Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Um caso de memória curta...



Era um casal de idosos.

-Bem, você pode ir a cozinha trazer um sorvete de pistache pra mim, mas com bastante pistache hein!

E quando a velha vai saindo para buscar o sorvete, ele fala:

- Véia não seria melhor você escrever no papel pra não esquecer?

A velha:
- Imagina véi! Você acha que tô ficando velha é?

Logo mais chega a velha com duas xícaras de chá. E o velho rindo comenta:

- Nun falei véia, que você ia se esquecer, cadê os biscoitos?


Origem do texto: Blog Sanharol - Comentário de Francisco de Oliveira para Mundim do Vale

ENSAIO FOTOGRÁFICO - Por Claude Bloc

Não precisei mergulhar, não... Este foi um espetáculo gratuito: um aquário.
A luz ajudou e o balé aquático fez a sua parte. Não sei como se pode passar indiferentemente por isso.

As cores incitam a uma espécie de êxtase. Um júbilo inexplicável. Uma alegria pueril, insensata, incontrolável.

Tentei fazer poesia naquele momento, mas me senti pequena ante tanta beleza. E creio mesmo que não é necessário explicar mais nada, apenas ver. Ver e sentir. Sentir e contemplar, apreciando...

Tentando dormir na vertical...

Azulando algum sonho...

Mascarando o Carnaval

Escondendo a timidez...

Vibrando em luz
.
Avermelhando o silêncio...

Cochichando...

Em boa companhia...




Fotos e texto por Claude Bloc

A poesia de Geraldo Urano

trânsito das almas
televisionadas
nação das gargalhadas
muito verde e pouca mata
velhas águas
milhões de travestis
trânsito das almas
se mostre a sua roupa nova
enquanto o vento sopra respostas
me diga as horas
enquanto tudo é natural

--------------------
todo lugar faz pensar
sabonete jeans e coca-cola
por trás das montanhas vejo os teus olhos
você dança nos teclados da máquina de escrever
no horizonte só eu e você

o mundo está perto da canção
eu toco qualquer coisa banal
a genialidade se acabou mesmo
a gente ainda pode ir para a praia
tomar sol e mergulhar

eu mergulhei em você
sereia de algum lugar
todo lugar faz pensar
que somos de todo lugar

e isso não vai terminar
já matei todas as baratas lá de casa
eu você e a lua na televisão
o vietnã mamando nas tetas de Deus
você dança nos teclados da máquina de escrever
no horizonte dormindo em você

-------------------------------
o sentimento volta
sei que você vai voltar
vou para perto de mim
que é o meu lugar
lagoa fria gelada
você ficou assim
mas quando o sol entrar n'água
vai se derreter por mim
acenda um cigarro
me fume como quiser
sei que há um fim na estrada
me segure se puder
----------------------------

minha vida é um inferno ao seu lado
não sinto o menor prazer
sou o cão chupando manga
meu volkswagen é você
no princípio do dia
me balanço em seus cabelos
no precipício da vida sou cego por você
peço que me abandone
me deixe na esquina sem olhar pra trás
a dor que eu sinto
é você que não me ama mais não me ama mais

"Carnaval de Veneza" - N. Paganini





Vídeo - You Tube

Vadim Repin , o mais famoso violinista russo da atualidade, interpreta "Carnevale di Venezia" de Niccolo Paganini, no Concerto do 60º Aniversário do legendário professor de violino, Zakhar Bron, acompanhado pelos seus alunos.




O tempo cura todas as dores
O presente altera a natureza da dor
Ainda há tempo,
e esse tempo é precioso !
Hoje me livrei dos meus excessos
Lipídios , que sufocam meu coração
Fiquei sozinha no meu silêncio,
e me senti rainha
dos meus inventos, sentimentos.
Hoje escapei do fogo ,
e tomei banho na bica
do discernimento.

Socorro Moreira

Robert Arlt e Fernando de Noronha

A crônica de Robert Arlt (1940-1942), que traduzi abaixo, faz parte do livro El paisaje en las nubes – crónicas en El mundo 1937-1942, editado em 2009, em Buenos Aires, pela Fondo de Cultura Económica. A edição e introdução é de Rose Corral, especialista da obra e biógrafa de Arlt; o prólogo é de Ricardo Piglia. É uma coletânea das crônicas do grande escritor argentino (Los siete locos, Los lanzallamas...), publicadas no jornal El Mundo, de 1937 a 1942, ano de sua morte. A crônica em questão é datada de 20 de março de 1937, um sábado. Trata da fuga de quatro presidiários da ilha de Fernando de Noronha, ocorrida na segunda-feira, ou seja, no dia 15 do mesmo mês. Procurei resguardar ao máximo o estilo do autor, cujas crônicas beiram a ficção e a linguagem foi sempre objeto da crítica dos ‘gramatiqueiros’ latinos.
Não sabemos se os jornais do Recife registraram a fuga que motivou a crônica, se a fuga ocorreu de fato, se alguém de Pernambuco tomou conhecimento da fuga ou da crônica; ou de ambas. Penso que não. Talvez Lula Arraes, a antena mais alerta da literatura pernambucana. Para mim, foi uma bela descoberta. Espero que assim seja para o leitor deste blog...

Quatro presidiários à deriva

Robert Arlt

Vi uma fotografia artística da ilha de Fernando de Noronha, em prata e negro, com a lua bombeando celagem de nuvens. Não se podia senão imaginar, diante desta paisagem, um poema de amor, naturalmente a bordo de um transatlântico. Um “Noturno” no piano do salão de festas da nave adequaria o quadro à situação.Também vi outra fotografia da ilha de Fernando de Noronha. Era debaixo da desolação do sol tropical, os rochedos de lava vermelha numa calcinação de greda, e a água azul, tão quieta e resplandecentes como um lago de mármore das Mil e uma noites. Os leques dos altos coqueiros mostravam seus talhes verdes e, na costa, uma equipe de presidiários, com o traje branco, raiado horizontalmente com listas azuis, carregavam maletas numa balsa custodiada por soldados com fuzil a tiracolo. Essa baía onde trabalhavam os homens se chama Bahia do Cachorro.A ilha é pequena. Vinte quilômetros quadrados e presídio. O presídio e a igreja de muros caiados e dois coqueiros em frente.Desta ilha a Pernambuco há 24 horas de viagem por oceano, isto é, 380 quilômetros.Desta ilha, como nos relatos de Emilio Salgari, quatro presidiários acabam de fugir. Fugiram na noite de segunda-feira. Numa balsa fabricada com troncos de coqueiros.A balsa é o meio de navegação mais simples e primitivo. Troncos amarrados entre si por cordas de sisal. Possivelmente um mastro e como vela a roupa desfeita, costurada com tiras de couro. E em torno deste mastro, debaixo do ardentíssimo sol dos trópicos (é a latitude mais cálida do Brasil e a estação mais calorosa), quatro homens. Quatro homens, joguetes do oceano, em uma balsa de troncos e o vento inflando as velas de roupas presidiárias.Fugiram de noite, para interpor entre eles e os avisos de busca 24 horas de vantagem. Os guia algum homem entendido nos trabalhos do mar? Quase todos os condenados que fugiram de Caiena se perderam na selva, foram entregues por nativos ou pereceram no inferno verde. Seguirão o mesmo destino estes homens que fugiram de Fernando de Noronha?Aqui não existe o perigo da selva, mas o do oceano tragador. São 380 quilômetros de oceano. É certo que Colombo cruzou o Atlântico numa barqueta, que poderia equivaler a esta balsa dos fugitivos. A aventura tem sempre ângulos inesperados e os homens da conquista da América não eram menos imprudentes e ousados que os quatro presidiários.As águas do oceano são ricas em peixes comestíveis que os homens pescam e os peixes que de uma dentada partem em dois um ser humano. Durante o dia, os aventureiros amainarão seu velame para não se fazerem visíveis à distância e não serem avistados pelos navios que atravessam o oceano nessa longitude. Possivelmente camuflaram a balsa, revestindo-a de folhagem; durante o dia, dormirão sob o disfarce de sua embarcação, que à distância parecerá uma ressaca movida pelo oceano. Ao cair da tarde, erguerão o mastro, içarão as velas, beberão a goles medidos a água doce que levaram da ilha numa lata e, no silêncio da grande planura ondulada, escrutarão o céu, em busca das estrelas que indicam a pista, se é que um deles não leva bússola ou o sagaz instinto da terra que se cheira nas emanações do ar.Tudo é possível e a aventura maravilhosa e terrível, como a de todos aqueles relatos que é gostoso ler nas noites de chuva, junto a uma lâmpada que ilumina o quarto confortável.As autoridades do presídio já crêem que esses homens e sua balsa soçobraram. O cronista desta nota, por simpatia pelo instinto de liberdade que conduz à execução de trabalhos sobre-humanos, crê que esses homens estão vivos, e que o lance deles pode chegar a bom termo. Imensas são as costas do Brasil, desmesuradas como nenhuma sobre a terra suas selvas; quatro homens que fogem de um presídio, tomando como caminho os caminhos da rosa-dos-ventos que se torvelinham no mar, não são nem mais nem menos empreendedores que aqueles outros, que nas cascas de nozes empreendiam a travessia de 11.000 léguas de água, e mais não sabiam aonde iam. Se o oceano se mantém em paz, e Netuno barbudo lança seus gênios na rota destes quatro condenados, cujos crimes ignoramos, porém de cuja audácia temos sobrada referência, eles chegarão às costas arenosas, ou às outras costas duras e penhascosas. Chegarão a um areal ou a alguma ponta de bosque da costa do Brasil, essa maravilhosa costa verde-garrafa e alaranjada, com cavernas verticais ou baías cor-de-rosa. Chegarão...e então, sim, ninguém mais saberá deles. A topografia do Brasil é vasta, montanhosa, dramática e circunspecta como convém a todas as terras onde a aventura só é possível mediante o auxílio oportuno do mistério.(“Tiempos presentes”. 20 de março de 1937).

___

Os BLOC se reúnem em Fortaleza.

Acho que quando atingimos uma certa idade começamos a nos preocupar com algumas coisas que antes não nos inconcomodavam. Nós, os Bloc (Boris), radicados em Fortaleza e pelo Brasil a fora percebemos, um dia destes, que só estávamos nos encontrando em velórios ou em missa de sétimo dia. Meio fúnebre, né?
.
Pois foi por esse motivo que resolvemos promover encontros entre nós. Momentos de papo animado. Crianças aperreando com seus "lanches", cocôs e xixis. Abraços, beijos e sorrisos. Momentos em que os problemas cotidianos são jogados num baú para não empanar a alegria.
.
Claro, a gente comenta sobre os ausentes, conta lorotas, brinca... mas tudo "em família".
.
O motivo deste encontro foi a mudança de Michele Bloc (filha de Dominique) para o Pará. O marido, Henrique, já está por lá preparando a mudança e ela parte neste final de semana com a mãe, que a ajudará a encarar, nesses 5 dias que se seguem, o primeiro impacto de chegar em terras novas.

Pois é, por um motivo e por outro, nem todos os Bloc puderam estar presentes, mas os que foram, tiveram uma boa noitada no L'Escale da Barão de Studart.
.
Eu fui, mas fotografei e esqueci de ser fotografada... Mas ninguém perde por isso. (risos)
.

Pedro Henrique ( que também é Bloc), filho de Michele Bloc - um branquelo que ficou moreninho na foto porque a tia-avó (Claude) não quis usar flash...

Pedro Henrique "a estrela" da festa - um peixinho fora d'água...

Monique Bloc (filha de Dominique e afilhada de Claude)

Michele Bloc e Daniel Bloc-Boris (primo-irmão - filho de Francis Boris, irmão gêmeo de Hubert Bloc-Boris) na hora do lanche de Pedro Henrique.

Dominique Bloc e a filhota Michele

Bertrand Bloc e a amada Lorena

Um abraço a todos do Cariricaturas e me perdoem os que amam o Carnaval, mas já "descurti" esta fase há muito... (risos).

Claude Bloc

.

Pensamento para o Dia 13/02/2010



“Quando você compreender “Eu sou Shiva” (Shivoham), então você terá toda felicidade, toda auspiciosidade que existe. Shiva não deve ser procurado no pico de cordilheira de montanhas distantes ou em algum outro lugar especial. Você deve ter ouvido que pecado e mérito são próprios dos atos que os homens fazem; igualmente, Shiva é inerente a cada pensamento, palavra e ação, pois Ele é a energia, a força, a inteligência que está por trás de cada um deles.”
Sathya Sai Baba

-------------------------
“Toda noite é marcada pela escuridão. Mas esta noite é Shivaraathri (a noite sagrada de Shiva). Qual é a diferença entre noite (Raathri) e Shivaraathri? Para o homem que tenha reconhecido a sua divindade, toda noite é Shivaraathri. Para o homem imerso em preocupações mundanas, todas as noites são as mesmas. Tal noite é marcada pela escuridão. Esta noite (Shivaraathri) é marcada pela luz. A espiritualidade é o farol que propaga a luz para o homem que está cheio de desespero, imerso em desejos insaciáveis. O nome de Deus é o farol. Ao cantar o Nome, o portador do Nome pode ser realizado. Reconhecer a onipresença do Divino é o objetivo de celebrar a Shivaraathri. Esse objetivo não é conseguido pelo jejum e manter-se acordado durante a noite. Esses são meros auxiliares ao que é considerado o objetivo final. Mas, a realização de Deus não deve ser adiada para um futuro distante. Ela deve ser iniciada aqui e agora. Esse é o propósito de Shivaraathri.”
Sathya Sai Baba

Ficção - por Ana Cecília S.Bastos



Compressão sobre a alma.
Tenho pressa, ânsia pelo que me escapa.
Tudo como que se me esvai,
e nem a palavra, o gesto, o silêncio
podem estancar.

Hemorragia em que perco de mim substância,
plasma, alma, coração.
O tudo que em mim é coincidente com esse substrato.
Fugidio, frágil.
Untouchable.
Denso como brumas e certezas do ser.
Espasmos que me atravessam brônquios e útero até que me quedo desarmada.
Tudo são imagens, cenas, memórias.

Espasmos na alma.
Conexões.
Refúgios clandestinos, no tempo e no espaço.
Corro para ficar só, triste,
triste que nem uma coisa,
que nem um bicho.

Ferido.

Incomunicável.

Publicado em A impossível transcrição (De tudo fica a poesia).
Mandala. Foto de MVítor.

Fresta - Francisco Carvalho




O esplendor deste céu e desta hora
me entra pelos olhos: água fendida
pelo sonho, réstia dilacerada
de alguma luz que se evadiu de Deus
e ficasse ardendo na ferida da súplica.

Francisco Carvalho. "Decapoema" (fragmento).
As visões do corpo. Fortaleza: Edições UFC, 1984).
Tríade brasilianis. Foto de MVítor.

Jacob do Bandolim



Músico, compositor e cantor popular
Jacó do Bandolim
14/02/1918, Rio de Janeiro (RJ)
13/08/1969, Rio de Janeiro, (RJ)


Jacob do Bandolim foi vendedor, prático de farmácia, corretor de seguros e escrivão

Jacob Pick Bittencourt, filho único do farmacêutico Francisco Gomes Bittencourt e de Raquel Pick Bittencourt, polonesa, começou a cantar no coro do colégio onde fez o primário. Mais tarde aprendeu a tocar gaita-de-boca e, aos 12 anos, ganhou da mãe um violino, mas, não se adaptando ao instrumento, preferiu o bandolim, presente de uma amiga da família.

Aos 15 anos, apresentou-se na Rádio Guanabara, acompanhado por três amigos e no ano seguinte tocou violão em um programa da Rádio Educadora, e em uma audição de fados, no Clube Ginástico Português. Continuou a se aprimorar no bandolim no seu grupo composto por dois violões, cavaquinho, pandeiro e ritmo, com o qual participou, em 1934, do Grande Concurso dos Novos Artistas, na Rádio Guanabara, recebendo a nota máxima dos jurados.

A partir daí, junto com o conjunto, passou a acompanhar, os cantores da Rádio Guanabara e, como revezasse com o conjunto de Benedito Lacerda, Gente do Morro, seu grupo ficou sendo conhecido como Jacó e sua Gente. Seu trabalho como músico, porém, dependia de outros empregos como vendedor pracista, prático de farmácia e corretor de seguros. Jacob chegou a ser dono de uma farmácia. Em 1940 tornou-se escrevente juramentado da Justiça do Rio de Janeiro, chegando a escrivão titular do juízo da 11ª Vara Criminal, cargo que ocupou até morrer.

Em 1942, integrou o Conjunto da Rádio Ipanema, sob a direção de Mário Silva, ao lado de César Faria, Claudionor Cruz (violões), Leo Cardoso (afoxê) e Candinho (bateria). No mesmo ano com seu bandolim, participou da gravação de Ataulfo Alves de "Ai, que saudades da Amélia" (Ataulfo Alves e Mário Lago), e em 1947 participou da gravação de "Marina" (Dorival Caymmi), feita por Nelson Gonçalves.

O fato de seu nome não sair nos discos de que participava não o incomodava. Em 1947 gravou o primeiro disco, pela Continental, com o chorinho "Treme-treme", de sua autoria, e a valsa "Glória" (Bonfiglio de Oliveira). No ano seguinte, lançou o seu segundo disco, acompanhado pelo Regional de César Faria, tocando a valsa de sua autoria "Salões imperiais" e o chorinho de Bonfiglio de Oliveira Flamengo.

O sucesso dos dois discos fez ressurgir o interesse pelo bandolim. Também em 1948, fez outro disco, com o chorinho "Remelexo" e a valsa "Feia", ambos de sua autoria. Em 1949, gravou seu último disco para a Continental, interpretando o seu chorinho "Cabuloso" e a valsa "Flor amorosa" (Calado). Nesse mesmo ano, transferiu-se para a Victor, onde ficou até o fim da vida, gravando os discos "Choros evocativos" (1957), "Valsas e choros evocativos" (1962), "Assanhado" (1966) e "Era de Ouro" (1967). Em 1966 organizou o conjunto Época de Ouro, com o qual gravou "Chorinhos e chorões" e "Vibrações".

Com Elisete Cardoso e Zimbo Trio, realizou em 1968 um espetáculo de sucesso no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, gravado ao vivo e lançado em álbum de dois LPs pelo MIS, do Rio de Janeiro. Morreu de ataque cardíaco pouco depois, deixando dois filhos, também compositores, Sérgio e Helena.

uoleducação

Newton Mendonça





Newton Ferreira de Mendonça (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1960) foi um pianista, compositor, violinista e gaitista brasileiro.

Viveu entre 1933 a 1939 em Porto Alegre, onde estudou violino, e Aquidauana (MS). Aos 13 anos, iniciou seus estudos de piano clássico.

Em 1942 se juntou ao seu amigo de infancia, Antônio Carlos Jobim, com quem compôs várias canções que viriam a se tornar clássicos da Bossa Nova.

Boêmio, passou a maior parte das noites dos anos 50 tocando piano em boates de Copacabana.

O primeiro sucesso surgiu com "Foi a Noite", considerado por muitos especialistas como o início da bossa nova.

O grande sucesso aconteceu dois anos depois, quando João Gilberto gravou "Desafinado" e "Samba de Uma Nota Só". Seguiram-se "Meditação", "Caminhos Cruzados", "Discussão" e "Só Saudade".

Aos 33 anos, teve um enfarte fulminante, falecendo sem colher os frutos de sua parceria com Tom Jobim.

Caminhos Cruzados - Tom e Newton Mendonça

"Projeto água pra que te quero "! - foto Nívia Uchôa


Jacob do Bandolim

Correio Musical - para Teresa Moreira




Algumas pessoas têm uma música que marca suas vidas. Eu tenho muitas ! Minha irmã Teresa tem uma : MENINA!

Pra ela, vai essa canção !

Uma Cratense em Lisboa


É padrão aquariano , encarar o desconhecido , viajar nos sonhos , e pular o tempo pra encontrar o destino ?
Foi isso que fez a minha irmã Teresa, que amanhã completa idade nova. Através de contatos virtuais , conseguiu um endereço em Lisboa, e pra lá se aventurou, nos idos de 2004. Botou a mão na massa, cozinhou em restaurantes portugueses, cuidou de idosos, fez curso de geriatria, comeu o pão que o diabo amassou, mas persistiu nos seus intentos, e saiu vitoriosa !
De índole profundamente amorosa , morre de saudades do Brasil e da família , chora todos os mares, mas o espírito guerreiro vence a batalha do desprendimento , e do superar as distãncias, sem o desamor e o esquecimento.
Claro que um dia irei visitá-la. Tenho prometido a mim mesma , um rosário no santuário de Fátima, e a delícia de uma bacalhoada ,regada ao melhor vinho português , com um pastel de Belén , na sobremesa.
Enquanto isso, é Carnaval ! Escuto seu canto rouco; seus pés encaliçados de tanto pular e dançar frevo, nos velhos carnavais do Crato. Da nossa família, sem dúvidas foi sempre a maior da foliãs. Carnaval tem a sua cara : samba, suor e cerveja !
Um abraço , Teresa, e que a tua vida seja sempre uma eterna aventura amorosa , plena de alegria !

Rabiscos

Rabiscos
- Claude Bloc -


Imprecisa e sem prumo
a mão faz o seu trabalho
traça na folha em branco
palavras em novelo
desenhos e apelos
esboço inacabado
de emoções inconstantes.
Nesse rascunho profuso
nesse sonho equivocado
nesse pedaço do nada
perdido em algum momento
o meu coração solfeja
os versos desalinhados
os riscos na folha em branco
que dormem no meu poema
rabiscos de quase nada...
Claude Bloc

Pérola nos bastidores...

Quando no Vale Encantado
puser os calcanhares,
farei uma visita ao Museu
e lá deixarei um pouco da minha alma,
ou talvez, mais correto, reencontrarei uma parte dela
lá encantada há um longo tempo.

Por Domingos Barroso

(em comentário à arte de Edilma)