Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Lira Nordestina (2ª Parte)


    Tomei conhecimento de matéria veiculada pela TV Verdes Mares Cariri, no seu noticiário CETV-1ª. edição, de 27.04,pp., encontrável em arquivo no endereço (http://g1.globo.com/videos/ceara/cetv-1dicao/t/edicoes/v/xilogravuristas-reclamam-de-abandono-de-editora-historica-de-juazeiro-do-norte-ce/1922686/de). Lamentavelmente, isto me leva a retomar considerações sobre a falta de vergonha com a qual a Reitoria da Universidade Regional do Cariri vem tratando a Lira Nordestina. Recordo um pouco a razão que sempre me provoca indignação com respeito a este estado de coisas que foi cronicamente perpetrado desde a segunda administração da URCA, até hoje, especialmente.

    Quando ainda nos momentos iniciais da criação da URCA, a comunidade do Cariri começou a discutir o que seria esta tal de Regionalização de sua Universidade, para que ela não fosse, da forma mais medíocre, um colegião de terceiro grau servindo aos interesses de famílias oligárquicas do Crato, nós do Juazeiro do Norte nos posicionamos em seminário coordenado pelo então reitor prof. José Teodoro Soares para dizer-lhes que não estávamos ali, como se propalava, para impor critérios de distribuição de faculdades e muito menos de equipamentos administrativos, de pró-reitorias, ou o que fosse. Daí porque evoluiu, aparentemente bem, a nossa proposta de que faríamos o possível para ter uma biblioteca setorial, uma casa de cultura portuguesa, a Lira Nordestina, o IPESC-Instituto José Marrocos de Pesquisa e Estudos Sócio-Culturais e um museu.

    Não foi fácil criar e manter quase todas estas instituições, atribuir 40 horas de atividades a uns poucos abnegados professores para tocar os empreendimentos, todos bem amadurecidos e necessários ao que gostaríamos de ver em atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão. Depois de longas batalhas contra toda sorte de dificuldades impostas por ranços que até imaginávamos não coubessem na nova Academia, vimos gradativamente que a má vontade, a má fé, o desrespeito – tudo isso foi se avolumando e determinando o gradual encerramento de atividades. Não vamos entrar em detalhes sobre cada um destes frustrados projetos de interesse de Juazeiro do Norte junto a URCA. Por último, estão fechando o IPESC e planejando a extinção da Lira.

    No texto anterior, tornado público pelo Portal de Juazeiro (07.04), em jornal (Gazeta de Notícias, nº 183, 04.2012) e reproduzido em diversos outros blogs, eu havia manifestado a minha repulsa ao ato recente de desligamento de dois xilógrafos, com os quais se poderia enxergar uma responsabilidade da URCA naquela instituição. Sem eles, agora como será? Como é que fica se não tem pessoal para tocar o necessário? Na referida matéria do link mencionado, aí se pode ouvir de sua reitora que, depois de tantos anos, a instituição tem um projeto onde “a revitalização da Lira passa por sua integração com a Academia, com os departamentos e cursos acadêmicos que tematizam a literatura popular....blá,blá,blá”.

    Diz, concluindo que a Lira “não há de ser um espaço privado de meia dúzia de xilógrafos...” E fiquei pensando comigo mesmo, por que será que é admissível que a URCA seja o espaço de meia dúzia de incompetentes que passaram tantos anos para deixar que estes xilógrafos do Juazeiro, não obstante o grande valor de seu trabalho, ficassem aí, usufruindo de um certo pacto de mediocridade, onde uma das partes se apodera do que não lhe pertence e a outra não está nem aí para o que acontece?
Como sobrevive a Lira, daqui por diante, sem poetas, sem xilógrafos, sem cordelistas, sem artistas, sem gráficos? Que mágica é esta, doutora Reitora? Acho, sinceramente, que a Lira é o último combate. Ainda estaremos vigilantes à sua agonia. Quanto ao IPESC, este já estava morto, coitado. Há poucos dias começaram a transferir seus restos mortais para o Crato. O defunto era dos bons e tinha história. Façam bom proveito com sua memória, coisa que não morrerá diante dos assassinatos imundos que perpetraram aos “negócios do Joaseiro”, abeirados na URCA.

Brasil perde a condição de República – por João Cipriano Nascimento Filho (*)

Todos os parâmetros de democracia, bases de república federativa ou equilíbrio de poder, foram destruídos pela atual onda de corrupção vivenciado nos últimos nove anos. A partir do momento em que os indícios apontam para as autoridades federativas e membros de poderes constituídos, causa a total quebra de confiança entre comandados e comandantes.

Mesmo não querendo admitir, os cidadãos brasileiros ocultamente perdem a confiança nos governantes, mesmo aqueles contribuintes membros e admiradores dos governantes e partidos. Essa quebra de confiança se manifesta nas redes sociais, nos bares, nas prosas no campo, nos coletivos, nas filas dos bancos e principalmente nas ruas, nos protestos cívicos. A velha republica corrupta adoeceu, entrou em coma e chegou a UTI das sombras democráticas. Querer ou tentar justificar as roubalheiras do erário, as maracutaias, com pesquisas populistas, com estabilidade econômica ou com discursos da “governabilidade”, da primeira mulher no poder é falsear a verdade, é encobrir a fedentina do poder, mergulhando a Pátria numa era obscura, longe das bases éticas e com sérios comprometimentos das gerações vindouras.

A memória popular das massas miseráveis e famintas até pode ser manipuladas, haja vista, que as pessoas com fome, são como os viciados, aceitam os cabrestos, até as mentiras sociais dos seus senhorias, como sendo a mais plena verdade. Como tem senhorios nesta falsa república da corrupção! Na verdade as memórias dos oprimidos, dos famintos, dos viciados, agem como os escravos, aceitam os chicotes da vida, sempre com a esperança de que um dia será livre e terá a oportunidade de tocar os seus próprios destinos, trabalhando e produzindo os seus sustentos.

Trocando em miúdo, falando a linguagem do povão, as periferias das cidades acordam e dormem com o medo. Os bairros dos ricos parecem mais mini-presídios, do que residências, pois se os pobres sofrem com as causas e efeitos da corrupção, os ricos já há muito tempo no Brasil não vivem em paz. As drogas tomaram conta das comunidades, das praças, das ruas, da roça e com ela, surgiu um verdadeiro exército de jovens com armas de fogo em punho, atiram para todos os lados, matando sem qualquer temor. A vida das pessoas no Brasil está banalizada, de tal forma, que os bandidos, acostumados com a impunidade dos grandes políticos, também ladrões, mas de colarinho branco do erário, e, nas ruas os marginais agem com extrema violência, entrando nas residências e nos comércios para roubar e matar sem qualquer temor.

As bases familiares, religiosas e sociais perderam em importância, para abrir lugar a essa atual sociedade sem escrúpulos, sem ética e com liberdades sem qualquer controle. A nossa “Republica Federativa” cedeu lugar aos “malfeitos” e caminha para o enforcamento da democracia, dos verdadeiros direitos sociais, do equilíbrio da vida humana e pior, cultuando essa nova era e modelo político, mais parecido com um “fascismo corrupto”. “malfeitos” e de governos do povão. Mataram a república da ética e da justiça social. É certo, que enganaram a muitos por muito tempo. É certo que reconstruíram a republica do pão e circo (de Roma e de Cesar), para iludirem as massas populares e famintas.

Porém, é preciso lutar contra os bandidos e covardes da democracia e da Republica. Esses grupinhos que destroem o nosso Brasil, das esperanças e das oportunidades sociais. O caminho traçado pela (Divina Providência) ao planeta terra, ao Brasil não é esse por todos nós vivenciado.

(*) João Cipriano Nascimento Filho
ciprianoserra@yahoo.com.br
Brasília