Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 31 de outubro de 2010

O Discurso de Dilma e o Futuro do Crato - José do Vale Pinheiro Feitosa

Soberba e contorcionismo nunca fizeram bem no comentário de resultados eleitorais. Isso posto que só existem duas possibilidades: vitória ou derrota. Os vitoriosos fazem a festa, como acontece agora mesmo em Fortaleza e os derrotados silenciam. Alguém escreveu num dos blogs da região do Cariri que o Crato estava parado neste dia. Não havia nada vibrante pelo menos no curso da votação.

Uma boa explicação é a presença de Samuel Araripe, prefeito do Crato e do PSDB. Podendo tornar evidente a campanha de Serra, como aquela festa que amoleceu o coração dos assessores da prefeitura no lançamento no Tênis Clube. Foram fotos que contarão a história deste momento tumular da cidade. Ela parece acabrunhada, nada muda, tudo é igual, é o lento sonambulismo histórico.

Alguém acordará o Crato deste sonho que não cessa? Parece que na cidade, em termos políticos, não há nada que não venha da década de 50 do século passado. A prefeitura é o altar desta grande dormência. Que apenas perderá o efeito adormecido quando o quadro político da cidade mudar. E mudar igual Zé Flávio brinca com o PTB de Nova Olinda: os partidos populares realmente se organizarem e aprenderam a lição do novo tempo.

Agora mesmo é possível que alguém tente recordar a quantidade de votos que a Dilma não teve. Óbvio que os votos em Serra para tentar emparedar os sonhos dos vitoriosos. O melhor modo é comparar os dois turnos, uma vez que esta é a verdadeira história destas eleições. Em primeiro lugar, como se tornou quase uma regra, a abstenção é maior no segundo turno: foram menos 4,5 milhões de votos.

O outro fato é que os eleitores tomaram partido, se mobilizaram mais e deixaram para lá os votos em brancos e nulos: foram menos 2,4 milhões de votos num universo que representava no primeiro turno 9,5 milhões. Portanto foi um segundo turno mais politizado e com mais opções por um dos candidatos. O candidato Serra ganhou 10,2 milhões de votos em relação ao primeiro turno, mas partiu de um patamar mais baixo quando comparado a Alckmin nas eleições de 2006. E Dilma, que já estava num nível elevado de votos, recebeu mais 8,0 milhões de votos.

Portanto os vitoriosos devem se alegrar e apostar no seu projeto de governo que foi traduzido muito bem pela candidata. A própria eleição dela, uma mulher, já é uma firme resposta do eleitorado ao discurso machista e conservador do candidato desde o primeiro turno. Quem soube interpretar o primeiro discurso da candidata há de observar uma grande coisa: os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social estão no mesmo patamar do direito de opinião e expressão. Para bom entendedor está dito: a opinião e a expressão não destruirá os outros direitos.

Um dos vícios dos pais modernos é criar Mauricinhos que se derretem numa ingenuidade açucarada ou numa prepotência de Pitboy. É lavada besteira imaginar que ferir a liberdade de idéia e expressão é se contrapor a quem as tens. Aí mesmo é que se encontra a tal liberdade. O Crato só vive esta pasmaceira por que ninguém pode criticar nada que um ódio contra qualquer um se levantará uma vez se diga que exista um simples buraco de rua. Isso quem vive lendo aqui sente o tempo todo.

Então que use seu ódio, mas vou não posso esquecer o buraco. Todo mundo sabe que a base da crítica da campanha do PSDB contra Dilma nasceu naquele documento sobre direitos humanos a partir do qual criaram as questões do aborto e do casamento gay: A candidata zelará pela irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto e aí o complemento necessário: pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.

A outra farsa é querer elogiar a candidata agora já criando as garras com que irá se contrapor a ela. É claro que ela governará para todos. Que a oposição é uma escola de melhoria de governo, que inclusive se o Crato tiver funcionando bem deve fazer muito bem à cidade, mas não parece.

O discurso da presidenta eleita é bem diferente daquele de Lula nas suas duas eleições. O mundo passa por uma crise financeira e agora os especuladores já estão no seu devido lugar e ela qualifica muito bem isso quando diz: a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas.

Afirma a questão do uso das riquezas nacionais para o desenvolvimento dos brasileiros, mas de uma forma clara e dizendo claramente qual o método. O método da partilha que efetivamente separa capital, estado e define o destino da riqueza para o desenvolvimento das bases sociais: educação, saúde, segurança e desenvolvimento da renda dos brasileiros. Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas.

Ao terminar sua manifestação, a presidenta Eleita, como a consolidar as posições do seu projeto eleitoral, seja pela seu agradecimento pessoal e, principalmente pela força política nele identifica o lócus desta força e ela é Lula. Os arautos da oposição não podem jogar pedras no presidente sem atingir, simultaneamente, a presidenta eleita.

Na minha opinião o Crato mudará muito nas próximas eleições. O Ceará já mudou muito nestas. Agora o espaço político está arejado e aquela preguiça que a pessoa identificou no dia de hoje é apenas o silêncio que anuncia que daqui para frente tudo vai ser diferente. E não apenas pela vitória da candidata, mas principalmente pela derrota daqueles que controlavam o passado.
Estamos felizes com a vitória de Dilma !

A Grandeza de Dilma no Discurso de Eleita - Por: Dihelson Mendonça


Em seu primeiro discurso como Presidente do Brasil, Dilma Rousseff ousou, e teve a grandeza que muitos fanáticos do PT não aprovariam: A de respeitar as diferenças de opinião partidária. Disse com todas as letras, que estende a mão agora a todos aqueles que não votaram nela no primeiro e no segundo turno, e que é, a partir de agora, presidente de todos os Brasileiros, independente de religiões, raças, e convicções políticas. Disse ainda que pretende honrar TODOS os compromissos de campanha ( que são muitos ), e sobretudo, erradicar a miséria do Brasil. Da nossa parte, esperamos que Dilma Rousseff possa cumprir aquilo que prometeu ao país, pois hoje o Brasil é um país dividido e quase METADE da população não votou nela, nem acreditou em suas propostas. É nossa esperança que a Dilma possa valorizar o cargo que irá ocupar, e os compromissos que assumiu perante a nação brasileira.

A segurança com que falou no discurso inicial, não dá margem a revanchismos arcaicos, nem às infelizes perseguições que alguns têm nutrido pela oposição nos últimos tempos no Brasil. Pelo contrário, Dilma enalteceu o papel da IMPRENSA, da denúncia que serve de alerta, da Liberdade de Opinião e da pluralidade de pensamentos.

À Dilma Rousseff, desejamos toda a boa sorte nesta empreitada. Que o Brasil possa se desenvolver, sobretudo, com responsabilidade e garantindo a sustentabilidade, perante as nações, e que seu governo seja implacável contra a corrupção, que como um câncer, se alastrou pelos bastidores do poder na era Lula, com ou sem a sua conivência.

De certo modo, a chegada de Dilma Rousseff ao poder, representa o fim da era Lula, do eterno culto à personalidade, da megalomania de um homem que entrou humilde no palácio, resvalando até no Nobel da Paz, mas sucumbiu, beijando os sapatos de sanguinários ditadores da América latina. O fim do fanatismo ao "apedeuta" e as estultícies declaradas ao pé de balcão de bar, representa uma nova era que há de ser erguida de diferentes maneiras, trazida pelas mãos de uma mulher forte, que fala com grande determinação. Enquanto o Lula, revanchista e anti-democratico por natureza, pregava o desejo de ERRADICAR a oposição do Brasil, Dilma Rousseff, de forma inteligente, estende-lhes a mão e raciocina num governo de conciliação nacional. Sabe que o Brasil de hoje, é um país dividido, com mais de 50 milhões de cabeças que não a aprovaram à presidência da república. E assim, tem na sua vitória e sobretudo no primeiro discurso, um caráter muito mais democrático e firme do que foi o discurso do Lula, fazendo-nos crer que já raia de forma ainda tímida, porém esperançosa, a liberdade no horizonte do Brasil.

Dihelson Mendonça

Onde você estava nestas eleições? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Sabemos que uma tática do embate político é caricaturar o adversário. Dar-lhe nomes que podem pegar como um apelido. Enfim derrotar a imagem pública dele. Nestas eleições foi usada pelos dois lados e se propagou no novo meio que é a internet.

Um meio diferente, muito mais capilar e que funciona, por vezes, como um eco que repete uma voz muitas vezes. É território pantanoso, das manifestações mais belas e do mais abjeto do obscurantismo do pensamento humano. E será até o ponto em que as próprias manifestações se tornem banais e todos saibam, de pronto, a cantiga do trololó.

Ontem pelo meio da noite recebi uma “mensagem”, que se originara de outra multiplicada e aquela fora enviada para um mealing de mil pessoas. Eu soube, pois é de um amigo jornalista. Qual o teor?

Ele como eleitor do Serra vibrava com o apoio da Marina ao candidato na última hora e trazia um link para uma página da ex-candidata. De cara estranhei, a Marina já havia anunciado sua posição, tinha se manifestado contra a campanha de Serra de envolvê-la de modo farsante. Então abri o link e estava lá uma matéria que fazia parte da enganação engenhosa e que maculou a credibilidade do meu amigo.

A página era a da Marina. Só que o link remetia para uma postagem de agosto de 2010, ainda no primeiro turno. Na essência ela dizia que não reconhecia a Dilma como eleita, que a conhecia pelos papéis que tivera no governo. Era a posição de quem disputava e acreditava na disputa, jamais iria reconhecer que a fatura já estaria pronta no primeiro turno.

Ora, imediatamente procurei a página da Marina e lá deveria encontrar o que ela dizia. Ao abrir as postagens dos últimos dias não falavam disso. Imediatamente denunciei o fato ao amigo que teve de repassar para o seu imenso mealing o desmentido.

A lição que tomei disso é que do mesmo modo que desconfio da manipulação em certos assuntos da mídia, agora mais do que nunca temos de ter o mesmo em relação ao universo da internet, de qualquer natureza: site, blogs, redes sociais e e-mails. Quantos não já receberam textos de autores famosos que não são deles, apenas alguém se achando um gênio esquecido, faz um besteirol e manda adiante com o nome do Veríssimo, do Jabor, Quitana e etc.

Aliás a maior manipulação foi de um poema de Mayakovisk que a extrema-direita inverteu, no seu acordar das sombras com a era Bush, inclusive por aqui, andou espalhando na internet. Aliás, eis uma má notícia. A extrema-direita soube se aproveitar do pântano geral da rede.

Dizem que a campanha de Serra contratou um Indiano cuja natureza dele é criar uma trama de divulgação de fatos, que envolve amigos nossos (assim como fazem os ladrões de senha) que nos repassam, que usam de táticas pervertidas de deturpação de imagens, de invencionices de fatos, dentro de uma malha ampla de manipulações.

Isso mexeu com muita a prática da oposição na atual campanha. Em São Paulo havia uma rede imensa para espalhar estes spams. O mais clássico foi que mal acabara de receber um texto indignado contra o PT e Dilma dizendo que um site petista estaria estimulando a guerra contra a igreja, a matéria já aparecia dentro de um grupo imenso de pessoas. A história envolvia eleitores do PSDB do estado como repassadores e tinha uma articulação no twitter da Soninha que é era um dos braços da campanha.

No meio da tarde o esquema tinha se desmascarado e Soninha, após ter ampliado o assunto até não mais vê, fez tipo de fui enganada pela rede. Acho que teve muita gente enganada, mas muitos foram adiante mesmo sabendo que era assunto fajuto. Tudo pela vitória, pensavam. E ainda se acham no direito de dar lições de moralidade e ética.
Átimos
-Claude Bloc -


Sou preceito
Sem preconceito
Ruge o tempo
Urgem as horas.

Sou conceito
E me deleito
Com esses pequenos atos
Átimos dos meus ensejos.

Claude Bloc



Por João Nicodemos


etnólogo

estuda a origem,
o sentido profundo
das palavras...


e fala
sozinho...

Por João Nicodemos


com velas acesas
ao som do dia
iluminando rabiscos
de estrelas cadentes...

seguir semeando
corações e mentes...

Pensamento Para o Último Dia do Mês, 31/10/10. Por Liduina Belchior.

Visite sua alma hoje na calada da noite, antes de sonhar,
e verá que terá toda Paz, Iluminação, Sabedoria , Inspiração,
e tudo que ela necessita.

Relembrando os antigos salões de Outubro - anos 70 /80- Por Socorro Moreira


( Por José Normando Rodrigues )

Entre o seleto público , vislumbrei um rosto conhecido, e um tanto silencioso : o de Salatiel Alencar.
Quem sabe feliz, ou saudoso ? Assim como eu ...
Nossa geração dispersa e amadurecida , parecia ter abandonado o pincel, e engavetado seus processos criativos.
Admirei a garra da nossa cratense Edilma, claro !

Senti falta, e saudades de personagens antigos, que faziam o clima festivo dos antigos salões : Lupeu, Leonel, Geraldo, Normando, Nicodemos, João do Crato, Blandino, Bola, Estênio Diniz, Socorro Cidrim, Lorena Tavares, Joaquina Carlos, a galera de Mauriti, Carlos Rafael,Calazans,  Abidoral, Pachelly,Emerson, Dedê, Zada, Helen, Edelson, Serginho, Alemberg, Alda, Kaika, Valeria Peixoto, Salatiel, Rosemberg , Ana Rosa, Vera Lúcia Maia,e outros, e outros, enfim !
Na realidade os antigos salões caracterizavam-se por uma grande feira de todas as artes. De certa forma essa lacuna foi preenchida pela semana das artes  produzida pelo Sesc Cariri, no mês de Novembro.
Algo ainda poderá ser resgatado. Maior aproximação entre  os artistas e os amantes das artes. Papos, trocas de impressões, construção de sonhos.
Ontem, no seu pronunciamento Daniele Esmeraldo comentou : "Já pensou se no Crato existissem muitas Edilmas ?
E o George Macário enfatizou: "Fazer arte é um caminho de fusão com o nosso eu Divino".
Que venha o Museu de Arte Moderna , que todos os filhos pródigos , em talento, retornem ao pincel, e ocupem seus lugares devidos, inclusive aqueles que estão perpetuados em nossa memória , como é o caso de Normando e Karimai, entre outros..

Domingo atípico - por Socorro Moreira



Domingo é dia de carros na garagem
de picolé na praça
de almoço com a família
de banhos na Nascente
de visitar um amigo
ou dia de não fazer nada.
Hoje por motivos óbvios
todo mundo largou seu programa domingueiro
e foi às urnas.
Não senti  vivos de vitória ...
Ou o Crato é Serra,
Ou o cratense  não tem paixão política.
Bianca foi taxativa :
Votei em Dilma , e ela já ganhou !
Parece que a inocência  infantil
é mais decidida , e só espera o melhor !
A sorte está lançada !
Esse tempo  de conflitos , promessas,
soluções na ponta da língua ,
é finito !
Teremos sim, um novo Presidente
Com a cara da gente
Humano como a gente,
e sem tempo de nos conhecer profundamente.
Independente dos resultados,
( que me parecem claros)
eu espero sensibilidade e inteligência
nesta nova administração brasileira.
Vamos vigiar e cobrar
Aplaudir  e contribuir,
naquilo que nos é de direito,
e envolve ações de cidadania.

Dia 31 de Outubro


(Autor: Argento - Waldyr Argento Jr)

Parecia uma festa normal, a não ser, é claro, pelas fantasias oriundas do império americano. Entra ano e sai ano e nós brasileiros nos rendemos mais à cultura do capitalismo selvagem.

Antes que digam que sou um comunista ou socialista, vou logo esclarecendo: sou meio humanista. Tudo bem, vocês podem me dizer que eu estou errado, e daí? É assim que penso!

Mas, vamos ao que realmente é motivo dessa “croniqueta”. O povo todo vestido de bruxa, de caveira, fantasia de abóbora era uma perfeita festa de halloween... Exceto é claro pelo país, tupiniquim! Todos, todos sem exceção se divertiam, afinal era uma festa, né?
E festa é conosco mesmo!!! Já viste povo mais animado que o nosso? Eu não!!!

E lá pelas tantas da celebração às bruxas, aparece um indivíduo diferente... Não, não era uma das bruxas de Eastwood, e nem o Harry Porter, muito menos o Senhor dos Anéis... Era um negrinho franzino e que mancava, pois só tinha uma das pernas... Todos pensavam se tratar de um disfarce... Mas o cachimbo que exalava um cheiro tradicional e as evidências mostravam que era um ser diferente. Talvez oriundo das histórias em quadrinhos, ou mais precisamente um dos personagens do mestre Lobato... E o dito cujo riu para o pessoal, soltou uma baforada e indagou:

- Eta festa boa essa molecada!!! Quanta animação pessoal!!! Posso saber o que vocês estão comemorando???

Um dos convidados mais exaltado resolveu retrucar o menino:

- Que fantasia maneira, neguinho!!! Cadê a sua outra perna... – E riu do moleque, pensando se tratar de um truque de imagem, de espelhos...
Ah, sei lá!!!

O vulgo pretinho sorriu e deu mais uma baforada no seu cachimbo:

- Uai, isso é festa das boas, mas não consigo entender de quê? E quanto a truques... Eu sou mesmo assim!!! Se falta a outra perna, sobra coragem!!!

- Amigos... Bonita essa brincadeira, né??? Mas alguém pode me informar o quê está acontecendo? – indagou um dos participantes, curioso.

- Sabemos não, amigo!!! Acho que deve ser coisa do pai de vocês!!! – retrucou outro participante do evento.

- Que pai doces, o quê!!! Eu vi essa animação toda e resolvi participar!!! Afinal, uma festa cheia de indivíduos estranhos como eu e de bruxas!!! Que festa é essa??? – indagou o pretinho.

- É Halloween!!!

- O quê? É Haroldo ruim, é? Bem que me disseram que o menino não era flor que se cheire!!! Esse tal de Haroldo, hein?

- Ô seu neguinho manco!!! Vai embora, vai!!! Não vê que Halloween é a festa das bruxas??? E o Haroldo é o filho do dono dessa mansão e que financiou essa festinha!!!

- Das bruxas??? Interessante, né? Se é festa das bruxas por que não convidaram a Cuca?

- Quê Cuca o quê, moleque!!! Tu tá é lelé da cuca!!!

- A Cuca, oras!!! A bruxa mais conhecida do Brasil!!! Acho que ela vai ficar sentida com essa falta de consideração!!!

Nisso, do nada aparece a feiosa em carne e osso. E com o seu rabão de jacaré!!!
- Saci??? Tu me chamaste moleque???

- Aiiiii!!! Não falei!!! Mexeram com a dita cuja!!! Agora ocês que agüentem a sua fúria!!!

Nisso, todos convidados começam a desconfiar dos dois personagens. Primeiro procuram em vão a outra perna do Saci. E se desesperam com o fato do moleque ir, vir e às vezes sumir sem deixar vestígios. Ao tentarem encarar a bruxa Cuca, alguns recebem um pouco da sua ira em raios elétricos de baixa intensidade... Outros chegam a se ferir um pouco testando os seus dentes. E alguns mais desavisados tomam uma pequena lambada dela. Sabe-se Deus quando irão despertar. Mas o fato é que quando se apercebem que se trata do Saci e da Cuca de verdade, os meninos vestidos de bruxa e de amigos do TIO SAM, fogem desesperados do local.

Aos risos, o Saci indaga à Cuca:

- Viu amiga, o que dá mexer com nós??? Saíram todos correndo pras suas casinhas, né???

- Isso aí, Saci amigo!!!

- É, Cuca!!! E óia que eles nem conheceram o Curumim, o Boitatá e nem a Mula sem cabeça!!!

- É, eta povinho fraco esse, né???

(fonte: http://www.sosaci.org/euvium.htm)

ORIGEM DA PALAVRA HALOWEEN

A palavra Halloween tem origem na religião católica. É uma contração da expressão "Ali Halliows Eve", no inglês atual, "All Hallows Eve", que significa "Véspera do Dia de Todos os Santos".

O Halloween, conhecido no Brasil como Dia das Bruxas, é comemorado na noite de 31 de outubro. No aspecto religioso, essa ocasião é conhecida como a vigília da Festa de Todos os Santos, dia 1º de novembro. Estudiosos de folclore acreditam que os costumes populares do Halloween exibem traços do Festival da Colheita, realizado pelos romanos em honra à Pamona (deusa das frutas), e também do Festival Druída de Samhain (Senhor da Morte e Príncipe das Trevas).

De acordo com a crença, Samhain reunia as almas dos que tinham morrido durante o ano para levá-los ao céu dos druídas, nesse exato dia. Para os druídas, Samhain era o fim do verão e o Festival dos Mortos. O dia 31 de outubro marca também o término do ano céltico.

Período Pré-Cristão

Acreditava-se que os espíritos dos mortos voltavam para visitar seus parentes à procura de calor e provisões, pois o inverno aproximava-se e, junto a ele, o reinado do Príncipe das Trevas. Os Druídas invocavam forças sobrenaturais para acalmar os espíritos maus.

Estes raptavam crianças, destruíam plantações e matavam os animais das fazendas. Acendiam-se fogueiras nos topos das colinas nas noites de Samhain. As fogueiras talvez fossem acesas para guiar os espíritos às casas dos seus parentes ou para matarem ou espantarem as bruxas. A inclusão de feiticeiras, fadas e duendes nesses rituais originou-se da crença pagã de que, na véspera do Dia de Todos os Santos, havia uma grande quantidade de espíritos de mortos que levavam avante uma oposição aos ritos da igreja de Roma, e que vinham ridicularizar a celebração de Todos os Santos, com festas e folias próprias deles mesmos. Supunha-se que fantasmas " frustrados" pregavam peças nos humanos e causavam acontecimentos sobrenaturais.

Período Cristão

Com o passar dos tempos, a comemoração do Halloween tornou-se alegre e divertida, sem todos aqueles vestígios sombrios e tenebrosos da tradição céltica, tornando-se mais conhecida na América após a emigração escocesa, em 1840. Alguns dos costumes trazidos pelos colonos foram mantidos, mas outros foram mudados, a fim de que houvesse adaptação às novas maneiras de viver.

Como exemplo, temos as Jack-O-Lanterns que, feitas com nabos primitivamente, passaram a ser feitas com abóboras. Essas Jack-O-Lanterns são um dos símbolos mais conhecidos do Halloween e têm sua origem entre os irlandeses.

Jack-O-Lantern

Conta a lenda que um homem chamado Jack não conseguiu entrar no céu porque era muito avarento, e foi expulso do inferno porque costumava pregar peças no diabo. Foi, então, condenado a vagar eternamente pela terra carregando uma lanterna para iluminar seu caminho.

"Trick or Treat" (Travessuras ou Gostosuras)

A fórmula Trick or Treat também se originou da Irlanda, onde as crianças iam de casa em casa pedindo provisões para as comemorações do Halloween, em nome da deusa irlandesa Muck Olla. As crianças inglesas continuaram esta tradição, vestidas com roupas extravagantes, pedindo doces e balas.

Hoje em dia, principalmente nos EUA, o Halloween é lembrado com muitas festas e alegria. Nessas festas, as pessoas usam máscaras e se vestem como fantasmas, bruxas, Conde Drácula, Frankstein, ou da maneira que achar mais engraçado ou horripilante. As crianças saem às ruas fantasiadas, batendo de porta em porta, pedindo doces e dizendo: "Trick or Treat". Quem não as atende pode ter uma desagradável surpresa, pois elas podem lhe pregar alguma peça.

Pesquisa: www.yellowallet.com.br/diadasbruxas.htm

Webdesigner: Lika Dutra

Fotos do Acervo de Samuel Gregório - VI Salão de Outubro

Edilma entre Claude e Samuk
Salatiel e Samuk

Drummond nunca é demais. Ele é demais !


A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

Carlos Drummond de Andrade


AUSÊNCIA


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

Fotos de Samuel Gre4gório