Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 30 de abril de 2011

Tarrabufado em 2740 MHz


Em fins de 1973, o prefeito Sindé Bandeira enviou uma convocação urgente ao locutor Juju Gurgumilho de Veludo: queria vê-lo na prefeitura com máxima brevidade. Só para lembrar: o nosso Juju presidia a gloriosa Rádio Paranaporã de 2740 KHz sempre, segundo seu slogan , “ falando de Matozinho para até adonde Judas perdeu as botinas”. Nosso jornalista começara a vida como camelô, dali pulara para uma profissão bem mais nobre : animador de comício. Do palanque, infuluiu-se , sob a proteção de Sindé, para uma amplificadora na Praça da Matriz que terminou servindo de embrião para o primeiro veículo de imprensa de massa da pequena vilazinha. Primeiro e único, naqueles anos 70. A concessão da Paranaporã viera sob influência política de Sindé Bandeira e fizera-se uma Rádio chapa branca desde seu nascedouro. Juju era um mero testa de ferro do prefeito. O samango Gurgumilho, assim, recebeu a convocação como uma ordem e, de pronto, compareceu a presença do seu general.

Sindé , rápido, explicou a Juju sua preocupação. A Rádio precisava se antenar com o mundo. Não podia ficar apenas transmitindo as missas de domingo, as sessões da Câmara, as partidas de futebol entre Matozinho, Bertioga e Serrinha dos Nicodemos. A rádio não fazia jus ao seu lema : “Paranaporã AM 2740 : Um tarrabufado de audiência “. Havia um esporte que agora estava em voga: o automobilismo. Fittipaldi havia sido campeão mundial de Fórmula 1 em 1972 e tudo indicava tinha enorme chance de vencer novamente em 1974. Dali a uns dois meses haveria o Grande Prêmio Brasil e Sindé foi direto : queria que a Paranaporã transmitisse a corrida direto de São Paulo e com exclusividade para toda a região. Tinha um parente trabalhando na Rádio Gazeta paulista e que lhe prometera dar a logística mínima necessária à histórica transmissão. Juju fingiu entender do assunto e prometeu reunir os integrantes da “Rasga Goela”, sua equipe de jornalismo. Traria, depois, uma proposta para aquele feito que iria colocar, definitivamente, a Paranaporã como o mais importante veículo de mídia em todo interior do estado.

O entusiasmo de Juju começou a arrefecer já na porta do gabinete. A proposta de Sindé era mudança demais para a carroçazinha da Paranaporã. As atividades extramuros da rádio nunca se tinham afastado além dos municípios vizinhos. E mais, ninguém por ali presenciara uma corrida de carros, até porque todos existentes em Matozinho, naqueles tempos, não eram suficientes para preencher nem um grid de largada.Quem diabos lá tinha cacife para transmitir um troço daqueles? Não bastasse isso, ninguém da equipe havia ido sequer para a capital, quanto mais para São Paulo: aquela terra engolideira de gente. Pelo sim, pelo não, Gurgumilho reuniu sua equipe e expôs, ponto por ponto, a ordem que havia recebido do prefeito. Todo mundo refugou: ninguém entendia de corrida , São Paulo era uma selva e todos foram enfáticos : preferiam a demissão a se meter numa enrascada daquele tamanho.

Juju concordava com as aflições gerais, mas não podia levar uma resposta negativa ao dono do pedaço. Lembrou-se, então, de Garibaldo Jurubeba . Ele vivia transmitindo umas corridas de cavalos na redondeza, era locutor de vaquejada em Bertioga , marcador de quadrilhas e chamador oficial de bingos nas quermesses. Vivia atanazando Juju: seu sonho era trabalhar na Paranaporã. Além do mais morara por muitos anos em São Paulo, trabalhando no Brás, como vendedor ambulante, até retornar a Matozinho. Garibaldo apresentava-se como a única salvação de Gurgumilho.

Juju procurou-o e largou a lábia. O homem, no entanto, era liso como muçum , aprendera na selva urbana as técnicas de negociação. Deu uma de Cid Moreira, fez-se difícil e desinteressado. Esticou o mais que pôde as propostas do presidente. Só acedeu quando ficou garantido : seria, na volta, contratado, teria um programa de rádio só seu e passaria a ser diretor de todas as transmissões externas da Paranaporã a partir dali. Juju voltou meio chateado, mas, respirando com mais facilidade, procurou o prefeito e informou que tudo havia se resolvido. O Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 1974 seria transmitido diretamente de Interlagos pela Paranaporã , por “Gari Jurubeba : um balde de informação”.

No início de janeiro, Jurubeba embarcou na Sopa de Seu Duzentos , em busca de São Paulo. Levava todo o equipamento necessário para transmissão. Toda Matozinho estava presente na hora da saída e toda equipe da Paranaporã perfilou-se na praça para assistir à sua partida. Sindé pronunciou um discurso histórico de uma Matozinho antenada com o mundo e com os novos rumos da globalização. Chegando a São Paulo, Garibaldo procurou a casa de uns parentes e se aboletou com eles lá pras bandas de São Miguel Paulista. Entrou ainda em contato com parente de Sindé ,funcionário da Rádio Gazeta , que, na verdade, não negou fogo. Deu-lhe todo o material necessário para ele se ir inteirando da missão. Levou nosso locutor ainda em Interlagos para o cabra tomar pé do que encontraria pela frente. Só aí Jurubeba começou a entender o tamanho do pepino que comprara de Juju. E gelou . Entendeu logo que os nomes dos pilotos eram difíceis, tudo das estranja: Fittipaldi, Clay Regazzoni, Jody Scheckter, Niki Lauda, Ronnie Petterson. Era preciso traduzir aquilo tudo para a língua de Matozinho, se não ninguém entendia.

No dia 27 de Janeiro, cedinho, além de tudo chovendo, com a imprescindível ajuda da Gazeta, Gari se arrumou na cabine de imprensa e começou a transmissão, já com as notícias prévias. Todos os rádios de Matozinho se ligavam na transmissão histórica.

--- “Bom dia, mas muito bom dia mesmo, amigos de Matozinho, do Brasil e do Mundo! Aqui é Gari Jurubeba,montado nas ondas médias da sua Paranaporã, trazendo um balde de informações sobre o Grande Prêmio Brasil de corrida de carros, diretamente de São Paulo. Aqui tá um frio de matar sapo, parece em junho no alto da Serra da Jurumenha! Daqui a pouco vai começar a corrida e os corredores que têm mais chances de ganhar, são Emérson Fio do Padre, Clailton Vive na Zona, Josi da Xereca, Nico de Laura e Romildo Pé no Terço”.

Depois disso, Gari passou a encher lingüiça esperando o começo da corrida. Falou dos patrocinadores, agradeceu à Rádio Gazeta e lembrou que aquele feito só tinha sido possível por conta da atuação do grande prefeito Sindé Bandeira. Armado o GRID de largada, Gari percebeu a dificuldade que teria pela frente. De longe, de capacete, só aqueles pitoquinhos metidos dentro de carro preto, branco, verde, amarelo. Com chuva a visibilidade era ainda mais prejudicada. Enquanto os carros estavam estáticos, Gari com a lista na mão ainda deu uma de entendido. Dada a largada no entanto, misturou-se tudo, em meio à chuva e à velocidade. E a transmissão de Gari Jurubeba foi mais ou menos essa por duas horas seguidas:

---- Lai vem.... vruuummmm.... lai vai...... vrummmmm... Lai vem... vrummmmmmmmmmmm.... Lai vai...... vrummmmmmmm..... Tão anexo.....Vrummmmmm........ deu cangapé............vrummmmmmmmmmmm...... lai vem.......... vrummmmmmmmm... lai vai............. vrummmmmmmmmmm.... o amarelo.... vrummmmm...... o preto........ lai vem.... lai vai..... vrummmmmmmmm...

Quando terminou tudo, na bandeirada final, já exausto, Gari tomou novamente conta da situação.

---- É do Brasil ! Quem ganhou foi nosso Emérson Fio do Padre! E só podia ganhar mesmo, meu povo, ou bicho prá ter sorte é o tal do fi de padre !

De volta a Matozinho, nosso Gari foi recebido com festa pela gloriosa Banda Municipal. A cidade estava felicíssima com o momento histórico que vivenciava. Na praça, a população toda reunida esperando o retorno do jornalista, fogos riscando nos céus. De repente, a sopa de Duzentos aponta na rua trazendo o herói da raça : Gari Jurubeba. Vendo o ônibus aproximar-se um moleque grita da janela de casa:

---- Lai vem....

O povo até que se agüentou, mas quando a sopa passou, com um Jurubeba de dentes à mostra na janela, o moleque gritou para gargalhada geral:

---- Lai vai.... Vrummmmmmmmm....


J. Flávio Vieira

Sobre o artigo de Edilma – por Armando Lopes Rafael

Interessante o artigo de Edilma Rocha, “A Princesa e o Príncipe encantado”, escrito de forma leve e descontraída, o qual sintetizou o que pensa a esmagadora maioria dos leitores deste blog. Ao lê-lo, parei por alguns instantes para reflexão...
Nenhum republicano equilibrado pode honestamente negar que as Monarquias constitucionais têm um charme discreto que sobrepuja, de longe, os desacertos das repúblicas com seus governos geralmente corruptos.

Por que será o povo mantém o interesse pelo charme da monarquia?
O que levou 2 bilhões de pessoas – em todo o mundo – a ficarem diante dos aparelhos de televisão para acompanhar o casamento do Príncipe William com Kate?


Não é só porque os dois formam um casal bonito, jovem e dos tempos atuais. A noiva, nascida em berço simples, sem qualquer parente na aristocracia, vai levar um pouco da Inglaterra comum para o Palácio de Buckingham. Há algo mais, por trás da preferência da esmagadora maioria dos ingleses, pela monarquia. As agências de notícias divulgaram que apenas 13% dos ingleses preferiam outra forma de governo no Reino Unido. É pouco, muito pouco, já que 87% desejam a continuidade da monarquia.

Mas, qual o atrativo desta forma de governo?

A monarquia constitucional parlamentar – o aplicado no Reino Unido – é o sistema de governo mais adequado à plena democracia. O monarca, atuando como um observador e “fiscal” permanente dos atos do governo, garante o cumprimento devido das leis, projetos e determinações, além de zelar, também, pelos interesses dos grupos “minoritários”, tais como aqueles vinculados à oposição.

A verdade nos mostra que a Monarquia continua sendo a forma mais moderna, mais eficaz e mais barata de governo. Monarquia quer dizer também democracia, liberdade de expressão e de imprensa. Monarquias são, hoje, os países mais liberais e mais adiantados do mundo, com a melhor distribuição de renda e os padrões de vida mais elevados. Os exemplos são Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, Bélgica, Espanha, Canadá, Austrália e Japão. Juntas, essas nações são responsáveis por uma imensa fatia do chamado PIB mundial. Entre os 25 países mais ricos e democráticos do mundo, 18 são Monarquias, ou seja, constituem a esmagadora maioria.

Respeitemos as preferências dos povos que mantiveram suas monarquias. Quanto a nós, vítimas da República, purguemos nossas dores por continuar a ler – todos os dias – notícias sobre: os mensalões; os políticos despreparados e corruptos; a falência da saúde, segurança e educação pública; os assaltos; a violência que se alastram nas cidades e no campo; a pior distribuição de renda do planeta; a miséria das periferias; um Estado caótico e impotente para solucionar tantas mazelas... e que, por isso, continua a fraudar e enganar a boa fé dos seus sofridos “cidadãos”...
Charme republicano. Durante umas "Férias Presidenciais", numa praia da Bahia em 2009, o ex-presidente Lula, à frente da Primeira Dama, dona Marisa, carrega o isopor com cervejas na cabeça...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Knife - Rockwell - Um lindo vídeo, uma linda música

O SHOW DO ANO - 3 dos maiores instrumentistas Cearenses juntos pela primeira vez no CCBNB - Neste Sábado, 30 de Abril - 20Hs

cartazshowcleivan30abril


O SHOW DO ANO - 3 dos maiores instrumentistas Cearenses juntos pela primeira vez no CCBNB - Neste Sábado, 30 de Abril - 20Hs - no ENCERRAMENTO das Festividades pelos 5 Anos do Centro Cultural Banco do Nordeste - CARIRI

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


MILEFÓLIO - Achilla millefolium - PARA SONHAR COM O PRÍNCIPE ENCANTADO.
Uma plantinha de aparência singela e frágil, mas desde a Antiguidade tida como poderosa tanto na cura como na magia. O Milefólio é citado na mitologia grega como a planta usada numa infusão onde Aquiles, récem-nascido, foi mergulhado para que se tornasse invencível. Daí originou o seu nome. Foi usada também na guerra de Tróia para curar os ferimentos dos guerreiros. Já o nome Milefólio ou mil-em-rama é devido à forma de suas folhas muito recortadas. Muito usada em amuletos de proteção contra diferentes males e para afastar os ladrões. Colocada debaixo do travesseiro, faz sonhar com o Príncipe Encantado. Os druidas usavam caules de Milefólio para adivinhar o tempo e na China era usado para ler o I-Ching ( O livro das Mutações ).


Planta herbácea, perene e rústica, da família das compostas. Atinge de 30 cm a 1 metro de altura. Originada da Europa, América do Norte, Norte da Ásia e Sul da Austrália. Cultivada em solo bem drenado, permeável e ensolarado, moderadamente rico e úmido. Não é planta de interior. Propaga-se por sementes ou divisão da raiz. Se as flores murchas forem cortadas, a planta floresce uma segunda vez. Esta planta fortalece e estimula todas as ervas e vegetais plantados na sua proximidade.


As flores secas são usadas em decoração. Na culinária, as folhas novas ligeiramente amargas e picantes podem ser adicionadas a saladas e molhos. Na cosmética, é usada em loção tônica para o rosto. Propriedades terapêuticas : Cicatrizante de feridas da pele, úlceras internas, cólicas menstruais, hemorróidas, reumatismo e celulite. O óleo essencial de Milefólio pode ser usado em massagem, banho, xampu, emplasto e compressa. Em blends, combina bem com óleos essenciais de Angélica, Camomila e Melissa.

Edilma Rocha
Fonte - Jardim Interior - Denise Cordeiro

Pompa e circunstância - José Nilton Mariano Saraiva

Produto de uma cultura milenar bastante arraigada em todos os quadrantes do planeta (embora não necessariamente difundida) é comum e tornou-se praxe que o homem, ao decidir-se por casar e constituir família (depois de farrear e brincar à exaustão) procure uma mulher de idade inferior à sua (nem que a “distância” não seja tão grande), até pelo próprio desgaste físico-biológico ao qual a fêmea é submetida no matrimônio (quando, por exemplo, vive e realiza o sonho de tornar-se mãe, desejo de toda mulher) ou, ainda, pela latente sensibilidade e a exacerbada preocupação com a rotina diária da família.
Isto posto, sabemos, de antemão, que alguns, mais românticos e sonhadores, hão de contestar tal tese, alegando “preconceito” por parte de quem a esposa, naquela perspectiva de que, quando existe o “amor verdadeiro”, o “amor pra valer”, a “química necessária”, isso é o de menos, pouco importa, não deve ser levado em consideração.
Os fatos, entretanto, estão aí mesmo pra comprovar e corroborar: embora existam (em qualquer lugar do mundo), são raros os casamentos onde o homem é mais novo que a mulher e, quando tal acontece, normalmente - ressalvadas as famosas exceções de praxe e dignas de encômios, quando os dois vivem felizes para sempre – a tendência é que a indissociabilidade da união vá pro brejo, de forma inexorável (e com doloridas cicatrizes e acusações de parte a parte).
A reflexão acima tem a ver com o mote do dia: o casamento do herdeiro do “trono inglês”, William (28 anos), com a plebéia Kate Middleton (29 anos), numa cerimônia repleta de fausto e pompa, que a TV tratou de transformar num espetáculo de gala, transmitindo-o para todos os continentes, durante horas.
Na oportunidade, à tona vieram alguns “pequenos detalhes”, que vale relembrar: 1) William é filho do “insosso” Charles, aquele que tem cara, jeito e atitudes de babaca, e que largou a bela Diana (mãe do casante de hoje e que, desprezada pelo marido, sapecou-lhe “chifres” a torto e a direito) para juntar-se a uma anciã já casada (Camila, com o dobro da idade dele), e à qual confidenciou (quando ainda casado com Diana), que gostaria de ser o seu “tampax” (para os mais “puros”, que o desconhecem, trata-se de um absorvente íntimo); 2) antes de casar, William e Kate já moraram juntos por uns tempos (os adeptos da virgindade devem tremer nas bases), quando colegas de Universidade, e ela chegou, inclusive, a deixá-lo a ver navios, obrigando-o a implorar-lhe perdão para tê-la de volta (temos aí um futuro “barriga branca” ???); 3) talvez por isso mesmo, ela exigiu (com que intenções ninguém sabe) que fosse abolida do cerimonioso ritual de hoje a cláusula em que publicamente juraria fidelidade ao marido (e assim foi feito); 4) embora falido (ano passado teve um prejuízo correspondente a dez por cento do seu PIB), o “Estado” britânico abriu as torneiras e disponibilizou algo em torno de dezesseis bilhões de reais com a cerimônia, sem contar com o que foi gasto pela própria realeza.
Alfim e ante isso tudo, uma perguntinha tanto simplória quanto realista: como já se tornou comum referir-se e evocar a rainha da Inglaterra quando tratamos de “inutilidade”, “desnecessidade” e/ou “desperdício”, para que existe mesmo a monarquia britânica, com toda a sua cafonice e custo estratosférico ??? Por qual razão não implodi-la de vez, mandando o exército de malandros que a compõem trabalhar duro pra ganhar a vida ???

Pérola nos Bastidores (Onde está o lema?) - Claude Bloc

Claude Bloc disse...


Se na tela
Eu me escondo
Onde está o lema?

Pra não ter
Nenhum problema
Me conformo

Fecho os olhos
Abro os braços
Me transporto

Se me perco
Do teu lema
Só me importo

Se é reto
E linheiro
Eu entorto

Mas voltando
Para o lema
Que sufoco

Se é tese
Ou solução
Isso é pouco

O que vale
É esse tom
Esse lema
Sentimento
Num poema

Claude Bloc

O MAR E A GAIVOTA


Além da pedra, o mar.
Os meus pés afundavam na areia, eu ofegava.
O peixe no fundo do barco
saltava e ofegava, com falta de ar.

Numa árvore, uma bicicleta pendurada
e os pássaros brincando nos pedais.
Uma cabra pastava nas pedras,
um cachorro farejava a areia.
A gaivota beijou a água junto à rede dos pescadores.
O sol glorioso cintilava no ar.

Foi nesse dia que criei o mito da gaivota morta
sobre uma pedra, o sangue escorrendo com as espumas?
O conhecimento da morte vem aos poucos, no cotidiano
ou nos dias especiais, de dor ou júbilo extremo.
Tudo que perdemos carregamos conosco.

O mar, sempre o mar.
No princípio e no fim, o mar.
O voo branco das gaivotas, o sal,
a areia, a dança das vagas.
O infinito é aqui.

A minha língua modula as mesmas palavras.
O cavalo galopa no eterno,
com a lua e as estrelas.
Eu galopo com o cavalo eterno.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cadê o tema!?... - Aloísio

Cadê o tema!?...


Com nó ou laço
Dê um tema
Que eu faço
Um poema

Poema
É sentimento
Não importa
O tema

Um tema
Com sentimento
Transforma-se
Num poema

O problema
Como tema
Vira lema
do poema

Outro tema
Outro poema
Isto é a vida
Sem dilema

A hipótese
Do tema
Virou tese
Do poema

Solução
Como tema
Faz-se canção
Eis o poema!

Aloísio

A PRINCESA E O PRINCIPE ENCANTADO - Por Edilma Rocha

Nas mais simples famílias espalhadas por todo o mundo, quando nascia uma menina, era logo chamada de "Princesinha".
Todas nós fomos a nosso modo, as "princesinhas" de nossos pais. A imaginação de criança através das histórias de "Branca de Neve" e da "Bela Adormecida" formava um sonho moldado aos poucos com a imagem do principe que chegaria um dia no seu lindo cavalo branco. O sonho do amor que viria encantado na figura de um príncipe, casariam e seriam felizes para sempre... As adolescentes procuravam nos rapazes mais comuns a figura tão esperada.  Algumas até encontraram esse amor tão sonhado, mas outras, mesmo na meia idade, ainda suspiram por este maravilhoso e mágico encontro.
Os tempos mudaram e as princesas se tornaram mulheres executivas e independentes. Os principes não viraram sapos, mas, muitos se tranformaram em vilões, cafajestes ou até gays. Raros são os casais que podemos ver como principes e princesas que foram felizes para sempre.
Por todas as últimas semanas as notícias de um dos últimos contos de fadas tomou conta dos  jornais, revistas, tvs e internet. O casamento do herdeiro do trono Britânico que se repete a cada 30 anos. A princesa Elizabeth casou-se com o principe Philip em 1947. Em 1981, o principe Charles casou-se com Lady Diana. Agora passados 30 anos, é Willian, filho de Charles e neto de Elizabeth que vai receber a mão da pebléia Kate Middleton. E o mundo espera para assistir a nostalgia ou a reminiscência do conto de fadas.
Será que estes casamentos reias mexem com os  sentimentos das pessoas ?
Quem um dia não quiz ser uma  "Cinderela" ?
Qual menino não quiz ser um  "Artur" ?
Será a volta do conto de fadas ?
Só sei que esta celebração majestosa o mundo inteiro vai acompanhar, amanhã.
A filha de um programador de voo e de uma comissária de bordo será a próxima princesa. Se conheceram na faculdade e estudaram juntos tendo vários amigos em comum. Ela é formada em "História da Arte" e pode ao longo de sete anos e meio de namoro aprender os protocolos da realeza Britânica. Kate, a pebléia, com seus lindos cabelos castanhos, 29 anos, 1,78 cm  de altura, longas pernas e um corpo modelado pela ginástica e pelo tenis, fisgou o seu principe durante um desfile de moda beneficiente realizado na Universidade de St. Andrews, na Escócia, vitoriosa diante de tantas candidatas ao conto de fadas.
William, piloto de busca e resgate da Força Aérea é conhecido como uma figura sensata e de um exemplo positivo, qualidades importantes para um futuro rei. Sob o olhar do mundo, em sua redoma de vidro, luta para adaptar-se as mudanças que aconteceram fora dos muros do Palácio de Buckingham.
Na Abadia de Wesminster, nesta sexta-feira, será modificado o destino da família Real Windsor. O conto em dois atos. Do Palácio de Buckingham para a Abadia de Westminster, Kate Middleton realiza o sonho de todas nós e vira "Princesa.

Edilma Rocha

Horizontes...


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Lual - José do Vale Pinheiro Feitosa

Meu amor hoje sou palha de monturo,
Meu Luiz Gonzaga está esquecido,
As aves de arribação morreram num paredão de som,
Cada ligamento do meu mundo,
Hoje é um limbo na memória da juventude.

Pois era meu amor,
Ali o mundo se perpetuaria,
Mas agora é como uma fumaça,
Nem bem a manhã começa,
E os sonhos ficaram apenas comigo,
Elevou-se na presença do hoje.

Estes jovens de hoje,
Numa festa rave que chamam Lual,
É algo próprio, bem cearense,
Explodem o forró eletrônico,
Ouvem o funk carioca,
Não entendendo nada,
Mas disputam qual som é maior.

Meu amor estou perdido,
Não eles, se acham no turbilhão,
De suas tribos no território das caixas de som,
De todos os excitantes que excitam o nada,
Tanto esticam que ultrapassam a fronteira
Entre eles e eles mesmos numa eterna permanência,
No mesmo lugar.

E meu Luiz Gonzaga?
É matéria do meu desesquecimento,
Dos meus paredões de memória e emoção,
Das minhas vagas também pelo nada,
Nada muito diferente da moçada,
Que mesmo assim os amos.

Que jamais repitam o passado,
Sempre desconfie das minhas douradas conservanças,
Nelas nada fica que não,
As minhas poupanças de memórias,
Que não rendem correção e nem juros,
Apenas encargos que não os libertam.

Que eu morra,
Para que os paredões possam estourar os tímpanos de agora.

Afinal para serve a audição,
Se ninguém mais nos escuta?

ROTARY CLUB - CRATO CENTRO - RECEBE CLAUDE BLOC COMO NOVA ASSOCIADA


Meu pai, Hubert Bloc, pouco depois que chegou ao Brasil e começou a se comunicar em Português, ingressou no Rotary do Crato. Era um meio, dentre outras coisas, de digerir e dominar outra língua sem os percalços de um Português rudimentar que corria pela Fazenda Serra Verde. Desta maneira, ele conseguiu além de saber se expressar de forma compreensível, adquirir, paralelamente, um domínio  sobre a forma escrita da nossa Língua, que ele lapidava para fazer seus bem humorados discursos nas reuniões do Ratary.

Lembro-me que, em várias ocasiões, eu vinha com ele até o Crato para um breve mergulho na vida urbana e ficava hospedada na casa de Padrinho Anibal Viana de Figueiredo ou na casa de Dr. Jefferson de Albuquerque, que se tornaram, nesta cidade, os seus primeiros amigos e companheiros rotários.

A vida citadina em Crato era ainda bem provinciana, mas esse encontro semanal às sextas-feiras, no hotel de Seu Paulo Frota, era, além de uma confraternização, um meio de dispersar a monotonia da vida rural.

Nessa época, eu fui inúmeras vezes, assistir a essas reuniões. Ficava contando os minutos até terminarem as falas dos diversos membros dessa instituição, para  finalmente  me deleitar com o momento para mim tão esperado: o almoço, tendo um sorvete como sobremesa.

Eu não entendia de nada ou quase nada, certamente, na hora assimilar aqueles dizeres carregados de tons de oratória e de temas complicados para uma menina de 6/7/8 anos. Mas com certeza, ficou em mim o interesse pelas propostas  e propósitos do Rotary.

Há pouco tempo, reencontrando-me com Jurandy Timóteo pelas ruas e eventos do Crato, ele me fez um convite irrecusável: tornar-me rotariana. Eis porque agora, dia 26 de abril de 2011, me efetivei como membro dessa Instituição apadrinhada por Jurandy e estimulada pela Presidente Zinelle Vieira Damascendo Barreto. É um orgulho e uma satisfação para mim fazer parte desse grupo que se constituiu, além de companheiros de luta, em amigos de fato.

Vista parcial dos membros do RC - Crato Centro
Maria de Fátima Batista Lima - e sua mensagem de otimismo.
A Presidente Zilnelle me fazendo conhecer os objetivos do Rotary
Jurandy aplaudindo minha posse do emblema (símbolo) do Rotary

Amigas de muito tempo - Maria Stuart e eu - agora companheiras rotárias.


É esse o nosso lema
Emblema original

"  Dar de si antes de pensar em si" 
Claude Bloc

Padre Cícero do Crato:O Milagre Que as Cartas Santificam os Bilhetes-Wilson Bernardo.

A concepção materialista de um milagre se faz pela sabedoria da crença e na força da fé no que se acredita. São muitos os caminhos que se trilha pelo misticismo dos pedidos e crenças desejadas pelas agruras do sertão nordestino. Na colina do horto, são muitas materializações de um povo esperançoso pela graça e a satisfação dos seus pedidos ofertados pelo divino espírito santo, nos bilhetes e cartas enviados ao santo padre do nordeste, o Cícero Romão. As castas sociais se diversificam, e os preconceitos inexistentes, quando se quer alcançar a graça do milagre, e ai os pedidos vão desde os pessoais e de estéticas como cirurgias plásticas, como também ao que mais se deseja, que são as chuvas de um inverno de farturas. O milagre das águas, de bom inverno de mandiocas, que se faz a farinha e a hóstia, consumada em sangue, que se fez a Meca de peregrinações um sertão estiado em que as farturas estarão sempre no misticismo das imagens santificadas pela crença popular do santo romeiro Padre Cícero Romão Batista.

Imagem viva do Santo Padre Cícero na colina do Horto
A urna em que os romeiros devotos,guardam os pedidos em bilhetes,para a consagração do milagre

Orações ao Pé da estátua do meu Padim Cíço

Detalhes de uma estátua sobrecarregada com o tempo dos cajados messiânicos
O milagre da hóstia são todas as comungações na feitura do místico,sagrado e profano


Wilson Bernardo (Fotografia & Texto)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


LAVANDA  ou ALFAZEMA - Lavandula officinalis -  "Aroma que traz bons sonhos". Feche os olhos e transporte-se mentalmente para um campo de Lavanda. Certamente você se recordará do seu suave perfume e poderá senti-lo trazido pelo vento. Ah! Que reconfortante e agradável cheiro de limpeza. Sinônimo de pureza e tranquilidade, a Lavanda era muito usada no banho e nos lençóis dos gregos e romanos. Muito conhecida na Antiguidade por repelir insetos e pelo perfume duradouro, era usada para disfarçar o mau cheiro das casas e ruas. Conta-se que  no tempo da peste, os fabricantes de luvas não eram atingidos porque perfumavam o couro com Lavanda.


Subarbusto rústico que atinge de 45 cm á 1 metro de altura. Existem várias espécies, com variações nas cores das folhas, de verde a cinza prateado, e das flores, de rosa muito pálido a róseo púrpuras e azuis. Originada das Ilhas Canárias, Norte e Oeste da África, Sul da Europa, Mediterrâneo, Arábia e  Índia. Cultivada em solo arenoso, com cálcio e bem arejado. Exposição direta ao sol para evitar doenças causadas por fungos. Plantar com intervalos de 120 cm. O cultivo em vaso é possível, mas é mais difícil.


A flor da Lavanda é usada como chá e para aromatizar compotas e, cristalizadas, para decorar sobremesas. Muito usada também na decoração e aromatização de ambientes. Travesseiros e almofadas de Lavanda são tranquilizantes naturais. Alivia dores de cabeça, insolação, fraqueza, vômitos e crises nervosas. Os tônicos à base de Lavanda aceleram a substituição das células nas peles sensíveis e delicadas. É também anti-séptico contra acne. O óleo essencial de Lavanda é neurossedativo, antidepressivo, antimelancólico, refrescante e calmante. Combina com óleos essenciais de gerânio, manjericão, bergamota, limão, toranja e erva-cidreira.

Edilma Rocha
Fonte - Jardim Interior - Denise Cordeiro

Meu Bairro:O Centro do Crato...O Começo do Mundo é Aqui,o Final é na China-Wilson Bernardo.

O centro da cidade do Crato tem suas particularidades e seus termômetros políticos, assim como seus fuxicos, conhecido nacionalmente como a Praça Siqueira Campos. A sua concentração de diversas rodas de conversas, que envolvem politica, futebol, religião, vida alheia e seus tradicionais aposentados. Mas o centro não é somente isso, tem seus bares, e seu centro financeiro, concentrado em atacados e varejo. Não quis aqui destacar minuciosamente os seus pontos tradicionais, por isso optei por fotos abertas de locais conhecidos de todos em panorâmicas da cidade, seguindo assim um critério pessoal, esperando não gerar polemicas.

Panorâmica da Av.Duque de Caxias, que dá acesso ao centro e faz parte do centro

Prefeitura Municipal do Crato e o coração comercial do Crato


Centro cultural do Araripe

Banco do Brasil e sua estrutura moderna

Siqueira Campos de outro ângulo

Catedral da Santa Sé, como marco zero da cidade do Crato

Detalhe de suas torres e badalos

Wilson Bernardo (Fotografia & Texto)

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27 de Abril - DIA DA EMPREGADA DOMÉSTICA

Quem não tem tempo para os afazeres domésticos como passar, lavar, cozinhar e limpar a casa sabe como é necessário contratar alguém que execute esses serviços em troca de remuneração. E, como nossa casa é um ambiente que desejamos que seja o mais agradável possível, é importante que a empregada doméstica saiba cuidar de um lar como se fosse seu.

É um trabalho difícil e, por estas e outras, as empregadas domésticas vêm sendo cada vez mais valorizadas hoje em dia. Com isso, conseguem fazer valer seus direitos. A recente conquista do depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS - mesmo que opcional para o empregador, é sinal de que os tempos mudaram.

QUEM É O PROFISSIONAL DO LAR?
Segundo o Ministério do Trabalho, cozinheiro, governanta, babá, lavadeira, faxineira, vigia, motorista particular, enfermeira do lar, jardineiro, copeira são os profissionais considerados domésticos, desde que o local onde trabalham não seja comercial.

Pela Lei 5.859 de 11 de dezembro de 1972, que ampara a profissão, doméstico é toda e qualquer pessoa, homem ou mulher, que presta serviços de modo contínuo em local residencial, sem fins lucrativos para o empregador.
O caseiro também é considerado doméstico se o local onde trabalha não possui fins lucrativos.
Já o zelador e o porteiro de condomínios residenciais ou comerciais não são considerados empregados domésticos.

EMPREGADA DOMÉSTICA OU DIARISTA?
De acordo com a Justiça do Trabalho, a empregada doméstica só estabelece vínculo empregatício com o empregador quando trabalha mais de duas vezes por semana no mesmo local, para a mesma pessoa e recebe salário pelos serviços prestados.
As características são as mesmas para a diarista, com exceção da continuidade. Ela geralmente presta serviços em locais e dias diferentes, não configurando assim o vínculo.

SEUS DIREITOS
Quem já não teve dúvidas sobre os direitos trabalhistas ao contratar os serviços de uma empregada doméstica? Afinal, ela não tem os mesmos direitos que o trabalhador comum como o seguro desemprego, salário família, pagamento de hora extra, jornada de trabalho fixada por lei, adicional por trabalho noturno e estabilidade.
Deve exigir recibo do empregador cada vez que receber o salário e este não pode ser inferior ao mínimo.
Um contrato por escrito, especificando horário de entrada e saída, valor do salário, dia da folga semanal e as funções a serem exercidas é importante para que dúvidas não apareçam.
Quanto ao registro na carteira profissional, não só pode como deve tê-lo, sendo providenciado em até 48 horas após sua admissão, mesmo tendo sido estabelecido contrato de experiência.

SEUS DEVERES
A empregada doméstica não tem só direitos, mas deveres que devem serem lembrados e cumpridos. De acordo com a cartilha do Ministério do Trabalho, ao ser admitida, ela deve apresentar alguns documentos como a carteira de trabalho, o carnê de pagamento do INSS, atestado de saúde (se o empregador exigir) e carta de boas referências. Se for demitida ou pedir demissão, deverá entregar a carteira de trabalho ao empregador para que ele faça os procedimentos legais.

CONQUISTA
A empregada doméstica tem direito de receber o FGTS. Porém, este direito não é obrigatório, ou seja, o empregador concede se achar que deve. Neste caso, o ideal é que haja um acordo entre ambas as partes.

Fonte: Portal São Francisco e IBGE
Poema Guardado
 - Claude Bloc -



Tenho um poema guardado
Indeciso, encabulado
Preso nas entrelinhas
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de alegria,
De versos entrecortados
Refreada poesia...

Poema de tantas horas
Poema que  te anuncia.
Que canta forte aqui dentro
Que fala de ti todo dia,
Nem  vê o tempo que passa
E essa saudade que fica
Em cada verso uma flor
Um sonho que prometias.

Claude Bloc

"Medalhões" e "Idiotas" - José Nilton Mariano Saraiva

Conta bancária recheada de dólares e euros (daí a incessante “caçada” que lhes empreendem as sempre atentas e expeditas “marias-chuteiras” da vida), já dobrando o “cabo da boa esperança” (em termos de idade avançada), barrigão protuberante (pelos excessos cometidos), indisposição pra queimar calorias (via extenuantes exercícios físicos), farras homéricas que varam a madrugada (predominantemente regadas ao “sexo muito bem pago” e drogas em profusão), “eles” não mais encontram espaço no exigente mercado europeu e só então (e ainda assim), cansados e esbaforidos, lembram da terra-mãe, onde tudo começou, e aonde, a partir de agora, poderão “enganar” ad eternum.
Para tanto, à espreita e de prontidão, já se acham mercenários empresários e corruptos diretores de clubes, sempre acessíveis e dispostos a usufruírem robustos dividendos (financeiros e preferencialmente políticos), que se encarregam de “forrar a mão” de mafiosos jornalistas (e como proliferam, na imprensa esportiva tupiniquim), a fim que notícias sejam paulatinamente plantadas, anunciando-os como o “herói saudoso” que retorna ao “time do coração” (ou até mesmo – por que, não ??? - para atuar no arquirival, numa prova inconteste de “profissionalismo”).
Movida e estimulada pela paixão e irracionalidade latentes, insuflada a torcida do tradicional clube de pronto adere à causa, tratando de relembrar lances e gols de placa de um passado distante, que (intimamente sabem) jamais se repetirão (mas que o fanatismo se encarrega de obscurecer).
Após a assinatura do contrato milionário, a revelação-surpresa e desprovida de qualquer ética ou escrúpulo: como estão “sem ritmo de jogo”, necessitarão de dois a três meses pra “entrar em forma e ficar na ponta dos cascos”; e aí é que se constata que na realidade se acham mesmo é “bichados”, irremediavelmente “baleados”, sem a mínima condição de agüentar o tranco e, pior, indispostos para tal desiderato (porquanto visceralmente “dependentes” potenciais de “substâncias não recomendáveis”, herança maldita do “velho continente”). Ainda assim, durante o “sacrifício” a que se submetem (meros exercícios físicos), exigem o recebimento dos estratosféricos salários religiosamente em dia (como se tivessem a exercer a profissão) enquanto que - como ninguém é de ferro - as “baladas noturnas” se sucedem numa freqüência impressionante, com muito luxo e desperdício (para a infelicidade e protestos dos novos vizinhos (de um lado), e felicidade completa de determinadas “atrizes globais” (de outro); tanto é que uma delas, das mais famosas e requisitadas – e não caiam pra trás – chegou a receber “um apartamento”, pelos relevantes serviços prestados em uma única noitada).
O resto do script todo mundo já sabe: em campo, enquanto os companheiros literalmente “se matam” de correr atrás da “gorducha” (bola), eles “passeiam” ou “caminham” sem maiores preocupações; se alguém tem a “infeliz idéia” de endereçar-lhe o instrumento de trabalho (bola), há que fazê-lo “a domicílio”, sem que haja a necessidade de maiores esforços de sua parte, porquanto, se empreenderem algum excesso poderão romper algum vaso ou tendão; depois do “desfile” pelo tapete verde (por uma ou duas míseras partidas), alegam “cansaço” e exigem repouso absoluto de um ou dois meses para se “recondicionarem” fisicamente (sem que, no entanto, deixem de freqüentar assiduamente a noite). Viajar com os companheiros para atender a algum compromisso do clube, numa praça razoavelmente distante ??? Nem pensar (quando convenientemente não estão na “fisioterapia”, sempre têm que cumprir algum compromisso particular, sob a proteção da imprensa e Diretoria do clube).
E assim esses (podres de rico) “medalhões-heróis” forjados pela mídia esportiva tupiniquim levam a vida na maciota, certamente que gozando da cara dos (lisos)
“idiotas” - todos nós).
Agora, aqui pra nós: você já parou pra imaginar quanto custou cada um dos raros gols de autoria do tal Ronaldo “Pensão” Nazário, Adriano “Pó Puro” ou Ronaldo “Moleque” Gaúcho, depois que retornaram à pátria amada ???
Quanto ???