseguiu durante anos, desde os inolvidáveis momentos vivenciados em Pau do Ferros ??? Será que essa coisa complicada e difícil de entender, chamada DNA, contempla até isso ???
Será ???

O Comentário do Dia - Brasil, Corrupção Generalizada, Mensalão e o Jeitinho Brasileiro


A corrupção no Brasil hoje é uma espécie de Infecção Generalizada, quando acomete um paciente num hospital público. Está em todos os departamentos ( segundo os observadores ).

Mas nem por isso podemos arrefecer e entregar o jogo. Essas marchas contra a corrupção que vimos nos últimos dias podem mesmo ser o estopim que faltava para colocar o Brasil nos eixos novamente, quem sabe até atingir a proporção das famosas DIRETAS JÁ, lá isso seria o ideal. Já sabemos que o governo só toma providencias sobre alguma coisa quando não consegue mais sustentar a situação, aí, com muita dificuldade, vem a público tentar esclarecer, pedir desculpas, ou simplesmente jogar terra nos assuntos.

Esse resultado obtido da caça aos corruptos em que vários ministros caíram recentemente e em que se descobrem falcatruas não é fruto de interesse interno, é fruto da investigação primária da IMPRENSA, essa mesma imprensa que hoje o governo do PT quer calar com a chamada lei de regulamentação. Por quê eles querem calar a voz da imprensa ? Por acaso a imprensa está envolvida no desvio de milhões de reais do Brasil ?

Na verdade, é a imprensa quem está descobrindo tudo, então, nada melhor do que dar um basta nela com essa estória de regulamentação. O que os Brasileiros precisam agora é manter o ataque e ficar de olhos atentos, cobrar da justiça, senão, toda investigação será em vão. Agora mesmo, o Marcos valério, maior réu do Mensalão, disse ao STF que não pode ser condenado, porque o LULA, o maior beneficiário do Mensalão não foi sequer denunciado. O Marcos Valério pode ter dito aí na sua frase, uma grande e inequívoca verdade, que toda a nação desconfia, mas tem medo até de pensar nessa possibilidade.

Sendo que as investigações sobre o Mensalão apontam fatalmente para o ex-presidente Lula, que é uma figura ainda de alta popularidade ( Populista na verdade ), como vocês acham que isso pode um dia acabar ? Para quem Marcos Valério trabalhava ? Quem transportava as malas de Dinheiro e sobretudo, para quem ?

Quem se beneficiou nos milhões de reais, nas maracutaias, nos acordos? Quantos do mensalão estão presos hoje ? Sabe-se que a corda se quebra sempre do lado mais fraco, e se ao final dessa investigação vocês não virem nenhum dos envolvidos punidos exemplarmente, não fiquem assustados, porque o Brasil é uma terra aonde tudo dá-se um jeitinho, o famoso Jeitinho Brasileiro.

Por: Dihelson Mendonça