Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Traduzir-se - Ferreira Gullar


Uma parte de mim
é todo mundo.
Outra parte é ninguém
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão.
Outra parte
estranheza e solidão.

Uma parte de mim
pesa e pondera.
Outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta.
Outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente.
Outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem.
Outra parte
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte,
que é uma questão
de vida ou morte

- Será Arte ?
Vídeo - Youtube
Poema de Ferreira Gullar, musicado por Fagner, na interpretação de Adriana Calcanhoto.

Candido Portinari

(Pintor brasileiro)
30-12-1903, Brodósqui (São Paulo)
6-2-1962, Rio de Janeiro (RJ)


Candido Torquato Portinari é um dos maiores nomes da pintura brasileira, alcançando fama internacional pela qualidade e pela temática social de sua obra. Sempre preocupado em caracterizar o tipo brasileiro, retratou a vida rural brasileira, a tragédia das migrações nordestinas e o trabalho duro nos portos. Filho de um casal de imigrantes italianos, Portinari nasceu em Brodósqui, interior de São Paulo. Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou na Escola de Belas-Artes. Apresentou sua primeira obra, Um Baile na Roça, em 1921. Um ano mais tarde, estreou no Salão Nacional de Belas-Artes. No salão de 1928, ganhou um prêmio de viagem ao exterior, onde conheceu os museus da França, Itália, Inglaterra e Espanha e estudou as obras dos mestres. O reconhecimento internacional veio com o quadro Café (1934), já de caráter muralista, que recebeu menção honrosa na Exposição Internacional de Arte Moderna do Carnegie Institute, em Pittsburg (EUA), em 1935. Pintou seu primeiro mural para o Monumento Rodoviário da estrada Rio–São Paulo, atual Rodovia Presidente Dutra. Trabalhou de 1936 a 1945 nos painéis para o edifício do Ministério da Educação do Rio de Janeiro, hoje Palácio da Cultura. Em 1940 realizou exposição individual no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York; o sucesso foi tal que os quadros expostos foram todos vendidos. Em 1942, foi convidado pelo governo norte-americano para pintar a sala da Fundação Hispânica na Biblioteca do Congresso em Washington, onde se encontram quatro afrescos seus. Portinari realizou ainda mais obras monumentais: painéis para a Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, tendo como tema os morros cariocas e a música afro-brasileira (1943); uma série de afrescos com temas bíblicos para a Rádio Difusora de São Paulo (1943); os afrescos de São Francisco (1945) e da Via Sacra (1945) para a Igreja da Pampulha; o painel histórico Tiradentes (1949) para o Colégio de Cataguases (MG); e um enorme mural intitulado Guerra e Paz (1957) para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Nos anos de 1950, participou da Bienal de Veneza (1950) e da I e III Bienais de São Paulo (1951 e 1955, salas especiais).

sabercultura

LIVRO DE GERALDO ANANIAS



François Truffaut



François Truffaut (Paris, 6 de Fevereiro de 1932 — Neuilly-sur-Seine, 21 de Outubro de 1984) foi um cineasta francês. Ele foi um dos fundadores do movimento nouvelle vague e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX. Em quase 25 anos de carreira como diretor, Truffaut dirigiu 26 filmes. Conseguiu conciliar um grande sucesso de público e de crítica na maior parte deles. Os temas principais de sua obra foram as mulheres, a paixão e a infância. Além da direção cinematográfica, Truffaut foi também roteirista, produtor e ator.

François Truffaut nasceu no início dos anos 1930, filho de Roland Lévy e Jeanine de Montferrand. O garoto jamais conheceu o pai biológico e foi criado pelos avós maternos - já que a mãe o rejeitara. O avô era um homem rígido, enquanto a avó despertou no menino a paixão pela literatura e música. Com sete anos, François viu o primeiro filme no cinema, Paradis perdu, de Abel Gance. Dali em diante, interessou-se assiduamente pela sétima arte. Aos 10 anos, François perdeu a avó e foi morar com a mãe, que estava casada com Roland Truffaut, um arquiteto católico. Este acabou registrando o garoto com o seu sobrenome. Foi o período mais difícil da infância de Truffaut. Rechaçado tanto pelo pai adotivo quanto pela mãe, seu espírito rebelde transformou-o em um mau aluno na escola e induziu-o a cometer alguns atos de deliquência, como pequenos furtos. Esta fase de convívio com os pais inspiraria Truffaut em seu primeiro trabalho cinematográfico, o autobiográfico Os Incompreendidos/Os 400 golpes.

Naquele tempo, François Truffaut costumava matar aula para assistir a muitos filmes secretamente, muitas vezes com o colega de classe Robert Lachenay, seu grande amigo na infância. Aos 14, Truffaut abandonou a escola definitivamente e passou a viver de pequenos trabalhos e alguns furtos. A paixão pelo cinema fez o jovem Truffaut fundar, em 1947, um cine-clube, chamado "Cercle cinémane". Aquela era uma época de enorme efervencência cultural na França pós-II Guerra Mundial, e os cineclubes, lotados, eram o local para se assistir às projeções e discuti-las depois. Mas o "Cercle" não teria vida longa, já que ele concorria com o"Travail et culture", cine-clube do escritor e crítico de cinema André Bazin. Bazin soube que o "Cercle" estava à beira da falência e foi conhecer Truffaut. Sensibilizado com o menino cinéfilo, o crítico tornar-se-ia uma espécie de "pai" para François.

A influência de Bazin na vida de François Truffaut foi decisiva. O jovem tornou-se autodidata, esforçando-se para ver três filmes por dia e ler três livros por semana. Ele até chegou a fazer um acordo com o pai adotivo, que lhe custearia despesas derivadas de sua vida cinéfila. Em troca, Roland Truffaut exigiu que François arrumasse um emprego estável e abandonasse o seu cine-clube de vez. Mas o garoto descumpriu o acordo, e Roland Truffaut internou-o em um reformatório juvenil de Villejuif, e passou sua custódia para a polícia. Os psicólogos do reformatório contactaram Andre Bazin, que prometeu dar um emprego a François no "Travail et culture". Sob liberdade condicional, Truffaut foi internado em um lar religioso de Versailles, mas seis meses depois foi expulso por mau comportamento.

Secretário pessoal de Andre Bazin, aos 18 anos, François Truffaut obteve a emancipação legal dos pais. Bazin continuou a lhe dar a formação adequada em cinema, introduzindo-o no "Objectif 49", um seleto grupo de jovens estudiosos do novo cinema da época, como Orson Welles e Roberto Rossellini. Mais tarde, integrariam o "Objectif 49" nomes como Jean-Luc Godard, Suzanne Schiffman e Jean-Marie Straub. Truffaut também participava do "Ciné club du Quartier Latin", boletim sobre cinema coordenado por Eric Rohmer, em que ele daria seus primeiros passos como crítico da "sétima arte". Seu primeiro artigo foi sobre o clássico A regra do jogo (1939), de Jean Renoir. Em abril de 1950, François Truffaut foi contratado como jornalista pela revista Elle e passou a escrever seus primeiros textos. Também fazia contribuições regulares para outras publicações.

Mas, em decisão inexplicável, Truffaut largou a profissão e alistou-se nas Forças Armadas francesas. Arrependido, tentou escapar, mas acabou preso por tentativa de deserção. Novamente, Andre Bazin intercedeu por ele e Truffaut livrou-se do serviço militar depois de dois anos, em fevereiro de 1952. Desempregado, aceitou morar com a família de Bazin e dedicou-se a ver filmes e escrever artigos como freelancer.

Cahiers du cinéma
Em abril de 1951 - época em que François Truffaut estava preso -, uma nova revista sobre cinema nascia. A "Cahiers du cinéma", fundada por André Bazin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca, tornaria-se a mais influente públicação sobre o assunto na França. Em 1953, Bazin ajudou Truffaut a entrar para a "Cahiers". E logo com seu primeiro artigo, "Une Certaine tendance du cinéma française" ("Uma certa tendência do cinema francês", em portugês) - um manifesto contra "a tradição da qualidade" do cinema francês -, Truffaut causou polêmica no meio cinematográfico, seja para defendê-lo ou criticá-lo.

Além das críticas contundentes de François Truffaut, a "Cahiers" contava com outros jovens promissores, a saber, Claude Chabrol, Eric Rohmer, Jacques Rivette e Jean-Luc Godard. Ao longo de seis anos na revista, Truffaut publicou 170 artigos, a maioria deles críticas de filmes ou entrevistas com diretores, alguns dos quais se tornariam seus amigos, como Jean Renoir, Max Ophuls e Roberto Rossellini. Mais tarde, François Truffaut também publicou artigos pela revista "Arts-Lettres-Spectacles", reduto dos intelectuais de direita da época. Alvo constante de críticas de publicações de tendência esquerdista, como "L'Express" e "Les Temps modernes", Truffaut manteve sua postura de atacar aquilo que julgava ser um cinema obsoleto. Mas Truffaut sempre fez questão de evitar o engajamento político, embora tivesse militado em algumas ocasiões, como contra a guerra na Argélia.

A Nouvelle Vague
Como crítico, François Truffaut desenvolveu sua famosa "Politique des auteurs" (teoria autoral, em português). Neste conceito, o filme é considerado uma produção individual, como uma canção ou um livro. Truffaut defendia que a responsabilidade sobre um filme dependia quase que exclusivamente de uma única pessoa, em geral o diretor. Para ele, o grande representante de sua teoria era o diretor inglês Alfred Hitchcock.

A "Politique des auteurs" foi a base para o surgimento de um movimento que revolucionaria o cinema francês. Criada por jovens cineastas franceses, a Nouvelle Vague defendia tanto a produção autoral como também uma produção intimista e a baixo custo. Esta nova geração era formada principalmente por jovens críticos das publicações especializadas. E a dúvida que pairava era: será que um crítico é capaz de fazer um filme? François Truffaut foi um dos primeiros a tentar provar que era possível. Ele realizou três curtas-metragem. Ainda naquele ano, Truffaut publicou o conto "Antoine et l'Orpheline" na "La Parisienne" - onde também era colaborador - e fez sua primeira entrevista com Alfred Hitchcock, em Paris, para a "Cahiers".

Em 1956, Truffaut foi assistente de produção de Rossellini e, no ano seguinte, fundou sua própria companhia de cinema, a Les films du Carrosse. Em 1957, casou-se com Madeleine Morgenstern, filha do rico distribuidor Ignace Morgenstern (COCINOR). O casamento com Madaleine garantiu plena independência artística-financeira para os trabalhos de François Truffaut. Com ela, o cineasta teve duas filhas: Laura (1959) e Eva (1961). Durante a produção de "Os Incompreendidos", Truffaut viu, em 11 de novembro, o "pai" Andre Bazin falecer, vitimado pela leucemia.

Carreira consolidada
Com as gravações de "Jules et Jim", o cineasta teve um caso de amor com a atriz francesa Jeanne Moreau, casada na época com o costureiro Pierre Cardin. O casamento de Truffaut já havia sofrido um sério abalo, quando ele teve um curto relacionamento com uma atriz de 17 anos, Maria-France Pisier, protagonista de "Antoine et Colette". Em 1964, Truffaut decidiu romper seu casamento com Madeleine Morgenstern, e manteve o romance com Moreau, recém-separada de Cardin.

O prestígio de Truffaut o levou a ser cogitado para dirigir Bonnie & Clyde (1967). Um ano depois, François Truffaut fez parte, como tesoureiro, da comitê de defesa da "Cinémathèque Française", que tinha como presidente de honra Jean Renoir. O diretor militou ativamente pela instituição, inclusive chegou a panfletar ao lado do filósofo Jean-Paul Sartre. Com Beijos Proibidos, Truffaut se apaixonou por Claude Jade e os dois chegaram a ficar noivos, mas romperam logo. No fim dos anos 1960, o diretor e Godard rompem uma longa amizade, iniciada na redação da "Cahiers du Cinéma". A ruptura seria para sempre, embora Godard tentasse uma reconciliação nos anos 1980.

Em 1973, depois do sucesso com A Noite Americana, com o qual ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, François Truffaut recusou proposta da Warner Brothers para refilmar Casablanca. Quatro anos depois, o cineasta atuou em Contatos Imediatos do Terceiro Grau, do diretor norte-americano Steven Spielberg. Em outubro de 1979, François Truffaut aceitou o cargo de presidente da "Federação International dos Cine-clubes".
A morte
Truffaut apoiou a eleição do socialista François Mitterrand para a presidência francesa. No poder, Mitterrand quis condecorá-lo com a "Legião de Honra". Em 1983, nasceu a terceira filha do cineasta, Joséphine Truffaut. Na época, Truffaut queixava-se de intensas dores de cabeça. Descobriu mais tarde que estava com câncer no cérebro. Pensava em fazer sua autobiografia, com o amigo Claude de Givray, mas os problemas de saúde o impediram de finalizá-la. Em 21 de outubro de 1984, François Truffaut faleceu, no Hospital Americano de Neuilly-sur-Seine, vítima de um tumor cerebral, causado pelo vício do cigarro.

Obra
François Truffaut fez seu primeiro filme em 1954. Foi o curta-metragem Uma Visita, filmado em preto-e-branco e 16mm. No mesmo ano, produziu o argumento de Acossado, de Godard, futuro e aclamado filme deste diretor. Em 1958, Truffaut e Godard co-dirigiram o curta Une Histoire D'Eau. Com a fundação da Les films du Carrosse, Truffaut produziu outro curta. Os pivetes, também filmado em preto-e-branco e 16mm, recebeu boa recepção da crítica especializada e lhe deu o prêmio de Melhor Diretor do Festival du Film Mondial, de Bruxelas.

Com fundos do sogro, em 1958, ele bancou um projeto inspirado em suas experiências da infância e pré-adolescência, o longa-metragem Os Incompreendidos/Os 400 golpes. Sucesso internacional, este filme definitivamente inaugurou a "Nouvelle Vague". Para fazer o papel de ator principal do filme foi escolhido um jovem Jean-Pierre Leaud. Com 14 anos, Leaud interpretaria Antoine Doinel, alter-ego de Truffaut. Assim como Bazin tornara-se um pai para Truffaut, este seria o grande mentor de Leaud. Em abril de 1959, os Incompreendidos/Os 400 golpes ganharia o prêmio de melhor diretor do Festival de Cannes, além de ter sido indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.

Em novembro de 1960, foi lançado Atirem no pianista, segundo longa-metragem do diretor e seu primeiro filme noir, baseado no romance policial "Down There", do norte-americano David Goodis. O filme foi um fracasso de público, o que levou muitos jornalistas a decretarem o fim da "Nouvelle Vague". Mas com Jules et Jim - Uma mulher para dois, lançado em janeiro de 1962, Truffaut tentou provar o oposto. Com Jeanne Moreau no papel principal, Jules et Jim - adaptação homônima do livro do francês Henri-Pierre Roché, que conta o triângulo amoroso de três amigos - é considerado uma das obras-primas do movimento. Ainda naquele ano, Truffaut lançou o curta Amor aos 20 anos, uma seqüência das aventuras de Antoine Doinel.

Dois anos depois, em maio de 1964, estreou Um só pecado/Angústia, o quarto longa do cineasta, um drama psicológico sobre a paixão de um renomado conferencista por uma jovem. Obra sui-generis na filmografia do diretor, Fahrenheit 451 (filme), filme inspirado na ficção do escritor norte-americano Ray Bradbury, narra a história de uma sociedade totalitária no futuro, onde os livros foram banidos. O filme, lançado em setembro de 1966, recebeu uma indicação do BAFTA e uma do Festival de Veneza. É também o primeiro filme colorido de Truffaut.

Em abril de 1968 foi lançado A Noiva Estava de Preto. Inspirado na obra do escritor norte-americano William Irish, A Noiva… era o segundo film noir do diretor e novamente foi estrelado por Moreau. Ele conta a história de uma mulher em busca de vingança pelo assassinato do noivo. Em setembro, estreou Beijos Proibidos/Beijos Roubados, mais uma história com o alter-ego do diretor. Nela, um Antoine Doinel apaixona-se por Christine (Claude Jade), uma violonista burguesa. O filme foi também um registro feito da cidade de Paris antes dos acontecimentos de maio de 68. O diretor acabou por se casar com Jade, naquele ano.

A Sereia do Mississippi, lançado em junho de 1969, é mais uma adaptação que o diretor fez de uma obra de Irish. Com Jean-Paul Belmondo e Catherine Deneuve, o filme conta a história de um rico empresário do tabaco, de Reunião, que conhecera uma mulher por correspondência e se casaria com ela, mas ele se envolve em uma louca paixão com uma mulher totalmente diferente daquela com a qual pretendia casar. Em fevereiro de 1970, foi lançado O Garoto Selvagem, adaptação de Jean Itard. É o primeiro filme em que Truffaut ganha um papel de destaque (ele já havia feito uma sutil aparição em "Os Incompreendidos/Os 400 Golpes"), ao interepretar o professor Itard, que vivenciou a experiência de encontrar um menino nas selvas, que foi educado por ele. Leaud, em Domicílio Conjugal, de setembro de 1970, mostra um Antoine Doinel casado com Christine. Em novembro de 1971, estreou Duas Inglesas e o Amor/Duas Inglesas e o continente, outra adaptação de Henri-Pierre Roché, sobre o triângulo amoroso entre duas jovens inglesas e um rapaz francês, no início do século XX. O filme conta com a a participação de Eva, filha de Truffaut.

Em setembro de 1972, foi lançado Uma jovem tão bela como eu e inspirada na obra do escritor norte-americano Henry Farrell, sobre uma socióloga que entrevista, na prisão, uma mulher acusada de assassinato. A Noite Americana, uma das obras mais famosas de Truffaut, foi lançada em maio de 1973. O filme é sobre a produção de um filme e mistura ficção à realidade, com o próprio Truffaut atuando como diretor de uma obra que seria estrelada pela atriz britânica Jacqueline Bisset. A obra venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1975, além de três BAFTAs. Em outubro de 1975, foi lançado A História de Adèle H., com a atriz francesa Isabelle Adjani. Inspirado no diário de Adèle Hugo, o filme narra a paixão insandecida da filha do poeta francês Victor Hugo pelo Capitão Albert Pinson (Bruce Robinson). Em 1976, foi lançado Na idade da inocência, filme sobre o cotidiano de pais, alunos e professores em uma pequena cidade do interior da França.

Sucessso de público, O Homem que Amava as Mulheres chegou às salas de cinema em abril de 1977. Em flashback, o filme narra a vida e os casos amorosos de Bertrand Morane Charles Denne. Inspirado em "The altar of the dead", de Henry James, O quarto verde foi lançado em 1978. A obra conta a história de Julien Davenne (interpretado por Truffaut), um jornalista que venera a mulher prematuramente morta. Em 1979, chegou ao fim a saga de Antoine Doinel, com o lançamento de Amor em fuga. Já tendo passado do 30 anos e separado de Christine, Doinel tenta ainda encontrar o amor. A trilha sonora, de Georges Delerue, levou o prêmio César.

Um dos mais premiados filmes do diretor foi O Último Metrô. Lançado em 1980, o filme contou os astros Gérard Depardieu e Catherine Deneuve. Durante a França ocupada pelos nazistas, um dramaturgo judeu comanda uma peça do porão de seu teatro. Vencedor o César em 10 categorias e recebeu indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1981, estreou A Mulher do Lado, com Fanny Ardant e Gérard Depardieu. O filme narra a tragédia história de amor de Bernard e Mathilde, que se reencontram depois de viverem um tórrido romance. Último filme de François Truffaut, De repente num domingo/Finalmente, Domingo! é uma adaptação de The Long Saturday Night, de Charles Williams. Lançado em 1983, o filme narra a história de uma mulher que ajuda um homem, acusado por assassinato, a encontrar o verdadeiro criminoso. Indicado na categoria de Melhor Diretor em 1983 no César.

wikipédia

As portas do dia - Por Emerson Monteiro

Às notas suaves de uma canção francesa que invadem o espectro grandioso da manhã seguem-se-lhes cantos de pássaros nas mais altas árvores próximas, enquanto os primeiros caminhantes deslizam a sonolência da véspera na faixa estreita que habita o trecho entre a imaginação e o colostro do alvorecer. Orvalho tímido reflete nos seus espelhos côncavos os primeiros raios do sol em forma de arvoredo, nas bordas laterais dos caminhos. Cedo rangem as tábuas das largas portas do dia. Quais pensamentos irrequietos, as borboletas brincam no rendado verde das encostas, quais lampejos experimentais de um pintor imaginário a sacudir de seus pincéis embebidos na tinta o azul bem terno do céu.
Nuvens em fiapos escorregam junto dos bichos que apeiam das árvores para somar no meio das coisas do chão
Uma história que preenche o vazio de tudo escrito nas folhas da mata, no trinado de insetos e latidos de enlanguescidos cães.
Os detalhes sincopados aos poucos surgem dos sonhos e formam a cena. A saudade das estrelas que dormiram há instantes, os retalhos do escuro que esclareceu de ruídos acordados a fimbria avermelhada do horizonte, animais friorentos, umedecidos nas gotas de chuva da véspera, flores minúsculas, filão adocicado nos lábios de amores enigmáticos, quase feitiço de casebres distantes, de cujas chaminés escapam os algodões das mesmas nuvens esfiapadas nos arames das cercas aveludadas de melão de são caetano.
Interrogações aprofundadas na pele dos gibões de couro no lombo dos velhos burros de carga em rumo das ruas da feira. Trilhas corridas, marcas de cicatrizes na melodia dos boleros guardados no coração dos personagens, no drama da vida.
Quadro pousado no resumo da paisagem durante o intervalo das cartas atiradas ao vento, realejo sofisticado, turmas barulhentas de pequenos exemplares de novas espécies inexistentes, ondas turvas e filamentos de nervos rasgados no róseo nascente aparecido de surpresa.
Nisso, lembrança forte do encontro guardado de corpos nas águas do riacho risonho no declive erótico da serra. Lábios carnívoros ferozes e cristalinos a saborearem os nacos apetitosos do prazer maravilhoso de melhores espetáculos possíveis entre dois seres.
Quantas impressões da viagem resistiram ao tempo do sobrevôo ao silêncio do coração de cada um, dosagens inesperadas no encaminhamento das páginas; lua transparente no rabisco da colina, calma estonteante das pautas musicais que escalonam o espaço e invadem a ramagem em volta.
Ímpeto de querer achar o ritmo da sinfonia das horas ao abrir intenso das folhas do palácio da natureza, de manhã cedo, saltos de pulsares e murmúrios de vontade no fio que tece a história de todos nos bilros do mistério persistente.

O FURTO DA ATA - Por Mundim do Vale



No ano de 1956, nós morávamos na Vazante e o meu pai trabalhava no cartório da cidade. Cada dia era escalado um dos filhos para levar seu almoço na rua. Um dia eu fui escalado e quando passava na casa de Raimundo Beca, onde tinhas uns pés de atas, eu avistei uma que de tão madura, já estava rachada. Os moradores todos estavam almoçando e eu naquela minha irresponsabilidade dos meus dez anos, resolvi furtar aquela fruta. Fiquei de ponta de pé, mas mesmo assim não consegui pegar a ata inteira. E como quem furta tem pressa eu me conformei apenas com a metade, deixando o resto no galho. Dali eu parti para a cidade, comendo a fruta e jogando os caroços de um lado e do outro da estrada.

Quando eu retornava. Da calçada da casa do Sr. José Raimundo eu já escutei a zoada do pessoal. Os palavrões proferidos, não cabem nessa postagem. Me aproximei do local do crime e lá estavam: Raimundo Beca, sua esposa Maria, Benedito, João, Chico, Mundinha e o cachorro Tubarão.
Eu com uma carinha de anjo perguntei:
- O que foi que houve aqui?
Raimundo o mais revoltado disse:
- Foi um ladrão fí duma égua,que mexeu nas nossas pinha e saiu metendo no rabo pru lado da rua. Tá ali os caroço qui o fí do cão deixou.
Maria com a banda da ata na mão falou:
- Eu tumara qui aquele condenado sintupa.
João também muito revoltado disse:
- O infiliz levou só uma banda, foi pra incharcar, se ele tivesse levada toda nóis num ia nem dá fé.
Só Tubarão foi que desconfiou de mim, porque ele me olhava e dava uma rosnada de vez em quando.
Depois que cada um deles disse seus palavrões, Raimundo Beca me perguntou:
- Ô Raimundo do qui vem das banda da rua, Num incontrou algum minino comendo pinha não?
- Seu Raimundo. Eu só encontrei aqueles dois moreninhos dos Lobos, lá no balde da lagoa, mas eles não iam comendo pinha não.
- Mais só podia era num tá cumendo mermo! Uma banda de pinha, na mão daqueles morta-fome dos Lobo, num açoita nem na casa de Zé Raimundo.
Depois daqueles desabafos, eu tentando colocar gelo na questão falei:
- Deixem pra lá meu povo, que Deus há de castigar o ladrão.
Maria ainda com a banda da ata na mão e sensibilizada com as minhas palavras, perguntou:
- Raimundo. Tu quer o resto da pinha pra tu?
- Eu aceito e agradeço, porque pela aparência esta ata tá muito boa.

Moral da história: O QUE É DO HOMEM, O BICHO NÃO COME.
O destino marcou para que aquela fruta me pertencesse na sua real totalidade.

Mundim do Vale

As pessoas que amamos não morrem... Ficam encantadas ! - por Socorro Moreira


Passado e presente misturados pra construir um futuro definitivo.
Não falo da vida...Eu falo da morte! Dessa viagem programada desde o dia em que nasci.
Viver é buscar o caminho da volta. E em cada encontro casual, uma certeza de que o resgate de afetos vem sendo cumprido . Eu sabia que seria assim ! Por intuição no início , completada pelo "sétimo sentido". E as mortes físicas de entes queridos, e as perdas afetivas de amores que ainda vivem , e a morte de cada dia , quando o vento diário passa , e arrasta o que virou energia morta , poluída , carente de ser renovada !

Eu fico abismada com a perfeição do itinerário dos ventos. Caminho sem trilhas , mas tão competente , no arrasto da gente!
Eu tenho um sonho de vida comunitária, numa praia, numa serra , no sertão!
Uma casa comprida de paredes brancas, de portas azuis, janelas com gerânio, e um pé de jasmim. Varandas circundantes, armadores e redes pra embalar nossos sonhos!
Um pé de flamboyand no terreiro limpinho, onde galinhas ciscam o milho que jogamos. Um galo imponente, garantindo a semente !
E a cozinha?
-parte gostosa da casa com fogão de lenha e cadeiras confortáveis ... É a sala do povo de casa.
Um cheirinho de café, sempre no ar, um piláo zuadento, e frutas perfumando o ar. Noites de silêncio , de sonhos festivos...!

É nesse lugar, que eu quero morar!
Mas além do sol, da terra e do mar, eu quero amigos para partilhar :

sorriso e dor.

amor e sabor

cantigas, luar!

Se eles faltarem

não tem céu que me faça

ficar!
.
tela de Caio Marcelo

cinco mulheres solteiras

Certamente mulheres se preparam
para a balada:

risinhos diabólicos
ruídos de escova elétrica
ecoam do apartamento no terceiro andar.

Segundo meu filho,
moram cinco mulheres solteiras.

Qualquer noite levo minha xícara
com uma rãzinha dentro.

Basta um susto,
para que pulem aos meus braços.

Se não funcionar,
arrasto meu pequeno
com o rosto pintado
de bolinhas vermelhas.

Com ar de pai preocupado,
peço-lhes emprestado o termômetro.

"tenho medo que seja sarampo..."

É batata.

Não há mulher que resista
a um garotinho de oito anos com sarampo.

Era Uma Vez...Amor.

As pessoas se curam das doenças da Paixão e do amor. Ou será que esta "cura"é apenas direcionada à Paixão por talvez não ser Amor o que deveras sentes, ou senttias? Será que Amor tem cura? Será que amor termina?...
O Amor em si, não chega a ser doença; pois sabemos que se trata de um sentimento. Mas o excesso do mesmo, leva a alguma patologia, quando as pessoas não aceitam viver sem aquele parceiro(a) amoroso(a), quando tudo gira ao redor dessa relação. Quando o relacionamento encontra-se em primeiro, segundo e terceiro lugar em sua existência. Nós seres humanos, não estamos bem acostumados ou mesmo treinados à rejeição quando o mosso Amor nos demite de sua vida, ou somos literalmente varridos do seu dia a dia. Ai, vem choro e reza; e haja reza e simpatias...Aparece o sentimento de abandono, de vazio, dentre outros. Mas a pessoa mais importante que possa vir a nos amar é a gente mesmo.
" Eu me Amo". Esta frase possui uma magia enorme... Holística, até. Quando este fenômeno acontece, é acrescido da "cura" do desamor. Acabou, terminou, e o ser humano volta a ser feliz e pronto.
O que resta é uma lembrança ínfima, tal um pontinho no meio do Oceano... Sem nenhum valor substâncial. Ai surge o processo de revitalização: novas paixões, novos amores, relacionamentos mil e era uma vez...
Aquele Amor!!!!

UMA HISTÓRIA DE AMOR- Por Edilma Rocha



Dois jovens da antiga Vila Real se avistaram no patamar da Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Penha. Seus olhares se cruzam e os corações batem forte dando o início a um grande amor. Casam-se sob os pés da Padroeira numa manhã de domingo, tendo como testemunhas a brisa suave do Vale do Cariri e o azul da imponente Chapada do Araripe.
Ana Porsina, moça recatada de família tradicional e o Tenente Coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, unem-se em matrimônio no dia 11 de julho do ano de 1810.
Deste casal nasceram sete filhos:

Xilderico Cícero de Alencar Araripe, militar estabelecido no Rio Grande do Sul;
Neutel Norston de Alencar Araripe, agricultor e industrial estabelecido no Rio de Janeiro;
Aderaldo de Alencar Araripe, artista, funcionário público estabelecido em Fortaleza;
Carolina Clarense de Alencar Araripe, do lar, casada co Antônio Ferreira Lima Sucupira, residiu em Fortaleza;
Maria Dorgival de Alencar Araripe, do lar, casada com Joaquim de Macêdo Pimentel, residiu em Fortaleza;
Tristão de Alencar Araripe seguiu carreira de Magistratura, deputado, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado, estabeleceu-se no Rio de Janeiro;
Delacardiense de Alencar Araripe seguiu carreira militar, Coronel Reformado, exerceu cargos públicos no Espírito Santo.
Dos seus filhos nasceram uma numerosa prole levando o nome tradicional dos Alencar Araripe por futuras gerações.
Tristão Gonçalves foi ardente entusiasta da idéia de emancipação política. Do Cariri foi criador de movimentos para a Independência da nossa antiga Província, seguindo em expedições ao Piauí e Maranhão. O amor dos dois sobreviveu aos sofrimentos que tiveram que passar junto com os filhos nas constantes perseguições. Nessa época apenas despontavam rumores da Independência do Brasil em torno de 1817. As notícias dos protestos contra a política Imperial por parte do Coronel Tristão Gonçalves, chegam aos ouvidos do Duque de Bragança e ele é declarado como um traidor da Pátria. Foi preso junto aos seus companheiros, algemado, grilhões nos pés e levado da Capitania do Ceará para a Bahia, à bordo de um navio sofrendo ultrajes, perversidades, fome e sede. Ana Porsina, com o coração cheio de dor pela separação do seu amado e sofrendo dificuldades, foge na companhia do irmão, o Coronel, João Franklin de Lima, atravessando os sertões, levando os filhos para encontrar o aflito marido. Ali permanece acompanhando os infortúnios da vida e da sorte, até 1820.
Neste ano foi solto Tristão e retornam com a família para o Crato. Sabiam que não seriam dias de paz e felicidade que lhes esperava, pois conhecia o espírito guerreiro do marido que não foi intimidado pelos sofrimentos passados. Ainda perdurava o amor à Pátria querida e sabia que iria sacrificar o futuro, a tranqüilidade da família pela Pátria livre, independente e feliz. A única alegria seria a de encontrar os familiares e amigos na terra querida, o Crato.
Desporto o Presidente Pedro José da Costa Barros, da governadoria da Província, foi eleito pela Câmara da Capitania, em 29 de abril de 1824, substituindo-o. Meses depois Tristão Gonçalves proclama diante do Clero, nobreza e o povo, a Confederação do Equador. Mas não durou muito, o estado do Pernambuco fraquejou e abandonou a causa. Boatos surgiram de que em Aracati se organizava uma contra revolução. Tristão prepara-se para partir do Crato para impedir o movimento.
Ana Porsina implora ao amado que não parta para a Batalha. Roga pelos filhos, pelo sofrimento suportado sem nunca ter pronunciado uma única palavra de lamento, cumprindo o dever de esposa obediente de um militar. Mas Tristão não se rende as suas lágrimas e diz que a defesa é Santa e a Vitória Certa e que irá lutar até o último sinal de vida. Ela resignada pede-lhe um último abraço...
Seus corpos trêmulos de paixão se unem pela última vez numa despedida cheia de amor e confiança. Vê o amado afastar-se e fica acenando um lenço branco ao vento... Ana segue para Quixadá e Tristão para Aracati...
Chegando à Capital, tomou conhecimento de que se havia restaurado o Governo Imperial, José Felix de Azevedo e Sá, entrega-se à Lord Cochrane.
Não aceita proceder como José Felix, ou fugir para os Estados Unidos da América, e repeliu o perdão proposto por Cochrane, seguindo pelo Jaguaribe para encontrar Filgueiras. Ao chegar no local chamado Santa Rosa, foi atacado juntamente com os seus homens por um bando indisciplinado e armados em nome do Imperialismo. Lutou e resistiu por um tempo, e finalmente foi barbaramente assassinado, indefeso e sozinho, em 13 de outubro de 1824.
Desde esse dia, Ana Porsina deixou de viver para o mundo. O punhal que perfurou o coração do seu amado, despedaçou o seu também. E daí por diante ficou conhecida por ANA TRISTE.
Cobriu-se de negro, nunca mais saiu de casa e ficou insepulta durante 50 anos numa espécie de clausura existencial, interrompida somente para as orações e doações de caridade. Foi acompanhada pela sua irmã Isabel Inocência de Lima e ninguém à via, ficava somente em seu aposento.
Os tecidos negros que lhe cobriam o corpo também se estendia a todos os objetos da casa. Nunca mais sorriu. Jamais alguém a ouviu pronunciar o nome do amado. E dos seus lábios jamais se ouviu um só lamento. Simplesmente calou. Debruçada sobre um objeto manchado de sangue que pertenceu a farda do amado, rezava incansavelmente definindo desta maneira o grande pesar que se abateu em sua alma até 15 de outubro de 1874.
Uma história de amor que se passou no Largo da Matriz da Vila Real do Crato, se confunde em outras vividas por outras gerações de cratenses na Praça da Sé. Diferenciada com o fato heróico vivido pelo nosso mártir Tristão Gonçalves e a bela Ana Triste.

Edilma Rocha
Fonte Almanaque do Ceará, 1922, Revista Provincia do ICC

O tempo passou um pouco. Alguns meses se passaram. Eu passei. Passamos todos. Faltava, porém, um elo. Uma corrente. Um abraço. Faltavam, também, alguns pontos que deixavam de estar em alguns “is”. Pontos que agora foram burilados e que voltam a bater à nossa porta trazendo a certeza de que estamos acertando o passo. E o que, num primeiro momento, parecia uma orelha de confronto, vai se tornando harmonia em plena fusão. Um ponto de admiração mútua. Um espaço de amizade límpida, de parceria boa e possível. E melhor, literária, urgente, crescente, vibrante!

Hoje olho para o Blog Cariricaturas e o compreendo melhor do que no nosso primeiro encontro, na sua feitura, na sua amálgama. Não poderia ser diferente. Nosso Blog parecia um homem de orgulho próprio, erguendo como estandarte a autoconfiança, a convicção, coluna ereta e olhos em tons amarelos perscrutadores. Parecia pertencer ao time dos que buscam, dos que tentam, repensam, procuram. O Cariricaturas atrás de tantas mãos, hoje traduz assim a arte, o pensamento, a magia de poder proporcionar laços e raízes num espaço peculiar e único.
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Eu, de minha parte, não deixei de perceber neste “ser” virtual o crescimento, o desenvolver-se dos talentos poéticos, a busca da simpatia, o provimento da amizade que se derrama nas mãos e no coração de todos que dele participam.
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A cada dia estampa-se, intensivamente, a surpresa, a tensão, a madureza. Observa-se em seus gestos, suas questões, seus textos personificados em seus colaboradores. Constata-se sua grandeza em inquietação estética e pensamentos dinâmicos. Seu posicionamento no fronte cultural. Sua indócil simpatia.

Claude Bloc

No escuro ... - por Edilma Rocha

Chegou de mansinho
E penetrou no meu sonho
Descobriu o amor
De menina e menino.

Primeiro beijo...
Caricias escondidas
Entre sonhos...
Cerrados de desejo.

Amor proibido
No mundo irreal
Seus corpos nús
Acordados no final.

O despertar repentino
De amores perdidos
Suados sofridos
Por meninos sentidos

A luz da manhã despertou
Sonhos jovens imaturos
Cheiro do viço do amor
Culpados e proibidos
Mas, sonhados no escuro

Recebido por e-mail





Gisele Bündchen teve parto normal, sem anestesia, e não tem babá para cuidar do filho
O Fantástico desta noite começa com uma entrevista exclusiva: a supermodelo brasileira Gisele Bündchen, uma das mulheres mais belas do mundo, revela que teve o filho de parto natural.
Veja a entrevista feita em Nova York por Giuliana Morrone.

A fera está de volta! Gisele Bündchen se reencontrou com as araras de roupas, o estúdio de fotografia, o trabalho de modelo.

“Quatro meses. O máximo desde que eu comecei a trabalhar. Desde que eu tenho 14 anos. Eu acho que eu nunca fiquei, com certeza, não fiquei quatro meses sem trabalhar”.

O primeiro trabalho, depois da gravidez, foi para uma marca brasileira. Gisele revelou que o recomeço foi difícil.

“Gente, será que eu vou conseguir fazer isso?’ Deu um momento assim na minha cabeça. Será que eu vou conseguir incorporar? Só que daí que eu fiz a primeira foto e estava meio perdida ainda com a luz, estava meio me encontrando, meio que ficando confortável com o meu corpo de novo, né? E daí, depois da segunda foto eu consegui. Graças a Deus!”, conta Gisele.

O corpo está impecavelmente em forma, seis semanas depois do parto. Seis semanas! E olha que a Gisele é boa de garfo! E de sobremesa!

O corpo esguio, o rosto marcante conquistaram o mundo da moda. Segundo a revista Forbes, Gisele é a modelo mais bem paga do planeta.

Ela saiu de Horizontina, no Rio Grande do Sul, quando era ainda uma garota. Foi para São Paulo, aos 13 anos, e fez um curso de modelo. Lá foi descoberta: nasceu a top model Gisele Bündchen.

Gisele dominou passarelas internacionais, já foi capa das principais revistas de moda e é contratada a peso de ouro por grifes de roupas.

A top model todo mundo já conhece, mas hoje a gente vai conhecer a mamãe Gisele Bündchen.

Fantástico - Como é que está essa aventura de maternidade? Viver esse novo momento?

Gisele - Olha, está maravilhoso. Eu nunca na minha vida pensei que eu pudesse amar assim, né? Eu acho que você sempre escuta as pessoas falarem, mas acho que você não sabe realmente o que é isso. A não ser quando você realmente vive isso, dessa maneira. Então, eu não poderia estar mais feliz.

Fantástico - Como é que está a sua relação com o bebezinho? Como é que vocês estão se dando? Essa nova família?

Gisele - Nossa, está maravilhoso. Tipo assim, 24 horas é ao redor dele assim. Eu acho que eu fico o dia inteiro olhando para ele. Tudo é em função dele. Acho que é um sentimento muito de se doar. Você não pensa mais em você. Acho que a primeira vez que eu me vi no espelho foi quando eu cheguei no estúdio. Porque acho que fazia um mês e meio que eu não me olhava porque você está naquela história de cada duas em duas horas amamentar. E você não dorme muito bem, entendeu? Mas você esquece tudo isso porque quando você vê a carinha do anjinho você fala: ‘Meu, esquece’. Está tudo ali. Isso é que é o mais importante.

Gisele ficou grávida meses depois do casamento, em fevereiro do ano passado, com o jogador de futebol americano, Tom Brady.

Brady é idolatrado nos Estados Unidos. Considerado um dos melhores da história americana, tricampeão nacional jogando como "quarterback" - jogador responsável pelos passes.

Os jovens lindos, famosos e milionários sempre mantiveram a vida pessoal com discrição.
Brady já era pai de John, de 2 anos, filho do primeiro casamento.

Durante a gravidez, Gisele se cuidou e trabalhou até o oitavo mês.

“Eu queria estar muito saudável para o meu filho e tudo o que eu comia eu tinha noção de que estava indo para ele. Então eu comia super saudável. Eu estava fazendo kung fu até os nove meses de gravidez”, conta a modelo.

No dia 8 de dezembro do ano passado, jornais do mundo inteiro divulgaram o nascimento do bebê. Disseram que ele nasceu em um hospital em Boston, mas Gisele revelou para o Fantástico que teve o parto em casa.

“O meu foi na banheira. Foi no banheiro, na banheira. Foi parto na água. É que eu me preparei muito. Eu queria muito ter um parto em casa, sempre achei muito importante. Eu acho assim, eu queria ter muita consciência na hora do parto. Eu queria estar consciente e presente do que estava acontecendo. Eu não queria estar dopada, anestesiada. Eu queria sentir, eu queria estar presente. Então, eu fiz bastante preparo. Eu fazia yoga bastante antes do parto. Eu fazia bastante meditação. Então eu consegui ter um parto super tranquilo em casa. Ele nasceu super tranquilo. Ele é um anjinho por causa disso. Ele nasceu, não chorou, ele ficou o tempo inteiro no meu colo. Então ele nunca saiu de perto de mim. A minha mãe estava lá. Meu marido, minha mãe e a parteira."

"Eu vou te falar uma coisa, não foi dolorido nem um pouco. Não! Porque durante todo o tempo a minha cabeça estava tão focada. Cada contração era assim: o meu bebê está mais perto, ele está mais perto. Então não foi aquela coisa assim: ai que dor! Foi assim, com cada contração mais perto ele está chegando de mim. Eu transformei aquela sensação intensa que acontece para todo mundo, né, em uma esperança de ver ele chegar mais perto. Durou horas o trabalho de parto "

Gisele disse que durante a gravidez um médico chegou a sugerir que ela fizesse uma cesariana. Mas ela estava determinada a ter um parto natural.

E o melhor foi a recuperação, depois do parto.

“E ter um parto normal, que não tem nenhum, para a recuperação no segundo dia, eu estava caminhando, eu estava lavando a louça, eu estava fazendo panqueca. Vamos embora, bola para frente, eu não tenho tempo para ficar sentada na cama”.

A Gisele entrou no camarim pedindo pressa porque ela quer ir embora logo para amamentar o Benjamim. Ele está mamando só no peito?

“Só. E minha mãe está aqui, graças a Deus. A minha santa mãe. Todo mundo tem que ter uma super mãe, né? Eu espero ser uma mãe tão maravilhosa quanto a minha mãe foi para mim. E ela está aqui me ajudando desde o início. Ela estava aqui durante o parto. E também está aqui comigo”.

“Eu quero que ele esteja perto. Se pudesse ser só eu seria ótimo, mas eu não iria dormir nunca, né? Então é bom que quando eu vou dormir eu falo ‘mãe você cuida dele um pouquinho’? Daí eu fico tranquila porque é minha mãe, entendeu?"

E como está o dia a dia? Você tem uma ajuda? Tem babá?

"Eu não tenho babá. Mas, meu, quem precisa de babá quando você tem minha mãe, uma super mãe".

O mais difícil, ela contou, foi a escolha do nome. Brady e Gisele queriam um nome que soasse bem em inglês e em português.

Eu sou brasileira e ele é americano, então cada um tem um sotaque. Eu adoro David, mas aí ele não gostava. Eu gostava de Joaquim, ele achava que era Joaquim e não iria ficar bom.

“Que ele gostasse do que parecesse bom para cá e também para o Brasil. Eu não vou ter um nome americano, o meu filho é brasileiro. Que história é essa”?, brinca Gisele.

“A gente está chamando ele de Benjamim. Eu chamo ele de meu amorzinho. O que eu posso fazer? Para mim ele não tem nome, ele é meu benzinho, meu amorzinho”.

Gisele disse que só vai conversar com o filho em português.

“Com certeza ele vai bastante para o Brasil. Com certeza ele vai estar muito envolvido, minha família inteira. Obviamente eu moro aqui nos EUA e ele vai falar inglês. E vai também fazer parte dessa cultura. O pai dele é americano. Mas com certeza ele não deixa de ser brasileiro. Ele também é metade brasileiro. Está pensando o quê? Ele também é Bünchen. Ele não é só Brady não!”

Gisele se deu conta da riqueza que a maternidade traz para a mulher.

“Com certeza. Eu acho que você não tem como passar por uma experiência dessas e não mudar. Eu acho que eu fiquei... A prioridade da minha vida mudou. Porque agora a prioridade é ele. Nada mais é importante do que meu filho. E tudo é para ele. Eu quero ser a melhor mãe possível. Eu quero ficar mais saudável, eu quero tudo para ser a melhor mãe que eu possa ser para ele”.

Gisele, no Brasil todo mundo quer saber como é o Benjamim? Você tem uma foto dele? Você mostra para a gente?

“Eu tenho foto, mas eu não posso mostrar não. Mas com o tempo vocês vão conhecê-lo. O máximo que eu puder manter ele protegido, eu vou fazer. Eu trabalho com a mídia, ele não”, diz a modelo.


Benjamim é um nome de origem hebraica e sabe o que quer dizer? Filho da felicidade.

Projeto Água pra que te quero ! - Nívia Uchôa

Tauá- Ce - LAVADEIRAS

Antonio Guimarães Cabral - por Norma Hauer


ELE NASCEU EM 3 DE FEVEREIRO
Foi aqui no Rio de Janeiro que veio ao mundo, no dia 3 de fevereiro de 1912, Antônio Guimarães Cabral.

E quem foi ele? Nada mais que ALDO CABRAL, jornalista, produtor de rádio, de teatro e, principalmente compositor
Fez dupla com Benedito Lacerda e compõs uma série de sambas, valsas, canções...
Conheceu seu primeiro sucesso com a valsa "Boneca", gravação de Sílvio Caldas.

Esta valsa teve uma história, contada por Carlos Galhardo: Aldo Cabral prometeu a Galhardo que ele a gravaria, mas Benedito a entregou a Sílvio Caldas.

Que fez Aldo Cabral ? Propôs a Ataúlfo Alves que ambos fariam uma valsa para Galhardo gravar.

Eu?, uma valsa? perguntou Ataúlfo.
- E porque não?...

Assim, ambos compuseram a valsa belíssima gravada por Carlos Galhardo na Odeon: " A Você". E fizeram sucesso.
Anos mais tarde, em um LP Galhardo gravou a valsa "Boneca".

A dupla Aldo Cabral e Benedito Lacerda conheceu vários sucessos, como "Amigo Leal" e sua resposta "Amigo Infiel"; "Espelho do Destino"; "Voz do Dever" (todos gravados por Orlando Silva); Chico Alves gravou da dupla "Carnaval de Minha Visa", a música para a quarta feira de cinzas:
.
"Quarta feira de cinzas amanhece,
Na cidade há um silêncio que parece,
Que o próprio mundo se descarrilou...
É a máscara que a vida jogou fora,
mostrando que a alegria foi-se embora
No som do carnaval que já passou..."

O maior sucesso de Isaurinha Garcia foi da autoria de Aldo Cabral e Cícero Nunes:
"Mensagem"
"Quando o carteiro chegou
E meu nome chamou,
Com uma carta na mão"...

Muito mais Aldo Cabral compôs e quase tudo foi sucesso.

Como todos os compositores de sua época, Aldo Cabral afastou-se depois que surgiu a bossa nova. Era um ritmo diferente e não adiantava mais lutar.

Aldo Cabral faleceu em 5 de junho de 1994, aos 82 anos.
Norma Hauer
Estranheza

- Claude Bloc -




De onde me vem a estranheza
No modo de andar pela rua
No modo de sentir a cidade
No jeito que o sonho flutua?

Horas existem de puro espanto
De não crer que aqui estou
Horas de monotonia
Horas de plena euforia
Horas espertas, faceiras
Horas incertas, ligeiras
Horas de tanta espera
Vontade de ficar aqui...

Crato ainda é um sonho
Quando me sinto tão sua?
Quando meu frágil martírio
Se esquiva pela saudade
Pelas praças, pelas ruas
Sentindo pela cidade
Cheiro de rosa e jasmim
Cheiro de pequi, rapadura
Envolvidos no cetim
De minhas lembranças antigas
Tijolo de buriti.


Claude Bloc

Um fio de esperança


Pedro Esmeraldo

Pensávamos em construir no Crato um maciço de alvenaria que serviria de base com sustentação de paredes sólidas de um edifício social, modificando o pensamento humano com equilíbrio moral, transformando-o em palavras de solidez para que venham mais forças coesivas e transformem a sociedade num equilíbrio de emoção estável de união duradoura.

Gostaríamos de usar esse pensamento popular: “Quem quer ser grande, que nasça viçoso.” Isso vem prevalecer ao homem intolerante, que deseja subir de qualquer maneira, mostrando qualidades inadequadas e que não possui, “muitas vezes”, essas tais qualidades. Desejam subir à força para, no fim, desabar com pressa e cair no desespero.

É o caso de pequenos lugarejos que desejam elevar-se à categoria de cidade sem ter nenhuma categoria de florescer financeiramente.

Ontem mesmo, andando por arredores de um sítio pertencente a essa localidade deparamos com pessoas dizendo que não era de seu alvitre pertencer a essa população e deixar de ser cratense, uma cidade mais evoluída e avançada no seu progresso.

Saímos alegres com essas palavras, pois o nosso objetivo é trazer a união e distorcer a situação, transformando em uma grande vertente de povoação sólida, medindo bem-estar social e suporte financeiro permanente.

Certo dia, lendo as páginas da Revista Veja deparei-me com uma reportagem, dizendo a realidade do país. Não é à toa que ficamos perplexos quando temos conhecimentos de que cidades brasileiras, ainda não estão bem financeiramente, mas sabemos sem dúvida alguma que a dívida interna do Brasil alcança a cifra de Dois trilhões de reais e a coisa não é mole não.

Notamos que se não alcançarmos o equilíbrio financeiro de algumas cidades brasileiras e que ainda viverão sempre na pior situação, precisando constantemente da ajuda do Governo Federal. Ora meus amigos, neste caso, os pequenos municípios não tem suporte financeiro e trarão um aumento anormal dessa dívida pública. Não tem de jeito nenhum, condições de cumprir com os tributos, visto que o salário mínimo e as obrigações com o INSS não serão cumpridas a contento, aumentando plenamente a corrupção, quer política, quer eleitoral, e serão engolidos com o progresso dos grandes municípios.

Atenção pessoal pontaserrano: estamos na expectativa que nos compreendam e imitem o digno professor J. de Figueiredo Filho, que foi um grande defensor do Crato.

Crato, 05 de fevereiro de 2010.

QUEM SOU EU ? ...


Hoje já não sei mais quem sou... Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR. Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado CONTRABANDISTA. Se revendo algo, sou MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR.
.
Para votar ELEITOR, mas em comícios MASSA , em viagens TURISTA , na rua caminhando PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE. Nos jornais viro VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o Ibope ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR.
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Se sou colorado, CAMPEÃO MUNDIAL FIFA. Se sou gremista, SEGUNDA DIVISÃO. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL , sou COLABORADOR ) e, quando morrer... uns dirão.... FINADO, outros ..... DEFUNTO, para outros ... EXTINTO, para o povão ... PRESUNTO. Em certos círculos espiritualistas serei ... DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui ...ARREBATADO. E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!!
E pensar que um dia já fui mais EU.
.
Luiz Fernando Veríssimo.
.
Recebi por e-mail.

Como lamber uma tigela ...






Recebi por e-mail

Henfil- Desenhista, jornalista e escritor


5/2/1944, Riberão das Neves (MG)
4/1/1988, Rio de Janeiro (RJ
)


Henrique de Souza Filho era hemofílico e sempre teve uma saúde bastante delicada, assim como seus dois irmãos, Herbert de Sousa, o Betinho, e Francisco Mário. Além deles, tinha mais cinco irmãs.

Henfil nasceu em Ribeirão das Neves e cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde freqüentou um curso superior de Sociologia, que abandonou depois de dois meses.

Foi embalador de queijos, "boy" de agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 1960, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos.

O início de sua carreira de cartunista e quadrinista foi na Revista Alterosa, de Belo Horizonte, a convite do editor e escritor Robert Dummond, onde nasceram suas personagens mais famosas, "Os Fradinhos". Em 1965, começou a fazer caricatura política para o Diário de Minas. Fez charges esportivas para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro, em 1967, colaborando também nas revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro.

A partir de 1969, fixou-se no semanário Pasquim e no Jornal do Brasil, onde seus personagens atingiram um grande nível de popularidade. Em 1970, lançou a revista Os Fradinhos, com sua marca registrada: um desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros e que retratavam as situações da época.

Após uma década de trabalho no Rio de Janeiro, Henfil mudou-se para Nova York, onde passou dois anos em tratamento de saúde, e escreveu seu livro "Diário de um Cucaracha". De volta ao Brasil, morou algum tempo no Rio e em Natal (RN), retornando novamente ao Rio de Janeiro.

Além das histórias em quadrinhos e cartuns, Henfil realizou a peça de teatro "A Revista do Henfil" (em co-autoria com Oswaldo Mendes), escreveu, dirigiu e atuou no filme "Tanga - Deu no New York Times" e teve uma incursão na televisão com o quadro "TV Homem", do programa "TV Mulher", na Rede Globo.

Como escritor, publicou sete livros entre 1976 e 1984: "Hiroxima, Meu Humor", "Diário de Um Cucaracha", "Dez em Humor" (coletiva), "Diretas Já", "Henfil na China", "Fradim de Libertação" e "Como se Faz Humor Político".

Henfil teve uma atuação marcante nos movimentos políticos e sociais do país, lutando contra a ditadura, pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já. Na história dos quadrinhos no Brasil, renovou o desenho humorístico com seus personagens "Os Fradinhos", o "Capitão Zeferino", a "Graúna", e "Bode Orelana", entre outros.

Devido a uma transfusão de sangue em um hospital público, durante tratamento da hemofilia, contraiu o vírus da Aids e faleceu em 1988, em decorrência da doença.


uol educação

Por Lupeu Lacerda



Nada a ver com essa dor no peito. Nada a ver com a constatação absoluta e intrínseca dos meus defeitos com cheiro de cocaína e vinho tinto. Procuro o vidro com as anfetaminas coloridas. Vontade de ir assim sem sim. Vontade de ir sem dormir. De verdade, não conheço mais o cara que aparece na minha identidade. Te falo isso por telefone e você foge com seus delírios mal vestidos. Com seus vestidos cor de nada. Com suas flores de plástico recicladas de garrafas pet. Nada a ver com essa ânsia. Nada a ver com a discordância das notas desse piano. De onde veio a merda desse piano? eu mastigo os seios dos meus medos. Depois os regurgito. Pro meu deleite de fim de noite. No silencio entre uma apitada e outra de um guarda que nada aguarda da vida. Que nem eu.



por lupeu lacerda

O Livro do Cariricaturas





Um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamond - altura : 12) - Temática livre ( crônicas, contos e poemas).
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento poderá ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima )
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas as seguintes adesões:

01. Claude Bloc *
02. Magali Figueirêdo *
03. Carlos Esmeraldo *
04. Maria Amélia de Castro#
05. Ana Cecília Bastos *
06. Assis Lima *
07. Socorro Moreira *
08. Stela Siebra de Brito *
09. Wilton Dedê *
10. João Marni *
11. Rejane Gonçalves *
12. Rosa Guerrera *
13. Heladio Teles Duarte *
14. Edilma Rocha *
15. Emerson Monteiro *
16. José Flávio Vieira *
17. João Nicodemos *
18. José do Vale Feitosa *
19. Liduina Vilar *
20. Elmano Rodrigues #
21. Carlos Rafael #
22. Armando Rafael *
23. Bernardo Melgaço *
24. Domingos Barroso *
25. Roberto Jamacaru *
26.Dimas de Castro *
27.Joaquim Pinheiro *
28.Edmar Lima Cordeiro*
29.Hermógenes Teixeira de Holanda #
30.Olival Honor *
31.José Nilton Mariano*
32.Marcos Barreto *
33.Isabela Pinheiro *
34.José Newton Alves de Sousa *
35 -Jorge de carvalho Alves de Sousa *
36.Vera Barbosa . *
37. Rogério Silva *
38.Corujinha baiana *
39.Lupeu Lacerda #


* Escritores que já enviaram material para edição.
# Escritores que ainda não enviaram material para edição


Lembrem-se:

O envio dos textos será até 08.02.2010 ( prazo máximo !)
Email : sauska_8@hotmail.com ou cbbloc@uol.com.br
Outras informações :
Tiragem : 1.000 exemplares
Distribuição entre autores : 20 para cada
Saldo : será transformados em ingressos para cobrir as despesas da festa de lançamento : coquetel, convites, divulgação, banda,decoração, etc
Se houver saldo de livros será redistribuído entre os autores.
Preço do livro por unidade : 20,00
A edição foi orçada em 6.000,00 ( já considerados todos os descontos possíveis).
Número de páginas : 260 ( aproximadamente).
O valor da contribuição por escritor ( 200,00) será depositado numa cta do Editor (Emerson Monteiro) a ser informada por e-mail. Em contrapartida será enviado respectivo recibo.
Atentar para as datas limite de envio do material ,e de pagamento :
Data limite para depósito : Até maio de 2010.

Claude e Socorro Moreira

O amor tem limites ?- por Heládio Teles Duarte



PARABÉNS, Monsenhor Ágio! Por Pachelly Jamacaru

PARABÉNS Monsenhor, a quem carinhosamente chamamos de Pe. Ágio! Que esta data se repita por muitos e muitos anos!





Fotos: Pachelly Jamacaru
"Direitos reservados"