Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 14 de abril de 2011

ENCONTRO COM AMIGOS


George Macário e Edilma
Sem palavras...

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


CONFREI  - Sob a proteção de Saturno, o Confrei apresenta folhas que crescem sem hastes, diretamente do caule, como se não pudessem existir de outra maneira. Suas flores se voltam para a terra, numa atitude fechada e introvertida. - Symphytun officinale-  O nome- Symphytun, tem origem grega (symphei- coalescer), significa "crescer junto" e se refere á propriedade da raiz mucilaginosa que une e cicatriza a carne e os ossos.  Segundo Culpepper, médico e astrólogo do século XVII, seu poder de unir e consolidar é tanto que, se fervido junto com carne picada, juntará os  pedaços novamente.



Planta herbácea perene, alcança 1 metro de altura. Encontrada em praticamente todas as regiões do planeta. Suas folhas chegam a ter 30 cm de largura e suas flores são brancas, amarelas e violáceas.
Cultivada em solo rico em matéria orgânica, bem drenado e pouco ácido. Luz plena. O Confrei é uma planta de difícil cultivo, pois prefere os terrenos húmidos às margens de rios e lagos e lugares frescos.


O Confrei é considerado uma farmácia completa, usado em tratamento interno e externo, atuando como antiinflamatório, anti-reumático, emoliente, adstringente. É um excelente expectorante, combate doenças respiratórias. Ativa o pâncreas, produzindo mais insulina, por isso é usado por diabéticos. É a planta de maior poder cicatrizante em feridas e queimaduras usado também no tratamento de glóbulos vermelhos. Usado em compressas, amolece os tecidos inflamados pelas dores, sendo usado em artrite e reumatismo crônico. A seiva contida nas folhas e nas raízes estimula a formação de novos tecidos na pele, por isso é usada em cosméticos, para suavizar as rugas e prevenir o envelhecimento precoce.

Edilma Rocha
Fonte - Jardim Interior - Denise Cordeiro

Nem tudo a um simples click - Emerson Monteiro

Nos tempos eletrônicos desta hora, para onde estirar a vista, distâncias imensas deixaram de limitar as estradas humanas. Querem claridade, haja claridade no primeiro botão detrás da porta. Ambiente climatizado, só estirar o braço e acionar a chave. Saber das horas, e enterrar as unhas no teclado para acender o celular. Emergência, acionar o telefone. Uma música feliz, façam-se os sucessos do momento. Notícias quentes, o plantão da televisão. Segue, assim, o esplendor das maravilhosas máquinas, a ponto quase de virar sonho eletroeletrônico de noite querer ir ao banheiro e mover o clone virtual para atender às necessidades. Carros, máquinas, comunicações, diversões, viagens, compromissos, encomendas, saúde, clima, educação, amizades, família, gama infinita de ordens cumpridas nos apelos da técnica.
O aperfeiçoamento tecnológico causa espanto às gerações que agora buscam apressadas novidades do progresso em passeios de fim de tarde. Automóveis falam. Deficientes dirigem. Casas obedecem. Palestrantes ensinam à distância. Médicos operam na tela do computador. Crianças brincam de engenharia antes mesmo de falar. Pais recorrem aos filhos na compra de seus instrumentos de consumo quais clientes procuram monitores para tirar quantias financeiras. Aviões desbravam estratosferas como rotineira pesquisa. Resultado das mudanças, por debaixo da aparência, norteando o futuro, corre todo tempo um rio de fenômenos inimagináveis pelas artérias da sociedade.
Ninguém alimenta desejos de retornar ao período em que não existiam as facilidades modernas. Banho quente no inverno era de cuia, e lembrar que os imperadores, na Idade Média, por exemplo, nada sabiam do que revelou a ciência desta fase atual. Visões do paraíso nunca chegaram tão perto, prazerosas, quanto nestes dias dos circuitos elétricos utilizados.
No andar do comentário, bem aqui, afloram as conclusões dos argumentos em duas alternativas. Ou querer interpretar a ingratidão das pessoas que dispõem de tudo e ainda reclamam de barriga cheia. Ou agir qual criança a quem o triste vira festa, no açúcar do presente.
Corretos da política, no entanto, veem poucos motivos de euforia nos aparelhos carregados nos fios da parede, porquanto exigem melhoria no sistema geral. A saúde pública precisa cumprir o seu papel e servir melhor a população. As ruas andam carcomidas de buracos e valas arriscadas. Uma injustiça social crônica insiste divide as populações, também nos países ditos ricos. O ensino discrimina e realimenta exclusões sociais, invés de resolver o vazio da conscientização das massas. Poucos têm muito e muitos têm quase nada. Violência, drogas, prostituição infantil, trânsito caótico, angústia, eis algumas das mazelas de solução precária por parte da técnica, a depender do desenvolvimento da mentalidade dos seus usuários, sinal do quanto resta para realizar neste chão comum, tarefa que cabe a todos nós, sem nenhuma exceção.

"...DO CARIRI" - José Nilton Mariano Saraiva

Desnecessário forçar a memória pra lembrar que, meses atrás, quando da “farsa” que foi a plenária solene de criação da Região Metropolitana do Cariri, no recinto da Assembléia Legislativa do Estado, alguns dos Deputados Estaduais (que inclusive foram votados no Crato) se postaram peremptória e radicalmente contrários a tal denominação, já que, asseveravam convictos, desde o batismo oficial a denominação mais “apropriada” para aquela área seria Região Metropolitana de Juazeiro. Como não houve unanimidade e objetivando aparar arestas, os “bombeiros de plantão”, por conveniências momentâneas, decidiram pela manutenção da primeira denominação – Região Metropolitana do Cariri. Puro jogo de cena, conversa pra boi dormir, cinismo absoluto, hipocrisia em estado latente, já que a questão substantiva, a da localização dos empreendimentos que viriam para a Região Sul do Ceará e a conseqüente alocação dos necessários recursos para tal mister, de antemão já estavam garantidos pra Juazeiro do Norte.
Na oportunidade, registramos aqui mesmo o nosso protesto, e profetizamos que, em razão do “componente político”, na prática a teoria seria outra, já que havia e estava clara a predisposição governamental de privilegiar as cidades de Sobral, ao norte, e Juazeiro do Norte, ao Sul, em termos de interiorização desenvolvimentista do interland alencarino; às demais cidades seriam destinadas as sobras, os refugos, as migalhas, aquilo que não fosse de interesse da “metrópole” (o lixão, por exemplo), já que meros satélites a vagarem na órbita das urbes acima citadas. O tempo literalmente “fechou”, já que fomos “premiados” com alguns adjetivos de cunho eminentemente preconceituosos e depreciativos, tais quais: conservador, bairrista, ultrapassado, anacrônico e por aí vai.
Fato é que, de lá pra cá (e lamentavelmente), o que houvéramos previsto se tornou uma dolorida realidade (principalmente para os cratenses), além do que revestido e acompanhado de um componente sarcástico e provocativo: em todos os grandes principais investimentos implementados em Juazeiro do Norte (principalmente na esfera governamental), há de se expressar e constar em “caixa alta e cores diferenciadas”, tanto na fachada da obra civil como em documentos atinentes, a denominação complementar “...DO CARIRI” (assim, temos o Aeroporto Regional do Cariri, o Hospital Regional do Cariri e por aí vai), como se, a partir de então, nenhuma obra similar ou de características idênticas se torne necessária (Juazeiro do Norte deterá o privilégio de ser o primeiro e único em termos de Cariri, ad eternum).
E, só pra chatear (ou jogar a última pá de cal num corpo insepulto e putrefato), maus cratenses (adeptos do puxasaquismo e de conveniências momentâneas) trataram de difundir um slogan tão cretino quanto derrotista - “somos um só povo, uma só nação Cariri” - que apenas denota a falta de compromisso, o desamor ao Crato, o pouco caso com o futuro da cidade, o conformismo com o catastrófico status atual, a impotência de se conseguir algum projeto de porte gerador de emprego e renda, a inapetência política caracterizada pela falta de parcerias capaz de alavancar o desenvolvimento da urbe; e o pior é que tão estapafúrdio conceito foi imediatamente absorvido e difundido, inclusive e principalmente pelas autoridades do município, numa clara sinalização de que não devemos nos preocupar se nada vem para o Crato, não devemos reclamar se nos falta emprego e renda, não devemos se importar se a nossa cidade dia-a-dia se degrada, afunda e se transforma numa cidade fantasma, porque, afinal de contas... “Juazeiro é bem ali” (assim, até um simples BO policial terá que ser obtido lá).
Também, esperar o que de um prefeito que publicamente proclamou que “...o Crato é final de linha, só vai ao Crato quem tem negócios lá” ??? O que esperar de um prefeito que é tão “afinado” com o Governador do Estado que este, em visita à cidade, fez questão de ignorá-lo solenemente e às claras ???
Ta na hora, pois, do povo do Crato encarar com mais seriedade e responsabilidade uma eleição, colocando à frente do município pessoas que tenham compromissos com a cidade, que se disponham a catapulta-la do pântano movediço em que a meteram (já há décadas).

Rua Imperador Dom Pedro I – por Armando Lopes Rafael





Existe no conjunto habitacional Mutirão (localizado logo após o bairro Alto da Penha) em Crato, uma pequena rua denominada Imperador Dom Pedro I. Esta justa denominação deveu-se a um projeto do então vereador Emerson Monteiro, aprovado em 1992, e atendeu aos pedidos de monarquistas cratenses feitos aquele edil, o qual – diga-se de passagem –, teve uma honrada e fecunda atuação na Câmara Municipal de Crato.
Dom Pedro I, na opinião de João de Scantiburgo, foi “O maior clarão do Novo Mundo”! Já o historiador Pedro Calmon escreveu que o primeiro imperador brasileiro foi “O maior príncipe do mundo no século XIX”. São opiniões modestas sobre Dom Pedro I! Este, (que aos 25 anos de idade garantiu lugar na história como o homem que fez a Independência do Brasil), por sete vezes recusou outras coroas que lhe foram oferecidas por três países: Grécia (1822 e 1830); Portugal (1826 e 1834) e Espanha (1826, 1829 e 1830). Nessas ocasiões optou por continuar no que ele chamava “Meu amado Brasil”...
Na vida privada Dom Pedro I foi militar autodidata, poeta, músico, jornalista, geopolítico, abolicionista, liberal, legislador, marceneiro, domador de cavalos, um espírito versátil e intuitivo, leal aos amigos, franco e sincero para com todos. Hoje só fala nas suas conquistas amorosas, como se isso fosse um desdouro para um homem viril, do porte de Dom Pedro de Alcântara.
Deve-se a Dom Pedro I, dentre tantas e tantas coisas que ainda hoje marcam o Brasil, o Hino da Independência (de sua autoria) a Bandeira do Brasil Império (a qual, com algumas medíocres adaptações, é a mesma da atual República), as cores nacionais: o verde (da Casa de Bragança) e o amarelo (da casa de Habsburgo da Imperatriz Leopoldina); a Constituição de 1824 (a que mais durou – 67 anos – dentre as sete que já tivemos) e o início das nossas poderosas Forças Armadas. Graças a tudo isso o Brasil não se fragmentou em dezenas de republiquetas insignificantes como ocorreu na América Espanhola.
Sobre a Constituição Imperial de 1824 os mais desavisados dizem que ela foi “outorgada”. Desconhecem que a mesma foi submetida à aprovação de todas as Câmaras Municipais do Brasil, incluindo a de Crato, cidade que – graças ao vereador Emerson Monteiro – denominou uma rua, no arrabalde do Mutirão (antigo Cafundó), de Imperador Dom Pedro I...
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael