Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Hoje o nosso homenageado especial é Miguel Arraes !





A carreira política de Miguel
Arraes começou em 1948

Cearense que fez carreira política em Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar foi um dos maiores expoentes da esquerda brasileira. Formado em direito, Miguel Arraes foi deputado estadual, federal e governador de Pernambuco por três vezes. Em seu primeiro mandato como governador, foi deposto pelos militares e teve de se exilar na Argélia em 1965, de onde somente retornou para o Brasil 14 anos depois, beneficiado pela Lei da Anistia.

A sua carreira política começou em 1948, quando foi nomeado secretário da Fazenda de Pernambuco pelo então governador Barbosa Lima Sobrinho. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual suplente pelo PSB (Partido Social Democrático) e, em 1950, tomou posse na Prefeitura de Recife, após vencer as eleições municipais.

Em 1961, um ano antes de vencer o governo estadual pela primeira vez, Miguel Arraes ficou viúvo de Célia de Souza Leão, sua primeira mulher, com quem teve oito filhos. No dia 7 de outubro de 62, já um político muito popular em todo o Brasil, foi eleito governador de Pernambuco. No mesmo ano, casou-se com Maria Madalena Fiúza, com quem teve dois filhos.

Mitificado em praticamente todo o interior de Pernambuco, onde sempre foi considerado defensor intransigente dos pobres, Miguel Arraes foi deposto no dia 1º de abril de 1964, após anunciar publicamente que não renunciaria ao cargo de governador. Preso, foi levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu quase um ano, antes do exílio.

No dia 15 de setembro de 1979, aconteceu o retorno triunfal de Miguel Arraes ao Brasil. Ao desembarcar em Recife, foi carregado por uma multidão pelas principais ruas da capital pernambucana. Em 1982, foi eleito deputado federal pelo PMDB pernambucano e apoiou o ex-senador Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. No ano seguinte, pela segunda vez, Arraes venceu as eleições para o governo pernambucano, derrotando José Múcio Monteiro. Em 94, retornou ao poder pela terceira vez, ganhando a eleição de Gustavo Krause, que à época era do PFL, assim como José Múcio Monteiro.

Ao tentar a reeleição em 98, Miguel Arraes foi derrotado por Jarbas Vasconcelos, que era do PMDB, seu ex-aliado. Antes, em 1990, deixou o PMDB e filiou-se ao PSB (Partido Socialista Brasileiro). Em 2002, o ex-governador disputou pela última vez um cargo público e se elegeu deputado federal por Pernambuco. Quando morreu, no dia 13 de agosto de 2005, de infecção generalizada, Miguel Arraes era presidente nacional do PSB. O parlamentar ficou internado durante 57 dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Esperança. O seu velório, realizado no Palácio das Princesas, sede do governo de Pernambuco, reuniu políticos de todas as tendências. Entre eles, estava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fumante por 72 anos, Miguel Arraes foi hospitalizado no dia 17 de julho de 2005, inicialmente com suspeita de dengue. No hospital, o ex-governador apresentou problemas cardíacos e renais e foi submetido a uma traqueoscopia e duas cirurgias para conter hemorragias no duodeno e no pulmão esquerdo. Submetido a vários tratamentos, não resistiu e morreu no dia 13 de agosto de 2005, sendo enterrado em Recife.
O Brasil não esquece um político sério. O Brasil sente falta de Miguel Arraes !

Um comentário:

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Logo após o retorno do Governador Miguel Arraes ao Brasil, ele visitou a familia no Crato. Numa tarde, fui surpreendido pela visita dele ao meu gabinete de trabalho na Coelce, em Juazeiro do Norte. Acompanhado do seu sobrinho Joaquim Pinheiro, reivindicava energia para uma fazenda da família no municipio de Araripe. Para mim foi uma emoção muito grande estar ali defronte de um mito e poder ser-lhe útil em alguma coisa. Perguntei uma bobagem: "O Senhor notou o Brasil diferente?" E ele me respondeu: "Muito diferente. Para pior!" Politicos como Miguel Arraes são poucos no Brasil de nossos dias. Como o país seria bem melhor se houvesse pelo menos uma dúzia de homens como ele...