Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Para Socorro - recado de seu/sua amigo/a secreto/a


Que a palavra possa inspirá-la
.................e lhe traga um Feliz Natal!

Recado para Roberto Jamacaru - (do/a seu/sua amigo/a secreto/a)

Feliz Natal


Meu abraço,
EU

A poesia de Artur Gomes

Jura Secreta 92

quero tudo que em teu corpo grita
silêncio onde a palavra é gozo
a lua em tua pele espelha
aquilo que tu’alma aflita
reclama por inda não ter repouso

Artur Gomes
http://poeticasfulinaimicas.blogspot.com

http://www.youtube.com/watch?v=4W8hEQntIsE

Fulinaimagem

o que trago embaixo as solas dos sapatos
é fato
bagana acesa sobra do cigarro
é sarro
dentro do carro ainda ouço Jimmi Hendrix
quando quero
dancei bolero
sampleAndo rock and roll
pra colher lírios há que se por o pé na lama
a seda pura é foto síntese do papel
tem flor de lótus nos bordéis Copacabana
procuro um mix da guitarra de Santanna
com os espinhos da Rosa de Noel

Artur Gomes

Mensagem para Heládio Teles Duarte- do amigo secreto

Natal Cósmico - por Heládio Teles Duarte





Almejo que todos os habitantes desta espaçonave chamada Terra, independentemente de credo, raça e sexo,tenham realmente um NATAL de Paz, Dignidade e Respeito a Natureza.


Heladio

Feliz Natal !!!


Vejam o que uma "vovó coruja" pode aprontar... Natália adora a Patty, a Patty adora passear. Então por que não unir o útil ao agradável?
Patty se sentiu perfeitamente à vontade no carrinho de bonecas da Natália. Foram passear no playground do prédio.... e foi um sucesso a brincadeira. As amiguinhas da Natália se divertiram com aquela novidade. Depois todas voltaram sujinhas para casa mas uma alegria total.
.
Agora, creiam!
.
Natália veio passear no Cariricaturas para desejar um
.
Feliz Natal !
.
a todos vocês
.

Luiz Gonzaga por Norma Hauer


Ele nasceu em 13 de dezembro de 1912 na cidade de Exu, interior de Pernambuco. Recebeu o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento e se tornou conhecido em todo o Brasil como LUIZ GONZAGA, o "Rei do Baião".

Por que recebeu esse nome ? seria por ser o mesmo de seu pai? Não, Luiz, por ter nascido no dia de Santa Luzia; Gonzaga porque São Luiz era Gonzaga e Nascimento, por ser o mês de Natal.
Essas coisas só aconteciam no interior e em épocas lá para trás.

Caso semelhante ocorreu com Ataúlfo Alves, que sempre dizia não saber de onde teria vindo o Alves de seu nome.

Bom, Luiz era filho de Ana Batista, conhecida por Santana e de um sanfoneiro, que tocava sanfona de oito baixos e ele, já famoso, compôs o "xote" :"Respeita Januário"..."respeita os oito baixos de seu pai" . Assim, nasceu e cresceu no meio de música. Portanto, natural que também vivesse de música.

Veio para o Rio em 1940 e passou a se apresentar em botecos e bares da Lapa e do Mangue, ao mesmo tempo que "enfrentava" Ari Barroso em seu programa de calouros e Renato Murce em "Papel Carbono".

Depois de gravar alguns "xotes" conheceu Humberto Teixeira e, juntos, compuseram o primeiro baião que se tornou conhecido aqui: "Baião", gravado pelos "Quatro Ases e Um Coringa" .

Depois vieram "Lorota Boa", "No Meu Pé de Serra", "Mangaratiba" , Paraíba" e o que mais consagrou a dupla "Asa Branca", seguida de " Assum Preto".
Vê-se que os maiores sucessos de Luiz Gonzaga foram os que fez com Humberto Teixeira, que se tornou conhecido como o "Doutor do Baião".

Luiz sempre dizia que sua sorte foi ter conhecido Humberto Teixeira, autor das letras de suas composições.

Hoje, Luiz Gonzaga é nome do centro de nordestinos em São Cristóvão enquanto de seu parceiro, Humberto Teixeira, quase não se fala.

Luiz Gonzaga , um nome respeitado, foi a sua terra natal (Exu) para acabar com uma briga tradicional entre famílias rivais. Teria conseguido? Parece que sim.

Luiz Gonzaga faleceu em Recife no dia 2 de agosto de 1989, aos 76 anos.
norma hauer

IMPORTANTE !!!

IMPORTANTE - Campanha Contra a Anistia aos Torturadores

Companheiros,

Hoje é dia da Justiça e coincide com o lançamento da Campanha Contra a Anistia aos Torturadores. Um bom sinal!
Peço que quem puder, assine a petição, basta acessar o link abaixo:

http://www.ajd.org.br/contraanistia_port.php

--
Vanessa Gonçalves
vangoncalves@gmail.com
(11) 9568-4408
------------------------

O PERDÃO

Compromisso com o desconhecido - por Socorro Moreira


Essa liberdade

da qual não abro mão

Me depara contigo

sempre que me afasto.


Essa alma que nunca foi tua

É vadia, mas vive cega

tateando a tua ...


Lágrimas não vertidas

Ficam invertidas no fundo do nada

Fertilizam canteiros

em qualquer das praças

- Flores que alimentam formigas ...

Nos olhos do meu canto.


O perdão ,se foi feito pra gente pedir ,

nunca aprendi ...

Leio em todas as placas do invisível...

Que o amor resiste !


----------------------------------------


Hoje foi um dia

De rosas e velas
De rezas e prosas.
Senti-me orfã
Senti-me viva.

A compreensão da vida está para a morte

Assim como

A compreensão do amor está para a vida.

Agora , nesse quase fim do dia ,

nem choro nem vela ...

Apenas uma tristeza amarga

com relação à morte que me espera.

Morrer é perder a consciência humana,

e ganhar a consciência eterna ?

Morrer é viver a inconsciência !

É ficar em tudo e

em todos pontos do universo.

Um foco maior nos atrairá

Um foco menor mantém a esperança

de reencontro e iluminação ...
"Os pecadores" permanecem em trânsito !
socorro moreira

Nossa vida nessa vida - por Telma Loureiro



Cada átomo, cada grão de areia, cada gota de chuva, cada célula, cada peixe, cada rio, cada oceano, cada planeta, cada galáxia, tem sua razão de existir. Cada uma dessas coisas, não importa o tamanho ou onde se encontra, surgiu da Natureza, é regida pelas mesmas leis e constitui parte integrante de um tecido único e complexo que é o Universo. (Roberto Otsu)

“Estamos tão empenhados em realizar determinados feitos, com o propósito de atingir objetivos de um outro valor, que nos esquecemos de que o valor genuíno, o prodígio de estar vivos, é o que de fato conta.” (Joseph Campbell)

Sendo assim....

VOCE NUNCA IRÁ CONSEGUIR AGRADAR A TODOS.
Enquanto existir tentando agradar todo mundo ou pensando que vai satisfazer essa ou aquela pessoa, estará amarrado a um poste, girando em volta dele, sem sair do lugar.

OUSE, MUDE, FAÇA, REALIZE, INVENTE, DANCE, CANTE, DIVIRTA-SE sem pensar se há alguém na platéia para lhe aplaudir. O mundo, seus filhos, os amigos, maridos ou namorados, os colegas de trabalho, não vão parar porque você quer aplausos.

QUANDO FIZER SUAS ESCOLHAS, FAÇA-AS POR SUA LVRE E ESPONTÂNEA VONTADE COM CONSCIÊNCIA RESPONSÁVEL.
Tudo é causa e efeito. São a mesma coisa e ao mesmo tempo. Escolher agir é sua responsabilidade; pensar nos desdobramentos dessas escolhas – se boas ou ruins – é prudência, sensatez, e a Deus pertencem!

FAZER MUDANÇAS IMPLICA EM FAZER ESCOLHAS SEGUNDO SUA A VONTADE.
Não queira fazer escolhas com a autorização dos outros. Faça-as! Não espere anuências, agradecimentos ou a ajuda de ninguém. Pare de pedir "benção" a tudo que faz ou pretende fazer.

SUA VONTADE É DIFERENTE DA VONTADE DO OUTRO.
Não queira impor a sua. Somos indivíduos com personalidades, desejos e destinos diferentes. Não temos, nem nunca teremos, controle sobre a Vida de alguém.

PARE DE SE PREOCUPAR COM QUEM JÁ NÃO LHE DÁ IMPORTÂNCIA.
Ausência de contato é sinal de indiferença. Valorize quem dá importância a você. Preste atenção nas pessoas que surgem espontaneamente em sua vida.

NÃO PERCA TEMPO COM O QUE É INÚTIL.
E por inútil entenda-se tudo o que não é importante estar em nossa Vida: móveis velhos, hábitos antigos. Conceitos ultrapassados, ex-amores, passado, futuro, burrice, ressentimentos, mágoas, frustrações, raivas, inveja, ciúmes, apegos, vícios, ganância, medo, solidão, inseguranças, covardias, pessoas desleais.

NUNCA... NUNCA... NINGUÉM ESTÁ SATISFEITO COM O QUE TEM OU COM O QUE O OUTRO OFERECE.
Goiabeira não dá pêssego, dá goiaba! A vida é simples e é como é! Problemas nunca deixarão de existir, faz parte da Vida. Portanto, sofra menos, divirta-se mais! Como bem disse Carlos Drumond de Andrade “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional!”

O TEMPO É INEXORÁVEL PARA SE PERDER TEMPO COM JUSTIFICATIVAS DE SUAS AÇÕES, PORQUE ACREDITA QUE, COM ISSO, TERÁ ALIADOS.
Não terá! Cada coisa e cada pessoa têm seu próprio ritmo, seu próprio processo e uma razão para serem assim.

PARE DE ACHAR QUE SALVARÁ O MUNDO DA MISÉRIA, DA IGNORÂNCIA OU DO EGOÍSMO.
Ninguém salva ninguém. Antes, dê bons exemplos. Somos modelos um para o outro: “o que você vê em mim está em você, e o que vejo em você está em mim!”

ESTÁ NA HORA DE COMEÇAR A EXERCITAR O DESAPEGO.
Para isso basta que se ame a todo instante porque ninguém é de ninguém, nem você pertence a alguém. Somos pessoas interessantes, companheiros de jornada, paramos um instante para conhecer, compartilhar e amar... Depois, seguimos adiante. Solte-se. Desprenda-se.

VIVA A SUA VIDA ENQUANTO TEM SAÚDE PARA APROVEITÁ-LA.
E só se pode aproveitar o melhor que a Vida pode oferecer quando aprendemos a nos amar. Todos os dias faça exercícios para manter o vigor físico (seu templo sagrado); alimente sua mente com boas leituras; preencha sua Alma com Sabedoria. Cuide-se!

A VIDA É SUA E É ÚNICA.
Pare de viver violentando-se nas tentativas de criar condições que acredita favorável às pessoas que te rodeiam. "NÃO QUEIRA DAR O CÉU, QUANDO QUEREM APENAS O PURGATÓRIO". Não tente segurar as rédeas do destino do outro.

APAIXONE-SE POR VOCÊ E PELO QUE FAZ
“Só posso tirar prazer daquilo que tem afinidade com meu ser”. O resto não oferece interesse porque causa desconforto e dissabor. Não dê nenhum passo adiante se não souber aonde pretende chegar. Faça a sua parte com determinação que o resto lhe virá sem que precise fazer esforço algum.

EDUQUE SEUS FILHOS EDUCANDO-SE PRIMEIRO.
Eles são frutos do meio em que vivem, tenha respeito por eles, são seus tesouros. Lembre-se: filho é boletim de pai e mãe. Oriente seus filhos para enfrentar o mundo e para respeitá-lo quando estiver velho.

VOCÊ É O AUTOR DO SEU PROJETO DE VIDA.
Sartre foi feliz com a frase “nós estamos condenados à liberdade”! E ser livre significa ser responsável pelas próprias escolhas, ações e condição de vida.

Porque nossa vida, nessa vida, merece todas as experiências, toda alegria, todo encanto, todo amor e toda paz interior!Cuide dela muito bem enquanto estiver neste plano de existência.

Namastê,


Telma
Campo Grande \ MS

Os Românticos - Artur da Távola

Um repórter de TV foi entrevistar aquelas cantoras que participaram de um especial com o Roberto Carlos, há poucos dias. Microfone em punho, abordou a Hebe Camargo.
Quis saber:
– Por que Roberto Carlos é o Rei?
A Hebe, depois de uma miada:
– Porque ele é romântico...

Uma grave injustiça conosco, os demais homens, presumíveis súditos de RC. Pelo seguinte: pense em todas as músicas que existem no mundo, milhões delas, talvez bilhões. Em toda a poesia e a literatura. Os filmes. Do que tratam os filmes, a poesia e a música alguma vez já compostos sobre a Terra?
Do amor.
Amor, amor. Noventa por cento das músicas, dos filmes e dos poemas são sobre o amor.
Por que isso? Por nossa causa, nós homens. Porque somos românticos.
As mulheres acham que não. Acham que elas são as românticas. Estão erradas, e a prova disso é o dia de hoje, o Dia dos Namorados. Para quem o Dia dos Namorados foi criado? Obviamente, para as mulheres. Alguém há de dizer que se trata de uma efeméride urdida para satisfazer o romantismo feminino. Mas não. Porque o romantismo não pode estar assinalado no calendário. O romantismo é o que exsuda de um peito dolorido. Quando o Chico Buarque escreveu:

Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

Quando o Chico escreveu esses versos, ele não os escreveu porque quis. Escreveu porque tinha de escrever. Porque sentia. Porque via aquela estátua de carne desfilando ali ao lado e precisava gritar o que sentia. E Paulinho da Viola, no dia em que ele cantou:

Ela declarou recentemente
Que ao meu lado não tem mais prazer

No dia em que Paulinho cantou esses versos, ele não os cantou; chorou. Os versos rasgavam seu coração – ela não sentia mais prazer ao lado dele.
E Lupicínio! Todas as músicas de Lupicínio, absolutamente todas, contam uma história de sofrimento. Se não sofresse, Lupicínio não escreveria:

Nunca, nem que o mundo caia sobre mim
Nem se Deus mandar, nem mesmo assim
A teus braços eu não voltarei!

Eis aí. Nós homens sofremos. Somos autênticos em nosso romantismo, e o romantismo só é autêntico se temperado pela dor. Um romantismo que flui todos os dias e se transforma em filmes, música e poemas, quase sempre compostos por atormentadas almas masculinas. Por isso é injusto quando as mulheres dizem que RC é rei por ser romântico. Não pode alguém se destacar por uma característica que todos os seus congêneres possuem. Todos os homens somos românticos. Todos, de caminhoneiros que lacrimejam ao ouvir versos de duplas goianas no asfalto escaldante da estrada a empresários que mergulham o diamante da amada numa taça de Dom Perignon. Todos! As mulheres? As mulheres precisam de datas, porque datas são símbolos. Símbolos de compromisso, que é o que lhes importa, afinal. O compromisso! Elas são práticas, elas marcam dias, elas planejam cerimônias. E nós aqui sofremos, nós homens, os verdadeiros românticos, que não precisamos de datas para sentir.
David Coimbra
(A POESIA)
Quem não tem namoradoé alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas.Difícil por que namorado de verdade é muito raro.Necessita de adivinhação, de pele, de saliva,lágrimas, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil .
Mas namorado é mesmo difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito,mas ser aquele a quem quer se protegere quando se chega ao lado dele a gente treme,sua frio e quase desmaia, pedindo proteção.A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira,basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor,é quem não sabe o gosto de namorar.Se você tem três pretendentes , dois paqueras,um envolvimento e dois amantes,mesmo assim pode não ter um namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de chuva,cinema sessão das duas, medo do pai,sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho,quem se acaricia sem vontade de virar sorveteou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida,escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas,do carinho escondido na hora em que passa o filme,de flor catada no muro e entregue de repente,de poesia de Fernando Pessoa,Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar,de gargalhadas quando fala junto ou descobre a meia rasgada,de ânsia enorme de viajar junto para a Escóciaou mesmo metrô, nuvem, cavalo alado,tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado,fazer sesta abraçado, fazer compras junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor,nem ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele,abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e do amado e sai com ela para parques, fliperama,beira d´agua, show de Milton Nascimento,bosques enluarados, ruas de sonho ou musical do metrô.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele,quem não dedica livros, quem não recorta artigos,quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar,quem gosta sem curtir, quem curte sem se aprofundar.Não tem namorado quem nunca sentiu o gostode ser lembrado de repente no fim de semana,de madrugada ou no meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar,quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações,quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem não fala sozinho,não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre
e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos,ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.Enfeite-se com margaridas e ternuras
escove a alma com leves fricções de esperança.De alma escovada e coração estouvado,saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.Acorde com gosto de caquie sorria lírios para quem passar debaixo de sua janela.Ponha intenções de quermesse em seus olhose beba licor de conto de fadas.Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta
e do céu descesse uma névoa de borboletas,cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu
aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar
e de repente começar a fazer sentido."

Artur da Távola

Um poema de Mário Quintana para Rosa Guerrera - do seu amigo secreto


Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

Mário Quintana

Por dentro ... - José do Vale Pinheiro Feitosa


Que dor é esta? É dor doída e nunca fica roncha.

Ocupa toda pessoa e não está em lugar nenhum.

É dor que vara dum lado a outro do peito e não aparece buraco algum.

Num tem meizinha, reza de rezadeira, colher de açucareiro, é dor que queima feito mel fervente no tacho.

Dor de esquina, é como inteiro apartado, é um pedaço que falta onde nunca se deu conta.

É dor cheia, ocupa todos os limites do continente.Mas, também é dor de vazio, as águas de um riacho seco.

Dor de espírito buliçoso, nenhum canto é suficiente para lá se encontrar.

Parece mesmo é raspa de juá, faz espuma, clareia os dentes, para depois mascar fumo.

Dor de arribaçã, voando para pousar bem em frente da espera do caçador.

Dor de trânsito engarrafado: pára onde era para andar, anda onde era para dobrar.

E com tudo isso dito, continua esta dor sem explicação.

Quando a vi pela primeira vez, senti uma dor cá dentro de mim.

Apalpei-me e a dor não estava no corpo. Fixei meus olhos em busca daqueles e a dor era ela.

Uma dor de urgência.

Que o fluxo do tempo não se desse sem que me ouvisse sobre a agonia que a sua existência em mim causava.

Era linda? Mais ainda. Era luz? Cegava sem a perda da visão dela.

E o chão parecia uma onda gigante, na Praça da Sé, girando com todos os sanfoneiros e

zambumbeiros dos sertões, num samba zombeteiro da emergência sem socorro.

E uma palavra poderia aplacar aquela dor sem solução, mas tudo em volta se movia como

roubando toda a energia do ambiente.

Especialmente daquele estado acelerado, quando a dor é uma sentença da plenitude do aqui e agora.

E das minhas cordas vocais grunhidos saíram, grunhidos roucos, abafados, fugidios, em cascata, fazendo um turbilhonamento nas palavras.

Ela franziu o cenho em primeira mão.

Minha agonia acelerou ainda mais as sílabas, que saltavam em torno dela como a metralha de projéteis de plumas de algodão, com caroço e tudo.

Tenho a impressão que terminaria aquele ato transformado num saco vazio se não percebesse a tempo uma leve vírgula de botão de rosa pelo canto direito de sua boca.

Acho que a breve história daquele átimo de tempo me salvou quando já estava a ponto de me levar por aquela dor.

Depois o outro canto da boca se fez um roseiral. Os olhos me receberam com uma aceitação que jamais imaginei merecer.

Nunca imaginei que fosse possível ver as abas do nariz se afastarem e abrir um riso franco de satisfação.

Estava como ganhador da loteria numa chance em milhões. E daquela riqueza toda o mundo me fez milionário.

Deu-me muito mais que jamais ousei lutar. E sigo assim....com esta dor que não sei o quê é.

Uma dor de urgência. Que nunca se acaba.Ainda mais se a causa não está.



Por José do Vale Pinheiro Feitosa

Para minha amiga secreta Liduína

Para uma flor que gosta de flor!
Feliz Natal!
Abraço do/a seu/sua amigo/a secreto/a

Eu


NATAL DIFERENTE por Rosa Guerrera


Você não estará aqui neste Natal!
Você não verá a minha árvore iluminada
nem partilhará comigo os desejos de venturas
que me trarão os amigos .
Não irá ler também
nenhum email que recebi.

O nosso Natal será diferente!
Lembrarei você e tenho certeza
de que o seu coração também me lembrará...

Abrirei uma garrafa de champanhe
e a sua imagem borbulhará dentro de mim
como aquela bebida espumante numa taça .

Não haverá uma grande saudade!
Apenas a esperança de um abraço
que poderá um dia acontecer...
E se não existir basta pensar
numa felicidade que nunca foi completa ...

Ah ! O meu Natal sem você ...
Vai ter muito pouco de Natal .
Chega até a ser meio banal que nem sei
quem terá mais luzes apagadas .
Se eu , se você , ou ele !

Lombo de Natal- compondo a sua ceia




INGREDIENTES:


1 1/2kg de lombo de porco
Tempero para carne
Suco de limão
Pimenta-do-reino
1/2 xícara de chá de vinho branco seco
1 cebola em rodelas
2 tomates em rodelas
Manteiga em pedacinhos
2 tabletes de caldo de carne dissolvidos
em 1/2 litro de água fervente
1 abacaxi sem casca em fatias
1 colher de sopa de farinha de trigo
1 xícara de chá de suco de abacaxi
1 colhere de sopa de catchup
1/2 colher de sopa de molho de pimenta



MODO DE PREPARO:

Tempere o lombo com o temepro pronto, o limão, a pimenta, o vinho e coloque-o em uma assadeira. Cubra com a cebola e o tomate. Espalhe a manteiga,regue com 1 xícara de chá de caldo de carne dissolvido, cubra com papel alumínio e leve ao forno quente (200ºC) por 1:30. Regue de vez em quando o lombo com o molho que for se formando no fundo da assadeira. Quando o lombo estiver macio, retire o papel alumínio e deixe dourar. Retire do forno, mas não apague o fogo. Faça cortes fundos com 2 dedos de distância um do outro e em cada abertura coloque 1 fatia de abacaxi. Retorne ao forno por mais 10 minutos. Retire o lombo da assadeira e coloque-o em uma travessa grande. Pegue a cebola e o tomate que estão na assadeira e leve ao fogo para refogar bem. Junte a farinha aos poucos, mexendo sempre até ficar escuro. Acrescente aos poucos o restante do caldo de carne dissolvido, mexendo sempre. Peneire e volte ao fogo. Junte o suco de abacaxi, o catchup, o molho de pimenta e deixe engrossar. Sirva o lombo acompanhado desse molho quente.

Tempo de Preparo : 4:00 - Rendimento : 8 porções

Mensagem para Claude Bloc - do seu amigo secreto

Que a vida sempre lhe sorria e que em cada instante tudo se renove.
Muita paz, saúde e alegria neste Natal e nos próximos anos.

Abraços!

Do(a) seu(ua) amigo(a) secreto(a)

-- --

Oficina da Palavra - por Stela Siebra Brito

“Os leitores são viajantes, circulam nas terras de outras pessoas, nômades que caçam furtivamente nos campos que não escreveram”.
(Michel de Certeau)

Objetivando estimular o prazer e o interesse pelo exercício da leitura de poesia e da contação de histórias, a Oficina da Palavra oportuniza a descoberta de valores individuais e propicia o exercício da autoria através do diálogo entre as linguagens (poesia, histórias, música, dança em roda).


DESENVOLVIMENTO DA OFICINA

A ação terá como prioridade atingir um público formado por pessoas que amam a poesia e/ou a contação de histórias. A oficina acontecerá, na cidade do Crato, nos dias 29 e 30 de dezembro/09 e nos dias 6, 7 e 8 de janeiro/10.
O encerramento da Oficina da Palavra será no sábado, dia 9, com um Recital de Poesias e Contação de Histórias, feitos pelos participantes.
Todas as dinâmicas serão realizadas em círculos, já que no círculo se trabalha o equilíbrio entre o indivíduo e o coletivo. Na roda, somos convidados a estarmos presentes, a participarmos de maneira plena dos processos de transformação social.
Cada encontro será iniciado com uma atividade de expressão corporal - para aquecimento e relaxamento das tensões musculares - e com uma dinâmica de aquecimento vocal - para relaxar e ativar, especialmente, os órgãos da fala.
Entendemos que estas duas atividades conduzem a um relaxamento não só do corpo, mas também da mente, favorecem o equilíbrio físico e emocional, possibilitando uma respiração mais livre e consciente, o que, inevitavelmente, conduz a uma maior concentração e encontro pessoal com sua essência.
Os exercícios de voz facilitam o desempenho da leitura, com a boa articulação das palavras, sonorização, entonação e pontuação adequadas, além de permitirem uma maior soltura das pessoas, que passam a ler e a narrar de forma mais espontânea e confiante. Para complementar os exercícios de voz, brincaremos com parlendas e trava-língua. A música e a dança estarão presentes através de dinâmicas diárias de danças circulares e de atividades com poemas musicados.

Colocados em círculo, percebemos a nossa identificação com o outro. O círculo é essencialmente inclusivo. Ignorar um componente ou a manifestação de um componente da roda seria, num certo sentido, ir contra a tendência natural do círculo.
A produção escrita será estimulada através da brincadeira da remessa de cartões postais no final da oficina, o que será uma oportunidade para os participantes exercitarem a imaginação e a criatividade, registrando, por escrito, a memória desta experiência e de outras memórias guardadas com eles. Neste caso, o lembrar não será apenas reviver, mas, sobretudo, recriar.

Stela Siebra Brito

Cariricaturas , informa :

As inscrições estão abertas . Formalizem através do email : sauska_8@hotmail.com

Vr. do Investimento : 50,00

Local : será informado até o dia 18.12.2009

Vagas limitadas : 25 , no máximo. ( até o momento , registramos mais de 10 participantes)

cronograma : 29 e 30.12; 06 a 08.01.2010.

09.01.2010- Recital de encerramento

Horário : das 19 às 21 h.

Maiores informações , falem conosco !

tel : 088- 35232867

Coordenação

Claude e Socorro

José Alves de Figueiredo- Por Magali de Figueiredo Esmeraldo.

José Alves de Figueiredo foi um poeta, jornalista, farmacêutico e autodidata que se tornou um intelectual. Foi um importante representante da cultura cratense, que muito honrou e projetou a nossa terra. Nasceu em Crato, no dia 28 de abril de 1878 e faleceu em 25 de fevereiro de 1961. Seus pais eram: Pedro Alves de Lima e Ana Alves de Figueiredo.

Estou fazendo esta pequena homenagem a esse grande homem, como cratense que ama o Crato e, como neta que muito se orgulha daquele que com a graça de Deus, deu vida ao meu pai.

José Alves de Figueiredo, ainda muita criança, ficou órfão de mãe. Seu filho, José Alves de Figueiredo Filho narra com muita emoção no seu livro “Meu Mundo é uma Farmácia” a dor do pai, por ter perdido a mãe com menos de quatro anos de idade, contando todo o sofrimento que ele enfrentou na vida, por lhe faltar o carinho da mãe. Posteriormente ficou órfão de pai. Ainda criança, foi acolhido pelo tio José Antônio de Figueiredo, que o encaminhou para trabalhar na Farmácia Central de sua propriedade. Desde os dez anos de idade, ajudava na Farmácia. A família e os fregueses o chamavam de Zuza. Por isso ficou conhecido em toda a região do Cariri como Zuza da Botica.

O senhor José Antônio de Figueiredo mantinha a Farmácia Central com o objetivo de deixá-la para o filho José Alboíno de Figueiredo, estudante de medicina na Bahia. O pai achava vantajoso para o filho, além de médico com possibilidade de grande clientela, possuir uma farmácia. Aconteceu que o futuro médico apaixonou-se por uma moça cratense, prometendo casar-se com ela tão logo concluísse o curso. Mas o pai do futuro médico não gostou da moça. E tão logo o filho se formou, tratou de lhe enviar um telegrama mandando-o seguir da Bahia para o Rio Grande do Sul e que lá procurasse o tio Antônio Bernardo de Figueiredo, coronel do exército, pessoa muito bem relacionada no Sul. Em pouco tempo ele esqueceu a moça cratense e casou-se com uma prima, filha do coronel Bernardo Figueiredo.

Com a morte de Dário Guerra, boticário da Farmácia Central, o seu tio José Antônio entregou a responsabilidade da Farmácia ao sobrinho Zuza, ainda um adolescente, que nem licença tinha, apesar de ter muita prática.

Um fato interessante, coisa difícil de acontecer, é que o Coronel Secundo Chaves, proprietário da outra farmácia rival, ajudou o jovem Zuza a tirar a licença, orientando-o na preparação dos papéis e o encaminhando a Fortaleza com recomendações a amigos. Atitude bonita de um concorrente, que poderia até ficar contente, se a única farmácia rival fechasse por estar nas mãos de um adolescente sem licença.

Zuza da Botica sempre trabalhou com afinco e muita dedicação desde que ingressou na profissão. Seu dia de trabalho começava às seis horas da manhã e encerrava às nove horas da noite. Além do mais, assumiu a responsabilidade de cuidar da família de seu pai, que tinha casado novamente depois da viuvez e de uma sua irmã que enviuvou cedo. Só anos mais tarde é que conseguiu comprar a Farmácia Central do tio e se tornar o único proprietário. Entretanto, apesar da vida dura e do exaustivo trabalho, nos poucos momentos de folga, Zuza se agarrava aos livros na ânsia de aprender, o que não conseguiu na escola. José Alves de Figueiredo, além de manusear formulários terapêuticos, lia todas as novidades literárias que chegavam à tranqüila cidade do Crato vindas de Recife, Porto e Lisboa. Desde jovem adquiriu o gosto pelas letras. Dedicando-se a imprensa, escreveu em todos os periódicos cratenses. Foi fundador do jornal “Sul do Ceará” e redator do “Correio do Cariri em 1904. Junto com Antônio Nogueira fundou e dirigiu o “Crato Jornal”. No ano de 1924, “O Araripe foi restaurado por ele. Colaborou na “Gazeta do Cariri “e em outros jornais da região e de Fortaleza.

Gostava de se divertir decifrando charadas e logogrifos. Ganhou prêmios decifrando e compondo charadas com o pseudônimo de Gastão de Lorena.

Destacou-se como poeta e escritor indo buscar inspiração na natureza e nos costumes simples da gente da terra.

Casou-se em 25 de janeiro de 1902 com Emília Viana de Figueiredo. Desse casamento nasceram os seguintes filhos: José Alves de Figueiredo Filho, Mário Viana de Figueiredo que morreu aos dezessete anos, Letícia Viana Figueiredo, Lili Viana de Figueiredo e Aníbal Viana de Figueiredo. O casal teve mais três filhas que morreram ainda crianças. Foi um pai amoroso e enérgico que fez de tudo para instruir os filhos e encaminhá-los em diversas carreiras. Contudo, confiou a educação doméstica deles a sua esposa Emília.

Teve também destaque na política onde foi vereador por mais de uma legislatura e também prefeito Municipal (1925-1926). Zuza foi um homem que soube superar as barreiras e sofrimentos da vida, com dignidade, honestidade, trabalho e muito estudo. Ainda hoje serve de exemplo para netos e bisnetos.

O povo cratense lhe fez merecidas homenagens dando seu nome a uma Escola e à avenida por onde passa o Rio Granjeiro, hoje a bonita Avenida José Alves de Figueiredo. Olhem os versos que ele compôs para mostrar o seu amor ao Rio Granjeiro e ao Crato:


A Voz do Granjeiro

Este rio que passa aqui gemendo
E vem da serra envolto em mil cipós,
Anda plangente desde que me entendo,
Desde que se entenderam meus avós.

É um rio de amor que vem trazendo
O cristal que regala a todos nós.
Seu gemido é segredo que eu desvendo,
Pois nele fala o Crato em terna voz.

Cantem outros o encanto de outros rios,
Como fez o Tejo o vale luso,
Que eu cantarei em doces murmúrios,

Do Granjeiro esta voz que sempre acuso
Como um lamento, um canto de amavios,
Um lamento de deusas que eu traduzo!

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo
Fonte de pesquisa: “Meu Mundo é Uma Farmácia” J. Figueiredo Filho
“Versos Diversos” José Alves de Figueiredo

Infinitamente - por Ana Cecília S.Bastos


Ferida de Deus.

Ferida de poesis.

Querendo o abismo,

e nele o ininito.


Querendo o tropeço, a vertigem,

a total insegurança.


Estremeço com palavras que passam,

asas de borboletas chamuscadas roçando minh'alma.

Minha alma que se quer e se perde,

compaixão e inércia.


Ana Cecília

Robert Doisneau - fotógrafo francês






Robert Doisneau é um dos fotógrafos mais famosos francês. Doisneau viveu na França 1912-1994, onde se especializou em fotografia de pessoas, tirando fotos de gente comum, ele vagueia pelas ruas de Paris e seus subúrbios. Sua vida: Robert Doisneau nasceu em 14 de abril de 1912 em Gentilly, nos subúrbios de Paris. Tendo uma não tão boa experiência na escola, ele entrou para uma escola de artesanato na idade de 13. Este é o lugar onde ele teve seu primeiro contato com as artes. A escola deu um treinamento de arte muito limitada, o que ele complementado com aulas à noite na vida de desenho e ainda em vida. Doisneau interesse pela fotografia começou em 1929 e começou como profissional em 1934. Ele trabalhou para a Renault, até que ele foi despedido em 1939. Em 1939, ele decidiu se tornar um fotojornalista independente, mas foi chamado pelo exército francês, onde atuou até 1940. Em seguida, ele trabalhou para a "resistência" até o fim da guerra. Em paralelo, ele produziu postais para ganhar um pouco de dinheiro. Em 1949, Doisneau assinou contrato com a Vogue, para que ele trabalhou até 1952. A partir de 1952, ele começou a trabalhar como fotógrafo freelance. Doisneau faleceu em abril de 1994, em Paris. Sua arte: fotografias de Robert Doisneau eram de pessoas comuns em situações comuns. Ele gostava de passear nas ruas de subúrbios de Paris, e para tomar as suas fotografias como ele foi. Sua foto mais famosa, Kiss pelo Hotel de Ville, é uma boa representação de seu estilo. Doisneau gostava de praticar a fotografia com a intuição, e não com a ciência.
(em ProFotos.com)

Francisco Tarrega

Chico Mendes - Crime e Castigo - Zuenir Ventura






A alma de Chico Mendes

O livro Chico Mendes - Crime e castigo é um livro reportagem, que sem nenhuma isenção, revela ao leitor uma luta dentro de um ambiente bárbaro e injusto, tendo um final que apesar de trágico terminou vitorioso.
O território acreano foi palco de disputas e de muitas injustiças. Mas também foi cenário de um mártir, que chamou a atenção para a gravidade dos problemas relacionados à floresta Amazônica, seu nome era Chico Mendes. O assassinato deste sindicalista foi o ponto de partida de muitas das mudanças ocorridas no país, e Zuenir nos apresenta em seu livro essa história de uma maneira muito pessoal.
Um líder seringueiro cuja morte estava anunciada, e que com bravura suportou no campo de batalha até seu assassinato. Um visionário que aprendeu a ler aos 20 anos, e que defendia o fim do desmatamento da Amazônia, soluções para o extrativismo e a produção auto-sustentável para as famílias da região. E ninguém melhor para biografar a sua causa que Zuenir Ventura, um não tão jovem jornalista de renome, com mais de trinta anos de carreira e que, conseguiu revelar em seu livro a verdadeira alma de Chico Mendes.
Apesar da chegada do jornalista ao Acre ter sido póstuma, o resgate ao passado do líder relatado em seu livro foi tão preciso que se percebia sua personalidade, sem nem ao menos conhecer o seringueiro pessoalmente. E Zuenir nunca havia estado com ele.
A obra foi dividida em três partes, sendo a primeira a chegada de Ventura a Xapurí, no Acre, em 1988, logo após a morte de Chico Mendes, num clima de conflito e de ameaças, a segunda, em 1999, a volta para o tão esperado julgamento dos acusados e a terceira, em 2003, o reencontro e a surpresa de ver um Acre mais calmo e com fazendeiros dispostos ao diálogo. A evolução do Acre relatada pelo escritor, expõe o marco da mudança ocorrida após a morte do líder.
Num clima de conflito, Zuenir Ventura relata no seu livro não só a história de Chico Mendes, mas sua própria história, contada sobre o ponto de vista humano e não de um profissional que almeja um grande furo, mas como um ser comum que deseja a justiça aos culpados.
Ao se integrar àquela realidade, longe do badalado eixo Rio - São Paulo, o autor mergulha num universo de sobrevivência, onde expõe a causa amazônica como não se vê comumente em outras regiões do país. Num determinado momento da sua viagem, finge ser um turista para obter informações sobre o caso. Uma atitude como essa, frisa que todo jornalismo é investigativo e que, não há como prever certas atitudes quando estamos bastante envolvidos na trama. Outro momento de solidariedade foi quando levou o menino Genésio que estava sendo ameaçado para o Rio de Janeiro, para sua própria casa. Ele vê na sua frente um apelo, como o de Chico Mendes, mas ali ele tinha a chance de ajudá-lo. Com esse gesto, Zuenir torna-se coadjuvante da história. Em momento algum esconde indignação com os envolvidos que estavam livres e políticos que queriam apenas notoriedade, nem tampouco sua admiração pelos poucos competentes que ajudaram na apuração do caso. Explicitava sua consciência e crítica a todos os seus personagens.
Ser jornalista foi primordial nesse momento, mas o coração foi além. Zuenir se misturou ao povo, foi sensível e curioso, e mais que isso, se apaixonou pela causa, e é exatamente essa a alma do repórter, desenvolver um papel social, de propriedade da humanidade e não só de interesses particulares. Um exemplo de coragem, faro aguçado e um espírito de aventura, amor e respeito à natureza.
Esse livro nos revela que não existe imparcialidade jornalística onde há sentimento.

Hoje o nosso homenageado especial é Miguel Arraes !





A carreira política de Miguel
Arraes começou em 1948

Cearense que fez carreira política em Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar foi um dos maiores expoentes da esquerda brasileira. Formado em direito, Miguel Arraes foi deputado estadual, federal e governador de Pernambuco por três vezes. Em seu primeiro mandato como governador, foi deposto pelos militares e teve de se exilar na Argélia em 1965, de onde somente retornou para o Brasil 14 anos depois, beneficiado pela Lei da Anistia.

A sua carreira política começou em 1948, quando foi nomeado secretário da Fazenda de Pernambuco pelo então governador Barbosa Lima Sobrinho. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual suplente pelo PSB (Partido Social Democrático) e, em 1950, tomou posse na Prefeitura de Recife, após vencer as eleições municipais.

Em 1961, um ano antes de vencer o governo estadual pela primeira vez, Miguel Arraes ficou viúvo de Célia de Souza Leão, sua primeira mulher, com quem teve oito filhos. No dia 7 de outubro de 62, já um político muito popular em todo o Brasil, foi eleito governador de Pernambuco. No mesmo ano, casou-se com Maria Madalena Fiúza, com quem teve dois filhos.

Mitificado em praticamente todo o interior de Pernambuco, onde sempre foi considerado defensor intransigente dos pobres, Miguel Arraes foi deposto no dia 1º de abril de 1964, após anunciar publicamente que não renunciaria ao cargo de governador. Preso, foi levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu quase um ano, antes do exílio.

No dia 15 de setembro de 1979, aconteceu o retorno triunfal de Miguel Arraes ao Brasil. Ao desembarcar em Recife, foi carregado por uma multidão pelas principais ruas da capital pernambucana. Em 1982, foi eleito deputado federal pelo PMDB pernambucano e apoiou o ex-senador Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. No ano seguinte, pela segunda vez, Arraes venceu as eleições para o governo pernambucano, derrotando José Múcio Monteiro. Em 94, retornou ao poder pela terceira vez, ganhando a eleição de Gustavo Krause, que à época era do PFL, assim como José Múcio Monteiro.

Ao tentar a reeleição em 98, Miguel Arraes foi derrotado por Jarbas Vasconcelos, que era do PMDB, seu ex-aliado. Antes, em 1990, deixou o PMDB e filiou-se ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). Em 2002, o ex-governador disputou pela última vez um cargo público e se elegeu deputado federal por Pernambuco. Quando morreu, no dia 13 de agosto de 2005, de infecção generalizada, Miguel Arraes era presidente nacional do PSB. O parlamentar ficou internado durante 57 dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Esperança. O seu velório, realizado no Palácio das Princesas, sede do governo de Pernambuco, reuniu políticos de todas as tendências. Entre eles, estava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fumante por 72 anos, Miguel Arraes foi hospitalizado no dia 17 de julho de 2005, inicialmente com suspeita de dengue. No hospital, o ex-governador apresentou problemas cardíacos e renais e foi submetido a uma traqueoscopia e duas cirurgias para conter hemorragias no duodeno e no pulmão esquerdo. Submetido a vários tratamentos, não resistiu e morreu no dia 13 de agosto de 2005, sendo enterrado em Recife.
O Brasil não esquece um político sério. O Brasil sente falta de Miguel Arraes !

Oscar Niemeyer


Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907) é um arquiteto brasileiro, considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Moderna internacional. Foi pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado. Ele tem sido exaltado pelos seus admiradores como grande artista e um dos mais importantes arquitetos de sua geração. Aqueles que não o admiram dizem que é vaidoso, frívolo e contraditório. Ironicamente, estes últimos deram-lhe a alcunha de "arquiteto oficial", graças ao seu grande prestígio junto aos políticos . Seus trabalhos mais conhecidos são os edifícios públicos que desenhou para a cidade de Brasília.

"Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein. "

...E o vento levou!- por Norma Hauer

A 15 de dezembro de 1939, estréia no Brasil (no extinto e luxuoso cinema Metro-Passeio) o filme ... E O VENTO LEVOU.

E lá se vão exatos 70 anos !!!

Ah !!! Saudade boa do tempo em que o cinema nos proporcionava prazer com seus filmes bonitos, romântIcos, agradáveis de ver e repetir.

...E O VENTO LEVOU, ainda hoje é sucesso quando reprisado; podemos também encontrá-lo em Vídeo e em DVD.

Estará hoje,às 22 horas, em nossa telinha de TV´. Será exibido pela TCM, canal 91. Não sei se eles relembrarão os 70 anos do filme no Brasil.

Quando foi exibido pela primeira vez, não pude vê-lo, por ser proibido para menores.

Hoje, até bebê pode assistir a filmes que eram proibidos pela censura da época porque atentava "aos bons costumes" e seria capaz de dar mal exemplo aos adolescentes.

Quando foi exibido pela segunda vez, lá estava eu eufórica no antigo Metro Passeio, assistindo ao romance vivido por Vivian Leigh e Clark Gable. A cada dois anos, o filme era reprisado e a cada dois anos eu estava lá.

Hoje, possuo-o em vídeo e em DVD. De vez em quando estou revendo, como muitos outros considerados clássicos.

Em 1990 estive na antiga União Soviética, que já estava sendo jogada para escanteio e, em um cinema na principal avenida de Moscou, era exibido, pela primeira vez, o clássico "...E O VENTO LEVOU".
Foram 50 anos de expectativa.

Hoje, são 70 anos de sucesso.

norma hauer